Azeredo Lopes: “Não sei se alguém entrou em Tancos. No limite pode não ter havido furto”
O ministro da Defesa assume que o roubo de material militar em Tancos foi grave, mas rejeita responsabilidades políticas no tema. Azeredo Lopes diz ainda que "no limite pode não ter havido furto".
O ministro da Defesa, Azeredo Lopes reconhece que o desaparecimento de material militar em Tancos foi grave e que pode ser perigoso, mas rejeita qualquer responsabilidade política sobre o tema.
“O que é que eu podia fazer? Ia lá colocá-la eu [substituição da cerca de um dos paióis mais importantes do país]? Não era autorizar a despesa, que foi o que eu fiz?”, afirma.
Em entrevista ao Diário Notícias e à TSF, a propósito do roubo de material militar em Tancos, Azeredo Lopes, adianta que “no limite, pode não ter havido furto nenhum”. Para Azeredo Lopes, “como não temos prova visual nem testemunhal, nem confissão, por absurdo podemos admitir que o material já não existisse e que tivesse sido anunciado… e isto não pode acontecer”.
Questionado sobre se está convencido de que houve furto, o ministro é taxativo. “Dou-lhe a minha palavra de honra: não estou nem deixo de estar convencido, só sei que desapareceu. Tenho de presumir, por bom senso e porque não sou dado a teorias da conspiração, que desapareceu algures antes de 28 de junho quando eu tomei conhecimento”, afirmou.
Sobre o armamento que não foi roubado, o ministro reconhece que este permanece em Tancos e que estão a ser estudadas alternativas.
Já sobre as declarações do Presidente da República, mostrando a sua preocupação com o tempo que está a demorar a investigação, Azeredo Lopes nega que tenham sido uma critica à sua atuação. Mas salientou: “O Presidente diz-se preocupado com o tempo da investigação. Toda a investigação é algo que preocupa qualquer cidadão e que preocupa evidentemente o ministro de Defesa Nacional. Acompanho as palavras do Sr. Presidente, nem há como não acompanhar. Enquanto não se avançar na investigação e não tivermos uma noção mais clara do que aconteceu, vai pairar sempre aquela situação desagradável que há pouco referiam da impunidade, de não haver responsáveis.”
Ainda na mesma entrevista, Azeredo Lopes garante que não forma identificadas situações de fragilidade parecidas com as de Tancos, mas não tem dúvidas de que é preciso reforçar a vigilância.
“Situações de fragilidade semelhantes não foram verificadas. Foram verificadas situações em que se justificava reforçar a segurança. Podem dizer que depois da casa roubada, trancas à porta.”, afirma o ministro da Defesa.
Azeredo Lopes adianta ainda que mantém total confiança no chefe de Estado Maior do Exército, mas deixa claro que não pode alargar essa confiança às restantes chefias do Exército, porque não é uma espécie de super-chefe de Estado-Maior.
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