Schäuble alerta para riscos de nova crise financeira mundial

  • ECO
  • 8 Outubro 2017

O ministro alemão cessante alerta para os elevados níveis de endividamento, na acumulação excessiva de liquidez e no crédito malparado grandes riscos para a economia mundial.

Wolfgang Schäuble vê no elevado nível de dívida pública e privada, bem como na acumulação de liquidez, grandes riscos para a economia global. A situação do setor financeiro, sobretudo no que toca ao crédito malparado, também não é animadora. Em entrevista ao Financial Times (acesso pago), e nas vésperas de deixar o cargo de ministro das Finanças da Alemanha, que manteve durante quase uma década, Schäuble diz que há perigo de “novas bolhas” se formarem, resultado dos biliões de dólares que os bancos centrais injetaram nas economias.

“Os economistas por todo o mundo estão preocupados com o risco crescente que resulta da acumulação de cada vez mais liquidez e do aumento da dívida pública e privada. Eu também estou preocupado com isso”, disse ao jornal britânico.

Nesse sentido, a prioridade da zona euro deve ser “reduzir estes riscos, que ainda estão demasiado elevados (…). Temos de assegurar que seremos suficientemente resilientes se voltarmos a enfrentar uma nova crise económica. Não teremos sempre momentos económicos tão positivos como o que vivemos agora“.

Por outro lado, o ministro cessante vê no desempenho da economia alemã a confirmação de que as suas políticas de austeridade são as mais corretas. [A palavra austeridade] é uma forma anglo-saxónica de descrever uma política de solidez orçamental, que não vê défices mais altos como uma coisa boa”. A Alemanha, com a economia a crescer, a procura interna e o investimento a aumentarem e o desemprego num dos níveis mais baixos de sempre, confirma que “seguir as regras” e evitar défices é o caminho certo, considera Schäuble.

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Fogo em Mortágua foi dominado

  • Lusa
  • 8 Outubro 2017

O presidente da Câmara de Mortágua acredita que o fogo que deflagrou no sábado teve origem criminosa.

O incêndio que começou no sábado em Mortágua, distrito de Viseu, foi considerado dominado antes das 16:00 deste domingo, de acordo com a página de internet da Autoridade Nacional de Proteção Civil.

De acordo com esta fonte, o incêndio, apesar de em resolução, estava a ser combatido, também às 16:00, por 262 operacionais, apoiados por 84 meios terrestres. Este fogo, que começou na freguesia de Espinho, alastrou ao município de Anadia, no distrito de Aveiro.

O presidente da Câmara de Mortágua, José Júlio Norte, disse à agência Lusa, pouco antes das 12:00, não ter qualquer dúvida de que o incêndio que começou naquele município no sábado teve origem criminosa.

“Não tenho qualquer dúvida de que foi fogo posto. Não sei com que motivação, mas não tenho qualquer dúvida. Agora, é tempo de a Polícia Judiciária tratar desse assunto”, disse o autarca.

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Uma das ilhas mais remotas do mundo vai ter voos comerciais

  • Bloomberg
  • 8 Outubro 2017

Uma das ilhas mais remotas do mundo está prestes a entrar na era do turismo moderno.

Quando os britânicos exilaram Napoleão Bonaparte em Santa Helena, em 1815, o imperador conquistado demorou dez semanas para chegar à ilha. Dois séculos depois, o barco do correio ainda demora cinco dias – supondo que o ponto de partida seja algum lugar próximo, como a Cidade do Cabo, na África do Sul.

Mas, a 14 de outubro, o diminuto território ultramarino britânico ganhará os primeiros voos programados de sua história. Duas semanas depois, o primeiro hotel de luxo de Santa Helena, com 30 quartos em três prédios de arquitetura georgiana, abre as portas.

Localizada a cerca de 1.920 quilómetros do litoral ocidental da África, Santa Helena é conhecida (por quem sabe que ela existe) como o local onde Napoleão foi confinado após ser derrotado na batalha de Waterloo. A casa onde ele morou — com o mobiliário original — é uma das principais atrações turísticas da ilha.

Mas não é a única. A ilha tropical de 121 quilómetros quadrados oferece passeios de bicicleta em montanhas, pesca desportiva e mergulhos em águas cuja visibilidade chega a 30,5 metros. Santa Helena é um dos poucos lugares do mundo onde os seres humanos podem nadar com tubarões-baleia enormes (e passivos). É a terra de uma tartaruga de 185 anos de idade chamada Jonathan, da escada reta mais longa do mundo e de um campo de golfe que os jogadores percorrem duas vezes, tentando não atingir nenhuma cabra no caminho.

Também está lá a destilaria St. Helena, considerada a mais remota do mundo. A sua especialidade é o Tungi, um destilado branco engarrafado numa garrafa com um formato que evoca (mais ou menos) a famosa escada da ilha.

Por causa das opções limitadas de transporte, apenas uns poucos milhares de turistas chegam à ilha a cada ano. O St. Helena, um navio do Royal Mail para carregamentos e passageiros, faz o trajeto poucas vezes por mês. E, até agora, o aeroporto só podia receber voos privados.

“O aeroporto mais inútil do mundo”, como foi chamado por alguns, custou 285 milhões de libras (mais de 400 milhões de dólares) e pretendia aproximar Santa Helena da autossuficiência económica. Um mês antes da inauguração, em 2016, voos de teste revelaram condições de vento perigosas, e os voos comerciais foram adiados. O aeroporto só recebe voos privados e de evacuação médica.

Mas, agora, a empresa aérea sul-africana Airlink realizará um voo semanal de Joanesburgo até Windhoek, Namíbia, e daí até Santa Helena.

O jornal The Independent informou que a Airlink não usará toda a capacidade de seus aviões da Embraer. A fim de manter a aeronave leve o suficiente para usar uma parte menor da pista e evitar os lugares com ventos mais perigosos, a empresa ocupará apenas 76 dos 99 assentos. A companhia espera que esse número chegue a 87 em 2018.

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Puigdemont tenta ganhar tempo para declarar independência

Encurralado entre o "sim" massivo dos que participaram no referendo de 1 de outubro e a debandada de empresas da Catalunha, Puigdemont não desiste da independência, mas tenta atrasar o processo.

Carles Puigdemont reconhece que a debandada de empresas da Catalunha “é de extrema gravidade” e está a estudar formas para ganhar tempo antes de executar o seu plano de declaração unilateral de independência. A posição foi transmitida numa reunião, durante este sábado, com o presidente do organismo catalão apartidário Círculo de Economía, Juan José Brugera. A informação é avançada pelo El Mundo, que cita fontes conhecedoras do processo.

