Nova Iorque fecha no verde após manhã em queda

  • Marta Santos Silva
  • 8 Fevereiro 2017

O principal índice de Wall Street, o S&P 500, já tinha recuperado à hora do fecho dos mercados da sua queda matinal. A ausência das reformas prometidas por Donald Trump continua a ensombrar a bolsa.

A bolsa de Nova Iorque recuperou de um tombo inicial para terminar o dia a subir ligeiramente esta quarta-feira, com o seu principal índice, o S&P 500, já no verde. Mas os investidores permanecem tímidos nos mercados norte-americanos, à medida que o presidente Donald Trump deixa atrasar a implementação das medidas de liberalização e incentivo fiscal que prometera para a economia dos EUA.

O índice de referência S&P 500 fechou a subir ligeiramente 0,08% para os 2294,88 pontos, e também a subir estava o índice tecnológico Nasdaq, 0,15% na positiva, com 5682,45. Já o industrial Dow Jones acabou por fechar no vermelho, a cair 0,18%, mas mantendo-se acima do limiar do 20 mil pontos: marcava 20054,34 pontos à hora de fecho.

Em época de apresentação de resultados das cotadas nos índices norte-americanos, os mercados movem-se “menos pelo macro”, como a conjuntura política, “e mais pelo micro”, disse à Bloomberg a analista Lucy Macdonald, da Allianz Global Investors.

Já o crude atingiu mínimos de duas semanas após ser revelado que as reservas dos Estados Unidos aumentaram em 14,2 milhões de barris na semana passada, o que contraria as intenções de redução de produção da Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP). Os futuros chegaram a descer 1,8% em Nova Iorque, após duas sessões em que tinham já caído 3,1%. “Uma acumulação de reservas assim vai ser o pior pesadelo da OPEP”, disse o analista Naeem Aslam, da Think Markets UK, consultado pela Bloomberg. “A procura é simplesmente demasiado fraca para consumir o atual excesso”.

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Governo recua. CCDR só ficam com fundos regionais

A primeira versão do documento de trabalho sugeria um reforço de competências das CCDR ao nível dos fundos comunitários. Eduardo Cabrita anunciou hoje que CCDR só ficam com fundos regionais.

As Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) vão continuar a gerir apenas os programas operacionais regionais e serão envolvidas na preparação do próximo quadro comunitário de apoio ao nível da dimensão regional, avançou esta quarta-feira o ministro adjunto Eduardo Cabrita, em conferência de imprensa, no final da reunião do Conselho de Concertação Territorial, onde foi discutida a descentralização de competências para as CCDR.

Esta posição do Executivo é um recuo face à primeira versão que foi entregue aos parceiros nesta discussão, e que foi avançada em primeira mão pelo Jornal de Negócios. O primeiro documento de trabalho que foi distribuído, e a que o ECO também teve acesso, propunha claramente “um reforço” das “atribuições das CCDR associadas à gestão de fundos europeus, que até à data se limitavam à gestão de fundos regionais, prevendo-se agora atribuições de planeamento e de gestão de todos os programas, mecanismos e fundos no âmbito da política de coesão da União Europeia e de outras políticas europeias”. No entanto, depois das negociações, esta não foi a versão que vingou.

Salienta-se ainda o reforço das atribuições das CCDR associadas à gestão de fundos europeus, que até à data se limitavam à gestão de fundos regionais prevendo-se agora atribuições de planeamento e de gestão de todos os programas, mecanismos e fundos no âmbito da política de coesão da União Europeia e de outras políticas europeias.

Projeto de Decreto-Lei de 09.01.2017

Caso o Executivo tivesse optado por esta alteração na gestão dos fundos comunitário isso implicaria que Bruxelas se pronunciasse sobre o tema. O ECO sabe, contudo, que a Comissão Europeia não foi informada desta reforma. As alterações no método de eleição dos presidentes das CCDR — que ficou agora convencionado que será feito, partir do início de 2018, “por um colégio muito alargado de autarcas”, nomeadamente “membros de câmaras municipais e de assembleias municipais, incluindo os presidentes de junta de freguesia”, acrescentou Eduardo Cabrita — não tem de passar pelo crivo comunitário.

