Empreendedor e politicamente correto? Quase nunca
Bloomberg cita estudo que indica que há mais empreendedores em países onde características mais austeras são alvo de maior apreço e que não convém ter um ânimo demasiado leve.
Ser politicamente correto não é, ao que parece, característica de empreendedor. De acordo com um estudo citado pela Bloomberg e levado a cabo por investigadores da Aston Business School no Reino Unido, e da Kansas State University nos Estados Unidos da América, há mais empreendedores em países onde características mais austeras e severas são alvo de maior apreço. Esta conclusão mantém-se mesmo considerando fatores como género, educação e PIB per capita.
Segundo Ute Stephan, professora na Aston Business School, é necessário aliar o melhor dos dois mundos: “É preciso ser-se capaz de despertar cooperação nos outros mas, ao mesmo tempo, não se pode dar muito. Também é preciso ser-se um pouco cauteloso, competitivo e duro. Quando ambas as coisas se juntam numa cultura, obtêm-se os níveis mais elevados de empreendedorismo”.
O mesmo estudo indica que países asiáticos, do Médio Oriente e da América latina apontavam mais frequentemente a autoproteção como uma característica valiosa nos líderes — caracterizada como comportamento destinado a preservar a reputação ou estatuto –, bem como o carisma, altamente valorizado na Dinamarca, Finlândia e Coreia do Sul e definido como demonstração de integridade e inspiração junto dos trabalhadores.
No Chile, por exemplo, um terço dos adultos são empreendedores e, com um PIB muito aproximado do obtido pela Croácia, tem duas vezes mais empreendedores. Não por acaso, no Chile prefere-se um líder mais assertivo e enérgico, ao passo que os croatas preferem chefes mais simpáticos.
Em declarações à Bloomberg, Sarat Pediredla, CEO da app developer Hedgehog Lab que se mudou da Índia para o Reino Unido no final dos anos 90 — tendo já trabalhado em ambos os países e nos EUA — confirma a diferença: “No ocidente, somos muito mais diplomáticos. Na Índia há uma concorrência desenfreada. Vejo muito mais colaboração no Reino Unido do que noutras culturas”.
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