Carris com danos? Tecnologia da Nomad Tech resolve

A Nomad Tech propõe-se criar uma solução tecnológica para tornar os carris e os comboios mais seguros, num consórcio com outras quatro empresas europeias e com 1,5 milhões do Horizonte 2020.

 

São muitos os acidentes ferroviários que têm origem em carris defeituosos. Há uma empresa portuguesa, a Nomad Tech, que se propõe criar uma solução tecnológica para tornar os carris e os comboios mais seguros — o Autoscan.

De uma forma simples: a ideia é automatizar as inspeções dos carris através de um sistema leve e autónomo que faz o trabalho enquanto os comboios não estão a funcionar. Os defeitos são detetados e registados com exatidão — o problema, a dimensão e o local. A solução pretende produzir resultados mais fiáveis para os operadores de caminhos-de-ferro, mas também ser mais eficiente. A informação recolhida é depois descarregada e centralizada para monitorização e agendamento das reparações necessárias. Um interface gráfico permite aos utilizadores controlar o sistema, retirar e rever dados defeituosos.

O projeto está a ser desenvolvido por um consórcio de cinco empresas europeias: a belga I-moss; a espanhola Promaut; a britânica TWI Global, a Universidade de Birmingham e, claro, a portuguesa Nomad Tech. Uma empresa mais pequena que resultou de uma separação da EMEF, mas que é detida a 35% pela Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário e maioritariamente pela inglesa Nomad, explicou, ao ECO, Sílvia Perfeito.

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Os responsáveis do consórcio de cinco empresas europeias que está a desenvolver a tecnologia

Para “desenvolver este produto inovador que possa ser vendido e exportado”, nas palavras de Sílvia Perfeito, o consórcio conta com uma ajuda comunitária e 1,51 milhões de euros do Horizonte 2020, o programa liderado por Carlos Moedas. A luz verde foi recebida no início de março de 2016 e os trabalhos arrancaram a 1 de junho, conta Sílvia Perfeito. Nos 24 meses que o projeto deve durar, o consórcio ainda vai procurar obter mais financiamento, para não ter de suportar a totalidade dos custos, acrescenta, precisando que tem toda a confiança de que no final terminarão “com os objetivos cumpridos”, ou seja um produto exportável.

A Nomad Tech já não é nova nestas andanças. Não só já desenvolveu vários projetos com apoio comunitário, nomeadamente ao abrigo do programa antecessor do Horizonte 2020, como também com as empresas que integram este consórcio. “Foram eles que nos chamaram para este projeto”, conta. “Gostam de trabalhar connosco e vão mantendo o contacto”, explica a responsável pelos projetos da empresa.

Uma das estratégias da Nomad Tech é depois de concluídos os projetos “agarrar nos produtos e trabalhá-los um pouco mais, individualmente, tentando melhorá-los” para depois poderem exportar as soluções encontradas.

Depois da Comissão Europeia ter anunciado esta terça-feira que selecionou mais uma PME portuguesa, a Consulpav, que também faz parte de um consórcio, a quem foi atribuído o montante de 2,1 milhões de euros para facilitar a transição da sua ideia inovadora para o mercado, o ECO foi tentar perceber o que as empresas escolhidas estão a fazer com os apoios recebidos no âmbito do projeto-piloto “Processo Acelerado para a Inovação” (FTI), executado ao abrigo do programa de investigação e inovação da UE, Horizonte 2020.

Neste caso, a Nomad Tech está esperançada de que conseguirá desenvolver este produto para os operadores ferroviários — os potenciais clientes neste caso. Em caso de sucesso, EMEF e CP serão bons candidatos para adquirir o serviço. A relação umbilical que existe entre empresas, e que permite que a Nomad Tech teste gratuitamente muitas soluções nas duas, não será suficiente para usufruir desta inovação. Há que pagar, porque em causa está um produto desenvolvido por um consórcio, explica Sílvia Perfeito.

E a potencialidade é gigante. Na Europa há 215.720 quilómetros de caminhos-de-ferro, sendo que todos os anos 4.300 ficam danificados.

Artigo revisto às 17:12 de quinta-feira

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Fed mantém taxas de juro

Na primeira reunião de política monetária de 2017, a Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos manteve os juros no intervalo entre 0,5% e 0,75%. Mas reconhece melhoria da confiança dos consumidores.

