Sabe qual é o banco que cobra menos pela conta base?

O Banco de Portugal disponibiliza a partir desta quarta-feira uma ferramenta que permite comparar as comissões das contas de Serviços Mínimos Bancários e das contas base cobradas pelos bancos.

Comparar os custos associados às contas bancárias é mais fácil a partir de hoje. O Banco de Portugal vai passar a disponibilizar, no Portal do Cliente Bancário, uma ferramenta que irá permitir a comparação das comissões associadas às contas de Serviços Mínimo Bancários (SMB) e às contas base disponibilizadas pelos bancos a operar em Portugal.

A comparação de custos será possível tanto por instituição financeira como por serviço. Para já, a comparação é apenas possível para estes dois tipos de contas, mas a intenção é alargar essa possibilidade a um leque de até dez comissões associadas às contas à ordem. Em vista estará estender este comparativo aos custos de manutenção de conta, anuidade dos cartões de débito e crédito, cash advance, transferências interbancárias, entre outras, incluindo a diferenciação consoante o canal utilizado: balcão ou online, por exemplo. A extensão a um conjunto mais alargado de comissões está dependente da harmonização a nível europeu da Diretiva das Contas de Pagamento, podendo acontecer ainda este ano.

Para já será possível aos clientes bancários comparar as comissões cobradas pelas instituições financeiras nas contas de SMB, um tipo de contas que todos os bancos são obrigados a disponibilizar com um pacote mínimo de serviços acessíveis a qualquer cliente a partir de um custo baixo e limitado a um teto máximo. O mesmo acontecerá com as contas base, cuja oferta não é obrigatória, mas que é padronizada com base num conjunto de serviços, sendo o seu custo fixo.

Os custos de qualquer destas contas já era possível de consultar no Portal do Cliente Bancário. Aquilo que a nova ferramenta irá permitir é flexibilizar essa comparação. Será possível comparar os custos entre instituições selecionadas pelo cliente, num limite máximo de três. Será também possível fazer essa comparação por tipo de serviço. A nova ferramenta permite imprimir o resultado da comparação, bem como a exportação dos dados tanto das comissões em vigor em todos os bancos como o respetivo histórico. Será ainda possível filtrar essa informação de acordo com alguns critérios como, por exemplo, os dez bancos que cobram os valores mais elevados.

O objetivo do Banco de Portugal é atualizar diariamente, às zero horas, com informações contidas neste comparador de comissões de contas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Vai ser possível abrir conta no banco sem sair de casa

O Banco de Portugal prepara-se para permitir que os clientes possam abrir contas e contrair créditos ao consumo online. Isto numa altura em que a utilização dos canais digitais está a aumentar.

Abrir uma conta obriga, atualmente, à assinatura de dezenas de folhas. Um processo moroso que o Banco de Portugal se prepara para tornar mais fácil ao anunciar que está a preparar alterações que vão permitir que os clientes bancários possam fazer tudo através da internet. E contratar crédito ao consumo também vai passar a ser possível exclusivamente por via digital.

“O Banco de Portugal está a avaliar em que moldes o quadro normativo deverá permitir que processos como a abertura de conta à ordem e a contratação de crédito aos consumidores sejam efetuados exclusivamente por via digital“, refere a entidade liderada por Carlos Costa no Relatório de Supervisão Comportamental.

Atualmente é preciso fazer o processo de abertura de conta de forma presencial. E o mesmo acontece com o crédito ao consumo.

O supervisor do sistema financeiro nota que, com base no inquérito enviado aos bancos, “a quase totalidade (cerca de 90%) das instituições inquiridas disponibilizava produtos e serviços bancários online para clientes particulares”.

O Banco de Portugal está a avaliar em que moldes o quadro normativo deverá permitir que processos como a abertura de conta à ordem e a contratação de crédito aos consumidores sejam efetuados exclusivamente por via digital.

Carlos Costa

Governador do Banco de Portugal

Contudo, salienta, as “instituições perspetivam um elevado crescimento da procura por canais digitais, uma evolução que poderá ser condicionada pelas preocupações dos clientes com a segurança e com a partilha de dados pessoais”. Esta preocupação merece grande destaque por parte do governador.