“A impressão que ficou da reunião é que Puigdemont está consciente e procura formas de ganhar tempo”, dizem as mesmas fontes ao El Mundo. Já Juan José Brugera, que representa a associação que reúne os principais grupos empresariais e financeiros da Catalunha, pediu a Puigdemont que desista da declaração unilateral de independência, já que esta levaria a um “desastre económico“.

O presidente do Círculo de Economía avisa mesmo que a retirada das sedes da Catalunha pode continuar nos próximos dias, pela incerteza que a independência provoca em termos jurídicos. Segundo o El Mundo, o líder da Generalitat da Catalunha está consciente destes impactos económicos e, para ganhar tempo, vai continuar a tentar uma mediação internacional.

Encurralado entre dois fatores de peso (o “sim” massivo dos que participaram no referendo e a debandada das empresas), é esta, para já, a posição do líder catalão: não desiste da declaração de independência, mas pode atrasar o processo para conseguir melhores condições.

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“Infiltrado”: Quando um português é turista no próprio país

  • ECO e Paula Nunes
  • 8 Outubro 2017

"Turista Infiltrado" é o título do livro que relata a aventura de Bernardo Gaivão por Portugal. Disfarçado de turista, o autor tenta captar uma outra perspetiva do país, o ponto de vista do turista.

De norte a sul do país, Bernardo Gaivão vestiu a pele de um turista no seu próprio país para descobrir que retrato retiram os visitantes do povo português. A experiência resultou no livro “Turista Infiltrado”, apresentado recentemente. Trata-se de um dos três novos livros da coleção de retratos da Fundação Francisco Manuel dos Santos. O ECO marcou presença e esteve à conversa com o autor.

Embora não esteja diretamente ligado à área do Turismo, Bernardo conta que escrever o “Turista Infiltrado” foi um desafio. “Quis trazer para este livro uma perspetiva diferente daquilo que as pessoas que escrevem sobre turismo geralmente fazem”, explica. O autor refere no livro se coloca do lado do turista e dá um “cunho mais humano, mais pessoal”, sem nunca largar mão de informação factual, “que é sempre importante e sem a qual as coisas não funcionam”, sustenta.

"Foi um desafio porque tive de sair de certa forma de mim próprio, daquilo que é a minha experiência, os meus preconceitos e as minhas opiniões, e criá-las do zero, do ponto de vista de alguém que não sou, que é alguém que visita Portugal pela primeira vez.”

Bernardo Gaivão

Autor do retrato 'Turista Infiltrado'

Bernardo fala de uma experiência “muito gratificante”, reconhecendo que escreveu sobre o retrato que encontrou do país, e que haverá certamente outros. No entanto, entrar na pele de um estrangeiro revelou-se, por vezes, “stressante”, dado o constante receio de que algum gesto denunciasse o seu disfarce. “Acima de tudo, a principal dificuldade foi mesmo a de não deixar que os meus preconceitos e as minhas ideias preconcebidas me influenciassem o resultado final”, confessa. O escritor fala de um processo de ultrapassagem desses mesmos preconceitos, de forma a ver a perspetiva de quem está do outro lado. “Às vezes essa perspetiva coaduna com aquilo que já sabíamos, outras vezes não, e ‘levamos um banho de água fria’ e aprendemos com a experiência”, diz.

Embora os esforços, nem sempre Bernardo conseguiu manter a personagem. Em duas ocasiões, o autor teve de fazer cair o seu disfarce, e refere-as no livro. Numa delas, perante “o grau de amadorismo” à sua volta, não aguentou e teve de explicar que era português e que aquilo que se passava não fazia sentido. A segunda vez aconteceu no Alentejo, na hora de fazer o check-in num hotel e apresentar a sua documentação. De forma a fazer-se passar por um turista estrangeiro entre os empregados dos hotéis, Bernardo confessa que por várias vezes apresentou documentação falsa ou falava previamente com os donos dos hotéis para facilitar o momento do registo de entrada e passar despercebido. No entanto, foi o fecho inesperado da pensão onde havia feito a sua reserva que fez a sua faceta turística cair por terra: “fui forçado a escolher um novo sítio onde não ia tão preparado e a máscara acabou por cair”, relata.

O olhar do “Turista Infiltrado” sobre o Portugal do Turismo

Ao longo da sua viagem pelo país, Bernardo Gaivão conta que se deparou com alguma falta de formação entre os profissionais da área do Turismo. Contudo, salvaguarda que essa lacuna não está ligada propriamente a assimetrias regionais, mas antes às modalidades turísticas.

Bernardo dá o exemplo do enoturismo: “É uma área que está bastante bem desenvolvida, é das que está mais profissionalizada dentro do turismo como um todo”, refere. O autor sublinha que tal vertente turística se concentra essencialmente em duas áreas, nomeadamente o Norte e o Alto Alentejo. Um outro paralelo que contrapõe o Algarve à costa alentejana, salientando que o primeiro destino dispõe de “um aparelho turístico mais bem preparado” por ter mais anos de prática no Turismo. Quanto a assimetrias na relação qualidade-preço, Bernardo prefere antes falar de diferenças na quantidade da oferta turística, que posteriormente traduzem essa correlação.

No prognóstico da sua viagem, o escritor admite que Portugal está preparado para as sucessivas e cada vez maiores ondas turísticas, ressalvando os esforços feitos pelo anterior Governo que, nas suas palavras, investiu no setor “de forma muito inteligente”. “O anterior Governo arranjou dois ou três mecanismos-chave de forma a atrair investimento privado para o setor do turismo. Com isto, o Estado conseguiu apostar fortemente no setor sem ter despendido muito dinheiro com isso”, continua.

"Acho que uma colaboração entre o setor público e privado é fundamental para que o setor funcione como deve ser. Para isso precisamos de olhar com atenção para os dados que já existem, precisamos de transparência no setor e de conseguir comunicar muito bem com os nossos clientes que são os turistas.”

Bernardo Gaivão

Autor do retrato 'Turista Infiltrado'

Bernardo Gaivão reconhece ainda o esforço que tem sido feito para preparar cada vez melhor o país para as vagas de turistas, mas entende que tal “não é um trabalho que tenha um fim”. O autor do retrato defende que se trata de um processo de constante melhoria, no sentido de maior adaptação e profissionalização. “Para continuarmos a receber bem temos de melhorar a qualidade dos nossos serviços, é uma luta que nunca para”, argumenta.

Que retrato(s) reter de Portugal?

