Das ondas da rádio para o plano B do empreendedorismo

É na rádio que se faz ouvir. Após uma mudança de percurso, optou por criar um negócio. Já atingiu o break even, emprega seis pessoas e dá formação a atletas que também querem vencer no palco.

“A Carla a comunicar é fantástica”. A frase é de Naide Gomes, uma das alunas da radialista. Quem está naquele momento a comunicar é a ex-atleta olímpica que, depois das pistas, quer vencer no palco. Está de pé a testar uma palestra que preparou ao pormenor com a formadora. Habituada a ter um treinador físico, Naide Gomes vê no treino com Carla Rocha a chave para ganhar confiança, ser mais cativante e passar a mensagem de forma interessante.

Naide Gomes, a formanda, e Carla Rocha, a formadora, a trabalhar na palestra da ex-atleta olímpica.Paula Nunes / ECO

Do outro lado da mesa, Carla Rocha ouve atentamente. Aponta numa folha as correções que quer fazer e, quando necessário, interrompe para dar indicações precisas. Está de mente aberta a apurar as necessidades da apresentação de Naide Gomes para lhe dar as ferramentas. “Saber ouvir é essencial. O melhor suporte é o que já está dentro de nós“, diz ao ECO. Depois do teste da atleta estar completo, é altura de afinar os pormenores: a agora empresária recomenda à atleta que redimensione os tempos dos vários momentos, faça paralelismos com a realidade da plateia e dê mais espontaneidade ao discurso.

É como um filme“, exemplifica a formadora, “tem de haver um desvanecer no final”. Carla Rocha aconselha Naide Gomes a personalizar ainda mais, dá ideias de encadeamentos da história e pede-lhe para responder à pergunta de quem ouve: “O que ganham em ouvir-me?” A formanda atira uma resposta, concorda e vai dando sugestões, lembrando-se ainda do que falta: o nome da palestra. “Vencer na adversidade“, sugere a atleta, após algumas tentativas. Está dado o nome da palestra que reflete o pior momento da carreira de Naide Gomes, mas também a sua superação na capacidade de contar a sua história, passando a mensagem de forma eficaz.

“Se amanhã a rádio falhar tu tens de ter um plano B”

Durante 10 anos Carla Rocha foi a voz do Café da Manhã da RFM. Foi o fim da dupla com José Coimbra que a levou a criar um negócio onde a formação em comunicação é o serviço a prestar. “O meu mundo tinha balançado”, confessa ao ECO. Depois de uma década de estabilidade, o mundo da radialista já não era o mesmo: “Houve ali qualquer coisa em mim que deu o clique: tu tens que encontrar uma solução por ti”. Desse momento até criar a empresa “Carla Rocha, Comunicação, Formação e Criação Artística” passaram dois anos.

Ainda antes deste período, a então licenciada em Ciências da Comunicação pela Universidade Autónoma de Lisboa decide, em 2010, fazer uma pós-graduação em Gestão de Marketing, Comunicação e Multimédia no ISEG. Foi o primeiro passo quando decidiu que tinha de investigar mais sobre a área da comunicação. “Tive melhores notas na pós-graduação, foi o primeiro 16 e 17 que tive na vida“, refere ao ECO. Mas porquê? “Porque quando o tema nos apaixona, conseguimos resultados mais facilmente”.

Carla Rocha numa sessão de formação com Naide Gomes, ex-atleta olímpica que está a preparar uma palestra para fazer a empresas e escolas.Paula Nunes / ECO

Seguiu-se uma certificação em coaching e formações nos EUA: “Continuo a ir lá todos os anos desde 2012. São oradores das mais variadas áreas que partilham técnicas de comunicação universais”, explica. Ao mesmo tempo, começa a sair da gaveta a ideia de compilar os seus conhecimentos num livro e ainda a entrada em 2013 no Business Network International (BNI), onde aprendeu a ser empresária com outros empresários. “De repente, estava a trabalhar no plano B quase 24h por dia“, recorda.

“Na altura senti mesmo que precisava de dar o salto e parti com essa convicção de ‘qualquer dia isto pode falhar'”, afirma Carla Rocha, admitindo, no entanto, que quando decidiu que tinha de ser “empresária”, de repente “não tinha ferramentas”. O início foi um desafio, até por uma questão tão prática como ter cartões de visita. Além disso, até então já tinha dado formação mas a recibos verdes e, por isso, nunca tinha criado uma empresa. É no “grupo de confiança” do BNI que adquire estas competências.

“É um grupo de ajuda onde se partilha as vitórias, mas também os fracassos”

O empurrão de um grupo heterogéneo foi o motor de arranque que Carla Rocha precisava: “Foi a minha universidade enquanto empresária“. Semanalmente, reuniam-se num hotel para partilhar referências de forma sistematizada, dado que a reunião tem uma estrutura e existe um acompanhamento pormenorizado. Nessa altura começou a pensar em questões mais filosóficos, como a missão e os valores que queria para o seu negócio, mas também questões muito práticas: “Eu adiei anos e anos sucessivos a criação da empresa por achar que só criava uma empresa quem tivesse um volume de vendas brutal e não é assim. A partir de certa altura começa a compensar“.

Fazia-me confusão vender os meus serviços.

Carla Rocha

Radialista e empresária

A palavra “risco” começou a fazer cada vez mais parte do vocabulário da radialista, mas existia uma forma de pensar que a impedia de avançar. “Fazia-me confusão vender os meus serviços”, admite ao ECO, referindo que “abordar alguém era quase violação da privacidade daquela pessoa”. Até então Carla Rocha estava habituada a que as pessoas fossem ter com ela a pedir os seus serviços, mas isso estava prestes a mudar. “Tive de mudar o mindset: eu não sou uma fraude, não estou a impingir nada, estou a ajudar”, analisa ao ECO, referindo que essa transição mental foi difícil para alguém que “no início, não é assim tão segura de si própria e das suas capacidades”.

A confiança foi ganha à medida que avançou no negócio até à criação oficial da empresa em abril de 2015. Antes disso, era preciso encontrar uma entidade e um lugar no mercado. “Tive esta ideia, até acho que pode funcionar e até é rentável, mas o mercado precisa disto?”, questionou-se na altura, mas admite que “só no terreno é que temos essa confirmação, não há testes fora do terreno”. Tal como muitas empresas nos primeiros anos de existência, Carla Rocha ainda não tem um plano de negócios clássico, mas não tem dúvidas de que está tudo na sua cabeça. “Gostava de fazer um plano de negócios um dia. Eu sei exatamente onde quero estar daqui a cinco anos“, confessa.

