Há duas empresas interessadas na compra dos ativos da Altice
Altice deverá reunir com a Cellnex e a TDF para avaliar o interesse destas empresas em algumas das torres de telecomunicações do grupo. Ativos em Portugal e França valem até quatro mil milhões.
A Altice já está a fazer progressos no plano que tem para vender ativos na Europa, uma forma de aliviar eventuais dúvidas de que possa não ter liquidez para pagar os mais de 50 mil milhões de euros de dívida que acumula. A dona da Meo deverá reunir com os espanhóis da Cellnex Telecom e os franceses da TDF para explorar o interesse destas na compra de algumas das torres de telecomunicações do grupo.
A informação foi avançada esta terça-feira pela Bloomberg, que sublinha que a Altice já reuniu mesmo com alguns bancos para discutir o plano, citando fontes próximas do processo. Segundo a agência, as torres de telecomunicações da Altice em França e em Portugal encontram-se avaliadas entre três e quatro mil milhões de euros. Pelo menos a Cellnex já demonstrou publicamente estar interessada na incorporação de alguns destes ativos.
Fundada pelo multimilionário Patrick Drahi, a Altice detém a Meo em Portugal e fez uma proposta de 440 milhões de euros pela Media Capital, dona da TVI. No entanto, a estratégia de crescimento do grupo através da acumulação de dívida levantou preocupações aos investidores, sobretudo depois da apresentação de resultados fracos relativos ao terceiro trimestre. A braços com uma hemorragia das ações da Altice na bolsa de Amesterdão, que caíram mais de 50% desde o início do mês, a empresa viu-se obrigada a anunciar o fim das operações de aquisição e um novo foco no abatimento do passivo.
As torres de telecomunicações da Altice — que servem, sobretudo, as operadoras SFR em França e Meo em Portugal — representarão uma oportunidade para a Cellnex e TDF de expandirem as respetivas infraestruturas nestes mercados. As conversações que agora se deverão iniciar mostram que a urgência da empresa em converter ativos em capital e reconquistar a confiança dos acionistas. Perto do final da sessão desta terça-feira, os títulos do grupo desvalorizavam 3,53% para 8,22 euros. O valor compara com os 16 euros que cada ação valia no final do mês de outubro.
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