Mas o mesmo não se passa com uma alteração à forma de gestão dos fundos europeus, do papel e das competências. Mudanças a este nível teriam sempre de ser avaliadas para perceber se vão ao encontro das regras comunitárias e se exigiriam uma alteração aos termos do Acordo de Parceria que o Governo (ainda o de Pedro Passos Coelho) assinou com Bruxelas aquando da negociação do Portugal 2020.

Eduardo Cabrita, na conferência de imprensa, sublinhou que as CCDR vão manter exatamente as competências que já tinham presentemente no que diz respeito aos fundos comunitários, até porque não faria sentido ter órgãos regionais a decidir fundos europeus de âmbito nacional, ou seja, por exemplo, a CCDR Norte a decidir sobre um investimento no Algarve. Cabrita disse mesmo, em resposta aos jornalistas, que “nunca esteve previsto a atribuição de competências dos programas de natureza nacional no âmbito do Portugal 2020” para as CCDR.

Nunca esteve previsto a atribuição de competências dos programas de natureza nacional no âmbito do Portugal 2020 [para as CCDR].

Eduardo Cabrita

Ministro adjunto

O tema tem gerado alguma polémica com os autarcas, sobretudo do PSD, a acusarem o Executivo de tentarem levar a cabo, desta forma, uma “regionalização encapuçada”. “Tendo em conta a lei de 75 de delegação de competências para as CCDR acho que há uma incompatibilidade entre as CCDR e as comunidades intermunicipais”, disse ao ECO David Santos, ex-presidente da CCDR Algarve. “Não encontro lógica no modelo que está a ser proposto”, acrescenta o responsável rematando que se pode tratar “de uma regionalização encaputada”.

No final do encontro, citado pela Lusa, Eduardo Cabrita, garantiu, durante uma reunião do Conselho de Concertação Territorial, existir “amplo consenso” à volta da lei-quadro de descentralização de competências para as autarquias, que deve ser aprovada “em breve” em Conselho de Ministros.

“Houve uma unanimidade no sentido de que este processo está consolidado, este processo está maduro para passar a uma fase seguinte. Uma fase, por um lado, de aprofundamento técnico e, por outro lado, de trabalho parlamentar”, afirmou o ministro, destacando que o diploma irá a Conselho de Ministros “com a máxima brevidade” possível.

No encontro, que decorreu na residência oficial do primeiro-ministro, autarcas e Governo discutiram a transferência de competências do Governo para autarquias em áreas como educação, saúde, ação social e gestão das áreas marítimas e ribeirinhas, que farão parte de uma lei-quadro que depois irá dar origem a “mais de uma dezena de diplomas complementares” relativos a cada um destes temas. Entre estes estão ainda a revisão da lei das finanças locais e uma nova lei sobre a organização dos serviços das autarquias locais, prevendo a sua adaptação às novas competências.

Com os serviços, as autarquias recebem também funcionários — com exceções como os professores e o pessoal médico. Por isso, Manuel Machado, presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), citado pela Lusa, considerou essencial “o rejuvenescimento dos recursos humanos nas autarquias” e assegurou que estas pessoas “não têm de ter medo, porque há uma preocupação desde a primeira hora em salvaguardar os direitos próprios fixados nos termos da lei”.

De acordo com o ministro Eduardo Cabrita, o objetivo é que tudo esteja pronto até às próximas eleições autárquicas, este ano, para que os próximos autarcas eleitos já tenham as regras definidas, “claras e que resultem num aprofundamento da democracia local”.

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Euronext expulsa BPI do PSI-20. Sobram 17

O BPI está fora do PSI-20 devido à reduzida liquidez que apresenta em bolsa, depois de o CaixaBank ter ficado com 85% do capital do banco, anunciou a Euronext. Sobram 17 cotadas no índice nacional.

“O que sei é que a Allianz não vendeu”, disse Gonzalo Gortázar. A seguradora que detém cerca de 8% do capital do BPI não aceitou a proposta do CaixaBank, ficando com uma posição que reduz fortemente a liquidez das ações do banco português na bolsa nacional. E por causa disso, a Euronext decidiu esta quarta-feira excluir o BPI BPI 0,00% do PSI-20, que fica novamente com 17 cotadas a partir desta sexta-feira.

