As reações à morte de Belmiro de Azevedo nas redes sociais

  • Rita Frade
  • 29 Novembro 2017

Belmiro de Azevedo morreu esta quarta-feira. O eurodeputado Carlos Zorrinho e o escritor e professor Rui Zink foram algumas das personalidades que já deixaram uma mensagem nas redes sociais.

Belmiro de Azevedo morreu esta quarta-feira, aos 79 anos. O desaparecimento do patrão da Sonae levou já a uma onda de reações, especialmente no mundo empresarial e político.

O ministro da Economia, Caldeira Cabral, diz que o fundador da Sonae “contagiou o país com o seu nível de exigência e determinação“, o presidente da Confederação Empresarial de Portugal, António Saraiva, diz que faleceu “um dos mais ilustres membros, pessoa a quem o país muito deve” e o seu advogado, António Lobo Xavier, diz que se sentia “por vezes intimidado com a exigência dele”.

Nas redes sociais, o eurodeputado Carlos Zorrinho afirmou que Belmiro de Azevedo “foi um grande empresário e um grande empreendedor”:

O escritor e professor no Departamento de Estudos Portugueses na Faculdade da Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, Rui Zink, trata Belmiro de Azevedo por “tio Belmiro”, considerando-o um “empresário respeitável” e um homem que “não empastelava”:

O deputado do PSD, Luís Vales, considera Belmiro de Azevedo “inconformado, dinâmico, visionário”:

O secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, diz que apesar de nem sempre concordar com a participação cívica de Belmiro de Azevedo, foi “um empresário único no pós-25 de Abril”:

O Futebol Clube do Porto também já deixou uma mensagem nas redes sociais:

Para o Diretor do Departamento de Economia da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, Álvaro Santos Pereira, “Belmiro de Azevedo foi não só um grande português e um grande empresário, mas também alguém cujo percurso foi a todos os títulos notável”:

O deputado do Partido Socialista, Tiago Barbosa Ribeiro, diz que Belmiro de Azevedo “não fez riqueza à sombra da ditadura”:

O presidente do Conselho de Administração da Sociedade Ponto Verde, António Nogueira Leite, refere-se a Belmiro de Azevedo como “um grande empresário que se fez a si próprio e um exemplo de iniciativa, modernidade, liberdade e inconformismo”:

O diretor da SIC Radical e dos canais temáticos da SIC, Pedro Boucherie Mendes, escreveu na sua conta de Twitter que “sempre que morre um homem livre, o mundo fica pior”:

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Estado obtém 1.300 milhões em obrigações de retalho. Investidores queriam 1.800 milhões

A procura por obrigações de retalho foi bastante superior aos 1.300 milhões de euros que o Estado pretendia obter através das Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV).

A sexta emissão de Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV) registou uma forte procura por parte dos investidores, superando o montante que estava disponível. O IGCP recebeu ordens de compra no valor de 1.800 milhões de euros, acima dos 1.300 milhões de euros que pretendia obter, revelou esta quarta-feira a Euronext Lisbon. Esta emissão ficou nas mãos de quase 75 mil investidores.

De acordo com os dados apurados pela gestora da bolsa nacional, esta sexta emissão de OTRV teve uma procura válida de 1.808 milhões de euros, para um total de oferta de 1.300 milhões, de onde resulta um rácio entre procura e oferta de 1,29x.

Tal como na última emissão, a procura voltou a superar a oferta, isto apesar das obrigações apresentarem a taxa mais baixa de sempre, de 1,1%. Em julho, o IGCP colocou um total de 1.200 milhões de euros, numa operação em que a procura foi de 1,26 vezes superior à oferta: 1.508 milhões de euros nas mãos de perto de 69 mil investidores.

Relativamente aos resultados desta sexta emissão, houve um interesse por parte de 74.178 investidores, sendo que a maioria não foi além de investimentos até 20 mil euros (64.441 investidores).

Estas “OTRV dezembro 2022” têm data de vencimento a 5 de dezembro de 2022, com o montante mínimo de subscrição nos 1.000 euros. Os juros são pagos semestral e postecipadamente em 5 de junho e 5 de dezembro de cada ano.

(Notícia atualizada às 17h41)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Fotogaleria: Nove retratos que contam a história de Belmiro

Belmiro de Azevedo liderou o grupo Sonae e tornou-se um dos homens mais ricos do país, com negócios desde o retalho à comunicação social.