Tal como previsto nada mudou. Na primeira reunião de política monetária de 2017, a Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos optou por não mexer nos juros de referência da maior economia do mundo, ao mesmo tempo que reconheceu o aumento da confiança dos consumidores e empresários após a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais.

Na reunião que terminou esta quarta-feira, a entidade liderada por Janet Yellen manteve a taxa de juro no intervalo entre os 0,5% e 0,75% fixados em dezembro, naquela que foi a primeira subida no espaço de um ano.

As medidas do sentimento dos consumidores e dos negócios melhoraram recentemente“, afirmou a Federal Open Market Committee (FOMC) na declaração disponibilizada após o final do encontro que decorreu nos últimos dois dias, citada pela Bloomberg. Os responsáveis da Fed reiteraram as suas expectativas relativamente a um crescimento económico moderado, “algum fortalecimento adicional” no mercado de trabalho e o retorno da taxa de inflação ao nível de 2%.

A entidade liderada por Janet Yellen deu poucas indicações relativamente à data em que poderá vir a aumentar os custos de financiamento, perante a incerteza gerada em torno da nova administração de Donald Trump. Em dezembro, a Fed estava a prever três subidas de 25 pontos base da taxa de juro, em 2017, e outras três em 2018, mas os membros do comité divergiram no que respeita aos pressupostos sobre aquele que será o impacto dos cortes de impostos, gastos e alterações regulatórias propostos por Donald Trump, sobre o crescimento económico e a inflação.

O FOMC reiterou ainda assim que antecipa que as taxas de juro irão subir de forma gradual. A declaração divulgada esta tarde diz que o aumento dos empregos “manteve-se sólido” e que a taxa de desemprego se “manteve próxima dos mínimos recentes”, o que constitui uma alteração face à linguagem utilizada na reunião de dezembro que dizia que a taxa “tinha caído”.

“A inflação subiu nos últimos trimestres mas ainda se mantém abaixo dos 2% do objetivo de longo prazo do comité”, disse ainda a Fed.

(Notícia atualizada às 19:30 horas com mais informação)

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Nintendo: Uma centena de jogos em desenvolvimento para a Switch

O presidente executivo da Nintendo avançou que existem já 100 jogos em desenvolvimento para a Switch. Nova consola pode dar novo fôlego aos estúdios de média dimensão.

A Switch é a nova consola híbrida da Nintendo.Nintendo

Existem já mais de 100 jogos em desenvolvimento para a Nintendo Switch, a nova consola da marca japonesa que deverá chegar ao mercado a 3 de março. A informação foi revelada pelo presidente Tatsumi Kimishima. De acordo com a Forbes, originalmente, cerca de 50 estúdios estariam a trabalhar em 80 títulos. Agora, o número supera já os 70 estúdios a trabalharem em conteúdos para o aparelho.

Como explica a revista, um dos aspetos que, outrora, ditou o sucesso da PlayStation 2, da Sony, foi a grande variedade de jogos, quer ao nível do género, quer ao nível da faixa etária. Isso aconteceu devido à abundância de estúdios de média dimensão que, embora raros nos dias de hoje, parecem estar a ganhar um novo fôlego com a novidade da Nintendo.

A Nintendo Switch está a gerar buzz entre os fãs da marca e não só. A principal característica prende-se com o facto de ser um aparelho híbrido — isto é, apesar de ser uma consola portátil, pode também funcionar como uma consola doméstica.

Sobre isso, numa conferência de imprensa de apresentação de resultados, Kimishima aproveitou para contestar aquilo que muitos temiam: a Nintendo Switch é de uma linha diferente e não vem para substituir a Nintendo 3DS — uma consola exclusivamente portátil e com dois ecrãs. Para o presidente, a 3DS é um aparelho “com características únicas e diferentes das da Switch”.

Posto isto, a Nintendo aposta agora num modelo mais global de jogos liberalizados. Na prática, comprar um jogo nos Estados Unidos não impede que o mesmo seja jogado numa consola Switch em Portugal, algo que não acontecia até aqui nas consolas da Nintendo, incluindo a 3DS.