“A Euronext comunica que, na sequência dos resultados alcançados na Oferta Pública de Aquisição (OPA) do CaixaBank sobre o BPI, e face à informação disponível à data, foi decidida a exclusão das ações do Banco BPI do índice PSI 20, com data efetiva a 10 de fevereiro“, informou esta quarta-feira a Euronext, dona da bolsa de Lisboa.

O CaixaBank ficou com 84,52% do capital na OPA em que ofereceu 1,134 euros por ação. Isabel dos Santos, o Grupo Violas e outros pequenos acionistas venderam, mas a Allianz não. “O que eu sei é que a Allianz não vendeu. O resto são acionistas minoritários de menor peso”, disse o administrador delegado do CaixaBank na apresentação dos resultados da OPA. O ECO sabe que a seguradora alemã manteve a posição de 8,64% no banco após a operação.

"A Euronext comunica que, na sequência dos resultados alcançados na Oferta Pública de Aquisição (OPA) do CaixaBank sobre o BPI, e face à informação disponível à data, foi decidida a exclusão das ações do Banco BPI do índice PSI 20, com data efetiva a 10 de fevereiro.”

Euronext

Seja como for, o BPI vai continuar em bolsa. É que o CaixaBank não conseguiu atingir nem os 90% do capital, nem os 90% dos títulos que se propunha comprar, como exige o Código de Valores Mobiliários, pelo que não pode lançar uma oferta potestativa. O banco fica em bolsa, mas com poucos títulos. E com um acionista como a Allianz, o capital disponível no mercado é ainda mais reduzido, motivo pelo qual a Euronext decidiu excluir o BPI do seu índice de referência.

Com esta decisão, o principal índice português passa de 18 para 17 cotadas, sendo que um substituto apenas será promovido na revisão anual do índice, que ocorre apenas em março.

Questionado sobre se fará sentido manter o banco português cotado na bolsa nacional apesar da baixa liquidez, Gonzalo Gortázar afirmou que “a intenção é manter o banco em bolsa”. No entanto, o administrador delegado diz que “temos de analisar se a liquidez é suficiente”. E “que alternativas temos”, rematou.

(notícia atualizada às 20h36)

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Segurança Social tem de pagar salários intercalares mas norma ainda não está regulamentada

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 8 Fevereiro 2017

Queixa foi feita ao Provedor de Justiça: depois de o tribunal decidir que o despedimento era ilícito, Segurança Social recusou pagar salários intercalares, alegando que a norma está por regulamentar.

Ainda está por regulamentar a norma que prevê que a Segurança Social deve pagar salários intercalares aos trabalhadores cujo despedimento tenha sido declarado ilícito. Foi esta a indicação que o Instituto da Segurança Social (ISS) deu ao Provedor de Justiça, quando José de Faria Costa questionou a situação de um cidadão que há mais de um ano espera por este pagamento.

Em causa está o artigo 98.º-N do Código do Processo de Trabalho (CPT), em vigor desde janeiro de 2010: quando o despedimento é considerado ilícito em 1.ª instância, o tribunal determina que a Segurança Social deve pagar as retribuições intercalares devidas ao trabalhador — ou seja, os salários entre a data em que se completam 12 meses sobre a apresentação do formulário de oposição ao despedimento e a data de notificação da decisão de 1.ª instância. A Segurança Social deve pagar no período de 30 dias após o trânsito em julgado da decisão que declare a ilicitude do despedimento.

“O Provedor de Justiça recebeu uma queixa sobre o atraso e posterior recusa do Instituto da Segurança Social, I.P. (ISS, I.P.) em dar cumprimento a uma decisão proferida pelo Tribunal da Relação de Lisboa, da qual resulta a obrigação de serem pagas ao interessado as quantias apuradas como devidas ao abrigo do artigo 98.º-N do Código do Processo de Trabalho (CPT)”, indica o Provedor de Justiça.