Com uma visão de futuro na mira — até porque “a vida tem mais piada se soubermos para onde queremos ir” –, Carla Rocha avançou para a criação da empresa: a metodologia de ensino estava definida, as áreas de negócio também, já havia logótipo, cartões de visita em abundância e uma marca para apresentar ao mercado. Quase simultaneamente começou o programa Atletas Speakers para o Comité Olímpico de Portugal, projeto que a levou a conhecer, por exemplo, a atual aluna Naide Gomes. O investimento inicial, para além das formações que fez, “foi reduzido”, classifica a agora empreendedora, traduzindo-se num “computador e mais tarde a colaboração de uma designer que ainda hoje é responsável por todo o design da empresa”.

Além disso, fez uma parceria com o centro de negócios Regus, onde atualmente recebe os clientes, como é o caso de Naide Gomes. No verão de 2016 aumentou a equipa na parte administrativa e comercial, assim como nas formações. A radialista já não é a única formadora, mas o método é igual. “Neste momento trabalham seis pessoas comigo, quatro numa base regular e dois quando os projetos nas empresas o justificam”, esclarece ao ECO. Os preços variam consoante a duração, número de participantes e o próprio programa, mas para grupos pode ir dos 1500 aos 2400 euros.

Ter um plano só nunca é uma boa escolha.

Carla Rocha

Radialista e empresária

Quase dois anos depois, a “Carla Rocha, Comunicação, Formação e Criação Artística” já atingiu o break even. Contudo, até o atingir houve (e continua a haver) um percurso de monitorização mensal: “É importante salientar que desde o início tenho tido o apoio de um coach de negócios, o Ken Gielen da Action Coach Portugal“, revela, explicando que é a ele que “presta contas” todos os meses sobre os resultados operacionais. Já o investimento é para continuar: “Hoje continuo a investir em livros e viagens a conferências e formações. É o meu ‘luxo’ enquanto empresária”.

“Sempre tive a necessidade de ter um plano B”

Não se auto rotula de empreendedora, mas tem a certeza que “ter um plano só nunca é uma boa escolha”. Carla Rocha prefere “ter os ovos em vários cestos”, daí a necessidade de ir à procura de um plano B. Hoje já é mais um “plano A e A”, confessa ao ECO, dado o tempo que tem de dedicar ao trabalho na rádio — agora nas manhãs da Renascença — mas também à evolução diária da empresa. Para contrariar a falta de tempo a nível familiar, a empresária tenta incluir a família nos seus compromissos profissionais, quando possível. “Não é um projeto só meu, é um projeto nosso“, diz. Espera que sirva também de inspiração para os filhos, para que não tenham o mindset inicial que fez a radialista adiar o seu objetivo.

É injusto que a comunicação boicote o nosso verdadeiro potencial.

Carla Rocha

Radialista e empresária

Por vezes, é o seu filho mais novo que acaba por ser o vendedor dos seus livros em algumas palestras que faz pelo país. “Fale Menos, Comunique Mais”, editado pela Manuscrito, já vai na terceira edição, mas inicialmente era apenas um “resumo” ou “compilação” do material que usava nas formações. “Não imaginei que o livro tivesse o alcance que está a ter”, confessa a autora, recordando uma frase que ouviu de um leitor: “Isto é um misto de romance e um manual de formação“, o melhor elogio que lhe podiam ter dado.

O objetivo, tal como na empresa ou na vertente Academia homónima do livro, era traduzir por escrito o método que usa para comunicar de forma mais eficaz. Carla Rocha foi, ao longo da sua vida profissional, identificando um problema que quer resolver: os especialistas numa área ou pessoas com histórias extraordinárias, se não souberem passar a mensagem sentem desconforto e, em última análise, “boicotam-se”.”Por uma questão de falta de competência de comunicação ou falta de treino acabamos por passar uma mensagem de insegurança”, argumenta, referindo que essa imagem não faz jus à pessoa: “É injusto que a comunicação boicote o nosso verdadeiro potencial“.

Já passaram muitos empresários, atletas ou profissionais de diferentes áreas pelas suas mãos, mas houve uma pessoa que lhe deu o “clique”. “Fez-me encontrar a minha missão“, revela. Foi o caso de uma autarca que todos elogiavam, com provas dadas no que faz, mas que consumida pela insegurança decidiu fazer um discurso lendo totalmente do papel. Carla Rocha estava a assistir e pensou logo para si que isto não pode acontecer. A história “está dentro dela e devia ser usado para inspirar outros”, pensou na altura. Não é um caso que tenha passado pelas suas mãos, mas inspirou-a. “Um dia vamos bater-lhe à porta do gabinete a oferecer os nossos serviços, se ela ainda quiser…”

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Passos: Há mais trabalhadores com salários baixos

  • Lusa
  • 12 Fevereiro 2017

Passos Coelho disse hoje que o número de trabalhadores com baixos salários cresceu com as políticas do atual Governo. Estima que no final de 2016 "quase um milhão" ganhava o salário mínimo.

O presidente do PSD disse hoje que o número de trabalhadores com baixos salários cresceu com as políticas do atual Governo, estimando que no final de 2016 “quase um milhão” de trabalhadores ganhava o salário mínimo.

Pedro Passos Coelho, que falava na Guarda, onde presidiu à sessão de encerramento do “Congresso da Coesão Territorial – O futuro dos territórios”, organizado pela Juventude Social-Democrata (JSD) disse que o país precisava de ter “um modelo de desenvolvimento assente em mais altos salários e o que é que se está a passar? De 2014 até agora cada vez são mais os trabalhadores a tempo completo que recebem o Salário Mínimo Nacional (SMN)”.

“Na primavera de 2014 eram cerca de 400 mil os trabalhadores que ganhavam o Salário Mínimo Nacional. A nossa estimativa é que no fim de 2016 seja quase um milhão o número de trabalhadores que ganham o Salário Mínimo Nacional“, afirmou. O líder dos sociais-democratas e ex-primeiro-ministro classificou como “cinismo e hipocrisia” a crítica que foi feita ao PSD no passado, ao ser acusado de fomentar “o modelo económico baseado nos baixos salários”, quando “os baixos salários cresceram com o novo Governo e com as suas novas políticas”.

“Estava em boa altura, só a partir destes dois exemplos, de esperar que o Governo fizesse um reexame destas políticas, porque os problemas estão a ser agravados. Não estamos a vencer a batalha das desigualdades, estamos a agravar essas desigualdades”, concluiu.