Ao longo de todo o livro, Bernardo tenta afastar as suas opiniões, de forma a conseguir um trabalho “imparcial”, explica. E isso é visível logo na introdução do “Turista Infiltrado”. O autor escreve que muitos defendem que o turismo exacerbado pode colocar em perigo a identidade dos locais e das pessoas residentes. A perspetiva de Bernardo apoia-se nas palavras anteriormente referidas por Adolfo Mesquita Nunes, também presente no evento de apresentação do livro, que referiu que a dita “autenticidade” era muitas vezes, no fundo, “pobreza”. “A Madeira é um das regiões turísticas mais antigas no mundo e das mais visitadas, e não perdeu a sua identidade por causa do turismo”, exemplifica.

"Não acho que haja uma perda de identidade, acho que as coisas estão a evoluir e estão a mudar, e nós temos de nos saber adaptar a essa realidade. Isso também acontece em qualquer setor que não o turismo.”

Bernardo Gaivão

Autor do retrato 'Turista Infiltrado'

Após percorrer o país “de fio a pavio”, a questão levanta-se: É possível desenhar um retrato dos portugueses ou antes um conjunto de retratos? Para o Bernardo, a resposta é feita no plural: “Existe uma identidade nacional que é transversal todas as regiões de turismo do país, mas é impressionante o quão regionalizado está o turismo”, confessa. O autor fala de uma existência de “realidades díspares” e que “devem ser analisadas dessa forma”. Embora se venda lá fora uma imagem de Portugal como um todo, Bernardo afirma que não é isso que o turista vem para visitar uma região específica. “Essa região específica é que constrói aquele imaginário que o turista depois leva para casa. É importante olhar para as regiões de forma mais individualizada”.

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Rajoy rejeita diálogo sob ameaça. Milhares nas ruas protestam pela “unidade”

O primeiro-ministro espanhol rejeita qualquer negociação com quem "ameaça" a unidade do país. Nas ruas, centenas de milhares manifestam-se contra a independência da Catalunha.

O primeiro-ministro espanhol rejeita qualquer tipo de negociação com a Catalunha, numa altura em que os governantes catalães admitem declarar unilateralmente a independência de Espanha. A posição de Mariano Rajoy vai ao encontro da de milhares de manifestantes que, esta tarde, nas ruas de Barcelona, exigem a “unidade” do país e rejeitam a independência da Catalunha.

Numa longa entrevista ao El País, publicada ao final da noite de sábado, Mariano Rajoy é claro: “Espanha não vai dividir-se”; “a unidade nacional vai manter-se”; “o essencial é a defesa da unidade de Espanha”. Em resumo: “A unidade de Espanha não se negoceia. Não se pode negociar com a ameaça de romper com a unidade de Espanha“.

O primeiro-ministro espanhol reconhece que o “desafio independentista catalão” representa uma das situações mais graves da história da democracia espanhola. Esta semana, o parlamento catação vai reunir-se em sessão plenária para debater uma possível declaração unilateral de independência, ignorando a decisão do Tribunal Constitucional; perante esta ameaça, Rajoy está disposto a recorrer a todos os instrumentos de que dispõe para evitar uma divisão do país.

À população que defende uma Espanha unida, Rajoy deixa uma mensagem de tranquilização: “Têm um Governo que vai defender, como é sua obrigação, a unidade nacional e a soberania nacional. E vai fazê-lo tomando todas as decisões que tenha de tomar, no momento em que for preciso fazê-lo”, diz ao El País.

"Utilizaremos todos os instrumentos que a legislação nos permite. Ouvimos muita gente e creio que sabemos o que pensam os espanhóis. Saibam que o Governo também conhece o que tem de fazer.”

Mariano Rajoy

Primeiro-ministro espanhol

O primeiro-ministro espanhol sublinha que o país “não vai dividir-se e a unidade nacional vai manter-se”, recorrendo, para isso, aos instrumentos necessários. “Utilizaremos todos os instrumentos que a legislação nos permite. Ouvimos muita gente e creio que sabemos o que pensam os espanhóis. Saibam que o Governo também conhece o que tem de fazer”.

Para a próxima semana, está marcada uma sessão plenária do Parlamento catalão, onde poderá ser declarada a independência, mas Rajoy volta a assegurar que isso será impedido. “Posso dizer com absoluta franqueza que isso não vai acontecer“.

"Enquanto a ameaça de uma declaração de independência não desaparecer do panorama político, vai ser muito difícil que o Governo não tome decisões.”

Mariano Rajoy

Primeiro-ministro espanhol

E deixa um aviso à Catalunha: “Enquanto a ameaça de uma declaração de independência não desaparecer do panorama político, vai ser muito difícil que o Governo não tome decisões”. Incluindo, admite, o artigo 155 da Constituição espanhola, que prevê que, se uma comunidade autónoma, como é o caso da Catalunha, não cumprir as obrigações da Constituição ou atuar de forma que “ameace gravemente o interesse geral de Espanha”, o Governo poderá obrigar ao cumprimento forçado dessas obrigações.

“Não descarto absolutamente nada do que diz a lei. Tenho é de fazê-lo a seu tempo. O ideal seria que não tivéssemos de tomar decisões drásticas”, ressalva.

Milhares nas ruas também pedem unidade

Entretanto, este domingo, milhares de manifestantes voltaram às ruas de Barcelona, em defesa de uma Espanha unificada. A plataforma Societat Civil Catalana, que convocou o protesto, estimou que 950 mil pessoas se tenham juntado à manifestação. Já a Guardia Civil aponta para um número significativamente menor, de 350 mil pessoas. Seja como for, a imprensa espanhola dá conta de que esta é uma das maiores manifestações da história da Catalunha.

A manifestação teve início na praça Urquinaona, no centro de Barcelona, sob o lema “Basta! Vamos recuperar o bom senso”. Os manifestantes, entre os quais se contavam políticos do Partido Popular, Cidadãos e Partido Socialista Catalão, seguiram depois para a estação de Francia, onde foi lido um manifesto.

O manifesto da Societat Civil Catalana, lido por Mario Vargas Llosa, exigiu que se acabe com a “marginalização” dos catalães não nacionalistas, assim como com os confrontos, a “confusão” e a “dor” que dizem que a população da Catalunha tem vivido. “Nenhum ator político deve esquecer que os catalães não nacionalistas fazem parte da paisagem e da sociedade catalã. Acabou-se a marginalização, temos direito a ser ouvidos e a ser tidos em conta”, diz o manifesto. O Nobel da Literatura criticou ainda a “paixão nacionalista” e classificou Carles Puigdemont e Oriol Junqueras de “golpistas”.

