Mário Centeno já entregou proposta de Orçamento do Estado na Assembleia

O ministro das Finanças, Mário Centeno, e respetivos secretários de Estado vão apresentar a proposta de Orçamento do Estado. Isto depois de já ter sido entregue o documento na Assembleia da República.

O ministro das Finanças, Mário Centeno, e respetivos Secretários de Estado já entregaram a proposta de Orçamento do Estado para 2018 na Assembleia da República. Deverá seguir-se uma conferência de imprensa para explicar o documento. Estava prevista para as 22h00.

Num comunicado, o Ministério das Finanças revelava que a “conferência de imprensa para apresentação da proposta do Orçamento do Estado para 2018 decorre hoje, às 22:00 horas, no Salão Nobre do Ministério das Finanças”. Uma apresentação que entretanto foi adiada sem hora. Só às 23h20 é que Centeno entregou o documento na Assembleia da República.

"A conferência de imprensa para apresentação da proposta do Orçamento do Estado para 2018 decorre hoje, às 22:00 horas, no Salão Nobre do Ministério das Finanças. A apresentação será feita pelo ministro das Finanças, Mário Centeno, e respetivos secretários de Estado.”

Ministério das Finanças

Entretanto, António Costa colocou um tweet em que partilha com os seus seguidores que o Orçamento já está assinado.

Neste documento, o Executivo deve revelar um crescimento económico de 2,6% este ano, o qual deverá desacelerar para 2,2%. Já a dívida deverá baixar para os 123,5% no próximo ano e o investimento público vai continuar a subir em 2018. Os impostos indiretos vão voltar a subir, mas os diretos vão voltar a descer, sendo a principal novidades os novos escalões de IRS.

(Notícia atualizada às 23h20 com mais detalhes)

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Altice escreve à AdC e garante que quer plataforma aberta aos concorrentes

A Altice enviou uma carta à Autoridade da Concorrência, a que o ECO teve acesso, em resposta ao parecer negativo da Anacom. A mensagem central é a de quer gerir uma plataforma aberta à concorrência.

A Altice quer manter a plataforma Meo aberta a todos os concorrentes, assim como os conteúdos da Media Capital nas plataformas da NOS e da Vodafone. Foi esta a garantia formal prestada à Autoridade da Concorrência (AdC) logo a seguir ao parecer da Anacom, o regulador das telecomunicações, que se mostrou desfavorável ao negócio Altice/Media Capital, numa carta enviada no passado dia 27 de setembro e a que o ECO teve acesso. Na carta, são respondidos os pontos levantados pelo regulador setorial, com uma mensagem central: A Altice, liderada por Patrick Drahi, quer operar uma plataforma aberta.

Percebe-se a preocupação dos responsáveis da Altice. O parecer da Anacom, pedido pela AdC e pela primeira vez divulgado publicamente, no dia 19 de setembro, no âmbito da avaliação da compra da Media Capital, recomenda à Concorrência a rejeição do negócio. “A Anacom conclui que a mesma [operação de concentração] é suscetível de criar entraves significativos à concorrência efetiva nos vários mercados de comunicações eletrónicas, com prejuízo em última instância para o consumidor final, pelo que não deverá ter lugar nos termos em que foi proposta”. Passados menos de dez dias, a Altice complementa a informação já disponibilizada sobre o negócio com esta carta, assinada pelos advogados da companhia, a Uria Menéndez, Proença de Carvalho. O ECO questionou a Altice sobre esta carta, mas a companhia escusou-se a fazer comentários. “As relações com a AdC são de âmbito sigiloso”, respondeu uma fonte oficial.

Ainda assim, o ECO sabe que na referida missiva, de 12 páginas, a Altice sublinha que a proposta de aquisição da Media Capital é uma concentração vertical e deve ser avaliada a essa luz. Neste contexto, o grupo israelo-francês que comprou a PT discorda da avaliação da Anacom segundo a qual a operação permite construir quotas de mercado superiores a 30%. A Altice sinaliza que a venda da Media Capital não muda as quotas de mercado e não acarreta qualquer incremento do nível de controlo de conteúdos de media, porque é apenas uma transferência de propriedade do grupo de media. A Altice salienta, assim, que no pós-concentração, o mercado dos operadores de TV em sinal aberto e o dos de televisão por subscrição não mudam e continuarão a existir concorrentes como a NOS, Vodafone e Nowo.

Outro dos pontos referidos pela Anacom foi a possibilidade de a Altice/Meo poder encerrar o acesso de operadores concorrentes de pay TV aos conteúdos da TVI e espaço publicitário. A Altice garante que não o fará, nem poderia fazê-lo à luz da lei. Desde logo porque a rentabilidade da Media Capital resulta também das relações comerciais com os concorrentes da Meo. O argumento é, sobretudo, a publicidade associado ao negócio da TVI, que depende de audiências. Pelo contrário, a Altice refere que quer a TVI24 na TDT. Mas é também acrescentado o princípio legal, a Lei da Televisão, que garante o acesso de distribuidores concorrentes a outras plataformas.

