Portugal empurra 1.039 milhões de dívida para 2022 e 2027
IGCP recomprou 1.039 milhões de euros em dívida que vencia daqui a dois e três anos. Trocou-a por obrigações com maturidade em 2022 e 2027, aliviando as necessidades de reembolso entre 2019 e 2020.
Portugal conseguiu recomprar 1.039 milhões de euros em obrigações do Tesouro que venciam daqui a dois e três anos, tendo oferecido em troca nova dívida a cinco e dez anos. Com esta operação de troca de títulos, cuja realização tinha sido anunciada nesta terça-feira, o IGCP alivia as necessidades de reembolso para 2019 e 2020, empurrando dívida para 2022 e 2027.
Como contrapartida para ficar com estes títulos, a agência que gere a dívida pública vendeu aos investidores, na manhã desta quarta-feira, um total equivalente de 1.039 milhões de euros em obrigações com maturidade em 2022 e 2027.
Mais concretamente, o IGCP conseguiu recomprar 716 milhões de euros em dívida que deveria ser devolvida em 2019, 715 milhões dos quais foram empurrados para 2022. Em relação às obrigações com maturidade em 2020, a entidade liderada por Cristina Casalinho recomprou 323 milhões de euros, adiando para 2022 a devolução de 324 milhões.
Ao conseguir recomprar estes títulos por outros com vencimento em datas mais distantes, o IGCP alivia o esforço de reembolso de dívida que terá de efetuar ao mercado daqui a dois e três anos. Antes desta operação, eram cerca de 9,66 mil milhões de euros em obrigações de médio e longo prazo que teriam de ser devolvidos em 2019 (agora são menos 715 milhões de euros). Já os reembolsos de médio e longo prazo a realizar em 2020 ascendiam a cerca de 12,72 mil milhões de euros, montante que com a operação e troca realizada nesta quarta-feira baixa em 323 milhões de euros.
Esta troca de títulos acontece ainda num período marcado pelo alívio dos juros da dívida soberana nacional no mercado secundário e em que o Tesouro tem conseguido acelerar os pagamentos ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Ainda esta terça-feira, Ricardo Mourinho Félix, secretário de Estado Adjunto e das Finanças, anunciou que Portugal planeia fazer mais um reembolso antecipado ao Fundo Monetário Internacional (FMI), desta vez de 500 milhões de euros. “Estamos a avaliar, tendo em conta o fecho das contas do ano e a evolução da situação orçamental, o valor exato, mas pelo menos 500 milhões de euros estou convicto de que conseguiremos pagar ao FMI ainda este ano”, disse Ricardo Mourinho Félix, numa conferência de imprensa, em Bruxelas, no final da reunião do Ecofin.
(Notícia atualizada)
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