A comercialização de produtos e serviços bancários através de canais digitais exige que se garantam os mesmos direitos conferidos ao cliente pelo quadro regulatório nos canais tradicionais, que se mitiguem novos riscos e que se conheçam os potenciais obstáculos à disponibilização daqueles canais pelas instituições”, diz Carlos Costa, notando que para isso é preciso um “acompanhamento muito próximo do ecossistema digital em Portugal”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Portugueses reclamam mais contra instituições de crédito. Deutsche, BBVA e Ford foram os alvos

As reclamações aumentaram, mas, na maioria dos casos, o Banco de Portugal considerou que não havia indícios de infração. Ao todo, o Banco de Portugal instaurou 155 processos de contraordenação.

Os clientes bancários estão a reclamar mais contra as instituições de crédito. No passado, o número de reclamações aumentou quase 5%, mas, na maioria dos casos, não havia indícios de infração, tal como no ano anterior. Deutsche Bank, BBVA e Ford Credit Europe (FCE Bank) foram os principais alvos das reclamações bancárias.

Os dados são do Banco de Portugal e constam do último Relatório de Supervisão Comportamental, relativo ao ano passado. Ao todo, o banco central recebeu e tratou 14.141 reclamações de clientes bancários contra instituições de crédito, um aumento de 4,8% face a 2015. Deste bolo, a maioria das reclamações dizia respeito a cláusulas contratuais, seguindo-se as comissões e encargos e a cobrança de valores em dívida.

Apesar do aumento do número de reclamações, só 36% dos casos foram resolvidos pela instituição em causa, quer por sua iniciativa, quer por indicação do Banco de Portugal. Nos restantes 64% dos casos, o regulador considerou que não havia indícios de infração, o mesmo nível registado um ano antes.

Feitas as contas, o Banco de Portugal emitiu 1.020 recomendações e determinações específicas, dirigidas a 73 instituições. Na maioria dos casos, as recomendações diziam respeito à área de crédito aos consumidores.

Ao todo, o Banco de Portugal instaurou 155 processos de contraordenação a 29 instituições, tendo aumentado os processos de contraordenação relativos às incorreções das comunicações feitas pelas instituições, em nome dos seus clientes, à Central de Responsabilidades de Crédito (43 processos, contra 30 no ano anterior). Seguem-se as irregularidades relacionadas com depósitos bancários (42 processos) e crédito aos consumidores e outros créditos (32 processos).

Há um aumento significativo face a 2015, ano em que o regulador instaurou apenas 33 processos de contraordenação no âmbito das suas funções de supervisão comportamental.

Deutsche Bank, BBVA e Ford no topo das reclamações

No que toca às reclamações nas contas de depósito, o Deustche Bank foi o principal alvo dos clientes, tirando o primeiro lugar ao BBVA, que, este ano, aparece em segundo nesta área. Ao todo, por cada mil contas de depósito à ordem, o Deutsche Bank recebeu 2,32 reclamações no ano passado, seguindo do BBVA e do Banco do Brasil.

Já nas reclamações no crédito ao consumidor, é o FCE Bank que aparece em primeiro, com 2,45 reclamações por cada mil contratos de crédito aos consumidores para a aquisição de automóveis da marca norte-americana Ford. Em segundo lugar, volta a aparecer o Deutsche Bank, seguido da Caixa Leasing. No ano passado, a instituição com mais reclamações nesta área era o Montepio, que baixou consideravelmente nesta tabela, aparecendo no 20.º lugar.

Por fim, no crédito hipotecário, o BBVA continua a ser, tal como no ano passado, a instituição mais contestada, com 2,74 reclamações por cada mil contratos de crédito hipotecário. BIC e Santander Totta completam o “pódio”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Placard aposta em seis novas modalidades

  • ECO
  • 10 Maio 2017

Às três existentes, juntam-se mais seis e outras duas ficam no banco: o crescimento das apostas no Placard reflete-se no lucro e justifica o aumento do número de modalidades.