Hoje, a Media Capital já produz canais de televisão específicos por plataforma, como por exemplo o TVI Reality à NOS, na oferta de Pay TV. A Altice assumiu o compromisso com a Autoridade da Concorrência de continuar a fornecer conteúdos específicos e exclusivos aos concorrentes da MEO.

Na carta à Autoridade da Concorrência, a Altice garante que não tem os incentivos económicos para vedar o acesso de outros fornecedores de conteúdos às plataformas Meo e assume mesmo o compromisso de não o fazer. Porquê? Porque a Meo, mesmo com a compra da Media Capital, continuará muito dependente dos conteúdos de terceiros para oferecer pacotes de Pay TV competitivos. Além disso, salienta que os operadores de Pay TV, como a Meo, podem ser obrigados pela Anacom e pela ERC — com base num nível de remuneração justo — a passar conteúdos de terceiros.

A publicidade é outro dos pontos salientados pelo regulador das telecomunicações. A Anacom cita, por exemplo, o risco de a Altice passar a ter acesso a informação confidencial dos seus concorrentes que fazem publicidade na TVI. A Altice discorda e cita, nesta carta, o exemplo do jornal Público, que é da Sonae, um dos acionistas de referência na própria NOS. E também exemplos semelhantes em França.

Finalmente, entre os pontos mais importantes, a Altice também responde aos riscos identificados pela Anacom em relação à TDT e à transparência de preços no acesso àquela rede, gerida pela própria Altice. Os serviços TDT grossistas em causa são regulados, nomeadamente o preço. E por isso, a Anacom pode obrigar a Meo a rever os preços de acesso à TDT.

A Altice sublinha que o negócio é crucial para o setor dos media, quer ao nível da criatividade, quer ao nível do emprego. Garante a independência editorial da TVI e sublinha que, para a Media Capital, a integração no grupo Altice, com a experiência de mercados como a França, Israel e os EUA, será uma oportunidade para o desenvolvimento de novos negócios na área digital.

Francamente, ficámos surpreendidos com a pressão indevida e infundada orquestrada pelos nossos concorrentes junto dos reguladores e pelas insinuações públicas.

Michel Combes

A operação de compra da Media Capital pela Altice está, agora, nas mãos da ERC, o regulador dos media. No início desta semana, a ERC pediu mais cinco dias para analisar a operação, com base na existência de novos factos que tinham de ser analisados. Esta é uma condição necessária para a operação chegar finalmente à Autoridade da Concorrência, mas como a ERC só tem três membros do respetivo conselho em funções, a deliberação tem de ser por unanimidade. Caso contrário, segundo o entendimento jurídico, o negócio passa para a esfera de decisão da Autoridade da Concorrência.

Ainda esta sexta-feira, o presidente executivo da Altice disse à Agência Lusa ter “plena confiança” no processo de compra da Media Capital e nos reguladores portugueses e manifestou-se “surpreendido com “a pressão indevida e infundada orquestrada” pelos concorrentes. Michel Combes afirmou, numa nota escrita, que a “Altice tem plena confiança no processo e nas instituições regulatórias portuguesas”. “Confiamos que as decisões serão assentes em factos e méritos”, prosseguiu. “Francamente, ficámos surpreendidos com a pressão indevida e infundada orquestrada pelos nossos concorrentes junto dos reguladores e pelas insinuações públicas”, salientou.

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Preço da eletricidade vai baixar 0,2%. É a primeira descida em 18 anos

A ERSE propõe uma redução dos preços da eletricidade no próximo ano. A redução de 0,2% entrará em vigor a 1 de janeiro.

A fatura da eletricidade vai descer no arranque do ano. A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) propõe que os preços baixem em 0,2% a partir de 1 de janeiro de 2018, sendo esta a primeira redução de preços em 18 anos. A redução será, contudo, quase impercetível para os consumidores: numa fatura de 45,70 euros, a descida é de nove cêntimos.

“A variação entre 2017 e 2018 das tarifas de venda a clientes finais em Baixa Tensão Normal (BTN) dos comercializadores de último recurso proposta ao Conselho Tarifário é de uma redução de 0,2%“, refere o comunicado do regulador do setor energético. É preciso recuar ao ano 2000 para encontrar uma descida no valor da eletricidade.

O Governo assinalou “com apreço a descida, pela primeira vez, nos últimos 18 anos, da tarifa da eletricidade destinada às famílias”. Em comunicado, o secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches, salientou que “esta é a segunda vez consecutiva que os consumidores nacionais beneficiam deste pacote legislativo com vista a controlar custos do sistema elétrico”.