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Os 25 lugares mais caros para casar

  • ECO
  • 12 Fevereiro 2017

O site de planeamento de casamentos The Knot reuniu uma lista dos 25 sítios onde fica mais caro dar o nó. O estado de Nova Iorque lidera e está presente cinco vezes na lista, tal como o da Califórnia.

Nunca foi tão caro casar nos Estados Unidos como hoje em dia. A conclusão é apresentada pelo Business Insider, através dos dados recolhidos pelo site de planeamento de casamentos The Knot, que compilou uma lista com os 25 locais onde custa mais planear um casamento. Nova Iorque e Califórnia lideram o ranking.

Em média, um casamento nos Estados Unidos custa 35 mil dólares. É o valor mais alto de sempre. Pelo menos, segundo as conclusões do décimo inquérito anual levado a cabo pelo site de planeamento de casamentos The Knot, que tentou averiguar quanto é que os noivos e noivas costumam desembolsar na organização daquele que é o dia mais importante das suas vidas.

O estudo inclui os testemunhos de 13 mil pessoas que deram o nó em 2016 e engloba todos os aspetos da cerimónia, desde o custo do vestido de noiva ao bolo do copo de água.

Em primeiro lugar na lista surge a zona mais cara e elitista do estado de Nova Iorque, Manhattan, com a cerimónia a custa uma média de 78 mil dólares. Segue-se a zona costeira da elite, Long Island, com 68 mil dólares. O terceiro lugar do pódio é ocupado pelas zonas norte e central de New Jersey, com uma média de 63 mil dólares por casamento.

Ao todo, as várias áreas do estado de Nova Iorque surgem cinco vezes entre as 25 opções, sendo que a 25ª posição é ocupada precisamente pelas cidades na fronteira norte do estado, ou seja, Upstate New York. O estado da Califórnia também é mencionado cinco vezes, e é onde fica o 24º lugar da contagem, em Orang County. O 23º lugar pertence à cidade de Detroit, no estado do Michigan.

Consulta a lista completa, com os valores médios para cada um dos 25 locais.

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Diretora do Tesouro sai. Mas a culpa não é da CGD

  • Rita Atalaia
  • 12 Fevereiro 2017

Foi na sexta-feira que as Finanças anunciaram a saída da diretora-geral do Tesouro. Isto depois de o nome de Elsa Roncon ter surgido nos documentos da CGD. Uma relação que veio agora desmentir.

O Ministério das Finanças informou no final da semana passada que a diretora-geral do Tesouro e Finanças, Elsa Roncon Santos, se tinha demitido. Uma saída que aconteceu depois de se ficar a saber que o seu nome aparece na troca de emails entre os membros de gabinetes das Finanças, António Domingues e o secretário de Estado Mourinho Félix. Mas a ex-diretora-geral já veio dizer que a sua demissão nada tem a ver com a polémica em torno da Caixa Geral de Depósitos (CGD). Mas sim com a entrada de um novo secretário de Estado no Ministério das Finanças.

Foi na sexta-feira que o Ministério das Finanças anunciou a saída da diretora-geral do Tesouro e Finanças. Isto depois de o nome de Elsa Roncon Santos ter aparecido numa troca de emails entre os membros de gabinetes das Finanças, António Domingues e o secretário de Estado Mourinho Félix. O tema dessas cartas, expresso numa mensagem com data de 3 de maio de 2016, às 20h51, de Susana Larisma (chefe de gabinete de Mourinho Félix) para a diretora do Tesouro, era as mudanças do Estatuto do Gestor Público.

"Tive uma excelente relação com o secretário de Estado Adjunto do Tesouro e das Finanças, Dr. Ricardo Mourinho Félix. Com a perspetiva de voltar a ter uma tutela bicéfala senti-me sem força anímica para iniciar um novo ciclo”

Elsa Roncon

ex-diretora-geral do Tesouro e das Finanças

Mas hoje Elsa Roncon vem desmentir a relação entre a sua demissão e a polémica em torno da Caixa. Ao Jornal de Negócios, explica que foi a entrada de um novo secretário de Estado no Ministério das Finanças que motivou a sua saída. “Tive uma excelente relação com o secretário de Estado Adjunto do Tesouro e das Finanças, Dr. Ricardo Mourinho Félix. Com a perspetiva de voltar a ter uma tutela bicéfala senti-me sem força anímica para iniciar um novo ciclo”, explica a ex-diretora-geral do Tesouro ao Jornal de Negócios.

A Direção-Geral do Tesouro e das Finanças vai passar a estar sob a alçada de dois secretários de Estado. Mourinho Félix vai ficar responsável pelas Finanças, enquanto Álvaro Novo, até agora economista-chefe no gabinete do ministro das Finanças, será o novo secretário de Estado do Tesouro. O Ministério das Finanças justificou a entrada de um novo elemento para a sua equipa com a necessidade de intensificar a execução da estratégia para o setor empresarial do Estado prevista no Programa do Governo, avançou a Lusa.

Segundo o Negócios, esta divisão não agradou Elsa Roncon, que optou por sair. “Tenho 66 anos e estou a quatro meses da reforma”, explicou, acrescentando que “estive cinco anos e meio à frente da DGTF, passei pelo período da troika, acumulando funções no Fundo de Resolução. Vivi de perto os problemas do sistema financeiro com o caso do BES e Banif”.

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BlackRock: Investidores estão “demasiado céticos” sobre ações europeias

  • Rita Atalaia
  • 12 Fevereiro 2017

A BlackRock, a maior gestora de ativos do mundo, considera que os investidores estão "demasiado céticos" em relação às ações do Velho Continente. E deixa uma recomendação: "Comprem ações europeias".

Sete meses depois de ter cortado a recomendação para as ações do Velho Continente, a maior gestora de ativos do mundo vem agora em sua defesa. A BlackRock recomenda a compra de ações europeias. Isto numa altura em que as eleições na Alemanha e em França estão a deixar os “demasiados céticos” em relação à Europa.

Há menos de um ano, a BlackRock dizia que as ações europeias não eram uma boa aposta devido a toda a incerteza em torno das eleições nos vários países da região. Por isso, cortou a recomendação para “underweight”. Mas agora vem afastar o ceticismo dos investidores e recomenda a compra dos títulos do Velho Continente. Richard Turnill, responsável pela estratégia de investimento da BlackRock, nota que os investidores estão “demasiado céticos” em relação à região e que o risco em torno das eleições em França e na Alemanha que foi incorporado nas apostas é “exagerado”.

