Mais de 1.300 trabalhadores saíram dos principais bancos até setembro
A maior vaga de saídas aconteceu no Novo Banco, sendo os dados referentes a agosto, seguido do BPI e, em terceiro lugar a Caixa Geral de Depósitos.
Mais de 1.300 trabalhadores saíram entre janeiro e setembro dos cinco principais bancos que operam em Portugal e pelo menos mais 500 ainda sairão até ao início de 2018, segundo contas feitas pela Lusa.
A maior vaga de saídas aconteceu no Novo Banco. Apesar de este ainda não ter apresentado resultados dos primeiros nove meses do ano, a Comissão de Trabalhadores já tinha indicado à Lusa que até agosto saíram 400 trabalhadores do banco, que agora pertence ao fundo norte-americano Lone Star.
Já do BPI saíram este ano 347 trabalhadores até setembro, a maior parte no âmbito do processo de rescisões por mútuo acordo e reformas antecipadas, lançado pelo grupo espanhol Caixabank quando passou a controlar o banco.
A terceira maior redução de pessoal aconteceu na Caixa Geral de Depósitos, com menos 298 trabalhadores entre janeiro e setembro no âmbito do programa de saídas acordadas.
Do Santander Totta saíram 269 pessoas nos primeiros nove meses do ano, grande parte também por acordos de rescisão e reformas. E, por fim, no BCP a redução foi de 52 trabalhadores até setembro.
Contudo, este processo de diminuição de pessoal ainda não terminou e centenas trabalhadores bancários ainda vão sair até ao início de 2018.
A CGD já disse que, tendo em conta os acordos já estabelecidos para reformas normais, pré-reformas ou rescisões voluntárias, vai cumprir a meta de redução do quadro de pessoal em 550 pessoas em 2017. Ou seja, sairão ainda este ano pelo menos mais 250 funcionários do banco público.
O BPI também já indicou que mais 250 ainda sairão até inícios de 2018. Isto porque dos mais de 500 funcionários que acordaram sair do banco há cerca de 250 que já assinaram a saída mas cuja efetividade da saída só acontecerá no final deste ano ou mesmo nos primeiros meses de 2018.
Também do Santander Totta ainda sairão mais “algumas dezenas” até dezembro, disse recentemente o presidente do banco, Vieira Monteiro.
No BCP também deverão rescindir mais trabalhadores, mas ao ritmo existente até setembro. Depois das significativas saídas de centenas de trabalhadores nos últimos anos, o presidente do BCP, Nuno amado, já tinha dito, em março, que este ano haveria uma normalização das rescisões, antecipando então que poderão sair cerca de 100 funcionários no total de 2017.
Do Novo Banco, não são conhecidas previsões para final de 2017, mas é provável que a saída de trabalhadores continue nos últimos meses do ano.
Quanto ao número de funcionários que têm os principais bancos, em setembro, o grupo CGD tinha 7.835 trabalhadores em Portugal, segundo contas da Lusa, descontando os 298 trabalhadores que saíram até setembro, face aos 8.133 que tinha em final de dezembro de 2016. Já o BCP tinha, no final de setembro, 7.281 trabalhadores na operação doméstica, o Santander Totta 5.841 funcionários e o BPI tinha 5.178 empregados. Já o quadro de pessoal do Novo Banco era composto por 5.678 pessoas em agosto, últimos dados conhecidos. Quanto à Caixa Económica Montepio Geral (CEMG), depois de em 2016 terem saído mais de 400 trabalhadores, nos primeiros nove meses deste ano o banco mutualista até aumentou o quadro de pessoal em 22 pessoas, para 3.610. Já no total do grupo CEMG, eram 3.817 os funcionários, mais nove do que em dezembro passado.
Nos últimos anos, os bancos têm vindo a reduzir consideravelmente as suas estruturas, desde logo com cortes de trabalhadores, com o objetivo de reduzir custos e melhorar resultados. Em 2016, cerca de 2.000 trabalhadores saíram dos cinco principais bancos a operar em Portugal (CGD, BCP, Santander Totta, Novo Banco e BPI), quase o dobro dos cortes de postos de trabalho feitos em 2015.
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