Na mesma nota, citada pela Lusa, o governante destaca ainda “o conjunto de medidas legislativas aprovadas pelo Governo para reforçar a transparência, rigor e competitividade dos preços da eletricidade”.

“Esta variação tarifária para 2018 resulta da conjugação de vários fatores com impactos em sentidos opostos”, nota a ERSE, apontando para o serviço da dívida, a evolução do custo dos combustíveis, as transferências do Fundo de Sustentabilidade Sistémica do Setor Energético, a revisão do nível eficiência exigido pela regulação e medidas legislativas mitigadoras de custos.

Esta redução terá, contudo, um efeito prático muito pouco percetível para os consumidores. “A expressão, nos orçamentos familiares, da redução subjacente à proposta de tarifas de venda a clientes finais transitórias para 2018 é de 0,09 euros, para uma fatura média mensal de 45,70 euros”, refere a ERSE.

“Quanto às tarifas sociais de venda a clientes finais em BTN dos comercializadores de último recurso aplicáveis em todo o território nacional beneficiam de um desconto de 33,8% em relação às tarifas de venda a clientes finais, estabelecido por despacho do membro do Governo responsável pela área da energia”, acrescenta.

Os consumidores abrangidos pelas tarifas sociais de venda a clientes finais, uma vez que já contam com um desconto de 33,8% nas tarifas, ainda sentirão uma redução menos expressiva. Estes clientes “terão uma redução na fatura mensal de eletricidade no valor de 0,05 euros, para uma fatura média mensal de 20,40 euros”, remata a ERSE.

(Notícia atualizada às 19h43 com mais informação)

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540 empresas dizem “adiós” à Catalunha

  • Lusa
  • 13 Outubro 2017

Pelo menos 540 empresas mudaram-se da Catalunha para outras regiões de Espanha desde o referendo de um de outubro. Maioria das empresas que abandonaram a Catalunha tinha a sede em Barcelona.

Pelo menos 540 empresas mudaram-se da Catalunha para outras regiões de Espanha desde o referendo de 01 de outubro, considerado ilegal, a esmagadora maioria – 533 – entre segunda-feira e quarta-feira, segundo o registo comercial espanhol.

O número pode ser superior porque o número apurado até à passada quarta-feira, o último dia disponível, inclui dados de Barcelona, Girona e Tarragona, mas não de Lérida.

Em sentido contrário, desde dia 02 de outubro, 22 empresas transferiram a sua sede social para a Catalunha, o que resulta num saldo negativo de 518.

O maior número de saídas – 212 empresas – ocorreu no dia 09 de outubro, na véspera da sessão do parlamento catalão em que se esperava a declaração de independência.

Na terça-feira, registaram-se 177 mudanças de sede, enquanto na quarta-feira foram contabilizadas 144, mas só há dados de Barcelona e Girona relativos a este dia.

Nos dias anteriores, as mudanças de sede foram muito reduzidas: uma a 03 de outubro, duas a 05 de outubro e quatro no dia 06.

A grande maioria das companhias que abandonaram a Catalunha – 501 – tinha a sua sede social em Barcelona, segundo dados oficiais espanhóis.

A Sociedade General de Águas de Barcelona (SGAB) e a Lleida.net, especializada na certificação e notificação eletrónica, são algumas das empresas que transferiram a sua sede para a capital espanhola, bem como o Grupo Planeta, o principal grupo editorial e audiovisual espanhol, o Gas Natural Fenosa ou os bancos Sabadell e CaixaBank.

No dia 02 de outubro, o governo regional da Catalunha (Generalitat) anunciou que 90% dos catalães votaram a favor da independência no referendo, realizado na véspera, tendo exercido o direito de voto 42% dos 5,3 milhões de eleitores.

Esta terça-feira, o presidente do Governo catalão, Carles Puigdemont, anunciou no parlamento regional assumir “o mandato do povo” para que a região seja “um Estado independente”, mas propôs a suspensão dos seus efeitos para procurar o diálogo com Madrid.

O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, deu na quarta-feira cinco dias ao presidente regional catalão para clarificar se declarou ou não a independência na região, no âmbito da aplicação do artigo 155.º da Constituição espanhola, que prevê a suspensão da autonomia da região.

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Millennium troca TPA por uma app de pagamentos

  • ECO
  • 13 Outubro 2017

A nova app do banco liderado por Nuno Amado permite aos comerciantes usar um smartphone ou tablet, conjuntamente com um pequeno leitor de cartões, para aceitar pagamentos de compras.