De acordo com a Forbes, é agora provável que mais estúdios de jogos se associem à plataforma, criando diversos jogos que poderão ser um motor para o sucesso do aparelho. Isto depois do lançamento do Super Mario Run que, apesar de ser um sucesso no número de downloads da aplicação, desiludiu nas vendas devido ao preço tido como elevado que os jogadores têm de pagar se quiserem desbloquear mais níveis.

A Nintendo apresentou esta terça-feira os resultados relativos ao terceiro trimestre fiscal que terminou a 31 de dezembro. A empresa registou vendas na ordem dos 174,3 mil milhões de ienes (1,4 mil milhões de euros), abaixo das estimativas dos analistas. Nesse período, a empresa teve um resultado líquido de 64,7 mil milhões de ienes (531,7 milhões de euros).

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Lesados do BES já moveram 400 ações contra Estado, BdP, CMVM

  • Rita Atalaia
  • 1 Fevereiro 2017

Os lesados do BES moveram cerca de 400 ações de responsabilidade social contra o Estado, BES em liquidação, Novo Banco, CMVM, Banco de Portugal e Fundo de Resolução, entre julho e setembro de 2016.

Os lesados do BES moveram cerca de 400 ações de responsabilidade social contra o Estado, BES em liquidação, Novo Banco, CMVM, Banco de Portugal e Fundo de Resolução, entre julho e setembro de 2016.

Segundo adianta o relatório anual da Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL), hoje divulgado, entre as cerca de 400 ações, pendentes na Instância Central Cível de Lisboa, estão também processos movidos pelos lesados do BES contra administradores e funcionários e intermediários financeiros.

"Destas ações o Estado português foi citado, até setembro de 2016, em 18 processos, citação que visa a responsabilidade solidária do Estado e seus membros (Presidente da República, primeiro-ministro, etc) no âmbito da concessão do empréstimo ao fundo de resolução e das expectativas então originadas sobre a solidez do BES”

Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa

“Destas ações o Estado português foi citado, até setembro de 2016, em 18 processos, citação que visa a responsabilidade solidária do Estado e seus membros (Presidente da República, primeiro-ministro, etc) no âmbito da concessão do empréstimo ao fundo de resolução e das expectativas então originadas sobre a solidez do BES”, revela o documento.

No processo de liquidação judicial do BES, o relatório da PGDL acrescenta que, até setembro de 2016, foram apresentadas cerca de 14 mil reclamações de créditos, no valor total de cerca de 35 milhões de euros. A PGDL salienta a “notória dificuldade processual e de acompanhamento pelo Ministério Público de um caso de gigantismo processual invulgar” e “elevado grau de tecnicidade”, que exige aos procuradores conhecimentos na área fiscal, bancária e económica.

Globalmente, na investigação da criminalidade económico-financeira a PGDL assinala uma maior complexidade de casos, “com utilização intensiva de transferência para o regime offshore, atuação de redes de corrupção em diversas áreas de serviços administrativos relevantes (por exemplo saúde e segurança social), utilização de pessoas coletivas como fachada, e o uso de tecnologias de informação visando o anonimato e impunidade”.

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Juros da dívida sobem, mas BCP sai ileso

  • Rita Atalaia
  • 1 Fevereiro 2017

Os juros da dívida portugueses voltaram a subir. Mas isto não pressionou o BCP, que disparou 4%. Uma subida que foi incapaz de contrariar as perdas na energia, que levaram o PSI-20 para o vermelho.

Depois de algum alívio, os juros da dívida portuguesa voltaram a subir, ficando acima da fasquia dos 4%. Mas o BCP saiu ileso e disparou mais de 4%. Ganhos que não foram suficientes para animar a bolsa de Lisboa, que foi pressionada pelo grupo EDP e pelo mínimo histórico dos CTT.

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PSD pede audição de Centeno e Domingues

  • Rita Atalaia
  • 1 Fevereiro 2017

O PSD apresentou hoje um requerimento na comissão de inquérito à CGD pedindo a audição no parlamento de Mário Centeno e de António Domingues.

O PSD apresentou hoje um requerimento na comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos (CGD) pedindo a audição no parlamento do ministro das Finanças, Mário Centeno, e do anterior presidente executivo do banco público, António Domingues.