A nota do Provedor acrescenta que o ISS já foi notificado há mais de um ano, mas continua sem cumprir esta obrigação, alegando que o preceito ainda não foi regulamentado: “Não obstante, notificado para o efeito há mais de um ano, o ISS, I.P. recusa-se a proceder em conformidade, alegando que o preceito em questão (artigo 98.º-N do CPT) ainda não foi regulamentado, considerando-se, por conseguinte, materialmente incompetente para dar cumprimento ao disposto na mencionada norma legal”.

O ISS e o Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social (IGFSS) já indicaram a José de Faria Costa que submeteram à “consideração da Tutela um protocolo de articulação respeitante a tal matéria”. Ao ECO, fonte oficial do Ministério do Trabalho indica que está a acompanhar o caso concreto enunciado pelo Provedor de Justiça, sem adiantar para já mais detalhes.

Por considerar que esta questão é de interesse geral, não se restringindo a um caso em concreto, o Provedor dirigiu um ofício à Secretária de Estado da Segurança Social, Cláudia Joaquim, em novembro. Aqui chamou a atenção “para a consequente necessidade de ser adotada medida que, em definitivo, resolva o problema da aplicação do artigo 98.º do CPT, de modo a que, por um lado, sejam pagas ao interessado as quantias que lhe são devidas pelo Estado, há mais de um ano, em cumprimento da referida decisão judicial, e, por outro lado, que sejam igualmente pagas as importâncias em dívida aos demais trabalhadores em igualdade de circunstâncias, evitando também atrasos em situações futuras idênticas“. José de Faria Costa “insistiu recentemente” nesta questão junto de Cláudia Joaquim.

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Exportações de frutos vermelhos destronaram as de pera rocha em 2015

  • Lusa
  • 8 Fevereiro 2017

Capoulas Santos falava durante a visita à Fruit Logistica 2017, a maior feira de frutas e legumes do mundo, que arrancou hoje em Berlim e conta com 42 expositores de empresas portuguesas.

As exportações em valor de frutos vermelhos destronaram em 2015 as de pera rocha ao atingirem quase 91 milhões de euros, contra os cerca de 87 milhões de euros da pera rocha, afirmou o ministro da agricultura. Capoulas Santos avançou que em 2015 as exportações de frutos vermelhos (framboesa, mirtilo, amora e groselha) atingiram os 90,6 milhões de euros (70 milhões de euros em 2014), enquanto as de pera rocha somaram 86,5 milhões de euros (88,7 milhões de euros em 2014).

O ministro referiu que os pequenos frutos vermelhos afirmam-se cada vez mais como “grande aposta” da agricultura portuguesa, sobretudo na Alemanha, “para onde Portugal pode aumentar progressivamente as suas exportações”, já que “ocupa ainda uma quota ínfima de mercado”. “As nossas exportações no mercado alemão são ainda uma gota de água no oceano. É portanto um mercado com grande potencial e que tem vindo a apreciar as frutas e hortícolas portuguesas“, afirmou.

E acrescentou: “Não tínhamos grande tradição de produção e exportação de frutos vermelhos, mas são muito apreciados nos países nórdicos e as nossas condições climatéricas permitem produzir em termos de qualidade de forma imbatível. É um setor com grande potencial de crescimento”, reforçou.

O governante analisou também os primeiros dados de 2016, destacando que os mesmos mostram que as exportações no setor das frutas cresceram na ordem dos 6%. “Por isso, continuamos na trajetória de atingirmos em 2020 os dois mil milhões de euros de exportações”, afirmou.

O vice-presidente da Portugal Fresh, Gonçalo Andrade, mostrou-se convicto de que a meta dos dois mil milhões de euros de exportações vai ser atingida, mesmo que não seja logo em 2020, mas 2021 ou 2022, “porque os empresários portugueses têm sido extremamente inovadores, muito persistentes e acreditam muito no que fazem”.

“Há uma coisa que nos tranquiliza, é que não são só eles a acreditarem, mas também os clientes a começarem a valorizar a geografia de Portugal como uma geografia importante no mundo da produção“, frisou.