São muitas as inovações tecnológicas que surgem de tempos a tempos com o objetivo de facilitar a utilização dos meios de pagamentos, tanto pelos consumidores como pelos comerciantes. Agora chega a vez de os vendedores terem a vida facilitada para receber os pagamentos dos clientes. O Millennium bcp disponibiliza a partir da próxima segunda-feira, uma app que pode ser instalada no smartphone ou tablet, e que substitui o tradicional Terminal de Pagamento Automático (TPA).

A app Millennium Moove em conjunto com um leitor de cartões de débito e crédito, emparelhado via wireless ou Bluetooth, permite aos comerciantes receberem o valor das compras dos seus clientes independentemente do local onde estejam.

“O Millennium Moove apresenta-se como a alternativa digital aos terminais de pagamento automático e destina-se aos comerciantes que precisam de receber pagamentos fora da loja – serviços e entregas ao domicílio, por exemplo. Mas também se destina a recebimentos dentro da loja, no exato local onde os artigos estão expostos, garantindo aos comerciantes que nenhuma venda se perde por indecisão ou demora na fila para pagar”, explica o Millennium bcp em comunicado.

Rui Teixeira, administrador executivo do Millennium bcp, explica ainda que esta funcionalidade não implica “despesas fixas mensais” para o comerciante, acrescentando que este vê o valor “rapidamente creditado na sua conta como num TPA normal”.

Para o cliente também existem vantagens, já que este pode pagar no ponto da loja onde está, quer o faça com o cartão de débito, crédito ou com o número de telemóvel MB Way, evitando as filas, por exemplo.

Em termos de aceitação de pagamentos, depois de emparelhar o smartphone ou o tablet com o leitor de cartões, bastam três passos para processar o pagamento. Em qualquer das situações é possível enviar um comprovativo da operação para o e-mail do cliente, se este assim o desejar.

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CMVM revoga código de governo de sociedades. Dá lugar à autorregulação do mercado

Protocolo entre CMVM e IPCG, cujo código de corporate governance entra em vigor no início do próximo ano, dando início à autorregulação neste domínio, foi assinado esta sexta-feira.

Gabriela Figueiredo Dias (CMVM) e António Gomes Mota (IPCG) assinaram protocolo para a adoção de um código de governo de sociedades único a partir do próximo ano.DR

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) vai revogar o seu código de governo das sociedades no final do ano, numa iniciativa que abre caminho à autorregulação do mercado no domínio das boas práticas de gestão das empresas cotadas com a entrada em vigor do código do Instituto Português de Corporate Governance (IPCG) já no dia 1 de janeiro do próximo ano.

O protocolo entre as duas entidades foi assinado esta sexta-feira, na sede da CMVM, em Lisboa, numa cerimónia que contou com a participação da presidente do regulador, Gabriela Figueiredo Dias, e do presidente do IPCG, António Mota Gomes.

“Hoje é um dia de transição: mudamos de um paradigma de regulador para um paradigma de autorregulação“, referiu Figueiredo Dias na assinatura do protocolo, lembrando a responsabilidade da CMVM nos últimos 18 anos nesta matéria. A responsável sublinhou que a evolução para o código único do IPCG — resultado de contributos das duas instituições e ainda da Associação de Empresas Emitentes — é o que “melhor responde às necessidades do mercado”, assinalando que o modelo de autorregulação responde a uma solicitação dos agentes do mercado e segue a tendência na generalidade dos mercados de capitais desenvolvidos.

“Temos o sentimento de dever feito e de satisfação porque se dá asas a um projeto que acarinhamos durante muito tempo”, declarou ainda.

"Hoje é um dia de transição: mudamos de um paradigma de regulador para um paradigma de autorregulação.”

Gabriela Figueiredo Dias

Presidente da CMVM

Para Mota Gomes, o dia celebra-se com entusiasmo e humildade: “Entusiasmo porque este passo é um sinal de maturidade e porque estamos a ficar alinhados com a implementação que já existe na maioria dos mercados. E humildade porque estamos agora a desbravar um novo caminho. Queremos que este caminho de autorregulação seja de sucesso”.

O que muda?

Na prática, apesar das mudanças, a CMVM mantém as suas responsabilidades pela supervisão do cumprimento da hard law regras obrigatórias que estão sobretudo plasmadas no Código de Valores Mobiliários, como o dever de divulgação de informação correta por parte dos emitentes, por exemplo. Mas a monitorização do cumprimento de recomendações de boas práticas na gestão de empresas (soft law) passa para o lado do IPCG.

Mais concretamente, caberá ao organismo presidido por Gomes Mota, por exemplo, definir com os outros agentes do mercado o modelo e estrutura de monitorização do código de governo das sociedades. Adicionalmente, será este instituto a apreciar e avaliar as estruturas e práticas de governo das empresas cotadas, tendo por base os relatórios de governo societário publicados anualmente na CMVM.

Gabriela Figueiredo Dias e António Gomes Mota rejeitam falar em rutura com o passado, destacando o sentido de evolução do código de governo das sociedades.