Também fora de Espanha houve manifestações pela unidade de Espanha. Em Bruxelas, centenas de pessoas reuniram-se na praça do Luxemburgo, em frente ao Parlamento Europeu. Já em Paris, cerca de uma centena de pessoas juntou-se perto da sede do Instituto Cervantes, organismo de divulgação da língua e cultura espanholas no estrangeiro.

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Portugal eleito o melhor destino da Europa

Num universo de 160 países, Portugal marcou a diferença e recebeu o prémio de melhor destino europeu. Nos World Travel Awards há mais de dez hotéis portugueses distinguidos.

Portugal voltou a ser destaque na gala europeia dos World Travel Awards, decorrida este ano em São Petersburgo: foi um dos destinos mais premiados da noite. Num universo de 160 países, para além das 11 unidades hoteleiras distinguidas, foi ainda considerado o melhor destino da Europa, com as melhores praias e o melhor arquipélago.

Esta 24ª edição dos World Travel Awards trouxe Portugal novamente para as bocas do mundo e pelos melhores motivos. Pela primeira vez, o prémio de melhor destino europeu foi atribuído a este país com pouco mais de dez milhões de habitantes, que vê várias das suas regiões e empresas premiadas. Nesta cerimónia, foi o país com mais prémios recebidos, “30% do total”. Ao todo, recebeu 37 “óscares”, mais 13 do que em 2016.

"Portugal foi um dos grandes vencedores da cerimónia dos World Travel Awards 2017.”

World Travel Awards

É assim que arranca o comunicado enviado pela organização do evento, depois de Portugal ter sido premiado como o “Melhor Destino Europeu“. A concorrer contra países como a Áustria, Reino Unido, França, Alemanha, Grécia, Irlanda, Itália, Noruega, Espanha, Suécia, Suíça e Turquia, conseguiu marcar a diferença e destacar-se. Para a Secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, o prémio é fruto do “empenho de todos em tornar Portugal um destino turístico de excelência, com uma diversidade de oferta única e que se estende por todo o território”.

Mas, como não poderia escapar, o Algarve foi eleita a região com as melhores praias da Europa e o arquipélago da Madeira conquistou também pelas suas características únicas e foi eleito “Melhor Ilha da Europa”.

O Turismo de Portugal foi eleito pela quarta vez consecutiva o melhor organismo europeu oficial de turismo. “Se o Turismo de Portugal goza, hoje, de uma notoriedade e reputação inigualáveis, é devido a todos quantos, diariamente, se esforçam para ultrapassar desafios e superar recordes, tendo em mente um objetivo comum: liderar o turismo do futuro“, diz Luís Araújo, presidente do Turismo de Portugal.

Mas as empresas portuguesas não param por aqui, o porto de Lisboa foi eleito o “Melhor Porto de Cruzeiros da Europa“, pela qualidade de serviços e pelas infraestruturas disponíveis para os turistas que visitam e fazem escala na cidade. Por sua vez, a TAP foi a empresa nacional que recebeu mais distinções: “Melhor Companhia Aérea da Europa para África”, “Melhor Companhia Aérea da Europa para a América do Sul” e ainda “Melhor Revista de Voos da Europa”, prémio recebido pela sua revista “UP”. A empresa de navios Douro Azul foi distinguida como “Melhor Companhia de Cruzeiros da Europa”.

Por fim, e como não poderia deixar de ser, os World Travel Awards distinguiram ainda as melhores unidades hoteleiras da Europa, na categoria Hotel & Resorts, e foram destacados 11 hotéis portugueses.

O Presidente da República já felicitou os “portugueses” pela eleição de Portugal como “Melhor Destino do Mundo” e sublinhou também a “inovação” feita pelo atual e anterior Executivo.

“Este importante reconhecimento deve-se ao esforço, à formação e dedicação de todos os que trabalham no setor e também ao reconhecimento dos turistas nacionais e estrangeiros da aposta na qualidade, diferenciação e inovação que tem sido feita pelo atual e pelo anterior Executivo, além dos investidores que acreditam em Portugal”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa na página da Presidência.

O Presidente da República frisa ainda, na sua mensagem, que “é essencial saber manter os traços de autenticidade que caracterizam a arte de bem receber do Povo Português”.

Notícia atualizada a 11 de dezembro, com mensagem do Presidente da República

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Aguas de Barcelona e Lleida.net também deixam Catalunha

  • Lusa
  • 8 Outubro 2017

Aumenta o número de empresas que estão a retirar a sede da Catalunha, numa altura em que os catalães admitem declarar unilateralmente a independência.

As administrações da Sociedade General de Aguas de Barcelona (SGAB) e da Lleida.net aprovaram, este sábado, a mudança das sedes sociais das empresas para Madrid, na sequência da crise política que assola a Catalunha.

O Conselho de Administração do grupo Suez, à qual pertence a SGAB, aprovou em Paris, numa reunião em que vários membros participaram por videoconferência a partir de Barcelona, a mudança da sede para Madrid devido “à situação política na Catalunha”, disse à Efe um porta-voz da empresa. A decisão foi tomada com o objetivo de “preservar a segurança jurídica dos investidores” e não terá qualquer impacto no serviço prestado em todo o território catalão, referem.

Também a administração da Lleida.net, especializada na certificação e notificação eletrónica, aprovou, por unanimidade, a mudança da sua sede para a capital espanhola. Em reunião extraordinária, os administradores decidiram reduzir os “riscos” que possam afetar o normal funcionamento da empresa, entre eles a “possível perda do estatuto de operador europeu”, por exemplo, entre outros, refere a Lleida.net, em comunicado.

A Lleida.net, que se estreou no mercado de bolsa alternativo em 2015, referiu que a transferência de sede social não implica qualquer movimento de empregados e que a empresa continuará a sua atividade em normalidade absoluta.

Estas duas empresas juntam-se a um grupo de sociedades que nos últimos dias têm anunciado a mudança da sede social para fora da Catalunha, perante a possibilidade de o parlamento declarar, de forma unilateral, a independência da região nos próximos dias.

CaixaBank (que controla o BPI), Gas Natural, Sabadell, Naturhouse, Oryzon, Eurona, Banco Mediolanum, Arquia Banca ou Dogi são algumas das empresas que já tomaram a decisão de mudança da sua sede para outras cidades espanholas, aguardando-se uma posição semelhante por parte de outras sociedades catalãs como Freixenet, Renta Corporación ou Catalana Occidente.