A aposta da Santa Casa no jogo Placard acompanha o entusiasmo dos portugueses. A partir desta quarta-feira, os portugueses podem apostar em seis novas modalidades naquele que já é o terceiro jogo mais vendido entre os vários disponibilizados pela Santa Casa.

O número de apostadores já totaliza quase um milhão e o número de modalidades cresce com eles. O futebol, basquetebol e ténis conquistaram as apostas dos portugueses no jogo Placard. Agora vão a jogo seis novas modalidades: andebol, voleibol, hóquei no gelo, râguebi, futsal e futebol de praia. O hóquei em patins e o futebol americano ficam no banco, mas espera-se que entrem no campo das apostas até ao final do ano.

No último ano e meio, os lucros do Placard ascenderam aos 385 milhões de euros, uns significativos 14% das vendas totais dos Jogos Santa Casa. Os prémios atribuídos aos milhões de apostadores também estão no campeonato milhões: 200 milhões de euros, mais precisamente.

Apesar da evolução positiva, existem também motivos de polémica: a Santa Casa já mostrou o amarelo por duas vezes ao Clube Desportivo Feirense – Futebol SAD, ao suspender as apostas de dois jogos do clube. A última situação teve lugar este fim de semana, no jogo contra o Paços de Ferreira. O presidente do clube feirense pede agora esclarecimentos à Santa Casa sobre os motivos da suspensão, que poderá pôr em causa a integridade do clube.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Medina investe 61 milhões na Carris para renovar frota

  • Lusa
  • 10 Maio 2017

Já em 2017 haverá um investimento de 12,4 milhões de euros. No total, até 2019, serão investidos 80 milhões de euros.

A Câmara de Lisboa, que gere desde fevereiro a Carris, vai investir 80 milhões de euros na rodoviária até 2019, dos quais 61 milhões de euros (76%) na renovação da frota de autocarros e elétricos, foi anunciado esta terça-feira.

De acordo com os dados apresentados pela autarquia em conferência de imprensa na sede da Carris, em Lisboa, em 2017 haverá um investimento de 12,4 milhões de euros, número que sobe para 38,1 milhões de euros em 2018 e passa para 30,1 milhões de euros em 2019.

Além da renovação da frota de autocarros e de elétricos, o investimento abrange áreas como a aquisição de equipamentos (como subestações elétricas e frota de apoio) e manutenção de infraestruturas (ao nível da rede área e de cabos subterrâneos, por exemplo).

“A Carris perdeu muitos passageiros, degradou muito o serviço ao longo dos últimos anos. Temos um programa muito ambicioso, mas muito claro: queremos inverter, interromper este declínio e começar o caminho da recuperação”, disse o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, que falava aos jornalistas no final da apresentação.

O autarca disse ter “consciência de que não é um trabalho imediato, que vai exigir perseverança”, mas vincou que há “um bom plano” e “determinação política em fazê-lo”.

Fernando Medina voltou também a assegurar que a empresa não irá acumular dívida, uma vez que a autarquia assumirá “a sua responsabilidade” ao financiar as obrigações de serviço público de transporte. Como “a receita da bilhética não chega”, haverá “um esforço grande do nosso orçamento”, notou, aludindo ao fundo de mobilidade criado pelo município e que este ano terá uma expressão de 15 milhões de euros.

Até 2019, a empresa prevê a adoção de 12 “medidas prioritárias”, algumas das quais já em curso, como a criação de novos tarifários mais atrativos e equitativos, a renovação da frota, a contratação de 200 novos motoristas, a implementação de uma rede de bairros com 21 novas linhas, a expansão da rede de elétricos (incluindo o alargamento da circulação do 15 até Santa Apolónia e o regresso do 24, do Cais do Sodré às Amoreiras) e o aumento da velocidade comercial.

Da lista consta também a implementação de corredores BUS mais eficientes, a construção de parques de estacionamento dissuasores, a articulação com a rede de bicicletas partilhadas, a criação de uma nova aplicação móvel, a instalação de ‘wifi’ gratuito em toda a rede e ainda a utilização de veículos elétricos.