Salientaram os passos dados em frente sobretudo em relação a temas de governo das sociedades como o funcionamento dos órgãos sociais e, em particular, de fiscalização, os conflitos de interesses e as transações com partes relacionadas, o papel dos dos administradores independentes, a diversidade (nomeadamente de género) na composição dos órgãos sociais, e a gestão do risco.

Marcaram ainda presença na cerimónia o antigo presidente da CMVM, Carlos Tavares, o presidente da Associação de Empresas Emitentes, Abel Sequeira, e ainda presidentes de várias empresas cotadas, como Carlos Gomes da Silva (Galp) e Francisco de Lacerda (CTT).

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Bayer vai vender parte do negócio para conseguir comprar a Monsanto

A Bayer vai vender uma parte do seu negócio de proteção de plantas à empresa química BASF por 5,9 mil milhões de euros. Negócio vai financiar a tão adiada compra da norte-americana Monsanto.

A Bayer adiantou esta sexta-feira que vai vender uma parte do seu negócio de produtos fitossanitários à empresa química BASF para financiar a compra da empresa norte-americana Monsanto. A venda vai ser feita por 5,9 mil milhões de euros.

Foi em maio de 2016 que o grupo farmacêutico Bayer lançou uma oferta pública de aquisição (OPA) para comprar a gigante norte-americana Monsanto, pioneira na venda de organismos geneticamente modificados. Negócio esse que foi apelidado de “maior aquisição do ano” pelo Financial Times. Foram oferecidos 62 mil milhões de dólares (cerca de 52,3 mil milhões de euros), até 130 dólares (115,7 euros) por ação na altura, proposta que os acionistas não aceitaram de imediato. Para conseguir concluir esta compra, a empresa alemã adianta que tenciona pagar esse valor através da emissão de dívida e de 16,9 mil milhões de euros de capital próprio.

"Temos o prazer de anunciar a combinação das nossas duas grandes organizações. Isso representa um grande passo para o nosso negócio Crop Science e reforça a posição de liderança global da Bayer como empresa de Ciências da Vida.”

Werner Baumann

CEO da Bayer AG

No entanto, esta sexta-feira, a Bayer anunciou que vai vender uma parte do seu negócio de produtos fitossanitários, que se baseia na proteção de plantas, à empresa química BASF para conseguir avançar com a referida compra. A venda à BASF vai incluir o negócio de glufosinato de amónio, um herbicida, e algumas atividades desenvolvidas com sementes, que geraram, em conjunto, vendas de 1,3 mil milhões de euros em 2016. Este negócio “é importante” para que a multinacional alemã consiga comprar a Monsanto, segundo o comunicado enviado pela mesma. A Bayer comprometeu-se a manter todos os postos de trabalho até, o mais tardar, três anos após a conclusão da operação.

Mas qual é afinal o interesse da Bayer na Monsanto?

Em 2016, a Bloomberg escrevia que esta operação vai permitir à Bayer explorar a crescente procura dos agricultores por meios para aumentarem a sua produtividade no sentido de alimentar os estimados dez mil milhões de pessoas em 2050. Esta compra vai permitir à alemã o acesso a cerca de duas mil variedades de sementes.

“O anúncio de hoje é prova de tudo o que conseguimos realizar e do valor que criamos para os nossos stakeholders na Monsanto. Acreditamos que a fusão com a Bayer traz muito valor aos nossos acionistas“, disse Hugh Grant, presidente e CEO da Monsanto.

Recorde-se que, na altura, a farmacêutica dizia que não tinha a intenção de vender o que fosse para conseguir financiar esta compra. Para além disso, o negócio vai fortalecer a divisão agrícola da Bayer, já que os Estados Unidos são um dos maiores produtores de pesticidas e sementes transgénicas do mundo. A junção destas duas empresas pode representar mais de 30% do negócio de produção mundial de culturas agrícolas, o que corresponde a um volume de negócios anual de 23 mil milhões de euros.

2016 foi um ano positivo para a farmacêutica

Em fevereiro deste ano, a multinacional alemã apresentou os resultados das vendas de 2016, onde registava um acréscimo de 10,2% no resultado líquido de 2016 para 4,5 mil milhões de euros. As vendas do grupo totalizaram 46,77 mil milhões de euros, correspondente a um crescimento de 1,5% face ao ano anterior.

A indústria farmacêutica foi a que mais contribuiu para essa prestação que, para além de ser a maior em volume de vendas (16,4 mil milhões) foi a que registou um maior crescimento. A área da saúde animal foi a segunda que mais contribuiu para estes lucros, com 1,5 mil milhões de euros ganhos. Por fim, a área da proteção de plantas (crop science) registou 9,9 mil milhões de euros em vendas, mantendo-se estável face ao ano de 2015. É nesta área que a empresa procura apostar e aumentar os lucros, daí a compra da Monsanto.

