Pedro Nuno Santos: Divulgar OE antes das eleições “seria muito pior para o PSD”
O secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares garantiu este sábado que o Governo irá apresentar o Orçamento do Estado para 2018 até ao dia 13 de outubro, sem antecipações.
Pedro Nuno Santos afirmou este sábado, em declarações à margem da Festa do Avante, que antecipar a apresentação do Orçamento do Estado para 2018 “seria muito pior” para o PSD. Foi desta forma que o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares respondeu à sugestão de Pedro Passos Coelho para que o Governo antecipasse a apresentação do OE2018 para antes de 1 de outubro, dia de eleições autárquicas.
Em declarações transmitidas pelas televisões, o socialista criticou a sugestão dada pelo líder do PSD: “Posso-vos garantir que se o Orçamento fosse apresentado antes — se pudesse ser — seria muito pior para o PSD”. “Já sabemos há muito tempo que temos eleições a dia 1 de outubro e que temos de entregar o Orçamento até ao dia 13 de outubro“, afirmou, garantindo que o Orçamento vai ser entregue “na data em que é suposto”.
"Posso-vos garantir que se o Orçamento fosse apresentado antes — se pudesse ser — seria muito pior para o PSD.”
Esta sexta-feira, Pedro Passos Coelho acusou o Governo de dar as boas notícias antes das eleições, deixando para depois as más. “O Governo devia fazer uma de duas opções. Ou apresenta o Orçamento antes das eleições autárquicas para os portugueses saberem todos com que é que vão contar quando vão fazer as suas escolhas, ou entende manter o calendário normal, e está no seu direito, ou então devia ser um bocadinho mais contido na forma como utiliza a discussão orçamental para favorecer as candidaturas autárquicas dos partidos que suportam o Governo”, sugeriu.
Confrontado com as declarações do ex-primeiro-ministro, Pedro Nuno Santos garantiu que não existem más notícias no Orçamento para o próximo ano. “O que ele [Passos Coelho] nunca entendeu é que nós quando aumentamos pensões não estamos a dar nada aos pensionistas. Estamos a respeitar quem trabalhou uma vida inteira e merece ter uma reforma com dignidade e decência. Não é eleitoralismo, é respeito“, garante o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares.
Para o socialista, a acusação de eleitoralismo feita por Passos Coelho é “um elogio” dado que “isso quer dizer que as medidas que estão a ser trabalhadas são boas para o país”. “Nós no Governo anterior só estávamos a falar de um aumento de impostos, de cortes nos rendimentos, nas pensões, nos salários. Nós agora estamos noutro momento da vida dos portugueses e de Portugal. Nós estamos a discutir quando é que vamos avançar”, disse.
Pedro Nuno Santos aproveitou ainda para criticar o líder do PSD por pedir “estabilidade fiscal”: “Essa é uma preocupação que nós também temos, mas há uma maior ainda: a justiça fiscal“.
“Nunca nos ouviram dizer que vivemos num país cor-de-rosa”
Apesar do atual momento positivo na maior parte dos indicadores económicos, o Executivo admite que ainda persistem problemas e, por isso, percebe as reivindicações dos partidos à esquerda. “Nós [Governo] também achamos que é preciso fazer muito mais”, garante Pedro Nuno Santos.
"Vivemos num país com muitos problemas, com elevados níveis de pobreza e desigualdade.”
“Mesmo com a economia como está a crescer, o emprego que estamos a criar, o momento das exportações e do investimento, nunca nos ouviram dizer que vivemos hoje num país cor-de-rosa. Vivemos num país com muitos problemas, com elevados níveis de pobreza e desigualdade. Há muito trabalho a fazer. Mas, ao contrário do que acontecia no passado, olhamos para a frente com esperança”, argumenta o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, referindo que esse “é talvez o segredo do sucesso desta maioria”.
“Houve alguém que dizia que no essencial os partidos que compõem esta maioria não se entendem. O que não deixa de ser extraordinário porque verdadeiramente essencial é aquilo que nós temos feito em matéria de reposição dos cortes, aumento do salário mínimo, reposição das pensões”, argumenta Pedro Nuno Santos.
Questionado sobre a melhoria da perspetiva pela Moody’s, o governante referiu que “não havia como ficar dececionado” com a decisão da agência porque antes de haver uma subida no rating tem de haver uma melhoria na perspetiva. “Verdadeiramente importante é a confiança que a maioria tem no povo português. Esse é o melhor certificado (…) Já agora se pudermos também ter a confiança dos investidores estrangeiros, melhor. E nós temos”, argumenta o secretário de Estado, assinalando que “é natural” que o passo seguinte seja a subida do rating.
(Atualizado às 17h38)
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