Ao pedido de audições junta-se o desejo dos sociais-democratas de terem acesso ao plano de capitalização e reestruturação da CGD aprovado em junho de 2016 pelas instituições europeias, então com Domingues à frente do banco. O PSD, coordenado pelo deputado Hugo Soares na comissão de inquérito, quer conhecer o “nível de aplicação” do plano e o detalhe dos “movimentos e operações respetivas” do mesmo, indica o requerimento dos sociais-democratas, a que a agência Lusa teve acesso.

No texto, o PSD diz que PS, BE e PCP criaram uma “rutura” com o “tradicional consenso em torno dos procedimentos habituais de uma comissão de inquérito”, chumbando novas audições e acesso a documentos. Os sociais-democratas advogam que faltam ainda “respostas claras e inequívocas” de Centeno, e sublinha que os testemunhos passados do ministro na comissão de inquérito são “manifestamente incoerentes” com as palavras de António Domingues e José de Matos, também antigo presidente da CGD.

Na quinta-feira os deputados da comissão reúnem-se para definir a metodologia da “calendarização dos trabalhos”, de acordo com a página Internet do parlamento.

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Fez frio em janeiro e sentiu-se no consumo de eletricidade

  • Juliana Nogueira Santos
  • 1 Fevereiro 2017

O frio que se tem sentido em Portugal trouxe um aumento de 7% na eletricidade. O que não aumentou foi a exportação.

Os portugueses gastaram mais eletricidade no passado mês de janeiro, comparando com o mesmo período de 2016. Os dados revelados pela Redes Energéticas Nacionais (REN) mostram que o consumo de energia elétrica aumentou 7% no arranque do ano. O consumo mensal posicionou-se então nos 4.722.200 GWh.

Janeiro segue o caminho do mês anterior, em que o consumo aumentou 3,3% face ao mesmo mês do ano passado. Ainda assim, 2016 estabeleceu-se como o ano recorde dos últimos cinco anos, com uma subida anual de 0,6% — comparativamente à registada em 2015, que foi de 0,4%.

Neste período, o país exportou menos 42,6% que no ano anterior, tendo-se observado também um aumento exponencial da importação — 213,5%.

Na origem deste aumento do consumo estará a vaga de frio que tem atingido o nosso país.

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Marcelo convoca Conselho de Estado para 31 de março

O Presidente da República convocou os conselheiros de Estado, apurou o ECO. Ainda não há agenda oficial, mas no último encontro Marcelo tinha indicado que queria debater a Europa.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa (C), preside à reunião do Conselho de Estado para debater "a situação política internacional e suas incidências em Portugal", no Palácio de Belém, em Lisboa, 29 setembro de 2016.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na reunião do Conselho de Estado de 29 de setembro de 2016, no Palácio de Belém, em Lisboa. Neste encontro os conselheiros discutiram a situação política internacional e o seu impacto em Portugal.ANTÓNIO COTRIM/LUSA

O Presidente da República agendou uma reunião do Conselho de Estado para 31 de março, apurou o ECO. Desde que tomou posse, Marcelo Rebelo de Sousa tem vindo a imprimir um ritmo trimestral aos encontros.

Por enquanto, ainda não há agenda oficial. O Presidente pediu apenas aos conselheiros que reservem a data. No último Conselho de Estado, Marcelo terá dito aos conselheiros que queria que o próximo encontro debatesse a Europa. Até porque no dia 25 de março haverá um importante Conselho Europeu que assinala os 60 anos do Tratado de Roma. A expectativa é que esta cimeira permita concluir o processo de reflexão sobre o futuro da União Europeia, iniciado em Bratislava, no rescaldo da decisão do Reino Unido de abandonar a União.

Confrontado pelos jornalistas com a informação avançada pelo ECO, Marcelo Rebelo de Sousa confirmou a intenção de reunir os conselheiros para o dia 31 de março. “De três em três meses há Conselho de Estado”, disse o Presidente, referindo, contudo, que a convocatória ainda não está assinada. Sobre o tema, Marcelo frisou que haverá um único ponto na ordem de trabalhos: “O comércio internacional, que é uma das facetas da globalização, e os novos desafios que se colocam”. O encontro servirá para “pensar Portugal na Europa e a Europa no mundo”, acrescentou. O Presidente falava depois de uma série de visitas domiciliárias a idosos isolados, com a Associação Mais Proximidade Melhor Vida.