Além disso, destacou as vantagens de Portugal: “Somos o único país na latitude sul da Europa que tem influência do Atlântico, o que não garante a precocidade nos produtos que os nossos vizinhos têm, mas garante maior janela de produção e normalmente que o período entre a flor e o fruto seja superior, o que permite ter melhor sabor, intensidade de cor superior e melhor aroma”.

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PSD força ida de Centeno à comissão de inquérito por causa das cartas sobre CGD

No seguimento da correspondência que o ECO divulgou esta quarta-feira, o PSD vai forçar uma ida de Mário Centeno à Comissão Parlamentar de Inquérito sobre a gestão da Caixa Geral de Depósitos.

O PSD confirmou que vai chamar potestativamente o ministro das Finanças à Comissão Parlamentar de Inquérito à Recapitalização da Caixa Geral de Depósitos e à Gestão do Banco, noticia o Expresso. A ação dos sociais-democratas surge após a notícia do ECO onde uma carta secreta de António Domingues compromete Mário Centeno. Esta sexta-feira, António Costa garantiu que mantém a confiança no responsável das finanças públicas.

É necessário confrontar o ministro das Finanças com essas notícias.

Hugo Soares

Deputado do PSD

A deputada Margarida Balseiro Lopes explicou ao ECO que os sociais-democratas podem ainda usar oito agendamentos potestativos. Desta forma, o PSD pode levar essas personalidades à comissão de inquérito para serem questionadas sem precisar da aprovação da maioria dos deputados que integram a comissão. Ou seja, não há a possibilidade de a audição ser travada por uma maioria entre o PS, BE e PCP.

Vamos chamar o ministro e confrontá-lo com o facto de ter mentido descaradamente a julgar pelas notícias que saíram na comunicação social“, afirmou Hugo Soares ao semanário. O deputado, que é o coordenador da comissão de inquérito em representação da bancada social-democrata, afirma que “é necessário confrontar o ministro das Finanças com essas notícias”.

A carta em questão foi enviada ao ministro das Finanças por António Domingues e frisa, preto no branco, que a não entrega das declarações foi “uma das condições acordadas” para liderar a gestão da Caixa. É nesta carta que frisa que esta foi uma condição prévia à aceitação do convite para liderar o banco público. O documento datado de 15 de novembro falava da polémica em torno da entrega das declarações de rendimentos e património ao Tribunal Constitucional — e das consequências que essa exigência teria para a equipa de gestão.

Esta quinta-feira, às 18h, a Comissão de Inquérito recebe o Presidente do Tribunal de Contas, Vítor Caldeira. O PSD vai pedir esta audição com Mário Centeno numa das próximas reuniões da comissão, mas o agendamento vai depender também da agenda do ministro das Finanças. Anteriormente, o CDS já tinha usado um agendamento potestativo para chamar Armando Vara.

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Portugal apresenta 30 candidaturas de interligação à Europa

Em causa está um investimento de 1,2 mil milhões de euros que concorre a um apoio comunitário de 826 milhões. São candidaturas públicas e privadas na área dos transportes, energia e tráfego aéreo.

Portugal apresentou 30 novas candidaturas, no valor de 1,2 mil milhões de euros, aos apoios comunitários do programa Mecanismo Interligar a Europa (Connecting Europe Facility, CEF), anunciou esta quarta-feira o Ministério do Planeamento e das Infraestruturas, em comunicado.

Portugal optou por dar maior prioridade aos projetos ferroviários — cinco projetos que representam um investimento de 1.016 milhões de euros — “em linha com a prioridade definida pelo Governo no Plano Ferrovia 2020”, explica o mesmo comunicado. Em causa está a segunda fase das obras da linha Évora-Caia e a modernização da Linha de Sines no Corredor Internacional Sul; a nova linha Aveiro-Mangualde no Corredor Internacional Norte; e a ligação ferroviária ao Porto de Leixões no Corredor Atlântico.

O ministério liderado por Pedro Marques sublinha ainda os quatro projetos a nível portuário que representam um investimento de 97 milhões de euros, quatro projetos rodoviários no montante de 36 milhões de euros (onde inclui a candidatura para a ligação da A25 à fronteira de Vilar Formoso, no valor de 15 milhões de euros) ou ainda oito candidaturas da Força Aérea num investimento de 33 milhões. Veja aqui a lista completa das 30 candidaturas apresentadas por Portugal.