As ações europeias têm ficado atrás das pares norte-americanas. Os traders atribuem um prémio de risco mais elevado à região onde a Alemanha e França estão a viver campanhas eleitorais atribuladas. Na Alemanha, as sondagens não são favoráveis a Angela Merkel, que enfrenta eleições legislativas no outono. Em França, Marine Le Pen, líder da Frente Nacional, deve ganhar a primeira ronda nas eleições presidenciais, em abril. Mas perder na segunda ronda.

“Consideramos que as ações europeias vão ser as que mais vão beneficiar” deste cenário e “acreditamos que os investidores estão demasiado céticos em relação às perspetivas para a região”, diz Richard Turnill. O Stoxx Europe 600 deve valorizar 13% em 2017, depois de ter caído no ano passado, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

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RBS prepara corte de custos na ordem dos mil milhões

  • Rita Atalaia
  • 12 Fevereiro 2017

O banco está a planear cortar mil milhões de libras em custos operacionais. Mas como? Através do despedimento de funcionários. Um número que pode chegar aos 15 mil trabalhadores.

O Royal Bank of Scotland vai avançar com um corte de custos. O banco quer eliminar mil milhões de libras de encargos operacionais. E, para que isso aconteça, vai despedir funcionários. Mas ainda não se sabe quantas pessoas vão ser convidadas a sair. Esta reestruturação do RBS tem um objetivo claro: aumentar a rentabilidade, depois de ter chumbado os testes de stress do Banco de Inglaterra e num cenário de fragilidade da banca europeia.

O RBS disse que vai revelar novos planos para alcançar os alvos para os lucros. E isto deve acontecer no dia em que vai apresentar os resultados financeiros. Portanto, a 24 de fevereiro. Fonte próxima do assunto disse à Bloomberg que o banco quer cortar mil milhões de libras (1,17 mil milhões de euros) de custos operacionais. E vai ter de reduzir o número de trabalhadores para alcançar este objetivo.

A fonte avança que o banco não deve revelar o número de despedimentos. Mas o The Sunday Times refere, citando um analista, que deve chegar aos 15 mil funcionários. Contactada pelo jornal, a porta-voz do RBS não quis comentar os planos.

Foi em novembro que o RBS falhou nos testes de stress realizados pelo Banco de Inglaterra e vai ter de apresentar aos reguladores financeiros britânicos um plano para reforçar a sua posição de capital no montante de dois mil milhões de libras. E este resultado sublinhou o esforço que a instituição ainda tem de realizar para alcançar uma posição de maior estabilidade oito anos depois de ter sido resgatada por dinheiro público na sequência da grave crise financeira global que teve origem no mercado de subprime dos EUA.

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Manuel Machado: Lista de isenções do IMI tem de ser “aperfeiçoada”

  • ECO
  • 12 Fevereiro 2017

O presidente da Associação Nacional de Municípios diz que se todos pagassem o IMI, seria possível baixar a taxa deste imposto. Por isso, a lista de isenções tem de ser "revisitada e aperfeiçoada".

O presidente da Associação Nacional de Municípios (ANM) diz que se todos pagassem o imposto municipal sobre imóveis (IMI), seria possível baixar a taxa deste imposto. Manuel Machado diz que não faz sentido que os imóveis dos partidos ou do Estado sejam dispensados de pagar este imposto. Por isso, defende que a lista de isenções tem de ser “revisitada e aperfeiçoada”.

"Tem havido um avanço no ponto de vista da fiscalidade autárquica. De forma geral, as autarquias baixaram a taxa do IMI no limite que a lei permite. Era desejável que, neste âmbito, seja revisitada a lista das isenções fiscais em sede de IMI”

Manuel Machado

presidente da Associação Nacional de Municípios

“Tem havido um avanço no ponto de vista da fiscalidade autárquica. De forma geral, as autarquias baixaram a taxa do IMI no limite que a lei permite. Era desejável que, neste âmbito, seja revisitada a lista das isenções fiscais em sede de IMI”, diz o presidente numa entrevista ao Jornal de Negócios e à Antena 1.

Mas Manuel Machado esclarece que não estamos a falar de retirar isenções. “Não é retirar, é baixar a taxa do IMI e todos pagarem, mesmo o Estado”, explica. O presidente da ANM salienta que é uma oportunidade “ímpar” para o Estado saber que bens é que tem. “Há património que pode estar a ser desperdiçado.”

E isto também seria válido para os imóveis dos partidos. O IMI é um imposto que incide sobre imóveis e, portanto, “onde houver imóveis devem ser considerados devedores desse imposto”, diz Manuel Machado, acrescentando que “se há bonificações, deve ser a autarquia a decidir”.

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Figura do setor da cortiça: Américo Amorim

"Homem de visão". É assim que quem conhece Américo Amorim o descreve. Com 82 anos, e uma vida cheia de negócios, é a figura incontestável do setor da cortiça.

“O meu descanso é o trabalho, o meu prazer é investir”. A frase emblemática é de Américo Amorim, o homem mais rico de Portugal, segundo a revista Forbes que avalia a sua fortuna em 5,3 mil milhões de euros, e a figura indiscutível do setor da cortiça.

Industrial por natureza, entrou no setor corticeiro no início dos anos 50 através da Amorim & Irmãos, a empresa da família Amorim que se dedicava sobretudo à cortiça. Sob o lema “nem um só mercado, nem um só cliente, nem uma só divisa, nem um só produto“, Américo Amorim começou a viajar pelo mundo sempre com o objetivo de apresentar e representar a cortiça. O trabalho compensou e a Corticeira Amorim é líder mundial na área.

A paixão pela cortiça é um eterno desafio.

Américo Amorim

Presidente do grupo Amorim

Mas Américo Amorim, 82 anos de idade, não ficou por aqui. O empresário construiu um grupo económico, através da holding Amorim – Investimentos e Participações, com ligações ao imobiliário, sistema financeiro, energia, turismo, tendo chegado a ter mais de 200 empresas sob a sua tutela.

Natural de Mozelos, pai de três filhas (Paula, Marta e Luísa), o empresário esteve na origem do BPI (na altura SPI) em 1981. Três anos mais tarde é um dos fundadores do BCP, de onde sairia em discordância com Jardim Gonçalves. Mas a sua passagem pela banca não se esgota aqui. Esteve também na criação do Banco Nacional de Crédito. Já no início do século XXI, entra no Banco Popular com 7,8% do capital e torna-se o maior acionista individual da instituição espanhola. Entretanto cria em Angola o banco BIC, em parceria com Isabel dos Santos. E, em Moçambique, cria o Banco Único, ao mesmo tempo que, no Brasil, entra no capital do Banco Luso Brasileiro.