Intervindo na ocasião, o presidente do conselho de administração da Carris, Tiago Farias, anunciou que em julho serão lançadas quatro novas linhas de bairro, nas freguesias de Marvila, Olivais, Parque das Nações e Santa Clara. Quanto à frota, será lançado “nas próximas semanas um concurso para aquisição de 125 autocarros a gás natural e 40 articulados”, indicou. Além disso, será lançada “ainda antes do verão” uma aplicação para “facilitar toda a informação da Carris”, referiu. Está, ainda, a ser preparado o concurso para equipar toda a frota da Carris com ‘wifi’ gratuito, adiantou Tiago Farias.

Segundo os dados revelados na ocasião, o orçamento para este ano prevê um total de 115,5 milhões de euros em rendimentos operacionais e 103,6 milhões de euros em gastos operacionais. Depois de um resultado líquido negativo de 16,8 milhões de euros em 2016, a empresa perspetiva um resultado líquido positivo de dois milhões de euros este ano.

A Câmara de Lisboa assumiu em fevereiro passado a gestão da rodoviária – 41 anos depois de a ter ‘perdido’ para o Estado -, num processo que gerou alguma polémica, após o PCP ter pedido a sua apreciação parlamentar.

(Notícia atualizada às 16h30 com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Banco Popular prepara fusão com Santander ou BBVA

Presidente do problemático Banco Popular admite fusão apenas quando cotações chegarem aos 1,2 euros. E só dois bancos estão em estudo por Emilio Saracho: Santander ou BBVA.

Em dificuldades para convencer os investidores a colocar mais capital na instituição, o presidente do Banco Popular está a preparar uma mega fusão com um dos dois principais bancos espanhóis, Santander ou BBVA. Mas este cenário só acontecerá quando as ações do banco liderado por Emilio Saracho atingirem os 1,2 euros.

Depois de receber propostas de várias instituições espanholas, incluindo do CaixaBank (dono do BPI) e do Sabadell, Saracho apenas está a analisar as ofertas que foram lançadas pelos dois maiores bancos do país, revela o jornal espanhol ABC (conteúdo em espanhol / acesso livre). Citando fontes do setor, aquele jornal adianta ainda outro pormenor para que esta cenário possa realmente ser considerado. As ações do Popular têm de chegar aos 1,2 euros. Atualmente, negoceiam pouco acima do 0,80 euros.

O banco espanhol está a passar por dificuldades com o elevado volume de ativos tóxicos. Na última intervenção junto dos acionistas, Saracho sublinhou que o Popular “está condenado a aumentar o capital” ou então a fundir-se com outro banco. Isto acontece depois de ter apresentado prejuízos históricos de 3,5 mil milhões de euros em 2016.

A fusão com um grande banco parece hoje em dia mais provável. De acordo com as mesmas fontes, o ABC diz que uma decisão deverá ser tomada antes do verão.

Apesar de tanto o BBVA como o Santander terem afirmando que vão continuar a apostar no crescimento orgânico, a apresentação de propostas sobre o Popular sugere que ambas as instituições estão dispostas a ganhar quota de mercado em Espanha por via de aquisições. Pelo protagonismo que tem no mercado das pequenas e médias empresas, o Popular surge como uma boa opção para dar força ao negócio de um dos dois principais bancos do país.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Prova dos 9: O investimento público cresceu 25% até março?

A garantia foi dada pelo ministro do Planeamento e Infraestruturas esta segunda-feira: o investimento público cresceu 25% no primeiro trimestre em comparação homóloga. O ECO fez a Prova dos 9.

O ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, disse esta segunda-feira que o investimento público no primeiro trimestre deste ano cresceu “mais de 25%” relativamente a igual período de 2016. “Estamos com o dobro dos contratos de obras públicas”, declarou Pedro Marques aos jornalistas, em Coimbra. Citando os últimos dados da análise da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) à execução orçamental até março, o ministro realçou que o investimento público, em Portugal, entre janeiro e março, registou um crescimento superior a 25% em comparação com o primeiro trimestre do ano passado.

Fotomontagem de Raquel Sá Martins.