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Casais têm até 15 de fevereiro para declararem imóveis partilhados

Se forem partilhados por um casal, os imóveis com valor patrimonial de 1,2 milhões de euros estão isentos do adicional ao IMI. Os casais têm de declarar a propriedade conjunta até 15 de fevereiro.

Os casais que queiram declarar a propriedade conjunta de um imóvel têm até 15 de fevereiro para fazê-lo. É desta forma que o Governo vem resolver as reclamações feitas relativamente ao Adicional ao Imposto Municipal sobre Imóveis (AIMI), depois de vários casais terem sido apanhados de surpresa por não entregarem a tempo uma declaração que lhes permitia escapar a este imposto.

O adicional ao IMI incide sobre os imóveis com um valor patrimonial superior a 600 mil euros. No caso de a propriedade do imóvel ser partilhada por um casal, este valor duplica para 1,2 milhões de euros. No entanto, para beneficiar desse teto, os casais tinham de entregar ao Fisco, entre 1 de abril e 31 de maio, uma declaração onde exerciam a opção da tributação conjunta em sede de Adicional ao IMI. Muitos não o fizeram a tempo e foram surpreendidos com uma notificação para pagar este imposto.

O Governo vem agora corrigir esta situação. “Quando a matriz não reflita a titularidade dos prédios que integram a comunhão de bens dos sujeitos passivos casados, estes devem comunicar, até 15 de fevereiro, a identificação daqueles que são comuns”, pode ler-se na proposta do Orçamento do Estado para 2018.

Com base nessa informação, “a Autoridade Tributária e Aduaneira procede à atualização matricial “procede à atualização matricial, com efeitos a 1 de janeiro desse ano”.

Caso os proprietários não façam essa comunicação, acrescenta o documento, “a liquidação respeitante a esse ano terá por base a informação constante da matriz”.

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Capa original do álbum de BD “Astérix e a volta à Gália” vendida por 1,4 milhões de euros em leilão

  • Lusa
  • 13 Outubro 2017

A ilustração da capa, pintada com guache e tintas coloridas, com a dedicatória da dupla Goscinny-Uderzo, vendida num leilão em Paris tinha um valor estimado entre os 180 mil e 200 mil euros.

Uma capa original do álbum de banda desenhada “Astérix e a volta à Gália”, publicado em 1965, foi vendida esta sexta-feira, num leilão em Paris, por um valor recorde de 1,4 milhões de euros, anunciou a leiloeira.

A ilustração da capa, pintada com guache e tintas coloridas, com a dedicatória da dupla Goscinny-Uderzo, tinha um valor estimado entre os 180 mil e 200 mil euros.

“Astérix e a volta à Gália” é o quinto álbum da série de banda desenhada franco-belga, escrita por René Goscinny e ilustrada por Albert Uderzo. Publicado no formato livro em 1965, “Astérix e a volta à Gália” foi primeiro publicado na revista de banda desenhada francesa Pilote, nas edições 172 a 213.

A capa de um outro álbum das aventuras de Astérix e Obélix, “Astérix e o escudo arverno”, publicado no formato livro em 1968, foi vendida no mesmo leilão por 1,197 milhões de euros. Esta capa tinha também um valor estimado de venda entre os 180 mil e os 200 mil euros.

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Se gosta de batatas, cerveja, tabaco e carros, este não é o seu Orçamento

Se lhe faz mal, conte com o Governo para taxar. Desde os refrigerantes às batatas fritas, bolachas, álcool e tabaco, até ao crédito ao consumo, vêm aí impostos mais altos.

Álcool e tabaco sempre foram alvo de uma elevada carga fiscal para desincentivar o consumo. No último ano, os refrigerantes, pelo açúcar que contêm, juntaram-se à lista de vícios que o Governo quer controlar, mas agora há mais “pecados” que António Costa quer travar: bolachas, cereais e batatas fritas, pelo sal que contêm, vão passar a pagar imposto. O crédito ao consumo também terá um custo superior numa altura em que o recurso a estes financiamentos para a compra de carro está a acelerar. E para quem prefere andar de automóvel próprio em vez de transportes públicos, também terá um agravamento de taxa no fim do caminho.

Refrigerantes ficam (ainda) menos doces

Depois de ter introduzido em 2017 uma taxa sobre os refrigerantes, devido ao açúcar que contêm, a proposta de Orçamento do Estado para 2018 volta a atacar as bebidas gaseificadas. O Governo quer aumentar até 1,5% o imposto a pagar nos refrigerantes.