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Bagão: “Muita incompetência apanha boleia” nas progressões da função pública

  • Lusa
  • 8 Outubro 2017

O antigo ministro da Segurança Social e do Trabalho acredita ainda que "o Estado está novamente a inchar", apesar de estar “descapitalizado” em termos de qualificações.

No meio de muita competência que é premiada, há muita incompetência que apanha boleia”. A convicção, a propósito do descongelamento das progressões na função pública, é de António Bagão Félix, que, em entrevista à Lusa, defende que o que deve ser feito na Administração Pública é um investimento na formação e qualificação. O antigo ministro da Segurança Social e do Trabalho acredita ainda que “o Estado está novamente a inchar”, apesar de estar “descapitalizado” em termos de qualificações.

A “verdadeira revolução” que deve ser feita na Administração Pública, considera Bagão Félix, é “investir, dar condições de carreira a pessoas que tenham formação, aumentar a qualificação, aumentar descongelamento de carreiras não tanto para favorecer antiguidades, mas para favorecer capacidades”.

O economista afirmou que “no meio de muita competência que é premiada, há muita incompetência que apanha a boleia” e admitiu que tal possa acontecer no descongelamento das progressões na carreira dos funcionários públicos e na integração de trabalhadores precários do Estado.

"O Estado precisa, de facto, de reforçar o seu quadro de pessoal, mas sobretudo a nível técnico e a nível dirigente, mas com pessoas não de carreira oportunística ou arrivista.”

Bagão Félix

Antigo ministro da Segurança Social e do Trabalho

Apesar de reconhecer que o processo de integração de trabalhadores precários “tem o seu lado certo de justiça”, Bagão Félix afirma que o mesmo tem de ser visto com “muito cuidado”, pois não é o principal problema. “O Estado precisa, de facto, de reforçar o seu quadro de pessoal, mas sobretudo a nível técnico e a nível dirigente, mas com pessoas não de carreira oportunística ou arrivista”, disse.

Bagão Félix, que também foi ministro das Finanças de um governo PSD/CDS-PP entre 2004 e 2005, afirmou que as saídas de funcionários do Estado serviram para construir “satélites”: “Há autoridades para tudo e mais alguma coisa. Essas autoridades são uma maneira de fugir ao estatuto a que os funcionários públicos da Administração Central e autárquica estão sujeitos. Isso é batota, na minha opinião”, declarou.

Sobre o regresso às 35 horas de trabalho, o economista considera que o Governo “cometeu um erro” ao reduzir o horário dos funcionários com contrato de trabalho em funções públicas e apontou três razões. “Primeiro, porque a medida mais difícil já tinha sido tomada e por outros [a redução das 40 para as 35 horas de trabalho]. Segundo, porque algumas destas pessoas, não todas, que vão entrar ou que entraram na administração do Estado resultam de cada uma pessoa trabalhar menos; para ter a mesma produtividade do trabalho, terá que haver um aumento do volume da Administração Pública, ou seja, mais despesa pública. Em terceiro lugar, porque gerou essa desigualdade entre funcionários do Estado e privados ou fora do Estado”, sustentou.

O antigo governante defendeu também que, a prazo, o Governo deve aumentar as verbas destinadas à saúde e reduzir as da educação, porque em Portugal é cada vez menor o número de nascimentos e maior a esperança média de vida. “Há um setor em que, em meu entender, devia haver poupança e que tem a ver com a demografia, nascermos menos e vivermos mais tempo. O curioso é que o Estado e os seus representantes só nos falam da demografia por causa das pensões”, afirmou, questionando: então e o outro lado?

“Nasce-se muito menos. Agora estão a nascer 80 mil bebés por ano, quando eu era criança nasciam 220 mil bebés por ano, há 30 anos nasciam 160 mil bebés por ano e depois eles vão ser futuros estudantes nas escolas. Então e as escolas cada vez têm mais professores e pessoal?”, questionou.

Para o antigo ministro, o setor da saúde vai ter mais despesas, enquanto a educação, “por razões infelizes, que é nascerem menos pessoas em Portugal, vai ter menos despesas”, acrescentando que “no ensino básico e secundário há cada vez menos alunos e isso tem que ter alguma consequência”.

“Nós não podemos dizer ‘mais pensionistas porque se vive mais tempo, não há dinheiro; menos estudantes porque se nasce menos, precisamos de mais dinheiro’. Há aqui um contrassenso”, declarou, considerando que “o problema da educação é um problema de defesa de interesses corporativos”.

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Salários até 925 euros poderão ficar isentos de IRS

  • ECO
  • 8 Outubro 2017

Quem receber um salário bruto até 925 euros mensais poderá vir a ficar isento de IRS. O acordo foi alcançado com o PCP.

O Governo já terá chegado a acordo com o PCP para aumentar o valor mínimo de existência — o valor a partir do qual os rendimentos singulares são tributados. Segundo o Jornal de Notícias (acesso pago), este valor vai passar para os 925 euros mensais brutos, ou seja, quem receber um salário bruto até este montante e conseguir o valor máximo de deduções passa a estar isento de IRS.

Apesar de o Governo já ter cedido neste aumento, acrescenta o mesmo jornal, os comunistas querem que, até ao final da discussão para o Orçamento do Estado para 2018, que será entregue na Assembleia da República na sexta-feira, seja possível aumentar ainda mais este mínimo de existência, para 960 euros mensais.

Esta era uma das principais reivindicações do PCP e do Bloco de Esquerda para o Orçamento do Estado. Nas últimas discussões, já tinha sido decidido que o mínimo de existência seria aumentado, mas ainda não estava definido para que valor.

Atualmente, o valor até ao qual os rendimentos estão isentos de IRS está fixado nos 8500 euros por ano. Este valor deverá aumentar para 8.850 euros anuais. No caso dos contribuintes que atinjam o valor máximo de deduções específicas, que podem chegar aos 4.100 euros, o valor sobe para 12.950 anuais (o equivalente a 925 euros por mês), escreve o Jornal de Notícias.

A confirmar-se, este alívio fiscal só irá sentir-se em 2019. No próximo ano, ainda serão feitas as contribuições de acordo com os escalões contributivos definidos. Só depois da declaração de rendimentos em 2018 é que será feito o acerto de contas entre Estado e contribuinte.

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Da neuroeconomia ao estudo das recessões: Quem vai ganhar o Nobel da Economia?

Não há uma short list com os candidatos ao Nobel da Economia que será anunciado nesta segunda-feira. Mas há alguns economistas que pelo seu trabalho podem ter mais hipóteses de merecer a distinção.

