Isabel dos Santos critica “despedimentos em massa” após saída da Sonangol
Numa publicação com o título "Carta Aberta", que colocou nas redes sociais, Isabel dos Santos disse estar a partilhar "uma situação preocupante que tem ocorrido nos últimos dias" na petrolífera.
A empresária Isabel dos Santos voltou a referir-se à situação na petrolífera Sonangol, acusando a atual administração, que em novembro passou a ser liderada por Carlos Saturnino, de “despedimentos em massa”, nomeadamente de colaboradores que lhe eram próximos.
Numa recente publicação com o título “Carta Aberta”, que colocou nas redes sociais, como tem sido hábito desde que foi exonerada, há quase um mês, do cargo de presidente do conselho de administração da Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol), Isabel dos Santos disse estar a partilhar “uma situação preocupante que tem ocorrido nos últimos dias” na petrolífera.
“Estão a ocorrer despedimentos em massa! Os assessores, os diretores, e todos colaboradores que foram promovidos ou que entraram para a Sonangol durante a vigência do último conselho de administração estão a ser todos despedidos, ou enviados para casa”, afirmou a empresária e filha do ex-chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos.
A Lusa tentou obter um comentário sobre estas críticas junto da administração da Sonangol, mas sem sucesso até ao momento.
A empresária denuncia que estão a ser “conduzidos interrogatórios à porta fechada, com gravadores em cima da mesa, alegando um falso inquérito do Estado e um falso inquérito do Ministério do Interior, intimidando as pessoas para coercivamente responderem às questões”.
“Este procedimento é ilegal. Só as autoridades judiciais ou policiais podem fazer interrogatórios. É preciso respeitar o direito dos trabalhadores”, escreveu Isabel dos Santos, acrescentando, sobre os colaboradores que estarão a ser despedidos, que muitos “recentemente largaram outros empregos para integrarem a Sonangol, porque acreditaram no país e queriam ajudar Angola a crescer”.
Isabel dos Santos assumiu a liderança, e o processo de reestruturação, da Sonangol em junho de 2016, nomeada pelo então Presidente da República, José Eduardo dos Santos, até ser exonerada pelo novo chefe de Estado, João Lourenço, em novembro último.
O Presidente angolano nomeou para as mesmas funções Carlos Saturnino, que por sua vez, em dezembro de 2016, tinha sido exonerado do cargo de presidente da Sonangol Pesquisa & Produção por Isabel do Santos e que já em outubro tinha sido nomeado por João Lourenço para secretário de Estado dos Petróleos.
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