De acordo com a versão preliminar da proposta de Orçamento do Estado de 2018, o Governo pretende taxar a 8,34 euros por hectolitro (100 litros) as bebidas cujo teor de açúcar seja inferior a 80 gramas por litro e a 16,69 euros por hectolitro as bebidas cujo teor de açúcar seja igual ou superior a 80 gramas por litro.

Ao mesmo tempo, para 2018 o Governo pretende que os concentrados sejam tributados também consoante a sua forma (líquida ou sólida). “Na forma líquida, 50,01 e 100,14 euros por hectolitro, aplicando-se ao teor de açúcar o fator seis; apresentado sob a forma de pó, grânulos ou outras formas sólidas, 83,35 e 166,90 euros por 100 quilogramas de peso líquido, aplicando-se ao teor de açúcar o fator dez”, lê-se na proposta.

Cervejas mais caras. Bebidas espirituosas também

Beber refrigerantes faz mal à saúde, mas o álcool é pior. Daí que, de acordo com a versão preliminar da proposta de Orçamento do Estado, o imposto sobre a cerveja, as bebidas espirituosas e os vinhos licorosos vai voltar a subir em 2018, mas em torno de 1,5%, quando este ano o aumento foi de 3%.

As cervejas vão passar a pagar um imposto que começa nos 8,34 euros por hectolitro para os volumes de álcool mais baixos e que vai até aos 29,30 euros por hectolitro no caso dos volumes de álcool mais elevados.

No caso das bebidas espirituosas, nas quais se inclui gin e vodka, por exemplo, a taxa de imposto aplicável também vai sofrer um aumento, mas de 1,4%, passando dos 1.367,78 euros por hectolitro atualmente em vigor para os 1.386,93 euros por hectolitro em 2018.

Também a taxa de imposto aplicável aos produtos intermédios, ou seja, os vinhos licorosos, aumenta de 75,05 euros por hectolitro para 76,1 euros, uma subida de 1,4%. Por sua vez, as bebidas fermentadas, como os espumantes, vão pagar um imposto de 10,44 euros por hectolitro, um aumento de 1,4% face aos 10,30 euros por hectolitro durante 2017.

Cigarros, cigarros, cigarros… cigarrilhas e charutos

Com uma bebida, muitas vezes vem o vício do tabaco. Daí que o Governo volte a apontar para um agravamento do imposto sobre os cigarros, mas não esquece o tabaco de enrolar, o aquecido, as cigarrilhas e os charutos. Uma parte da fiscalidade sobe 1,4%, sendo que há variações no que respeita ao ad valorem.

No caso do comum maço de tabaco, a tributação por milheiro dos cigarros vai subir de 93,58 euros para 94,89 euros, ou seja, 1,4%, já o ad valorem, que corresponde à tributação de uma percentagem do preço de mercado do produto, passará de 16% para 15%.

Batatas fritas e bolachas com elevado teor de sal vão ser taxadas

Bebidas e tabaco fazem mal à saúde. Mas há outros “vícios” dos portugueses que vão passar a pagar mais imposto devido ao elevado teor de sal que apresentam — igual ou superior a um grama por cada 100 gramas de produto.

“Estão sujeitos a imposto sobre os alimentos com elevado teor de sal os seguintes produtos, quando tenham um teor de sal igual ou superior a um grama por cada 100 gramas de produto”, lê-se no texto. Em causa estão bolachas, biscoitos, flocos de cereais, cereais prensados, batatas fritas ou desidratadas. Segundo a mesma versão, a taxa “é de 0,8 cêntimos por cada quilograma” do produto acabado, refere o documento.

Cuidar da saúde financeira com travão no crédito ao consumo

O crédito é outro dos “vícios” dos portugueses. E o crédito ao consumo pode ser nocivo para a saúde financeira das famílias, daí que este Orçamento do Estado volte a apresentar um agravamento da fiscalidade para quem recorre a estes empréstimos. São feitas alterações à tabela geral do Imposto do Selo (IS) em três pontos das operações financeiras, apresentando um aumento de cerca de 14% em cada um deles.

Assim, no crédito de prazo inferior a um ano (por cada mês ou fração) a taxa do IS sobe de 0,07% para 0,08%, no crédito de prazo igual ou superior a um ano a taxa aumenta de 0,9% para 1% e no crédito utilizado sob a forma de conta corrente, descoberto bancário ou qualquer outra forma em que o prazo de utilização não seja determinado ou determinável (onde se incluem os cartões de crédito) a taxa cresce de 0,07% para 0,08%.

Há dois anos, no Orçamento do Estado, o Governo subiu em 50%, para uma taxa de 4%, o IS aplicado a “outras comissões e contraprestações por serviços financeiros, incluindo as taxas relativas a operações de pagamento baseadas em cartões”, taxa que se manteve este ano.