Ainda nos anos 90 cria a Amorim Imobiliária — que viria a vender anos mais tarde à Chamartin. Apesar disso mantém-se no setor detendo atualmente ativos imobiliários em Portugal e no Brasil. E aposta num setor que começava a emergir: as telecomunicações. Com visão, o empresário esteve ligado ao consórcio fundador da Telecel (hoje Vodafone).

Pelo meio, decorria o ano de 2005, cria a Amorim Energia (holding detida em 55% por Américo Amorim e em 45% pela Esperanza, de Isabel dos Santos) e entra no capital da Galp Energia onde, em 2012, viria a reforçar o capital tornando-se o maior acionista da petrolífera com 33,34%, passando a chairman da empresa.

Devido a problemas de saúde, o empresário abandonou a presidência da Galp tendo escolhido como sua sucessora, a filha Paula Amorim. Já antes passara a liderança da Corticeira Amorim ao sobrinho António Rios Amorim. Desengane-se quem pensa que isso significa o fim da ligação do empresário aos seus negócios. Américo Amorim continua atento ao que se faz e a dar sugestões sobre os dossiês: prova disso é o “passeio” de carro que terá feito pelas fábricas.

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Rios Amorim: “EUA são o nosso mercado com maior potencial de crescimento”

Rios Amorim, presidente da Corticeira, elenca maiores ambições do setor. Aposta em aplicações da cortiça, sem descurar produtos tradicionais, e o investimento na irrigação do sobreiro são prioridade.

Os Estados Unidos destronaram a França, assumindo a liderança do setor corticeiro em matéria de exportações. O mercado norte-americano, segundo dados de 2015 (os últimos divulgados), tem um peso de praticamente 20%, o equivalente a 177,8 milhões de euros. Os desafios do setor vão no sentido de conseguir ganhar maior peso num mercado que devido à sua dimensão deixa antever grandes possibilidades, mas poderá o efeito Trump afetar a indústria da cortiça?

António Rios Amorim, presidente da Corticeira Amorim, a maior empresa do setor, em declarações ao ECO, diz que “os Estados Unidos são e vão continuar a ser o nosso mercado com maior potencial de crescimento“.

Para Rios Amorim, “o setor é tão pequeno num mercado tão grande e com tanto potencial, com tantas coisas para fazer e tantas parcerias, que penso que esses efeitos macroeconómicos não irão refletir-se na indústria da cortiça”. A não ser, acrescenta, que “existam grandes mudanças de política cambial do dólar versus o euro”.

Para Rios Amorim “esta é a realidade e o que o setor tem de fazer é adaptar-se e estar preparado para crescer nos Estados Unidos pese embora todas as vicissitudes. Quer os Estados Unidos, quer a França são mercados muito importantes para o setor, mas temos que continuar a batalhar, na procura de novas geografias”.

As três grandes ambições do setor

Rios Amorim, que já presidiu à Associação Portuguesa de Cortiça (APCOR), é um conhecedor exímio do setor. Para António Amorim, o setor “está claramente em crescendo” e elenca as principais ambições que a cortiça tem pela frente.

  • Melhorar a performance das rolhas

O presidente da Corticeira defende que o setor tem de “continuar a investir em investigação e desenvolvimento tendo em conta a fiabilidade das aplicações tradicionais”. “As rolhas têm um peso de cerca de 60% em valor nas contas da cortiça e têm de continuar a ser um produto cada vez mais bem visto do mundo dos vinhos”.

  • Continuar a apostar nas novas aplicações

A indústria da cortiça é hoje um dos setores industriais mais inovadores e avançados. O setor tem apostado em I&D e o resultado é visível na diversidade de novas aplicações que vão surgindo, desde a arquitetura ao desgin, passando pelos equipamentos desportivos, a materiais de alta tecnologia para a indústria aeroespacial, a polímeros compostos para a industria automóvel, sem esquecer a área da energia.

Rios Amorim diz que “as novas aplicações acrescentam valor à cortiça e essa é uma aposta que se tem de continuar a fazer”. E acrescenta: “A cortiça precisa de incorporar mais valor e isso é benéfico para toda a fileira“.

  • Prosseguir com a inovação nas práticas florestais nomeadamente na irrigação de sobreiros

A Corticeira Amorim, em parceria com dez produtores florestais, tem em curso um projeto de plantação de 500 hectares de montado de regadio. A ideia é que a primeira extração de cortiça, que demora cerca de 25 anos, se possa fazer num período entre oito a 10 anos.

Rios Amorim diz que “esta é uma realidade que já está provada, há estudos e trabalhos desenvolvidos pela Universidade de Évora. Mas agora é importante continuar a apostar numa política florestal que tenha em conta o sobreiro, onde de resto somos líderes“.

O presidente da corticeira lembra que a ideia não é encurtar o ciclo produtivo do sobreiro, mas sim reduzir o ciclo inicial da primeira extração que é a de pior qualidade.

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MASilva produz rolhas de cortiça para o mundo

É a segunda empresa, em termos de dimensão, do setor da cortiça. Com um volume de negócios de 57 milhões de euros, o grupo exporta 40 milhões e tem sete unidades de produção espalhadas pelo mundo.

Mozelos é a terra da cortiça e dos corticeiros e um nome sempre associado a Américo Amorim e à sua Corticeira. Paredes meias com a maior empresa do setor, a Amorim, vive o grupo MASilva. Fundado em 1972, a Manuel Alves da Silva, empresa que leva o nome do seu fundador e atual presidente — uma prática muito comum à época — dedica-se à produção de rolhas de cortiça natural.

Com um nível de faturação que ronda, no final de 2016, os 56 ou 57 milhões de euros, o grupo Manuel Alves da Silva assume-se como o número dois do setor. A MASilva produz anualmente 600 milhões de rolhas por ano, 70% das quais da categoria rolhas naturais.

cortiça

José Oliveira, diretor de governação corporativa do grupo MASilva, adianta, em declarações ao ECO, que “de facto quando se fala do setor da cortiça, associa-se sempre ao nome da Corticeira Amorim e isso acontece porque eles têm feito um trabalho brilhante e têm ajudado a desenvolver a indústria”. Para o gestor, o setor devia passar por uma consolidação, como aliás, chegou a ser sugerido por Manuel Pinho, ex-ministro da Economia no Governo de Sócrates. Mas “isso dificilmente acontecerá porque há uma cultura enraizada nos empresários da indústria da cortiça”.

"Quando se fala do setor da cortiça, associa-se sempre ao nome da Corticeira Amorim. E isso acontece porque eles têm feito um trabalho brilhante e têm ajudado a desenvolver a indústria.”