O empresário que liderou a Sonae faleceu esta quarta-feira, no hospital no Porto. Durante os 79 anos de vida, o empresário construiu um império e deixou vários momentos dignos de destaque, os quais pode rever em galeria.

Em 1989, o líder da Sonae juntou-se ao jornalista Vicente Jorge Silva para apresentar o novo jornal, “O Público”, numa conferência de imprensa em Lisboa.Luís Vasconcelos / Lusa
Belmiro de Azevedo apresentou o projeto do Centro Comercial Colombo em janeiro de 1993. Carlos Marques /LUSA
Na inauguração do Troia Resort em 2008, o então Ministro da Economia, Manuel Pinho, foi recebido por Belmiro de Azevedo enquanto presidente da Sonae.ANTÓNIO COTRIM/LUSA
O empresário recebeu o Doutoramento “honoris causa” em gestão de empresas. Este foi-lhe atribuído pela Universidade dos Açores na Aula Magna do campus de Ponta Delgada em março de 2010.EDUARDO COSTA/LUSA
Belmiro de Azevedo, para além do gosto pelos negócios, partilhava uma relação de amizade com Américo Amorim, o falecido líder da Corticeira Amorim. O registo é da inauguração das novas unidades incluídas no projeto de reconfiguração da refinaria de Matosinhos, em 2011.Estela Silva / Lusa
Belmiro de Azevedo acompanhado pelo seu filho e CEO da Sonae, Paulo Azevedo. Dirigiam-se aqui a uma apresentação dos resultados de 2012, no Porto.Estela Silva / LUSA
Passos Coelho juntou-se a Belmiro de Azevedo na inauguração das novas instalações da Porto Business School, em 2013.ESTELA SILVA / LUSA
Belmiro de Azevedo na cerimónia em que recebeu o prémio “Personalidade do Ano” como fundador e presidente do Conselho de Administração do Grupo Sonae, em 2015. Foi-lhe entregue pelo presidente da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Brasileira (CCILB). ANTÓNIO COTRIM/LUSA
Belmiro, como presidente do Conselho de Administração da Sonae, acompanhado pelo filho Paulo Azevedo na apresentação de resultados de 2015, em março de 2016.. JOSÉ COELHO/LUSA

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

André Jordan sobre Belmiro: “É mais um contemporâneo que se vai”

  • ECO
  • 29 Novembro 2017

O empresário da área do Turismo refere a morte de Belmiro de Azevedo como "uma perda para a comunidade empresarial e para todo o país".

André Jordan, empresário português na área do Turismo, relembra Belmiro de Azevedo como uma pessoa com “espírito crítico” e “desligada de grandes interesses e da política em si”. Em declarações à SIC Notícias, o empresário recorda que o seu percurso empresarial se cruzou com o do antigo líder do grupo Sonae e destaca o legado que o “herdeiro tácito do Afonso Pinto Magalhães” deixa para o tecido empresarial português.

“Há muitos executivos e muitas empresas em Portugal que nasceram da escola do Belmiro de Azevedo”, afirma. Jordan acrescenta ainda que Belmiro de Azevedo foi “um homem de coragem, muito inteligente, de grande espírito de organização, de disciplina, de formação de pessoal”.

“É mais um contemporâneo que se vai, e realmente sinto essa perda, que é uma perda para a comunidade empresarial e para todo o país”, conclui.

Belmiro Mendes de Azevedo, empresário que liderou o grupo Sonae e um dos homens mais ricos do país, morreu esta quarta-feira, aos 79 anos, avança a RTP 3. Faleceu no Hospital da CUF, no Porto, onde estava internado desde segunda-feira. Nasceu a 17 de fevereiro de 1938, em Tuías, Marco de Canaveses.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

BCP brilha na melhor sessão da bolsa em dois meses

A bolsa de Lisboa fechou esta sessão com ganhos acima de 1%. O BCP brilhou com um disparo de 5%, depois da melhoria da avaliação pelo JPMorgan. Pharol recupera após três sessões em queda.

A bolsa de Lisboa fechou em terreno positivo pela segunda sessão consecutiva, um cenário semelhante ao das restantes praças europeias. A forte valorização do BCP, após uma melhoria de avaliação pelo JPMorgan, e o avanço dos direitos de subscrição do aumento de capital da REN, contribuíram para o bom desempenho da bolsa nacional.