A afirmação

“No relatório da UTAO está lá um crescimento do investimento de 25% em relação ao ano passado. Estou a fazer a comparação homóloga. Tenho mais 200 contratos a mais de obra pública face ao ano transato, por isso é óbvio que vamos continuar a acelerar até ao final do ano. O investimento público vinha a cair há uma quantidade de anos e no primeiro trimestre deste ano, cresce mais 25% do que no ano passado.”

Pedro Marques à margem do encontro anual dos fundos comunitários “A caminho do Portugal 2020 – Resultados e Oportunidades de Financiamento”, que se realizou na segunda-feira no Convento de São Francisco, em Coimbra.

Os factos

A nota da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) refere que nos primeiros três meses do ano, comparando com o mesmo período de 2016, o investimento das administrações públicas, excluindo as concessões das Infraestruturas de Portugal (IP), cresceu 25,8%. A UTAO explica que fez uma “linearização mensal do referencial anual da despesa em concessões e subconcessões da empresa Infraestruturas de Portugal para 2016 e 2017” e refere que “as despesas para 2017 encontram-se contratualizadas e referem-se maioritariamente aos pagamentos às concessionárias e subconcessionárias de PPP rodoviárias”.

Estes dados da UTAO diferem dos número divulgados anteriormente pela Direção Geral do Orçamento (DGO) porque são valores ajustados. Ou seja, a UTAO corrigiu os números para que fosse possível comparar com os valores do ano passado. Sem as contas ajustadas da UTAO, a subida do investimento público situava-se nos 14,8%, o dado que consta da nota de execução orçamental da DGO.

A tabela sobre o investimento das administrações públicas em 2017, até março, da UTAO, mostra uma queda no investimento da administração central. Contudo, também nos primeiros três meses do ano, o investimento regional e local — em ano de eleições autárquicas — está a crescer a um ritmo superior a 40% face ao mesmo período de 2016. Uma das justificações para este efeito reside nos 2,7 mil milhões de euros que as autarquias têm para gastar este ano, quase 68% do total da verba do Portugal 2020.

Porém, é preciso notar que, no total, sem contar com as IP, a variação homóloga implícita do investimento público — a meta que está no Orçamento do Estado para 2017 — é de 56,4%, manifestamente superior aos 25,8% que se verificaram no primeiro trimestre.

Acresce que — e a UTAO dá destaque a este pormenor na sua nota sobre a execução orçamental — o grau de execução do investimento das administrações públicas está mais baixo do que no ano passado. Ou seja, o Governo está a executar o que tem programado no Orçamento do Estado a um ritmo mais baixo do que em 2016. A UTAO identifica um grau de execução do investimento de 15,6%, três pontos percentuais abaixo do verificado no ano passado. E, uma vez mais, estas contas estão ajustadas para efeitos de comparabilidade. Os peritos adiantam que os gastos de capital da Infraestruturas de Portugal (excluindo concessões) tiveram um ritmo de execução de 6,9%. Já o grau de execução das despesas de investimento da administração regional e local está acima do verificado no mesmo período de 2016.

Além disso, no ano passado registou-se o pior nível de investimento público, em comparação com o PIB, desde 1995. Ou seja, a base de comparação (a do ano passado) é manifestamente baixa.

Existe ainda outra observação na nota da UTAO relevante para esta discussão. Os técnicos do Parlamento referem que “no primeiro trimestre de 2017, o grau de execução da despesa efetiva foi inferior ao verificado no mesmo trimestre de 2016”. Dentro desta despesa está a de capital, onde se inclui a do investimento. Face ao objetivo anual do OE2017, o investimento é a categoria de despesa que mais contribui para o desvio negativo da despesa efetiva. Ou seja, as administrações públicas estão a gastar menos dinheiro, em grande parte, porque o Governo não está a investir tanto quanto previsto.

Prova dos 9

Se excluirmos os pagamentos às concessões das Infraestruturas de Portugal, o investimento público cresceu mais de 25% no primeiro trimestre, em comparação homóloga. Contudo, se a análise for pelos números crus da DGO, o investimento público subiu 14,8% no mesmo período. No ajuste às contas feito pela UTAO a este número, a contar com as IP, o investimento público sobe ainda menos: 3,8%.