Confrontado com as políticas anti-imigração que estão a ser adotadas pelos EUA, Marcelo frisou ainda a “necessidade de a Europa estar unida perante o quadro que hoje existe a nível internacional”, sublinhando que essa unidade “tem existido” porque os políticos europeus têm falado “a uma só voz”.

Também o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, alertou esta terça-feira para os desafios que a chegada de Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos está a colocar à Europa. Numa carta enviada aos chefes de Estado e de Governo, para preparar o próximo Conselho Europeu, em Malta, Tusk identificou Trump como uma das ameaças para a União: além de uma “China assertiva”, de uma “Rússia agressiva nas políticas dirigidas à Ucrânia e aos seus vizinhos”, de “guerras, terror e anarquia no Médio Oriente e em África, com o radicalismo islâmico a ter um papel de destaque”, Tusk sublinhou as “declarações preocupantes da nova administração americana” como um dos elementos que tornam “o nosso futuro altamente imprevisível”.

A próxima reunião do Conselho de Estado será a quinta desde que Marcelo assumiu a Presidência, a 9 de março de 2016. Os encontros anteriores realizaram-se a 7 de abril, 11 de julho, 29 de setembro e 20 de dezembro.

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Gestores de topo do Facebook contra Trump

  • Ana Luísa Alves
  • 1 Fevereiro 2017

Sheryl Sandberg, do Facebook, escreveu num post da rede social que as políticas adotadas recentemente pelo atual presidente dos EUA vão contra os princípios básicos norte-americanos.

Cada vez mais americanos se manifestam contra Donald Trump. Agora foi a vez da COO (Chief Oferating Officer) do Facebook, Sheryl Sandberg, publicar um post onde diz que as novas regras impostas pelo presidente dos EUA desafiam “o coração e os valores que melhorem definem a nossa nação”.

“Famílias separaram-se”, refere Sheryl no seu post de Facebook. “Crianças assustadas têm ficado presas nos aeroportos sem os seus pais. As pessoas que vinham à procura de refúgio foram mandadas de volta para os sítios perigosos dos quais conseguiram fugir. Isto não devia ser assim na América”, acrescentou a COO do Facebook. O CEO da empresa, Mark Zuckerberg referiu também estar “preocupado” com a medida levada a cabo, diz a Business Insider.

Sheryl Sandberg foi a última figura pública a manifestar-se contra as medidas de Donald Trump no que toca à imigração e que impedem que os cidadãos provenientes de sete países islâmicos — Síria, Líbia, Sudão, Irão, Iraque, Somália e Iémen — entrem nos Estados Unidos.

No mesmo post, a COO explicou que a sua trisavó também veio da Lituânia para os EUA. “A sua coragem e o facto de o país [EUA] a ter recebido bem criaram o futuro da minha família aqui”.

Esta segunda-feira, o fundador de uma outra empresa norte-americana, a Google, disse aos empregados que estava “ofendido” pela ordem executiva aplicada por Donald Trump. Apelidou-a de “un-american”.

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BCP sobe mas CTT atiram bolsa para o vermelho

  • Leonor Rodrigues
  • 1 Fevereiro 2017

As ações do banco liderado por Nuno Amado têm valorizado desde o final das negociações dos direitos do aumento de capital, mas os CTT e a energia acabaram por pressionar o índice português.

A bolsa nacional contrariou a tendência europeia e terminou a sessão desta quarta-feira em terreno negativo. Um dia antes de terminar o prazo para que os acionistas possam subscrever os direitos do aumento de capital, o BCP avançou mas os ganhos não foram suficientes para compensar as perdas dos CTT e do setor energético.

O PSI-20 fechou a sessão a perder 0,33% para os 4.460,2 pontos. O CTT lideraram as perdas e desvalorizaram 2,99% para os 5 euros por ação, no dia em que atingiram um novo mínimo histórico. Nem as energéticas conseguiram manter-se no verde: a EDP perdeu 0,67% para os 2,67 euros, a EDP Renováveis afundou 0,24% (5,93 euros) e a Galp Energia desvalorizou 0,88% para os 13,50 euros.

Já o BCP terminou o dia com uma valorização de 4,54% para os 16,35 cêntimos. Desde que as negociações dos direitos ao aumento de capital terminaram que a instituição liderada por Nuno Amado tem vindo a subir, refletindo o otimismo dos investidores no maior banco privado português.