O principal índice de referência nacional encerrou esta sessão nos ganhos, com um avanço de 1,42% para os 5.351,77 pontos, representando a melhor sessão dos últimos dois meses. A acompanhar a tendência estiveram as restantes praças europeias: o Stoxx 600 fechou a valorizar 0,28%, o Ibex-35 a somar 1,18% e o CAC-40 a ganhar 0,14%.

O bom desempenho do PSI-20 foi reforçado pela subida das ações do BCP, que fecharam esta sessão a somar 5,33% para os 0,2550 euros, no dia em que o JPMorgan melhorou tanto a recomendação como o preço-alvo das ações do banco liderado por Nuno Amado para 30 cêntimos.

A subida aconteceu também no dia em que o banco liderado por Nuno Amado foi ao mercado para obter 300 milhões de euros em dívida. Apesar do anunciado boicote por parte de grandes fundos de investimento internacionais, o banco registou uma procura muito superior à oferta que lhe permitiu reduzir o custo de financiamento para 4,5%. Nuno Amado diz que “o custo foi muito satisfatório”.

No mesmo sentido seguia a REN, que valorizou 2,89% para os 2,489 euros, motivada pelo disparo dos preços dos direitos de subscrição do aumento de capital da energética, que subiam 17,56% para os 0,154 euros. No dia do falecimento de Belmiro de Azevedo, o líder do grupo Sonae, os títulos da empresa seguiam a valorizar, terminando o dia a subir 0,20% para os 1,022 euros.

A energética Galp somou 0,63% para os 16,01 euros, à boleia da retalhista Jerónimo Martins que aumentou 1,37% para os 16,68 euros. A Nos acompanhou a tendência e fechou a valorizar 2,14% para os 5,67 euros e a Pharol recuperou das últimas quedas e fechou nos ganhos: subiu 6,27% para os 0,305 euros.

De entre as 18 cotadas nacionais, apenas três registavam perdas neste fecho de sessão. O setor energético caiu, com a EDP Renováveis a recuar 1,25% para os 6,814 euros e a Ibersol a ceder 0,33%. A empresa dos correios também recuava, a perder 0,52% para os 3,08 euros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“Sentia-me por vezes intimidado com a exigência dele”

António Lobo Xavier foi advogado de Belmiro de Azevedo durante décadas. Acompanhou juridicamente a OPA da Sonae à PT. "Recordo-o com muita saudade", admite.

António Lobo Xavier, advogado, sócio da Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados (MLGTS), administrador da Sonaecom e advogado de Belmiro de Azevedo recorda o empresário. Como? “Recordo-o já com muita pena e muita saudade”.

Belmiro de Azevedo morreu esta tarde, aos 79 anos, após um internamento no Hospital CUF do Porto.

Em declarações à SIC Notícias, António Lobo Xavier admite que muitas vezes se sentiu intimidado com “a exigência e o rigor de Belmiro de Azevedo”.

O advogado e sócio da MLGTS acompanhou de perto a OPA da Sonae à PT em 2007. “A exigência e rigor que tinha com os outros, tinha também com ele próprio”. Um dia, conta o advogado, chama-me a casa dele e pergunta-me: “tem consciência da responsabilidade do cargo que ocupa?”.

Numa entrevista dada há uns anos, admitia que o engenheiro Belmiro de Azevedo dizia-lhe “meio a sério, meio a brincar, que eu ainda devia pagar royalties por aquilo que ele me possibilitou aprender. E eu rio-me mas acho que ele tem alguma razão”, reconheceu na altura.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Quer estagiar numa startup? Santander lança oportunidades

  • ECO
  • 29 Novembro 2017

Jovens com até 28 anos podem candidatar-se a um dos 50 estágios em startups disponíveis e que dão acesso a uma bolsa mensal no valor de 550€, no âmbito do programa StartUP Santander Jovem.

São 50 as oportunidades de estágio em startups portuguesas, nos mais diversos setores de atividade, que o Santander Totta acaba de lançar. As candidaturas para o programa StartUP Santander Jovemdesenvolvido pelo banco português em parceria com a Fundação da Juventude — estão abertas a partir desta quarta-feira e só encerram quando as vagas estiverem esgotadas.