Considerando o aumento de 25%, este fica, ainda assim, aquém da meta para o ano: nestes números ajustados da UTAO, excluindo as IP, a meta de crescimento do investimento público para 2017 é de 56,4%. Os sinais são piores quando se analisa o grau de execução do investimento das administrações públicas até março: em 2016 (o pior ano de investimento público desde 1995) já ia nos 18,9%, mas este ano está nos 15,4%.

Veredicto final: O ministro Pedro Marques está correto na afirmação que faz. Contudo, vale a pena notar que, analisado o contexto à volta deste número, o cenário não é tão positivo como uma subida de 25% pode parecer à primeira vista. Factos como a base de comparação ser baixa, o grau de execução ser inferior ao de 2016 e a meta inscrita no OE2017 estar longe de ser atingida pintam um quadro mais negro deste primeiro trimestre de investimento público.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“Boleias” para Fátima começam nos dez euros e chegam aos 100 euros

  • Lusa
  • 10 Maio 2017

Em várias páginas de Internet, direcionadas para partilha de automóvel ou para todo o tipo de anúncios, revela-se variada tipologia de preços e de trajetos.

Cem euros por pessoa, numa viagem de ida e volta Lisboa – Fátima, no sábado, ou 75 euros para o trajeto Porto – Cova da Iria, na sexta-feira, são alguns dos preços das “boleias” a propósito da visita do papa Francisco.

O líder da Igreja Católica está em Fátima na sexta-feira e no sábado para a celebração do Centenário das Aparições e para a canonização dos pastorinhos Jacinta e Francisco Marto.

Em várias páginas de Internet, direcionadas para partilha de automóvel ou para todo o tipo de anúncios, revela-se variada tipologia de preços e de trajetos, com valores que vão desde os dez euros (Porto-Fátima, por exemplo), mas que também chegam aos quatrocentos, quando se pede ocupação total de veículo.

Por 400 euros, pode sair-se de Lisboa até Fátima, no dia 13, sábado, a partir das 6H00, e regressar à capital ao final do dia, após a partida de Francisco para Itália. Mas exige-se a participação de quatro ocupantes, descendo assim o preço para os 100 euros por pessoa.

Outros oferecem apenas viagem de ida, desde os dez euros, mas que também podem atingir os 75. E as viagens só se fazem caso se angarie três clientes.

Os anunciantes aproveitam também as potencialidades da Internet para mostrar o veículo que servirá os desejos dos peregrinos: e há desde topos de gama, até carros mais modestos, mas que igualmente servem os intentos.

Igualmente de Santarém surgem alguns anunciantes, que praticam 200 euros por uma viagem de ida e volta até Fátima, carro cheio.

De Almada, os peregrinos podem viajar ida e volta desde os 150 euros, igualmente carro cheio, mas também se encontram partilhas só de ida a partir dos 15 euros.

Francisco chega na sexta-feira a Portugal e é recebido pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, estando também marcado um encontro com o primeiro-ministro, António Costa, no sábado.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Mélenchon apresentou candidatura às legislativas

"A decisão está tomada", disse Jean-Luc Mélenchon. O objetivo é "combater implacavelmente" Emmanuel Macron.

Jean-Luc Mélenchon anunciou esta quarta-feira a sua candidaturas às eleições legislativas francesa que se realizam em junho com o objetivo de “combater implacavelmente” o Presidente eleito, o liberal socialista Emmanuel Macron. O chefe do movimento A França Insubmissa provavelmente será candidato por Marselha.

A decisão está tomada”, disse Jean-Luc Mélenchon numa entrevista para a rádio e televisão BFMTV, precisando que é “muito provável” que seja candidato por Marselha.

Para justificar a sua candidatura Mélenchon explicou: “Os amigos disseram-me ‘Não podes dizer às pessoas que vamos à luta e depois, estar lá toda a gente, menos tu'”. O eurodeputado reconhece que “hesitou” até porque é um candidato que vai cair de paraquedas seja qual for o distrito pelo qual decida concorrer. Mas garante que a sua “pátria é toda a França”. “Estou em casa em todo o lado”, assegurou. Ainda assim, Mélenchon vai realizar uma visita de cortesia uma “visita de cortesia” a Marselha e, dependendo dos resultados já não irá a Toulouse ou Lille, cidades nas quais também ficou à frente na primeira volta das eleições presidenciais, a 23 de abril.