José Oliveira

Diretor de governação corporativa

Com mais de 40 anos de atividade, a MASilva assume-se como um grupo de cariz familiar, em que a sucessão está assegurada — o presidente executivo é o filho mais novo do fundador. O grupo emprega 240 pessoas, 150 em Portugal e 90 no estrangeiro (50 das quais nos Estados Unidos).

Manuel Alves da Silva, um homem de visão e sentido de oportunidade tinha ainda um elemento que no setor faz toda a diferença: é um exímio conhecedor da matéria-prima. Foi, de resto, essa visão que o levou em 1975, ano quente em Portugal, a iniciar o processo de internacionalização, com a exportação para França. Um caminho que havia de prosseguir e que leva hoje o grupo a deter um volume de exportações na ordem dos 40 milhões de euros e, sobretudo que o leva a deter sete unidades de produção espalhadas pelo mundo (Estados Unidos, França, Brasil, Austrália, Chile, Espanha, China).

MASilva Portugal

José Oliveira diz que, “face a 2015, estamos a crescer cerca de 10%. De 2015, face a 2014, crescemos 12% mas, se olhamos apenas para as exportações, podemos dizer que a nossa empresa nos últimos dez anos cresceu 75%, o que é assinalável quando a indústria, no seu todo, cresceu 12% nesse período”.

E como se faz a escolha dos mercados? José Oliveira explica que a escolha “é natural”. “Como a nossa atividade principal são as rolhas de cortiça logo estamos nos países produtores de vinho”.

O principal mercado da MASilva são os Estados Unidos, seguido por Espanha, França, Alemanha, Áustria e fora da Europa, a Austrália e a China.

Consolidar como palavra-chave

Sem planos de criar mais nenhuma unidade industrial fora de Portugal (em Portugal detém quatro unidades de produção, três no norte e uma no sul), José Oliveira diz que o objetivo por agora é consolidar. “Temos algum potencial de crescimento nalgumas geografias, nomeadamente em França, apesar de este ser um mercado maduro, temos uma quota de mercado muito baixa. E agora fizemos uma grande aposta na rede comercial pelo que creio que vamos aumentar muito as vendas”. José Oliveira dá mesmo o exemplo de Espanha, “onde começámos em 2011 e temos estado sempre a crescer a dois dígitos”.

Em França, o crescimento anda na ordem dos 8 a 9% ao ano mas o objetivo é que, no prazo de dois a três anos, este possa duplicar. Já a quota de mercado não passa dos 3%, mas a ambição é atingir dentro de cinco anos os 10%.

Para isso, o grupo tem investido fortemente em investigação e desenvolvimento. José Oliveira adianta que o grupo lançou em janeiro o one by one, um sistema que pretende eliminar o problema do TCA, o chamado ‘gosto a rolha’. O gestor salienta que o método é semelhante ao lançado pela Corticeira Amorim, mas “nós fomos os primeiros a lançar”.

“Isto permite-nos diferenciar e posicionarmo-nos nos mercados ultra premium que são os vinhos topo de gama”, observa.

O grupo tinha previsto investir cinco milhões de euros este ano mas apenas realizou 75% a 80% deste investimento, sobretudo porque está a deslocalizar a produção das rolhas técnicas para outra nave industrial, também em Mozelos, e que só deverá estar concluída no início de 2017.

MASilva Portugal

Novos produtos

Apesar de a indústria corticeira ter vindo, nos últimos anos, a inovar e apresentar novos produtos, a MASilva concentra-se apenas na produção de rolhas de cortiça. Para José Oliveira “fabricamos todo o tipo de rolhas e inovamos no próprio produto com ‘nuances’ que são boas ofertas para todos os segmentos de mercado porque, para conseguirmos ter um equilíbrio financeiro e económico, temos que vender toda a gama e como somos uma empresa verticalmente integrada temos de controlar todas as partes do processo”.

Para José Oliveira “há que rentabilizar toda a gama para sermos competitivos no mercado, daí que temos vários mercados com apetência para qualidades melhores e mais valor acrescentado, e outros com apetência para gamas intermédias”.

De resto, acrescenta José Oliveira “penso que enquanto o senhor Silva continuar à frente dos destinos desta empresa não iremos diversificar, ele está muito focado nas rolhas de cortiça e realmente não podemos divergir para não perdermos o foco”. Apesar disto, a MASilva tem outros interesses no negócio, sobretudo nas empresas fora do país “onde podemos vender outros produtos associados mas não produzidos por nós”.

Os mercados que valorizam mais as rolhas de melhor qualidade são os Estados Unidos e França. José Oliveira adianta que, entre os corticeiros, “costuma dizer-se que França é o melhor mercado do mundo porque gasta todo o tipo de produto, tanto do muito bom como do menos bom”.

"Costuma dizer-se entre os corticeiros que França é o melhor mercado do mundo porque gasta todo o tipo de produto, tanto do muito bom como do menos bom.”

José Oliveira

Diretor de governação corporativa da MASilva

Já o mercado da China, onde o grupo já marca presença, é cheio de particularidades: “Muitas barreiras à entrada, com diferenças culturais profundas e cheio de vinhos de boa qualidade a par de qualquer boa cave francesa. Mas é um mercado onde existe o topo de gama e a gama mais baixa, não existe o mercado intermédio”.

Sem querer adiantar nomes de clientes, José Oliveira realça que “temos em quase todos os mercado clientes de topo. Mas diria que temos clientes que vendem garrafas de vinho a 700 ou 800 dólares e, na Europa, a 500 euros”.

MASilva Portugal

Para o futuro, José Oliveira sublinha que o grande objetivo “é continuar com o crescimento de 10% ao ano, pelo que dentro de cinco anos podíamos estar a faturar entre 75 a 80 milhões de euros”. Já sobre o setor, o gestor diz que o segredo é olhar com confiança. “Tivemos uma grande crise em 2009 e depois começámos a fazer o trabalho que tinha de ser feito. Nos últimos 10 a 12 anos investiu-se muito no setor e conseguiu-se melhorar a imagem fraca que a cortiça tinha”.

Origem da matéria-prima

Como na maior parte das empresas de cortiça — exceção feita ao grupo Amorim, que também está presente na produção –, a MASilva não detém a matéria-prima. José Oliveira salienta que “tipicamente os sobreiros são propriedade de famílias abastadas e que já fazem parte da família há anos o que faz com que dificilmente estejam à venda. É um investimento muito avultado e o retorno é feito a duas gerações”.