Os estágios destinados a jovens com idade máxima de 28 anos têm duração de três meses. Os candidatos devem ser diplomados (licenciatura, mestrado ou mestrado integrado) há menos de dois anos para poderem colaborar com as empresas selecionadas. Do Porto à Madeira, passando por Coimbra, Santarém e Lisboa, as oportunidades abrangem muitas áreas de trabalho como a cultura e artesanato, enfermagem, veterinária, marketing, análise de mercados, comunicação e desenvolvimento de software.

Os estagiários, que terão acesso a uma bolsa mensal no valor de 550€ e um Seguro de Acidentes Pessoais, serão supervisionados por um orientador escolhido por cada empresa.

O StartUP Santander Jovem integra a política de Envolvimento com a Comunidade do banco português em questão — que também abrange o programa Santander Universidades, desde 2003. Além disso, este projeto permite à Fundação da Juventude proporcionar aos jovens a oportunidade de complementarem a sua formação académica e facilita-lhes o acesso ao seu primeiro emprego.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

A vida de Belmiro em seis vídeos: da quinta de Marco de Canaveses à reforma

Um dos mais importantes empresários portugueses morreu esta quarta-feira aos 79 anos.

“Eu nasci empreendedor, mas um empreendedor hoje em dia tem de, num certo momento da sua vida, após ser razoavelmente educado, ser gestor também”. A frase, dita por Belmiro de Azevedo numa reportagem a propósito da Semana Global do Empreendedorismo 2009, resume a visão do gestor a partir dos olhos do mesmo.

“Um gestor tem de ter com características natas: tem de ter propensão para ser um estudante permanente, uma grande capacidade de partilhar informação — ser transparente — e uma grande propensão para trabalhar e divertir-se a trabalhar, para assumir o risco e, se não calhar bem hoje, calhará bem na próxima semana. Tem a ver com a minha carreira desportiva”, acrescentava, na altura.

Anos antes, em 2004, Belmiro recebia, numa rara abertura da intimidade, a equipa da RTP na quinta da família, em Marco de Canaveses, onde produzia vinho. O passeio foi acompanhado pelo próprio.

Em setembro de 2010, a Sonae Indústria comemorava 50 anos. No vídeo de comemoração recuperava-se a história do negócio, uma das apostas do grupo Sonae nascido e criado pelo líder, Belmiro de Azevedo.

Em 2013, o empresário era distinguido com o Prémio Carreira pela Associação da Economia Digital. O vídeo de apresentação do protagonista fazia um resumo da vida e da obra do gestor.

Em março de 2015, Belmiro de Azevedo anuncia que vai abandonar todos os cargos ocupados na Sonae depois de, em 2007, ter começado a fazer a transição. Tinha na altura 77 anos. “Vou fazer agora uma proposta de uma nova administração já não com as funções de presidente executivo”, dizia no discurso.

Quase na mesma altura, anunciava-se que Belmiro de Azevedo queria transformar a casa onde nasceu, em Tuías, Marco de Canavezes, em museu. Na reportagem sobre o assunto, a RTP contava que os locais esperavam ficar “mais perto” do homem-Sonae. “É um homem que sabe muito. Não há muitos Belmiros em Portugal”, dizia um dos entrevistados.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Saraiva: “Belmiro punha a verdade acima da comodidade”

O presidente da Confederação Empresarial de Portugal descreveu Belmiro de Azevedo como um "homem afável, frontal, direto, assertivo". Acrescentou que "o país precisa de grupos como a Sonae".

António Saraiva, presidente da Confederação Empresarial de Portugal, disse em declarações à TSF que faleceu “um dos mais ilustres membros, pessoa a quem o país muito deve”, acrescentando que “todos devemos reconhecer que era uma pessoa afável e frontal”.

“Belmiro de Azevedo era um homem afável, frontal, direto, assertivo. O silêncio pode ser cómodo e a verdade incómoda. Belmiro punha a verdade acima da comodidade“, disse.

Para o administrativo, “o país precisa de grupos económicos como o Grupo Sonae. É uma perda de um empreendedor, empresário, pessoa com visão e com característica de empreendedorismo. É uma perda para o país, para a indústria e para a economia”.

Belmiro de Azevedo morreu na tarde desta quarta-feira, aos 79 anos.