Mélenchon explicou na mesma entrevista que a sua plataforma tem “um programa” e está “disposto a governar”. Recorde-se que ao não passar à segunda nas presidenciais (os votos obtidos deixaram-no em quarto lugar) recusou-se a apelar ao voto em Macron. Mélenchon criticou Macron pela “imagem monárquica que quis dar” ao celebrar a sua vitória no domingo na Esplanada do Louvre, o antigo palácio real.

E quanto ao programa de Macron defendeu que “o melhor é que não seja posto em prática”.

Recorde-se que na terça-feira foi a vez do ex-primeiro-ministro, Manuel Valls, anunciou que vai ser candidato às legislativas pelo novo partido de Emmanuel Macron, agora rebatizados de República Em Marcha. No entanto, segundo o presidente da comissão de investidura, Jean-Paul Delevoye, citado pela AFP, esta manhã, o responsável socialista ainda não preenchia as condições para uma nomeação para as legislativas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Indicador avançado da economia portuguesa prevê abrandamento

No final do ano passado a economia portuguesa surpreendeu pela positiva, mas um indicador avançado da OCDE prevê uma tendência de abrandamento no final de 2017.

O indicador avançado da OCDE para Portugal continuou a descer em março, abaixo da linha dos 100 pontos que representa a atividade económica normal. O ciclo económico continua a subir, mas a previsão da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico é que a economia portuguesa vai abrandar entre os próximos seis e nove meses. Estes números indicam que no final de 2017 a economia deve estar a crescer menos do que o normal, perdendo o gás do último trimestre do ano passado.

Linha a cheio é o indicador compósito. Linha a tracejado é referência da série.

O cálculo da OCDE para o indicador avançado conjuga vários indicadores económicos, os mesmo usados para calcular o ciclo económico. Contudo, no indicador avançado, a OCDE antecipa qual vai ser o comportamento da economia daqui a seis meses, prevendo tendências. Para Portugal essa tendência é de abrandamento face a um ciclo económico que continua ainda pujante.

Entre esses indicadores económicos estão os inventários, as encomendas, os mercados financeiros, a confiança dos consumidores e, em economias mais pequenas, indicadores de setores mais específicos.

A ganhar ‘momentum’ estão as economias emergentes como o Brasil — que tem enfrentado recessões, mas este ano prevê crescer 0% — e a Rússia. Também é esperada uma aceleração do crescimento económico na Alemanha e no Canadá. Já nos Estados Unidos, no Japão, no Reino Unido e na zona euro (principalmente França e Itália) espera-se que o PIB continua a crescer de forma estável. Também estável ficará o crescimento económico nas duas economias que mais crescem ao ano, Índia e China.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Indústria e combustíveis põem exportações a crescer 17%

No primeiro trimestre, as exportações de bens aceleraram mais do que as importações. Mas a balança comercial piora. Efeitos de calendário justificam variações percentuais elevadas no mês de março.

“As exportações e importações aumentaram 23,9% e 14,6%, respetivamente, em termos nominais”, indica o Instituto Nacional de Estatística, relativamente aos dados do comércio internacional de bens até março. No destaque o INE explica que “a aceleração das exportações e das importações refletiu em parte efeitos de calendário“. Nos primeiros três meses, as exportações e as importações de bens aumentaram respetivamente 17,1% e 15,3% face ao período homólogo.

A análise dos dados até março revela que o principal contributo para o aumento das exportações foi o aumento de 538 milhões de euros dos fornecimentos industriais, mais 13,3% face ao período homólogo. Além disso, a subida de 73,5% nas exportações de combustíveis e lubrificantes — um acréscimo de 435 milhões de euros — também contribuiu para a subida superior a 17% nas exportações do primeiro trimestre.