Depois da física, Química, Medicina, Literatura e Paz, apenas falta a Economia. A Academia Real Sueca de Ciência anuncia nesta segunda-feira o vencedor do Prémio do Banco da Suécia para as Ciências Económicas em Memória de Alfred Nobel, vulgarmente conhecido como o Nobel da Economia. Instituído em 1968, 67 anos após a primeira atribuição dos Prémios Nobel, este galardão já foi entregue a 78 individualidades pelo seu trabalho na área da ciência económica. Apenas uma era mulher — Elinor Ostrom, que recebeu o prémio Nobel da Economia em 2009, juntamente com Oliver Williamson, pelos seus trabalhos sobre “governação económica”.

Oliver Hart e Bengt Holmströem foram os últimos a receber o prémio. Os investigadores de Harvard e do MIT, respetivamente, foram laureados em 2016 pela Real Academia Sueca das Ciências, devido às suas contribuições para a Teoria dos Contratos. Ou seja, o estudo sobre como os contratos de trabalho e outros são construídos para servirem de base para as relações económicas. No ano anterior, o prémio foi entregue a Angus Deaton da Universidade de Princeton pelo seu trabalho de investigação na área da pobreza e a desigualdade. A questão que se impõem é: Quem será o vencedor este ano?

Encontrar uma resposta para esta questão não é fácil, já que os nomes dos candidatos nomeados são mantidos secretos ao longo dos 50 anos em que este prémio é atribuído. Mas há dezenas de nomes de economistas que pelo trabalho desenvolvido podem merecer a distinção.

A Clarivate Analytics, consultora da Thomson Reuters, tem feito ao longo dos últimos 15 anos uma lista dos candidatos que considera que possam vir a ter mais hipóteses de serem os escolhidos para o Nobel nas diferentes disciplinas que são premiadas. A consultora faz essa previsão com base num modelo que considera, entre outras variáveis, a popularidade dentro da comunidade científica dos papers publicados.

Não sendo certo que a escolha do Prémio Nobel da Economia saia da sua short-list, a consultora tem conseguido alguns bons resultados nas suas previsões ao longo dos últimos anos. Desde que começou a fazer essa análise, em 2002, identificou 45 cientistas proeminentes que independentemente da área em causa, acabaram por vencer o Prémio Nobel.

 

Foi o que aconteceu com Oliver Hart e Bengt Holmströem que no ano passado foram galardoados com o Nobel da Economia. Ambos estavam na lista de possíveis vencedores da Clarivate Analytics. Para este ano, entre os que considera serem sérios candidatos ao Nobel da Economia, a consultora adicionou à lista os nomes de cinco cientistas económicos, pelo trabalho desenvolvido em três áreas distintas da ciência económica.

Colin Camerer, do Instituto da Califórnia da Tecnologia, e George Loewenstein, da Universidade Caregie Mellon, são candidatos prometedores pelo trabalho de pesquisa “pioneiro” sobre a economia comportamental e a neuroeconomia. Entre os papers que desenvolveram em conjunto sobre essa área está o “Neuroeconomia: Como a neurociência pode informar a economia”, publicado em março de 2005 no Journal of Economic Literature. Esta área da ciência económica tem vindo a merecer cada vez mais interesse. Desde desde 1990 largas centenas de estudos que procuram perceber a ligação das emoções na tomada de decisões de consumo.

Robert Hall, professor da Universidade de Stanford, é outro dos candidatos ao prémio incluído na lista da Clarivate, devido ao trabalho desenvolvido no âmbito da análise da produtividade do trabalho e pelo seu estudo das recessões e do desemprego. Como economista especializado em trabalho, produziu alguns dos modelos de dinâmica do mercado de trabalho mais influentes e construiu também as fundações para a reforma de impostos dos EUA de 1986, entre outras contribuições.

Michael Jensen, de Harvard, Stewart Myers, do MIT, e Raghuram Rajan, da Universidade de Chicago, também estão entre os economistas cujo trabalho tem hipótese de merecer uma distinção por parte da Academia Real Sueca de Ciência. A Clarivate destaca “as suas contribuições para trazer luz às dimensões de tomada de decisão nas finanças empresariais“.

John Taylor, professor economia na Universidade de Stanford

Mas há muitos outros potenciais candidatos ao Nobel da Economia, incluindo algumas figuras proeminentes como John Taylor. O académico da Universidade de Stanford, especializado em política monetária, é tido como o preferido de Donald Trump para substituir Janet Yellen no comando da Reserva Federal dos EUA. Desde a década de 70 do século passado, Taylor tem vindo a publicar trabalhos no campo da economia monetária e financeira, tendo contribuído para a evolução do modelo IS-LM sobre expectativas racionais, com uma hipótese sobre a trajetória da taxa de juro diretora da economia: a Regra de Taylor.

Entre os nomes mais proeminentes estão também Paul Romer, da Universidade de Nova Iorque e economista-chefe do Banco Mundial. Especialista em crescimento económico, o economista é pioneiro da Teoria do Crescimento Endógeno.

William Nodhaus, da Universidade de Yale, que estuda as alterações climáticas é outro dos potenciais nomeados. O economista foi o primeiro a apontar como limite o aumento de dois graus centígrados em relação ao período pré-industrial. Num artigo publicado em 1975 afirmou que “se as temperaturas globais subissem mais do que dois ou três graus centígrados acima da temperatura média anual, isso levaria o clima para fora dos limites de observação que têm sido registados nos últimas centenas de milhares de anos”. Mais tarde, em 1990, o Instituto de Estocolmo sugeriu que os dois graus centígrados acima dos níveis pré-industriais deveria ser o máximo aceite pelos decisores políticos.

Entre os nomes mais conceituados está também Oliver Blanchard. No final de 2012, em plena crise das dívidas soberanas, o então economista-chefe do Fundo Monetário Internacional sugeriu que os efeitos dos planos de austeridade que estavam a ser implementados sobretudo por alguns países da Zona Euro, incluindo Portugal, poderiam ter sido subestimados pelas instituições que fazem previsões económicas.

Olivier Blanchard, Professor Emérito do MIT.

Na prática, Blanchard chegou à conclusão de que o impacto da consolidação orçamental estava a ser bem mais grave do que era esperado, com consequências para o crescimento económico e para o emprego, desafiando algumas das políticas que o próprio FMI havia recomendado. Motivou uma séria discussão em torno dos famosos multiplicadores. Comissão Europeia e Banco Central Europeu (BCE) foram alguns dos críticos ao trabalho do economista francês. O economista tem vários estudos sobre o tema, incluindo o popular artigo “Growth Forecast Errors and Fiscal Multipliers

E o Nobel da Economia é…

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Da resolução à venda, 1.160 dias para acabar com o banco de transição

Da tensão na noite da resolução, do anticlímax após o fracasso da primeira tentativa de venda ao "cheque" do Lone Star. Mais de 1.100 dias depois, o Novo Banco está quase vendido.