(Notícia atualizada às 16h49)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Os protagonistas da sucessão “mais bem planeada” de Portugal

  • Juliana Nogueira Santos
  • 29 Novembro 2017

Paulo e Cláudia Azevedo já ocupavam posições de liderança desde 2007. Com a morte do líder da Sonae passam a ser as caras do império e os herdeiros da sucessão "mais bem planeada" do país.

Belmiro de Azevedo morreu esta quarta-feira, no Porto. O líder de um dos maiores impérios portugueses exerceu funções executivas durante 48 anos na empresa que “destruiu para volta a construir” — a Sonae. Ainda assim, a ideia de sucessão manteve-se sempre nos planos do empresário. Em 2013 afirmou ao Público que “não quis fazer 70 anos como presidente da comissão executiva da Sonae”. E foi assim que aconteceu.

Em 2007 haveria de começar a preparar a sua saída das posições de liderança. Primeiro, apontou o seu filho, Paulo Azevedo, para a presidência do grupo Sonae, depois, já em 2013, abandonou a Sonae Capital, deixando a liderança nas mãos da sua filha, Cláudia Azevedo. Em 2015, arrumava a pasta e abandonava todos os cargos de administração, mas prometia que não ia ficar quieto.

“Enquanto for vivo, estarei atento. Do outro lado, já não sei… Mas acho, e esta é a minha opinião, que a sucessão da Sonae foi a mais bem planeada que houve em Portugal”, afirmou, com certeza, Belmiro de Azevedo, na mesma entrevista “E sou um sortudo porque os meus três filhos são bem-educados, são trabalhadores e estão todos no ativo e expostos à crítica pública.”

São estes três, em maior em menor grau, que serão as caras do império e os herdeiros desta que é uma das histórias mais emblemáticas da sucessão empresarial portuguesa.

Paulo Azevedo gere o grupo Sonae…

Paulo Azevedo, CEO da Sonae durante a apresentação dos resultados de 2014 da empresa.JOSÉ COELHO/LUSA

Licenciado em Engenharia Química, tal como o pai, o filho do meio de Belmiro de Azevedo entrou para a Sonae em 1988 como analista e gestor do projeto Novos Investimentos. Entre posições na Sonae Indústria, na Sonae Investimento, no Modelo e no Público, sucedeu então ao seu pai na liderança do grupo Sonae em 2007.

"E sou um sortudo porque os meus três filhos são bem-educados, são trabalhadores e estão todos no ativo e expostos à crítica pública.”

Belmiro de Azevedo

Em pleno rescaldo da OPA da Sonae sobre a Portugal Telecom, Belmiro de Azevedo decidiu nomear o seu sucessor, aos 68 anos. Na calha estavam os quatro vice-presidentes da Sonae: Álvaro Portela, Ângelo Paupério, Nuno Jordão e Paulo Azevedo. Semanas mais tarde anunciou o nome do novo presidente executivo da Sonae, Paulo Azevedo, mantendo-se Belmiro na posição de chairman. Em 2015 abandonava por completo o grupo.

A escolha não surpreendeu ninguém, mas mais importante do que isso, não chocou ninguém. “Em igualdade de circunstâncias, parece-me natural que a escolha recaia num membro da família”, diziam fontes próximas da Sonae ao ECO, em outubro de 2016. E a verdade é que, “até hoje, nada nos leva a crer que o sucessor não está à altura do fundador da empresa”. Em entrevista à Visão, Belmiro de Azevedo assumia que a vantagem estava do lado do seu descendente: “Foi desenhado por mim. Fez a mesma carreira em ziguezague, mas tem vantagens sobre mim, desde logo porque fala fluentemente quatro línguas estrangeiras”.

Desde então, Paulo Azevedo tem estado no centro dos maiores negócios do ramo, desde a evolução da Optimus para Nos, passando pelo processo de venda da TVI à Altice, do qual tem sido um dos críticos mais ativos. Para o líder da Sonae a concretização do negócio “criará as condições para que daqui a dez anos possamos estar todos indignados com a descoberta de uma operação ‘Marquês’ dez vezes maior”.