O grupo MASilva compra a cortiça sobretudo em Portugal. Mas em 2016, fruto de razões económicas, “e porque sabemos que a qualidade é semelhante à portuguesa, compramos também matéria-prima na Extremadura espanhola, sobretudo na zona que é próxima ao Alentejo”.

 

Cronologia:

1972- Fundação da Manuel Alves da Silva

1975- Manuel Alves da Silva começa a exportar para França

1995- Investimento no laboratório da empresa

1999- Criação da MASilva 2 Cortiças, empresa dedicada à produção de rolhas técnicas de cortiça

2000- Constituição da MASilva Corks USA

2002- Constituição da MASilva France

2004- Constituição da MASilva 3- Cortiças

2009- MASilva Cortiças do Brasil e MASilva Corks Australasia e da importadora de Corchos MASilva Chile

2011- MASilva Garzón Espanha

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Marisa Matias: “Não há provas que o ministro mentiu”

  • ECO
  • 12 Fevereiro 2017

A deputada bloquista diz que "não há provas" de que Mário Centeno mentiu ao Parlamento sobre o caso António Domingues. Para Marisa Matias, é a "única frente de ataque da direita".

Marisa Matias diz que não há provas de que Mário Centeno mentiu ao Parlamento. Isto depois de terem sido divulgados documentos que mostram que o ministro das Finanças se comprometeu com António Domingues. Para a deputada do Bloco de Esquerda, a direita continua a aquecer esta polémica em torno da entrega da declaração de rendimentos porque é a “única frente de ataque”. Mas porquê? Para a ex-candidata à Presidência, está tudo relacionado com o défice deste ano, que vai ficar abaixo do previsto.

"Daquilo que é público, não é possível provar que o ministro mentiu ao Parlamento dando garantias a António Domingues de que não teria de apresentar as declarações de rendimento e outros elementos ao Tribunal Constitucional”

Marisa Martins

Deputada do Bloco de Esquerda

“Daquilo que é público, não é possível provar que o ministro mentiu ao Parlamento dando garantias a António Domingues de que não teria de apresentar as declarações de rendimento e outros elementos ao Tribunal Constitucional”, diz Marisa Matias na sua opinião habitual na TVI24. “Deve ser dado o benefício da dúvida.”

A polémica voltou a acender na sequência de uma troca de correspondência entre o ex-presidente da Caixa Geral de Depósitos e o ministro das Finanças, revelada na quarta-feira pelo ECO. Numa carta datada de 15 de novembro, enviada por António Domingues a Centeno, o ex-líder da Caixa diz que a dispensa da entrega das declarações de rendimento e património ao Tribunal Constitucional “foi uma das condições acordadas para aceitar o desafio”. Na resposta, Centeno é evasivo e não confirma, nem desmente.

Para a deputada bloquista, o PSD e CDS continuam a “aquecer e a reaquecer” esta polémica porque é a “única frente de ataque da direita”. Numa altura em que António Domingues já não está à frente da Caixa Marisa Matias diz que este “reacender” está relacionado com o défice, “que ficou abaixo do previsto”.

“Quando temos um défice de níveis muito abaixo das previsões da Comissão Europeia, das metas exigidas e daquilo que eram os anúncios da direita, parece-me evidente que há um interesse por parte da direita portuguesa em manter esta polémica (…) porque é o único ângulo de ataque que têm em relação ao ministro das Finanças”, refere Marisa Matias.

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Três verbos para conjugar neste Dia dos Namorados

  • Juliana Nogueira Santos
  • 12 Fevereiro 2017

Ir, fazer e enviar. Três verbos para ter um Dia dos Namorados diferente, mas perfeito.

Está quase a chegar o dia mais romântico do ano. No dia 14 do fevereiro, milhões e milhões de apaixonados celebram o amor e expressam-no de diversas maneiras.

No ECO, queremos que este dia seja perfeito. Por isso fizemos questão de conjugar três verbos, começando pelo tradicional ir, destacando alojamentos alternativos, passando pelo fazer, com atividades diferentes para fazer a dois, e acabando no enviar, porque as prendas também são importantes.

Ir

(latim eo, ire)

verbo transitivo, intransitivo e pronominal

1. Passar ou ser levado de um lugar para outro, afastando-se. ≠ VIR

2. Deslocar-se até um lugar para lá permanecer. ≠ VIR

3. Deslocar-se a um local para fazer algo.

Escapar para a Costa Vicentina

Esta herdade com mais de 100 hectares localizada na aldeia do Cercal do Alentejo, em plena Costa Vicentina, tem o dia 14 todo planeado para si: começa logo com uma Welcome Drink, uma caminhada com observação do pôr-do-sol, um jantar romântico e uma noite de alojamento com pequeno-almoço incluído.

A oferta é válida durante a semana de 10 a 19 de fevereiro, sendo que durante toda a semana terão várias surpresas como poemas que invadem as paredes dos quartos e workshops de pintura, entre outros. Se não for suficiente, poderá também passear a cavalo, fazer uma massagem a dois e ter aulas de yoga.

Preço: A partir de 155€

Morada: Herdade da Matinha – Cercal do Alentejo

Contactos: [email protected] | 933 739 245

Amar no centro do país

Nos recantos de Viseu, a Quinta de Lemos oferece um plano exclusivo para o Dia do Namorados, com um menu especial de cinco entradas, um prato principal e uma sobremesa. Além disto, poderá oferecer uma caixa de vinho da coleção “You, Me and Wine”, “Para Ele”, com três vinhos monocasta e “Para Ela”, com três vinhos que homenageiam as mulheres da família de Lemos.

Preço: Jantar – 35€ | Vinhos – 39,90€ e 45,90€

Morada: Passos de Silgueiros, Silgueiros

Contactos: [email protected] | 232 951 748

Amor em congresso

Não haveria outro lugar melhor para se debater o amor do que o sítio que serviu de pano de fundo à maior história de amor que o país já conheceu. A Quinta das Lágrimas organiza, a 18 de fevereiro, a quarta edição do congresso do amor que conta com a presença do escritor Pedro Chagas Freitas e da cantora brasileira Adriana Calcanhoto. Entre tantos outros assuntos, vai falar-se de química, de cartas de amor e de casamentos.

Além do congresso, está já a celebrar-se o mês da paixão com menus especiais e outras surpresas.