O Banco Espírito Santo (BES) caiu. Foi a 3 de agosto que Carlos Costa anunciou a resolução do banco de Ricardo Salgado, nascendo um banco “mau” e outro “bom”, o banco de transição. De domingo para segunda, o BES desapareceu, nasceu o Novo Banco, uma instituição financeira de marca branca que abriu portas aos clientes, mas que desde logo começou à procura de um comprador. O Lone Star é, agora, o dono, após um processo de 1.160 dias. Uma venda que mais pareceu uma “tragédia grega”.

Da tensão na noite da resolução, expressa na cara do governador do Banco de Portugal, do anticlímax após o fracasso da primeira tentativa de venda — mesmo depois de tantas manifestações de interesse –, passando pela segunda tentativa à perda abrupta de valor do Novo Banco que acabou por ser vendido por um valor “simbólico”, associado a uma garantia de milhares de milhões de euros que despertou a ira dos restantes bancos, até à apoteose final com o “cheque” a ser passado muito em breve pelos norte-americanos mais habituados ao sol de Vilamoura que ao centro financeiro da Avenida da Liberdade.

Adeus BES, olá banco de transição. Nasceu o Novo Banco

“O conselho de administração do Banco de Portugal deliberou hoje aplicar ao Banco Espírito Santo (BES) uma medida de resolução. A generalidade da atividade e do património do BES é transferida para um banco novo, denominado de Novo Banco, devidamente capitalizado e expurgado de ativos problemáticos.” Estamos em agosto de 2014 quando, num domingo ao final da noite, é anunciada a intervenção pública no BES. Foi o governador do Banco de Portugal (BdP), Carlos Costa, que fez este anúncio, que marcou o início de um processo que só terminou agora, mais de três anos depois.

O governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, antes de anunciar a resolução do BES. TIAGO PETINGA/LUSATiago Petinga / Lusa

No BES, o chamado banco “mau”, ficaram os ativos problemáticos, que implicaram perdas brutais para os pequenos investidores, acionistas e detentores de dívida subordinada. No Novo Banco, o banco que nasce desta resolução, ficaram os outros ativos. A instituição financeira, que recebeu uma injeção de 4.900 milhões de euros, ficou nas mãos do Fundo de Resolução e na esfera do Banco de Portugal e do Ministério das Finanças.

O conselho de administração do Banco de Portugal deliberou hoje aplicar ao Banco Espírito Santo (BES) uma medida de resolução. A generalidade da atividade e do património do BES é transferida para um banco novo, denominado de Novo Banco, devidamente capitalizado e expurgado de ativos problemáticos.

Carlos Costa

Governador do Banco de Portugal

Mas os sinais de que este império estava prestes a desabar surgiram alguns meses antes. A 11 de junho, o BES faz um aumento de capital de 1.045 milhões de euros. Mas o prospeto da operação mostra algumas irregularidades nas contas da holding ES Investimento (ESI). Depois, em julho, a Espírito Santo Financial Group anuncia pela manhã a suspensão da negociação das ações, devido a “dificuldades materiais em curso”, especialmente do seu maior acionista, a ESI. É o início da derrocada. Quatro dias antes de Carlos Costa anunciar a resolução, o BES apresentava o maior prejuízo de sempre: 3.577,3 milhões de euros.

O descalabro nas contas do banco dita a saída de Ricardo Salgado da liderança após décadas na equipa da instituição financeira. E entra Vítor Bento como o novo presidente executivo do BES. Mas não dura muito tempo à frente da administração. O economista sai do Novo Banco em setembro para dar lugar a Eduardo Stock da Cunha, que acaba por sair em julho de 2016. É aqui que entra António Ramalho, vindo da Infraestruturas de Portugal, atual IP, assumindo a liderança até ao final do processo de venda ao Lone Star.

Primeira tentativa de vender o Novo Banco

Foi no final de 2014 que foi lançada a primeira tentativa de venda do Novo Banco. Segundo o Banco de Portugal, eram, ao todo, 17 interessados na compra do banco de transição. Mas não divulgou nomes. Só no final do processo é que se ficou a saber que restaram três. Eram estes os chineses Anbang e Fosun (que, entretanto, se tornou um dos maiores acionistas do BCP) e os norte-americanos da Apollo.

Seguiu-se um processo de análise das propostas, mas, segundo Carlos Costa, nenhuma das que foi apresentada era interessante, sem se perceber exatamente quais eram os critérios e porque não se “encaixavam” na estratégia do Banco de Portugal para o Novo Banco. A operação foi cancelada em setembro de 2015. “O conselho de administração do Banco de Portugal optou por interromper o processo de venda da participação do Fundo de Resolução no Novo Banco, iniciado em 2014, e concluir o procedimento em curso sem aceitar qualquer das três propostas vinculativas”, de acordo com o comunicado da entidade liderada por Carlos Costa.

O regulador e supervisor bancário disse então ao presidente executivo do Novo Banco, Stock da Cunha, para reestruturar a instituição com vista a uma venda futura. E deu indicações para que o até então secretário de Estado Sérgio Monteiro integrasse o Fundo de Resolução para liderar a venda do Novo Banco — foi o responsável por “montar” toda a operação, tendo passado na fase final do processo a consultor externo.

Sérgio Monteiro, ex-secretário de Estado, foi o responsável por “montar” a operação de venda do Novo Banco.Paula Nunes / ECO

BdP decide transferir dívida para o BES

Mas a falha da venda não foi o único percalço desta “tragédia grega”. Em dezembro de 2015, o Banco de Portugal toma uma decisão polémica e que até hoje incomoda muitos investidores — essencialmente os grandes fundos internacionais. Aquando da resolução, todos os ativos tóxicos foram, supostamente, transferidos para o banco “mau”, deixando os restantes no Novo Banco. Mas, nesse mês, o regulador decidiu transferir cinco séries de obrigações no valor de 2,2 mil milhões de euros do Novo Banco para o BES, uma forma de reforçar os rácios do banco de transição.

Ao passar os títulos da dívida para o “banco mau” que ficou com os ativos problemáticos do grupo de Salgado, que foi liquidado, o BdP impôs perdas aos detentores de dívida sénior porque era um banco em resolução, sem meios para pagar toda a dívida. Uma decisão que irritou fundos e bancos de investimento a nível mundial, levando-os a colocar ações contra o BdP. Foi o caso da Elliott e Goldman Sachs, mas também da Pimco.