Falcon 50 da Força Aérea portuguesa é candidato ao Plano Juncker para atualizar o Controller Pilot Data Link (CPDL), o meio de comunicação entre controladores de tráfego aéreo e pilotos através de mensagens de texto pré-formatadas e universais, que têm por objetivo, entre outras coisas, eliminar as dificuldades de compreensão que podem ser causadas por interferência e sotaques das diferentes línguas nativas no inglês padrão da aviação.

No comunicado, a tutela adianta ainda que, para o investimento global de 1,2 mil milhões de euros, são solicitados apoios comunitários de 826 milhões de euros (o que corresponde a uma taxa média de comparticipação de 69%), estando em causa “maioritariamente investimento público (1.140 milhões de euros) mas também investimento privado (56 milhões de euros)”.

Mil milhões de euros para maximizar investimento privado na infraestrutura

Este anúncio do Ministério do Planeamento, não só é feito no último dia possível para Portugal poder apresentar as suas candidaturas como coincide com o novo convite que a Comissão Europeia fez esta quarta-feira para que sejam apresentados projetos públicos e privados para combinar um apoio de mil milhões de euros de apoios do Mecanismo Interligar a Europa com outras fontes de financiamento, incluindo o Fundo Europeu para Investimentos Estratégicos (FEIE), mais conhecido por Plano Juncker, mas também do Banco Europeu de Investimento, dos bancos de fomento nacionais e dos investidores privados.

Contudo, para beneficiar do apoio do Mecanismo Interligar a Europa, os candidatos serão convidados a demonstrar a disponibilidade financeira dos projetos para obterem financiamento complementar de instituições financeiras públicas ou privadas.

A Comissão Europeia revela ainda, em comunicado, que “será dada especial atenção a projetos vocacionados para a eliminação de estrangulamentos, que apoiem ligações transfronteiriças e acelerem a digitalização dos transportes, especialmente em domínios de elevado potencial e em nichos de mercado como nos países do Fundo de Coesão, sistemas de transportes sustentáveis e eficientes e no fomento da intermodalidade e da interoperabilidade da rede de transportes. Incluindo novas tecnologias e novos sistemas de gestão do tráfego como, por exemplo, o Sistema Europeu de Gestão do Tráfego Ferroviário, os Sistemas Inteligentes para o Transporte Rodoviário ou o Programa de Investigação sobre a Gestão do Tráfego Aéreo no Céu Único Europeu”.

O apoio será concedido por concurso, após avaliação e um processo de seleção rigorosos. O convite terá dois prazos para a apresentação de propostas, o primeiro em 14 de julho de 2017 e o segundo em 30 de novembro de 2017.

(Artigo corrigido às 20h30)

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BPI fica em bolsa, mas com muito menos liquidez

Os tombos do maiores bancos portugueses levaram o PSI-20 a fechar em queda pela terceira sessão consecutiva.

No dia em que foram conhecidos os resultados da oferta pública de aquisição (OPA) lançada pelo CaixaBank ao BPI, o banco português afundou em bolsa. Os catalães ficaram com 84,52% do BPI e vão mantê-lo em bolsa, mas com muito menos liquidez, já que a quase totalidade dos títulos passa a ser detida por um só acionista. Ainda na banca, na véspera de colocar em bolsa 14 mil milhões de novas ações, o BCP também tombou 7%.

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Allianz não vendeu. BPI pode sair do PSI-20

Gortázar revela que a seguradora alemã não vendeu na OPA. Com a manutenção deste acionista, a liquidez dos títulos na bolsa passa a ser mínima pelo que o banco deverá ser excluído do PSI-20.

“O que sei é que a Allianz não vendeu”, disse Gonzalo Gortázar. A seguradora que detém cerca de 8% do capital do BPI não aceitou a proposta do CaixaBank, ficando com uma posição que reduz fortemente a liquidez das ações do banco na bolsa nacional. Neste sentido, poderá ser excluído do PSI-20.

