Trump considera China e Rússia ameaças ao poder americano
Primeiro documento sobre a estratégia de segurança nacional da Administração Trump aponta China e Rússia como principais ameaças ao poder americano. Coreia do Norte e Irão também são criticados.
São quatro os pilares do primeiro documento sobre a estratégia de segurança nacional da Administração Trump: proteger o povo americano, promover a prosperidade dos Estados Unidos, fortalecer os recursos militares e alargar a influência do país. As ameaças, essas, são mais que muitas, mas o empresário nova-iorquino que há pouco mais de um ano ocupa a Casa Branca destaca a China e a Rússia como principais preocupações. O diploma, que será divulgado esta segunda-feira, dará o mote às políticas diplomáticas e militares deste Governo.
No documento, Donald Trump acusa Pequim de manter uma “visão repressiva” e de ter adotado políticas economicamente agressivas com o objetivo de enfraquecer a potência norte-americana, avança o Financial Times. Um mês depois de a ter visitado, o Presidente considera, deste modo, a China uma “concorrente estratégica”.
“A China e a Rússia desafiam o poder americano, influência e interesses, tentando corromper a segurança e a prosperidade dos Estados Unidos”, avisa o diploma. De acordo com o líder americano, estes países são potências “revisionistas” que estão a tentar “moldar o mundo de forma antiética [e contrária] aos valores e interesses dos EUA”.
O documento refere igualmente que o país liderado por Xi Jinping está a ganhar terreno na Europa através de práticas injustas de comércio e ao investir em indústrias chave, tecnologias sensíveis e infraestruturas. Também em África, a China está a expandir a sua presença militar e económica e na América Latina, diz o diploma, está a financiar os Estados e a vender armas para sugar esses países para a sua órbita.
Já a Rússia é acusada de desestabilizar a Europa, através de uma série de atividades militares e não militares — como a intervenção nas políticas domésticas de alguns países. No documento publicado esta segunda-feira há, além disto, críticas à Coreia do Norte e ao Irão — considerados regimes “vilões” — isto é, Estados que são uma ameaça à paz mundial — e aos grupos terroristas e criminosos transnacionais.
Por tudo isto, Donald Trump apela ao fim da complacência que diz ter vindo a caracterizar as ações norte-americanas desde o final da guerra fria.
Alterações climáticas riscadas da lista
Este ano, na lista de ameaças globais, não há lugar para as alterações climáticas. Depois de as ter considerado “um mito”, Donald Trump deixa-as cair do documento sobre a estratégia de segurança nacional, o que contrasta com a posição assumida anteriormente por Barack Obama (o antigo Presidente norte-americano tinha colocado os problemas ambientais no topo da lista de perigos que a nação enfrenta).
Obama tinha tomado a construção de um consenso internacional sobre esta matéria uma prioridade da segurança nacional. Trump dá, desta feita, ênfase aos assuntos económicos e considera a reconquista da competitividade norte-americana uma das principais metas.
“As alterações climáticas não estão identificadas como ameaças à segurança nacional, mas a importância do ambiente e da gestão ambiental estão a ser discutidas“, revela um oficial sénior da administração ao The Guardian.
Recorde-se que, em junho deste ano, Donald Trump, anunciou a retirada dos Estados Unidos do Acordo de Paris, por não o considerar justo para com o país que lidera. Este é um tratado no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, que gere as medidas de redução de emissão dióxido de carbono a partir de 2020.
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