A Jerónimo Martins também registou ganhos ligeiros (+0,22), assim como a Pharol, que valorizou quase 9%, o maior ganho da sessão.

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UE fica a perder se ficar sem ‘City’ no Brexit

  • Marta Santos Silva
  • 1 Fevereiro 2017

Um relatório confidencial redigido pelo ECON recomenda que se procurem soluções para não tirar o centro financeiro da Europa do mercado interno.

A Comissão Europeia está sob pressão para conseguir um bom acordo em relação à ‘City’ de Londres, que constitui atualmente o principal centro financeiro da União Europeia. De acordo com um relatório confidencial a que o jornal britânico The Guardian teve acesso, o mercado de capitais europeu depende em 60% dos serviços financeiros do Reino Unido. “Um acordo final mal desenhado vai danificar tanto o Reino Unido como os outros 27 Estados membros”, cita o The Guardian.

O relatório, redigido pela Comissão de Assuntos Económicos e Monetários (ECON) descreve o impacto de “excluir o principal centro financeiro europeu do mercado interno”, que se faria sentir tanto nos números do emprego como no crescimento do PIB europeu. “É do interesse dos 27 e do Reino Unido ter uma discussão aberta acerca deste assunto”, continua o relatório de 26 páginas.

Os números falam por si: segundo o ECON, 40% dos ativos sob gestão na Europa dependem de serviços com base na City, 60% do mercado de capitais também, e “os bancos instalados no Reino Unido providenciam mais de 1,1 biliões de libras (1,2 biliões de euros) aos restantes Estados membros”.

O relatório do ECON recomenda que seja analisada a viabilidade de conceder “equivalência” ao Reino Unido, ou seja, de criar um estatuto através do qual as leis britânicas são consideradas equivalentes às europeias permitindo assim aos serviços financeiros instalados no Reino Unido continuarem a operar para lá da fronteira.

A equivalência dependeria da proximidade que o Reino Unido mantivesse com as leis europeias, mas o ECON considera que “é crítico que seja encontrado um acordo funcional que não só mantenha altos padrões regulatórios, mas também dê crescimento e empregos à União Europeia”.

No entanto, para o ECON, o Brexit não é apenas riscos. O mesmo relatório também apresenta algumas vantagens, incluindo o facto de a nova proposta da Comissão Europeia de mudar a forma como as empresas são taxadas na União Europeia, uma proposta à qual o Reino Unido se tem oposto desde 2011. Agora, é possível que a MCCCIS, — um projeto para evitar a dupla tributação das multinacionais e fazer com que paguem uma parte justa de impostos no país onde geram os seus lucros, — seja finalmente aprovada.

“Se se esperava que o Reino Unido se oponha à proposta da MCCCIS, como foi o caso da proposta de 2011, a saída do Reino Unido da UE poderá aumentar as hipóteses de alcançar a unanimidade necessária”, conclui o relatório.

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Republicanos aprovam secretários sem apoio dos democratas

  • Juliana Nogueira Santos
  • 1 Fevereiro 2017

Os democratas boicotaram a votação, mas os republicanos aprovaram os nomes de Mnuchin e Price através de uma manobra de emergência.

Já diziam as crianças: “Quem foi ao ar perdeu o lugar.” Os republicanos aprovaram esta quarta-feira dois nomeados para secretários sem o voto dos democratas, passando assim ao lado de uma das regras do Comité Financeiro do Senado.

Os senadores democratas boicotaram pelo segundo dia consecutivo a reunião do comité, negando-se a aparecer. Segundo as regras deste, os nomeados só podem ser aprovados com a presença de um senador de cada partido. Depois de ontem ter sido adiada a decisão por não estar nem um democrata na sala, os republicanos votaram em “circunstâncias extraordinárias”, como afirmou o presidente do comité, o republicano Orrin Hatch.

Após uma votação para suspender esta regra, os senadores aprovaram este procedimento de emergência.

Steven Mnuchin, nomeado para secretário do Tesouro, e Tom Price, nomeado para secretário do departamento de Saúde e Serviços Humanos foram aprovados por unanimidade, com os 14 votos dos republicanos presentes. “Foi decisão deles não participarem neste exercício” destacou Hatch. “Não podem culpar ninguém a não ser eles próprios.”

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