O CaixaBank ficou com 84.52% do capital na OPA em que ofereceu 1,134 euros por ação. Isabel dos Santos, o Grupo Violas e outros pequenos acionistas venderam, mas a Allianz não. “O que eu sei é que a Allianz não vendeu. O resto são acionistas minoritários de menor peso”, disse o administrador delegado do CaixaBank na apresentação dos resultados da OPA. O ECO sabe que a seguradora alemã manteve a posição de 8,64% no banco após a operação.

O BPI vai continuar em bolsa. O CaixaBank não conseguiu atingir nem os 90% do capital, nem os 90% dos títulos a que se propunha comprar, como exige o Código de Valores Mobiliários, pelo que não pode lançar uma oferta potestativa. Fica em bolsa, mas com poucos títulos. E com um acionista como a Allianz, o capital disponível em bolsa é ainda mais reduzido.

Com apenas 5% a 6% do capital disperso no mercado, o BPI deverá ser excluído do índice de referência da bolsa nacional. A Euronext Lisboa afirmou que estava a avaliar essa situação, antecipando uma decisão ainda durante o dia de hoje. A confirmar-se esta exclusão, o índice português passará de 18 para 17 cotadas, sendo que um substituto apenas será promovido na revisão anual do índice, em março.

Questionado sobre se fará sentido manter o banco português cotado na bolsa nacional apesar da baixa liquidez, Gonzalo Gortázar afirmou que “a nossa intenção é manter o banco em bolsa”. No entanto, o administrador delegado diz que “temos de analisar se a liquidez é suficiente”. E “que alternativas temos”, rematou.

(Notícia atualizada com mais informação)

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CaixaBank vai comprar dívida subordinada do BPI

O banco catalão diz que está preparado para comprar os títulos de dívida subordinada que o BPI precisa de emitir para reforçar os rácios. O banco pretende emitir até 250 milhões de euros.

Gonzalo Gortázar, o administrador delegado do CaixaBank, afirmou que está disponível para subscrever os títulos de dívida subordinada de que o BPI precisa para reforçar os seus rácios. O banco pretende emitir até 250 milhões de euros.

Fernando Ulrich diz que o mínimo a emitir será de 225 milhões, sendo que o banco ainda vai decidir se vão emitir um pouco mais. “É conveniente que seja um pouco mais e é um tema que vamos discutir nos próximos dias com o acionista CaixaBank”. Mas “terá de ser no mínimo 225 milhões de euros”, acrescentou.

Gortázar refere que “o BPI está agora numa situação financeira” mais forte, tendo o CaixaBank como acionista controlador. E o facto de o CaixaBank controlar o banco reforça ratings, o que facilita o acesso ao financiamento, explica. “O CaixaBank está disponível para subscrever a dívida subordinada”, se considerar que é a melhor alternativa.

BPI já só tem de emitir 206 milhões de euros de dívida subordinada para cumprir as exigências de capital definidas pelo Banco Central Europeu. Ou seja, alcançar um rácio total de 12%. Mas o valor a emitir pode ser superior. Pode ir até aos 250 milhões, esclareceu o banco na apresentação dos resultados para 2016. O CaixaBank estimava que a taxa de juro anual poderá variar entre 8% e 10%.

(Notícia atualizada com mais informação)

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CaixaBank gasta 645 milhões na OPA ao BPI

O banco catalão ficou com 84,52% do capital da instituição portuguesa. A fatura ficou perto dos 650 milhões, mas os rácios do CaixaBank continuam elevados.

O CaixaBank ficou com 84,52% do BPI. Para reforçar até este nível, o banco espanhol teve de desembolsar quase 650 milhões de euros, um valor aquém do máximo de cerca de 900 milhões. Gonzalo Gortazár, o líder da instituição catalã, agradeceu aos acionistas que aceitaram a proposta de 1,134 euros, mas também aos que não vendendo partem para a “nova etapa”.

A operação representou um desembolso de 644, 52 milhões de euros, permitindo ao banco “desenvolver o seu plano de sinergias de receitas e custos por um valor de cerca de 120 milhões de euros” que permitirá elevar a eficiência do BPI, refere a instituição que passou de cerca de 45% para quase 85% do capital.