Cláudia Azevedo a Sonae Capital

A presidente do conselho de administração da Sonae Capital, Cláudia Azevedo, reage durante a apresentação dos resultados.JOSÉ COELHO/LUSA

A liderar o ramo de investimento do grupo Sonae segue Cláudia Azevedo, a única filha. Licenciada em Gestão de Empresas, Cláudia passou pelas empresas de media do grupo, sendo elas o Público ou a Sonaecom. “Sinto-me honrada pelos votos de confiança manifestados pelos acionistas, na eleição do conselho de administração, e pelos meus colegas, que me escolheram para liderar a comissão executiva da Sonae Capital”, assinalou Cláudia quando entrou.

A Sonae Capital tem ativos no setor da hotelaria e da energia, como por exemplo o TroiaResort e a gestão de clubes fitness. No passado trimestre, a empresa viu os seus lucros cair 96%, ainda que o volume de negócios tenha aumentado. Cláudia Azevedo garantiu que o elevado valor de investimentos realizados nos primeiros nove meses do ano, e o continuado foco na alienação de ativos imobiliários, não irão por causa os capitais próprios.

Por fim, o terceiro herdeiro é Nuno Azevedo, o filho mais velho, que ainda que tenha estado envolvido na Sonae durante 20 anos, saiu do grupo para se dedicar à gestão cultural. E qual dele é mais parecido com o pai? “É a Cláudia. Em termos emocionais e comportamentais”, apontou Belmiro ao Público. “Fisicamente, é o Nuno. E intelectualmente é o Paulo”. Cada um, à sua maneira, manterá vivo o legado recebido pelo pai.

(Notícia atualizada às 18h00 com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

As frases mais marcantes de Belmiro de Azevedo: “Sou exigente para os mandriões”

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 29 Novembro 2017

Aos 79 anos, o líder da Sonae e um dos homens mais ricos do país, despede-se. Mas deixa declarações marcantes. Recorde algumas.

Belmiro de Azevedo morreu esta quarta-feira, aos 79 anos de idade, depois de uma vida dedicada à Sonae. Era um dos homens mais ricos do país mas não ficou conhecido só por isso. Belmiro de Azevedo também deixou frases marcantes, e muitas vezes controversas. Recorde algumas.

Sem “mão-de-obra barata não há emprego para ninguém”

“Diz-se que não se deve ter economias baseadas em mão-de-obra barata. Eu não sei porque não. Porque se não for a mão-de-obra barata não há emprego para ninguém. Portanto, de facto, é uma vantagem comparativa. Caso contrário, se a gente quer concorrer com potências que têm muito maior produtividade, é impossível pagar os salários de alta produtividade a trabalhadores com baixa produtividade.”

Estas declarações, citadas pela RTP, foram proferidas em março de 2013, na sessão do sétimo aniversário do Clube dos Pensadores, e geraram diversas reações. Uma delas foi do presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), que, pouco depois, avançava: “Espero que o senhor engenheiro Belmiro consiga descobrir algum modo de as pessoas poderem comprar na loja dele sem salário.”

“É tudo navegação à vista”

“Nós não temos instrumentos de estudo em Portugal como muitos países têm. É tudo navegação à vista. Faz, não dá certo, corrige porque não há informação”. Em setembro de 2012, Belmiro dizia, citado pela TSF, que Portugal não tem uma estrutura de avaliação das medidas que implementa e apontava para “navegação à vista”. Na altura, a descida da TSU para as empresas era o tema em destaque.

“Sou exigente para os mandriões”

“Às vezes dizem que sou exigente, mas só sou exigente para os mandriões. Se todos fizerem o que devem fazer não temos problemas”. Estas foram as palavras de Belmiro de Azevedo depois de receber o Prémio Inspiração, atribuído pelo Jornal de Negócios e a Caixa Geral de Depósitos, em março de 2014.

“Cavaco é um ditador”

Numa entrevista à revista Visão, em janeiro de 2010, Belmiro de Azevedo deixa várias frases marcantes. Uma delas diz respeito ao então Presidente da República: “Cavaco é um ditador. Mandou quatro amigos meus, dos melhores ministros, para a rua, assim, ‘com vermelho direto”.

“Destruir para recriar”

Em 2009, em entrevista à Rádio Renascença e ao jornal Público, Belmiro explica como começou o seu percurso na Sonae: “Destruir para recriar”. “O meu primeiro trabalho foi praticamente mandar para a sucata metade do equipamento que lá estava”, afirmou o empresário. Na mesma entrevista, o líder da Sonae disse que a “única lei” que “vale a pena aprender em economia” é a da “oferta e da procura”.