Segundo apurou o ECO junto da Pimco, este processo que corre nos tribunais portugueses não conheceu qualquer desenvolvimento nos últimos meses. Os responsáveis do fundo alimentam a esperança de ver este dossiê resolvido em seu favor em tribunal e até estão pacientes com os timings do processo. “Temos um caso forte”, sublinhou uma fonte do fundo. Mas até lá vão manter o país sob embargo.

Novo Banco à venda – Parte II

“O conselho de administração do Banco de Portugal, conforme acordado entre as autoridades nacionais e a Comissão Europeia, decidiu retomar o processo de venda da participação do Fundo de Resolução no Novo Banco.” Foi assim que, no início de 2016, o banco central português anunciou que tinha retomado a venda do Novo Banco. E, pouco tempo depois, Stock da Cunha e Sérgio Monteiro fizeram-se à estrada à procura de investidores interessados no Novo Banco. Tinha um prazo imposto pela Direção-Geral da Concorrência Europeia para concretizar esta operação de venda: agosto de 2017.

Desta vez também houve vários interessados. BCP, BPI, os fundos norte-americanos Apollo Management, em parceria com a Center Bridge, e a Lone Star entregaram propostas para a compra do banco liderado por António Ramalho, através da venda direta. Já os chineses estavam interessados na venda em mercado.

Mas foi já no início deste ano que esta “tragédia grega” atingiu o clímax: o BdP anunciou que ia negociar com o fundo norte-americano Lone Star. É aqui que começa um período longo de negociações que criou muitas polémicas. Porquê? O fundo Lone Star, tal como o consórcio Apollo/Centerbrige, exigia um aval público para se salvaguardar perante eventuais surpresas com o side bank. E o Estado? Centeno disse que não dava. Mas o fundo norte-americano, o eleito pelo Banco de Portugal, disse estar disposto a negociar.

As negociações acabaram por chegar a bom porto e tiveram de se fazer cedências, sobretudo da parte do Executivo. Em julho, a Comissão Europeia deu luz verde à venda do Novo Banco ao fundo. Uma operação que vai custar inicialmente 750 milhões de euros ao Lone Star, que se compromete a injetar mais 250 milhões no prazo de três anos. O Fundo de Resolução vai manter uma participação de 25% no banco e, além disso, vai prestar uma garantia — aquela que o Governo não queria dar — no valor de 3,9 mil milhões de euros para acautelar o risco do chamado side bank.

Do processo do BCP contra a garantia à troca de dívida

O presidente do BCP, Nuno Amado, disse que a decisão de avançar com um processo contra a garantia na venda do Novo Banco foi “equilibrada”.Guo Guangchang

Esta garantia dada pelo Fundo de Resolução na venda do Novo Banco foi contestada pelo BCP. O banco liderado por Nuno Amado avançou para tribunal — uma decisão considerada “equilibrada” pela instituição financeira — por ter de “defender os interesses dos acionistas”. A ação administrativa do BCP tem como objetivo contestar o “mecanismo de capital contingente” que o Estado dá ao Lone Star no âmbito do acordo de venda do Novo Banco e que será acionada em função de perdas a registar no chamado side bank daquela instituição. Mas não travar a venda do banco.

Esta diligência, segundo a instituição liderada por Nuno Amado, “não visa nem comporta a produção de quaisquer efeitos suspensivos da venda do Novo Banco e, consequentemente, dela não resulta legalmente nenhum impedimento à sua concretização nos prazos previstos, centrando-se exclusivamente naquela obrigação de capitalização”.

Este processo decorre ao mesmo tempo que os obrigacionistas seniores do Novo Banco foram chamados a decidem se aceitavam, ou não, a oferta de troca de dívida do Novo Banco. Uma operação que vai permitir que o banco que resultou da resolução do BES crie uma “almofada” de 500 milhões, uma condição essencial para que seja vendido ao Lone Star. Esta proposta levantou muitas dúvidas, sobretudo da parte daqueles grandes investidores que registaram perdas com a decisão do BdP de transferir obrigações em dezembro de 2015.

A Pimco, um dos investidores que se opunha às condições oferecidas, acabou por ceder depois de ter sido encontrada uma solução técnica válida para ambas as partes. Mas diz que vai manter o boicote a Portugal enquanto não vir o problema resolvido com o BdP. Ao ter aceitado as condições, a Pimco desbloqueou este processo e permitiu que o Novo Banco chegasse à poupança desejada.

A venda. Quem é o Lone Star?

Depois de uma resolução, uma primeira venda falhada e negociações difíceis, chegou-se à apoteose desta tragédia: com a poupança dos 500 milhões conseguida o Novo Banco vai ser vendido ao Lone Star. Mas ainda não se conhece o plano de negócios do fundo para o Novo Banco. Questionada pelo ECO se o plano será conhecido em breve, a Direção-Geral da Concorrência esclareceu que estão em “contacto construtivo com o Governo português sobre o plano final de reestruturação do Novo Banco, que precisa de garantir que o banco seja viável a longo prazo”.

E que estes contactos “seguem o acordo de princípio que a Comissária Vestager concluiu com o Governo português para permitir a venda do Novo Banco à Lone Star em conformidade com as regras da UE em matéria de auxílios estatais”.

Sem este plano que nos permite perceber o que fará o Lone Star com o Novo Banco, resta-nos olhar para o que o Lone Star tem feito noutros países e com outras instituições financeiras. Quem é, afinal, este fundo? O Lone Star já existe há mais de duas décadas. O fundo sediado em Dallas, no Texas, EUA, foi fundado por John Grayken em 1995, com atenções viradas para o setor imobiliário, mas também o setor financeiro. O fundo tem uma visão global, investindo desde os EUA e Canadá, onde detém a maior parte dos seus ativos, mas também na Europa e na Ásia.

O Lone Star começou a apostar em Portugal em 2015. Comprou os quatro centros comerciais Dolce Vita detidos pelo grupo espanhol Chamartín Imobiliária. Mas ainda antes desta aquisição, o Lone Star foi ao Algarve comprar o empreendimento Vilamoura por 200 milhões de euros — querendo agora vender este investimento. Para além destes setores, tem também participações no setor financeiro. O fundo comprou em 2008 uma posição de 90,8% no IKB Bank, um banco alemão que tinha sido resgatado pelo Estado. Agora quer vendê-lo.

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