Carros? Mais caros. E quem já tem? Também paga mais

Muito do crédito ao consumo está a ser utilizado para a compra de automóveis, outro dos “vícios” das famílias portuguesas. E, como tal, também neste caso haverá agravamentos de impostos, tanto para quem quer adquirir um veículo novo como para quem já tem.

De acordo com a versão preliminar da proposta de Orçamento do Estado para 2018, tanto as tabelas do Imposto Sobre Veículos (ISV) como as do Imposto Único de Circulação (IUC) vão ser revistas em alta, registando-se um agravamento até 1,4%.

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Vieira da Silva: “Eternizar carreira com salário mínimo é um problema sério”

O ministro da Segurança Social e do Trabalho diz que o aumento dos contratos com salário mínimo só grave caso não exista uma evolução positiva dentro das empresas.

No dia em que se soube que o número de portugueses a receber o salário mínimo aumentou 13% na primeira parte do ano, Vieira da Silva afirma que isto “nos deve fazer refletir”. Contudo, se servir “como porta de entrada” e “as pessoas possam ter uma evolução positiva, é menos grave”.

Vieira da Silva considera um progresso que haja “hoje um muito maior consenso sobre a importância do salário mínimo e de ele ter um valor que seja digno“. Acredita contudo que o facto de 40% dos novos contratos serem de salário mínimo “nos deve fazer refletir”.

Quanto a possíveis efeitos nocivos, o ministro comenta: “Se a sociedade portuguesa conseguir promover as relações de trabalho por forma a que essa [contratos com salário mínimo] seja a porta de entrada, mas depois as pessoas possam ter uma evolução positiva, essa entrada é menos grave. Quando as pessoas eternizam uma carreira com o salário mínimo ou valores próximos, aí sim, estamos perante um problema sério”.

Se a sociedade portuguesa conseguir promover as relações de trabalho por forma que essa [contratos com salário mínimo] seja a porta de entrada, mas depois as pessoas possam ter uma evolução positiva, essa entrada é menos grave. Quando as pessoas eternizam uma carreira com o salário mínimo ou valores próximos, aí sim, estamos perante um problema sério.

Vieira da Silva

Ministro da Segurança Social e do Trabalho

Apesar de não revelar os valores, o ministro confirma ainda que o salário mínimo vai aumentar. No programa do Governo está inscrito que o aumento será de 580 euros, em 2018. “O Governo fará uma proposta conforme a lei impõe”, mas relembra que ainda falta a reação dos parceiros sociais. “Sabemos que as estruturas sindicais tenderão a considerar uma proposta escassa, as entidades empregadoras, excessiva, mas vamos trabalhar para que haja um consenso“, assegurou. Por exemplo a UGT pede um aumento do salário mínimo para 585 euros (atualmente está nos 557 euros).

Vieira da Silva refere ainda que o aumento do número de contratos com salário mínimo tem contribuído para a diminuição da diferença salarial entre mulheres e homens. “Sendo certo que há mais mulheres abrangidas por este instrumento de regulamentação, como este tem subido, tem tido um efeito positivo na correção das desigualdades”.

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Greve dos enfermeiros foi desconvocada

  • Lusa
  • 13 Outubro 2017

Os enfermeiros continuam a exigir um aumento de 400 euros, mas as reuniões com o Ministério da Saúde vão ser retomadas na próxima segunda-feira.

A greve marcada pelo Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem (SIPE) e pelo Sindicato dos Enfermeiros (SE) entre 23 e 27 de outubro foi desconvocada, anunciou hoje fonte sindical.

A mesma fonte adiantou que na origem desta desconvocação está o facto de o Governo ter aceitado iniciar a renegociação da carreira de enfermagem, o que deverá acontecer a partir da próxima segunda-feira.

No passado dia 4 de outubro, os sindicatos enviaram um pré-aviso aos ministérios da Saúde, do Trabalho e Segurança Social, das Finanças e da Administração Interna. Os fundamentos desta greve eram “a negociação de um Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) que contemple”, entre outros aspetos, a “uniformização de horários de trabalho para 35 horas semanais” e a “introdução da categoria de enfermeiros especialistas, nas especialidades criadas ou a criar”.

A “definição da hierarquia da enfermagem, constituída pelo enfermeiro diretor de serviço, de departamento, de instituição ou região” e a “revisão das tabelas remuneratórias, com índice e escalões adequados, quer na promoção, quer na progressão periódica da respetiva categoria” eram outras das reivindicações destes dois sindicatos, que constituem a Federação Nacional dos Sindicatos de Enfermagem (FENSE).

Os sindicatos reclamavam ainda a “anulação ou revogação de quaisquer atos de marcação de faltas injustificadas ou procedimentos disciplinares abertos, na sequência ou com fundamento na participação no movimento dos enfermeiros especialistas, bem como decorrentes da greve convocada pela FENSE para os dias 11 a 15 de setembro”.

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