“Algumas empresas vão sucumbir”, mas isso “pode ser útil”

Recuando aos anos 90, Belmiro avisa, em entrevista à RTP: “Algumas empresas vão provavelmente sucumbir neste processo mas admito, à partida, que pode ser até uma certa limpeza do tecido empresarial português que é capaz de ser útil”. Respondia assim a uma questão de José Eduardo Moniz sobre o posicionamento das empresas portuguesas, para os anos 90, perante a constatação de que estavam mais viradas para o mercado interno, comparando com Espanha.

“Quem não tem dinheiro, não tem vícios”

“Não temos dinheiro para todos os grandes projetos previstos em Portugal e quem não tem dinheiro não tem vícios”. O alerta de Belmiro de Azevedo foi feito em dezembro de 2008, no Porto. Citado pela TSF, o empresário admitia que “gostaria” de ter o TGV, “mas quando o país tivesse dinheiro para isso e tráfego que o justificasse” — naquela altura, “oferecia os direitos de passagem aos espanhóis e eles faziam o TGV em Portugal”.

“O país está desgovernado”

Reagindo, em março de 2010, à descida do rating anunciada pela Fitch, Belmiro de Azevedo afirmou à agência Lusa que se nota cada vez mais que o país “está desgovernado”. “Vivemos agora numa situação em que cada vez se nota com mais evidência que o país está desgovernado”, vincou.

“Os portugueses estão asfixiados por impostos”

Em outubro de 2011, pouco depois da entrega da proposta de Lei do Orçamento do Estado para 2012, Belmiro de Azevedo deixa a crítica: “Os portugueses estão asfixiados por impostos”. O empresário acrescenta ainda que “o argumento invocado pelo Governo de que é mais fácil e eficiente cobrar mais impostos é calaceiro”. [i.e. mandrião]

“Os empresários não têm que pedir favores ao Estado”

Belmiro de Azevedo afirmou, em setembro de 2008, que “os empresários não têm de pedir favores ao Estado”. “Os governantes estão naquelas funções para facilitar e ajudar, e não para complicar”, referiu, durante a inauguração do TróiaResort, citado pela TSF. “É preciso muita paciência e fundos para esperar, porque enquanto nós esperámos os salários foram sempre pagos a tempo”, acrescentou ainda o empresário, recordando que foram precisos “oito anos e seis ministros da Economia para viabilizar o projeto”.

(notícia atualizada às 17:47)

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Caldeira Cabral sobre Belmiro de Azevedo: “Fez de um grupo português um grande grupo internacional”

O ministro da Economia lamenta a morte de Belmiro de Azevedo. Caldeira Cabral diz que empresário "contagiou o país com o seu nível de exigência e determinação".

O ministro da Economia lamenta a morte de Belmiro de Azevedo. Caldeira Cabral, o primeiro membro do Executivo a manifestar o voto de pesar pela morte do empresário, diz que o fundador da Sonae “contagiou o país com o seu nível de exigência e determinação”, permitindo que uma grande empresa portuguesa se tornasse num grande grupo internacional.

“Foi um empresário muito marcante na vida portuguesa. Muito empenhado nas suas opiniões e determinações em melhorar o país”, afirma o ministro da Economia à TSF. “Neste momento, o nosso pensamento tem de ir para a família, para os filhos de Belmiro de Azevedo, que estão a dar continuidade ao seu projeto”, diz Caldeira Cabral.

Belmiro Mendes de Azevedo, empresário que liderou o grupo Sonae e um dos homens mais ricos do país, morreu esta quarta-feira, aos 79 anos. Faleceu no Hospital da CUF, no Porto, onde estava internado desde segunda-feira. Nasceu a 17 de fevereiro de 1938, em Tuías, Marco de Canaveses.

“Uma perda muito grande para o país, um empresário simbólico que todos conhecem em Portugal, mas pelas boas razões, pelo legado que deixa”, afirma ainda o ministro da Economia. Um empresário que deu o exemplo a muitos outros. “Muitos outros grupos aprenderam com o exemplo de Belmiro de Azevedo”, o dono da Sonae que “contagiou o país com o seu nível de exigência de determinação”.

(Notícia atualizada às 16h36 com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.