“Agradecemos aos acionistas que aceitaram a nossa oferta e damos as boas-vindas a todos aqueles que decidiram acompanhar-nos nesta apaixonante etapa que iniciamos no BPI, uma entidade sólida e em gerida, e que nos permitirá unir o melhor de ambas as culturas”, referiu Gortázar na apresentação dos resultados da OPA, em Lisboa.

“Com esta aposta, o CaixaBank confirma a sua aposta no mercado português, cuja recuperação assenta sobre bases sólidas, como a melhoria da competitividade e da confiança dos investidores internacionais”, rematou, salientando que acredita no potencial do CaixaBank.

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Costa pede à direita que pare de “brincar com a dívida”

  • Margarida Peixoto
  • 8 Fevereiro 2017

O primeiro-ministro acusou o PSD e o CDS de brincarem com a dívida e de fazerem declarações que "perturbam os mercados". E defendeu que os leilões desta manhã foram bem-sucedidos.

Foi um misto de acusação com pedido de tréguas. António Costa foi confrontado esta tarde, na Assembleia da República, com os números da dívida. Trazia a lição estudada: respondeu com os valores do Executivo passado e com outras conquistas do atual Governo. Mas acabou por acusar os deputados da direita de ter intervenções que perturbam a confiança dos mercados e de “acender uma vela a rezar pelo aumento dos juros”.

“Não me lembro de nenhum país democrático onde a oposição tivesse brincado com a dívida pública. Nunca ninguém me ouviu dizer alguma palavra que perturbasse a confiança dos mercados. E nunca ninguém me viu a acender uma vela a rezar pelo aumento dos juros”, criticou António Costa. E frisou: “Quem não sabe ser Governo, continua a não saber ser oposição.”

O primeiro-ministro respondia a Assunção Cristas, líder do CDS-PP, que já no debate quinzenal anterior tinha pressionado o Executivo com os números da dívida. Nessa altura, Cristas criticou Costa por não revelar o valor do aumento da dívida pública bruta. Esta tarde, já com os números publicados pelo Banco de Portugal — e que dão conta de uma subida da dívida de nove mil milhões de euros, para os 241,1 mil milhões de euros — Costa não teve outro remédio se não assumir a subida do endividamento.

“No ano passado a dívida pública aumentou 0,7 pontos percentuais. Mas os 0,7 explicam-se unicamente pelo esforço que tivemos de fazer para resolver o problema do sistema bancário”, frisou o chefe do Executivo, lembrando os casos do Banif e da Caixa Geral de Depósitos.

Esta resposta foi dada tanto a Assunção Cristas, como a Luís Montenegro, líder da bancada parlamentar do PSD. O deputado tinha deixado um aviso sério: “A gestão da dívida do seu Governo é um desastre. Tem de acordar para o problema porque isto vai-lhe rebentar nas mãos.”

Costa aproveitou a oportunidade para dizer que durante a legislatura do Governo PSD/CDS-PP a dívida pública bruta aumentou “32,2 pontos percentuais, de 96,9% do PIB, para 129% do PIB”. Já no seu Governo, defendeu o primeiro-ministro, o défice é “o que menos contribui para a subida da dívida e o saldo primário é o que mais contribui para a sua descida”.

Sobre o aumento dos juros no financiamento da República, verificado nos leilões de Obrigações do Tesouro realizados esta manhã, Costa recorreu à presidente do IGCP, Cristina Casalinho, para defender que as operações de colocação de dívida foram, apesar de tudo, bem-sucedidas. “Sem quebrar nenhuma confidência, a presidente do IGCP estava bastante satisfeita”, disse o primeiro-ministro, replicando os argumentos que a responsável pelo Tesouro lhe terá dado: a emissão foi a cinco anos, “que é um prazo difícil” e na sequência dos leilões já se verificou uma “redução da taxa de juro que já baixou sete pontos base”.

No final, o primeiro-ministro disse apenas: “faremos tudo para continuar a contribuir para uma redução da taxa de juro”.

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