Preço: Gratuito (opção de estadia em quarto duplo com pequeno-almoço buffet, com preços a começar nos 130€)

Morada: Rua António Augusto Gonçalves – Coimbra

Contactos: [email protected] – 239 802 380

Um Dia dos Namorados offline

“Connect with your Wife… not the Wifi”. O mote é bem simples, mas pode-se tornar difícil na hora de o pôr em prática. Ainda assim, é esta a proposta da Offline Portugal, uma pousada em Aljezur que ajuda aos seus hóspedes a desligarem-se de todas as tecnologias para se reconectarem com os outros.

Assim, o programa para o Dia dos Namorados inclui estadia de dois dias — de 17 a 19 de fevereiro –, com pequeno-almoço continental, um pack de boas-vindas com vinho e queijos locais, duas sessões de yoga para casal, uma sessão de cinema sobre casamento e amor, bem como acesso ao lounge, cozinha, jardins e piscina e uso ilimitado dos jogos, brinquedos e instrumentos musicais da Offline.

Preço: 180€ a 210€ (duas pessoas, duas noites)

Morada: Urbanização Vale da Telha, Sector C, Lote 104, CP 379 – Aljezur

Contactos: [email protected] | 282 998 075 | 929 330 142

Fazer

(latim facio, -ere)

verbo transitivo

1. Dar existência, ser autor de. = CRIAR, OBRAR, PRODUZIR

2. Dar ou tomar determinada forma. = FORMAR

3. Realizar, executar.

Cartas de amor, quem as não tem

Quando não existiam telemóveis nem Whatsapp, os namorados correspondiam-se através de cartas escritas. Eram páginas e páginas de discursos intensos e apaixonados que ainda hoje se guardam como se de relíquias se tratassem — e na verdade tratam mesmo.

O ateliê Escrever Escrever dá a oportunidade de sermos todos Pessoa por um dia e organiza um workshop de escrita de cartas de amor, onde se vão descobrir autores e exemplos e exercitar a escrita e a criatividade.

Data: 12 de fevereiro

Custo: 36€ + 12€ matrícula

Contactos: [email protected] | 911 197 197 | 210 962 158

Retratos de uma história de amor

“Gosto de Ti”. É com três palavras tão simples que se pode construir algo maior, mas é também assim que o estúdio de fotografia Silverbox abre o seu espaço a todos os casais, para que possam perceber a ciência por detrás de um retrato. Podem aproveitar também para criar uma memória fotográfica, maior ou mais pequena, com o encanto da fotografia antiga.

Data: 14 de fevereiro

Custo: 25€ – 30€

Contactos: [email protected] | 218 057 735 | 915 074 612

Mercado para apaixonados (e não só)

O Time Out Market vai ter as portas abertas de par em par para acolher os enamorados da cidade de Lisboa. A partir das 20 horas vai haver música ao vivo e um speed-cooking-dating, um encontro rápido entre 20 pessoas — 10 mulheres e 10 homens — que vão ter de cozinhar uma entrada e um prato principal. A inscrição para este está a decorrer na página de Facebook do mercado.

Cinco sortudos casais irão ter direito a um jantar gratuito, com menu completo, lugares reservados e serviço de mesa. Como? Através de um passatempo no Facebook do Time Out Market. A Cabify vai também oferecer 15% de desconto aos utilizadores que tenham como destino ou partida o mercado.

Data: 14 de fevereiro

Custo: Gratuito

Contactos: [email protected] | 213 951 274

Jantar como peixe na água

E se pudesse passar este dia não só ao lado da sua cara-metade, mas também de peixes? Já é possível, e é ideia é da Sea Life Porto. O pacote inclui o jantar, com opção de carne e vegan, uma receção com espetáculo de fogo-de-artifício, música e uma lembrança surpresa.

Se quiser uma experiência mais intensa, pode escolher o pacote VIP que oferece uma localização reservada junto ao tanque oceânico.

Data: 14 de fevereiro

Custo: 59€ – 75€

Contactos: 226 190 400

Enviar

verbo transitivo

1. Remeter, mandar.

2. Expedir.

Com flores (de bicicleta), não há como errar

É a prenda clássica: um ramo de belas e frescas flores. Mas fica bem mais especial e romântico que for um ramo de belas e frescas flores entregues por alguém numa bicicleta.

A Saudade Flores é a loja de Ana Carolina Rocha, licenciada em Design de Moda que mudou de vida, e Raphael Monteiro, um casal meio português, meio brasileiro, como se caracterizam e permite encomendar ramos de todos os tamanhos e feitios, pagando 2€ pela entrega em bicicleta (disponível apenas na cidade de Lisboa). Pode também optar por fazer uma assinatura de flores, para receber mensalmente um arranjo.

O sabor doce do amor

Os biscoitos sabem bem em todas as ocasiões, mas se forem especialmente bonitos e enviados pela nossa cara-metade sabem ainda melhor. A dica é dada pela Biscuiteers, uma empresa britânica que produz biscoitos decorados e que os envia diretamente para quem mais gostamos. Os preços começam nas 6 libras e vão subindo até às 65 libras — por este preço tem direito a um cabaz com biscoitos variados e uma garrafa de champanhe. Pode também juntar uma mensagem personalizada.

Se não gostar de biscoitos — porque quem dá também prova –, pode também oferecer chocolates ou bolinhos. Atenção apenas para os portes de envio que são de 6,95 libras para entrega normal — 7 a 10 dias — , ou 15,61 libras para entrega expresso — 2 a 3 dias.

 

A Biscuiteers dá-lhe a oportunidade de dizer ao seu namorado que é um rapaz cheio de estilo. Biscoito “Boyfriend Jolly Ginger” por 6 libras.Biscuiteers

Cabrinhas, o símbolo internacional dos apaixonados

Esqueça os corações e o cupido. Este ano, os símbolos internacionais do amor são cabrinhas anãs. A You Goat Mail é uma empresa especializada em peluches de cabras anãs que envia cabazes de fofura para todo o mundo. Um peluche e um cartão personalizado custam 24,99 dólares, sem custos de envio. Pode também enviar um calendário de 2017 por 7,50 dólares, para todos os dias sejam dias de cabrinhas.

 

Um pouco de brilho nunca fez mal a ninguém

Pode ser dia dos namorados, mas até os inimigos merecem presentes neste dia. E qual o melhor presente para eles que uma coisa muito irritante, que não desaparece por nada deste mundo, também conhecido por purpurinas? Por 9,99 dólares, a Ship Your Enemies Glitter faz exatamente aquilo que lhe deu nome, envia purpurinas aos seus inimigos, de forma anónima.

Assim, quando a pessoa for a abrir um envelope completamente inocente vai espalhar milhares de purpurinas por si e pelo sítio onde está — e toda a gente sabe o quão difícil é limpar purpurinas.

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