PIB desacelera para 2,5%. Consumo ajudou mais
A estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatística para o PIB do terceiro trimestre deste ano aponta para um aumento de 2,5%. Consumo acelerou e investimento abrandou.
A economia portuguesa cresceu 2,5% no terceiro trimestre deste ano, revela a estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatística (INE) publicada esta terça-feira. O número foi ao encontro das expectativas dos economistas consultados pela Bloomberg, que apontavam precisamente para um crescimento de 2,5%.
Segundo o INE, a procura interna deu um contributo maior para o crescimento do terceiro trimestre. O consumo privado acelerou, enquanto o investimento abrandou. Já a procura externa líquida deu um contributo negativo, ao contrário do verificado no trimestre anterior. O organismo de estatísticas adianta que este contributo ficou negativo porque as exportações de bens e serviços desaceleraram, enquanto as importações cresceram mais depressa.
Comparado com o trimestre anterior, este crescimento confirma a esperada diminuição em termos homólogos: entre abril e junho a economia cresceu 3%. A diminuição do crescimento homólogo representa ainda uma interrupção do período em que Portugal esteve a crescer a um ritmo superior ao da União Europeia e da zona euro. Conforme divulgou também esta terça-feira o Eurostat, os parceiros comunitários cresceram igualmente 2,5%. O próximo gráfico mostra o andamento da economia desde a crise de 2011.
Crescimento homólogo abranda no terceiro trimestre
Fonte: INE
Contudo, olhando para os crescimentos em cadeia, que estão corrigidos de sazonalidade e que por isso podem ser comparados, o terceiro trimestre representou uma aceleração face ao anterior. A estimativa rápida aponta para um crescimento de 0,5%, o que significa mais 0,2 pontos percentuais do que o registado no período de abril a junho.
Também os contributos tiveram um comportamento diferente quando a comparação é feita em termos trimestrais. Face ao segundo trimestre, o contributo da procura externa líquida passou de negativo a positivo, com um aumento das exportações de bens e serviços acima do verificado nas importações. Já o contributo da procura interna diminuiu ligeiramente devido à redução do investimento e o aumento do consumo privado. O próximo gráfico mostra a evolução trimestral do PIB.
Como evolui o crescimento trimestral?
Fonte: INE
Estes dados colocam ao alcance a meta mais recente definida pelo Governo para o crescimento do ano completo (2,6%, inscritos na proposta de Orçamento do Estado para 2018).
Centeno assinala crescimento em cadeia pelo 14º trimestre consecutivo
O Ministério das Finanças reagiu esta terça-feira aos números do PIB, argumentando que este crescimento “elevado” confirma as projeções do PIB para 2017 (2,6%). “Estes dados refletem o dinamismo da economia“, assinala o comunicado enviado às redações, referindo que este é o 14º trimestre consecutivo em que a economia portuguesa cresce em cadeia.
“Este crescimento económico corresponde às expectativas traçadas pelo Governo no Orçamento do Estado para 2018, corroborando a solidez dos cenários macroeconómicos subjacentes às projeções orçamentais”, considera o gabinete de Mário Centeno. O Ministério das Finanças nota ainda que a evolução da economia tem sido acompanhada por uma melhoria no mercado de trabalho.
(Notícia atualizada às 13h27)
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