Governo acredita ter “todas as condições” para cumprir exigências de Bruxelas
Mourinho Félix responde ao alerta da UTAO de que as medidas do OE podem ser “insuficientes” para Bruxelas. Diz que não está “particularmente preocupado”.
O secretário de Estado Adjunto e das Finanças afirmou que não está “particularmente preocupado” com a análise da UTAO e disse estar “convencido” de que Portugal “tem todas as condições para cumprir o que lhe é exigido”.
A Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) advertiu que as medidas de política orçamental apresentadas pelo Governo para 2018 “podem vir a ser consideradas insuficientes” pela Comissão Europeia, que deverá pedir “medidas adicionais”.
“Não conheço ainda o relatório, mas devo dizer que não estou particularmente preocupado e estou convencido que temos todas as condições para cumprir o que é exigido”, afirmou Ricardo Mourinho Félix, acrescentando que “possivelmente [a UTAO] necessitará de alguma informação”.
À margem de uma conferência organizada hoje em Lisboa pela Associação de Instituições de Crédito Especializado (ASFAC), o governante explicou a redução prevista da almofada de depósitos do Estado, dos 8.000 milhões em 2017 para os 6.500 milhões em 2018, com a melhoria do ‘rating’ de Portugal por uma instituição e a perspetiva de que haja novas subidas.
Ricardo Mourinho Félix afirmou que “o facto de ter havido o ‘upgrade’ [subida] da Standard and Poor’s” do rating de Portugal e “a melhoria do outlook [perspetiva] da Fitch e da Moody’s e também a possibilidade de virem a acontecer novos ‘upgrades” permitem agora “fazer uma gestão da almofada financeira um pouco mais flexível”.
Na prática, o Governo está a “manter uma almofada entre 40% e 50% das necessidades de financiamento dos próximos 12 meses”, tal como tem vindo a transmitir aos investidores, às agências de ‘rating’ e à Comissão Europeia.
Assim, Mourinho Félix garantiu que “está tudo a correr normalmente” e que “não há nenhuma redução anormal” do montante de depósitos que o Estado mantém.
O governante explicou ainda que o valor dos depósitos do Estado no ano passado, de 10.200 milhões de euros, “era anormalmente elevado” devido ao facto de a operação de recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD) “ter sido feita só em 2017 e não em 2016”.
“Tínhamos uma almofada maior do que aquela que desejávamos, mas que ia ser utilizada rapidamente”, argumentou o governante.
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