Crescimento da banca angolana em mínimos de 2012
A consultora britânica BMI espera, contudo, que a recuperação comece em 2018. A falta de liquidez é uma dos fatores que mais afeta negativamente os bancos de Angola.
A taxa de crescimento dos bancos em Angola abrandou para 2,7% nos 12 meses terminados em julho, o valor mais baixo desde pelo menos 2012, quando a consultora BMI Research começou a recolher dados.
Numa nota sobre o setor bancário em Angola, enviada esta terça-feira aos investidores e a que a Lusa teve acesso, os analistas dizem que os banco angolanos vão recuperar da crise em 2018, mas o clima de baixo crescimento económico e constrangimentos de liquidez vai manter-se, expondo a vulnerabilidade da banca ao setor petrolífero.
"Apesar de uma melhoria nos preços do petróleo e uma recuperação geral na economia angolana em 2017, o setor bancário do país tem, ainda assim, lutado para manter níveis positivos de crescimento, com o total de ativos a aumentar apenas 2,7% em julho, a taxa mais baixa de que temos registo”
“Apesar de esperarmos que os próximos dados mostrem que esta tendência continua durante boa parte do segundo semestre deste ano, esperamos uma perspetiva mais positiva para o setor petrolífero em 2018, o que vai facilitar uma recuperação suave em 2018, com os ativos a crescerem 9,8% no final do próximo ano, segundo a nossa previsão”, acrescentam os analistas.
“Os bancos comerciais em Angola vão continuar em dificuldades devido ao clima de baixo crescimento económico e constrangimentos de liquidez, mas o aumento da produção de petróleo e a reestruturação de alguns bancos estatais vão possibilitar alguma recuperação em 2018″, diz esta consultora britânica.
Apesar disso, “o setor permanece vulnerável dada a grande dependência da indústria petrolífera em fase descendente“. As dificuldades da banca em Angola manifestam-se “na forma de pouca procura de crédito, fraca qualidade dos ativos e uma falta de liquidez de dólares nos próximos trimestres”, acrescentam os analistas.
A forte exposição ao setor da indústria petrolífera, que desde 2014 enfrenta uma crise devido à descida dos preços, levou os bancos a “pedirem um resgate financeiro ao Estado para injetar liquidez no sistema financeiro”. A agência de notação financeira Fitch alertou em março para uma falta de liquidez em vários bancos angolanos, incluindo o estatal Banco de Poupança e Crédito.
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