O défice da balança comercial de bens melhorou em março deste ano, face ao mesmo período de 2016. “O défice da balança comercial de bens situou-se em 821 milhões de euros em março de 2017, o que representa uma diminuição de 241 milhões de euros face ao mês homólogo de 2016”, explica o Instituto Nacional de Estatística. Contudo, se compararmos o primeiro trimestre deste ano com o de 2016, concluímos que o saldo da balança comercial agravou-se em 154 milhões de euros.

Março beneficia de efeitos de calendário. Rússia surpreende

A aceleração das exportações e das importações em março refletiu em parte efeitos de calendário, tal como explica o INE: “Efetivamente, em 2016, a Páscoa foi celebrada em março enquanto em 2017 foi em abril. Acresce que, enquanto em fevereiro de 2017 houve menos um dia útil que no mesmo mês do ano anterior, em março houve um dia útil adicional em relação ao mês homólogo de 2016”. Estas diferenças de calendário justificam em parte as variações homólogas mais expressivas verificadas em março deste ano.

Excluindo o efeito dos combustíveis e lubrificantes — bens com preços mais voláteis –, as exportações cresceram 21,1% e as importações aumentaram 14,6%, segundo o destaque sobre as Estatísticas do Comércio Internacional de março. As exportações beneficiaram essencialmente do aumento de bens exportados para os Estados-membros da União Europeia. O mesmo aconteceu nas importações com o mercado único a ser o impulsionador deste aumento.

As exportações para Espanha (+16,3%), Estados Unidos (+64,7%), França (+19%) e Alemanha (+22,3%) aumentaram significativamente. Do lado das importações, Espanha e Alemanha foram os principais fornecedores, mas houve uma surpresa: as importações com origem na Rússia aumentaram 252,9% por causa dos combustíveis (óleos brutos de petróleo e fuelóleo).

Em destaque nos crescimentos homólogos, por categorias económicas de bens, estão os acréscimos verificados nos ‘fornecimentos industriais’.

Em fevereiro, a balança comercial de bens tinha registado um valor pior em comparação com o ano passado: foram mais 58 milhões de euros face ao período homólogo. As exportações estão a aumentar a um maior ritmo do que as importações, mas a diferença é ligeira. Excluindo os combustíveis, as exportações cresceram 5,5% e as importações aumentaram 4,0%. Incluindo os combustíveis, as exportações de bens subiram 9% e as importações cresceram 8,9%.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Taxa de desemprego recua para 10,1% no primeiro trimestre

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 10 Maio 2017

É a primeira vez, na série iniciada em 2011, que o emprego cresce em cadeia nos primeiros três meses do ano. Número de desempregados teve a maior descida homóloga desde o terceiro trimestre de 2013.

A taxa de desemprego atingiu 10,1% no primeiro trimestre de 2017, avançam os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). Em causa está uma descida de 0,4 pontos percentuais face aos últimos três meses de 2016 e de 2,3 pontos comparando com o período homólogo.

O ministro das Finanças, e mais recentemente, o titular da pasta da Economia, anteciparam uma redução do desemprego para níveis abaixo dos 10% em 2017. O primeiro trimestre ainda não espelha essa realidade mas continua a apontar para descidas.

Taxa de desemprego

Fonte: INE

A taxa agora divulgada corresponde a 523,9 mil desempregados, menos 18,2% comparando com os primeiros três meses de 2016, a maior descida desde o terceiro trimestre de 2013, indicam os dados do INE não ajustados de sazonalidade. Em cadeia, está em causa uma redução de 3,5%, que “contraria os acréscimos globalmente observados” nos primeiros trimestres “dos últimos dois anos”, continua.

E qual é o retrato do desempregado?

Já o número de empregados aumentou para 4,66 milhões. Também aqui, a subida trimestral — de 0,3% — marca uma inversão na “evolução ocorrida em todos os primeiros trimestres da série iniciada em 2011”, explica o INE. Face ao período homólogo, verificou-se um aumento de 3,2%, o maior desde o quarto trimestre de 2013.

A taxa de desemprego jovem também caiu — menos 2,6 pontos face ao trimestre anterior e menos 5,9 pontos em comparação homóloga — atingindo agora 25,1%.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.