Lucros da Jerónimo Martins crescem, mas pouco

O grupo de distribuição atingiu lucros de 78 milhões de euros. Já as vendas registaram um crescimento de 9% para 3.679 milhões de euros.

A Jerónimo Martins fechou o primeiro trimestre de 2017 com um resultado líquido de 78 milhões de euros, um crescimento de 0,4% face ao período homólogo do ano passado, anunciou a empresa em comunicado enviado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Este resultado fica em linha com as perspetivas dos analistas do BPI.

A dona da Pingo Doce e da Biedronka adianta que “excluído o impacto da Monterroio no primeiro trimestre de 2016, os resultados cresceram 4,6%“.

Já as vendas cresceram 9% para os 3.679 milhões de euros. As vendas like for like (LFL), vendas nas lojas que operam sob as mesmas condições nos dois períodos, cresceram 5,8%, com o desempenho de vendas das Biedronka e do Recheio a compensar largamente o impacto negativo do ano bissexto em 2016 e da ausência da Páscoa no primeiro trimestre de 2017.

Biedronka é responsável por 68,7% das vendas

Na Polónia, as vendas da Biedronka terão atingido os 2.527 milhões de euros, um crescimento de 10,8% face a igual período do ano anterior. Já a Hebe atingiu vendas de 36 milhões de euros, um aumento de 33,9%. A Biedronka é responsável por 68,7% do total das vendas da Jerónimo Martins.

A empresa salienta que a boa performance na Polónia se deve ao facto do ambiente se ter mantido favorável, “beneficiando do subsídio que começou a ser atribuído às famílias a partir de abril de 2016 e do aumento do salário mínimo em janeiro de 2017”.

Em Portugal, a atividade também foi penalizada pelo efeito calendário. As vendas totais do Pingo Doce terão crescido 0,8% para 823 milhões de euros, com um LFL (excluindo combustível) de -1,4%.

Já o Recheio registou até março, vendas totais de 201 milhões de euros, mais 7,2% do que em igual período de 2016. As vendas LFL cresceram 5,2%.

A Ara, na Colômbia, onde o grupo Jerónimo Martins fez um forte investimento, nos primeiros três meses do ano, com a abertura de mais 23 lojas, atingiu vendas de 87 milhões de euros, um crescimento de 81,8% face aos três primeiros meses do ano anterior.

O EBITDA (resultados antes de impostos, juros, amortização e depreciação) cifrou-se nos 192 milhões de euros, um crescimento de 4,6%. Este crescimento foi impulsionado pelos negócios estabelecidos — excluindo a Ara e Hebe — que mais do que compensaram as perdas na Ara.

O grupo investiu nos três primeiros meses do ano 101 milhões de euros. Em termos de perspetivas futuras, a Jerónimo Martins adianta que em 2017 deverá investir um total de 700 milhões de euros, e confirma a intenção de abrir mais 100 lojas líquidas Biedronka e a abertura de pelo menos mais 150 lojas na Colômbia.

No final do primeiro trimestre deste ano, o grupo era constituído por um parque de lojas de: 2729 Biedronka, 415 Pingo Doce, 42 Recheio, 244 Ara e 159 Hebe.

Pedro Soares dos Santos, presidente e administrador delegado do grupo, adianta em comunicado que “os números destes primeiros três meses dão-nos confiança de que o rumo estratégico traçado para os nossos negócios nos permitirá continuar a crescer e superar o desempenho dos mercados onde operamos”.

A empresa adianta ainda que “o pagamento do dividendo no valor de 380,2 milhões de euros, terá lugar no segundo trimestre, a 4 de maio”.

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Já há um cartão de crédito com leitor de impressões digitais

A Mastercard está a testar um novo tipo de cartão de crédito com um leitor de impressões digitais incorporado. A solução já é aceite num leque restrito de estabelecimentos em África do Sul.

Já há um cartão de crédito com leitor de impressões digitais. A tecnologia tem o carimbo da Mastercard MA 0,00% e serve para autorizar pagamentos através da identificação do titular. Os utilizadores deste cartão só têm de registar a impressão digital no banco para que este seja emitido com os dados biométricos do titular.

Para já, é uma inovação que está a ser testada num conjunto muito restrito de espaços na África do Sul: segundo o jornal espanhol El Economista, é emitido pelo Absa Bank (filial do Barclays em África) e permite pagamentos nos supermercados Pick and Pay. Mas o novo cartão da Mastercard é suportado, ainda assim, pela generalidade dos terminais de pagamento já existentes, o que joga bastante a favor desta tecnologia.

Segundo o jornal, o cartão inclui um chip no canto superior esquerdo e o leitor de impressões digitais fica no lado exatamente oposto. Quando o utilizador insere o cartão no terminal, o polegar fica exatamente sobre a superfície que regista o padrão da impressão digital. O cartão faz depois corresponder esse padrão com o que foi registado pelo banco no interior do cartão. Caso verifique a identidade do titular, a transferência é aprovada pelo banco.

Ilustração do novo cartão da Mastercard. À esquerda, o chip. À direita, o leitor de impressões.Mastercard, via BBC

Dados biométricos são uma tendência

Cada impressão digital é única, assim como cada íris do olho. Estes são apenas dois exemplos de dados biométricos que têm vindo a ser adotados pela tecnologia para substituir outros métodos de autenticação menos seguros como, por exemplo, as passwords. A solução é já amplamente usada nos telemóveis mais recentes de gama média e alta, mas é uma tendência crescente no campo dos pagamentos com cartão e nos ATMs.

Outra tendência é o surgimento de métodos de reconhecimento de fraude com base na inteligência artificial. A própria Mastercard anunciou esta terça-feira, em Portugal, um produto deste género, chamado Decision Intelligence. Segundo a marca, “a solução utiliza tecnologia de inteligência artificial para ajudar as instituições financeiras a aumentar a precisão das aprovações em tempo real de transações genuínas e reduzir as falsas recusas”, lê-se num comunicado.

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Grécia quer acordo entre Alemanha e FMI sobre a dívida

  • Lusa
  • 20 Abril 2017

"É a vez do FMI e da Alemanha fazerem concessões para se encontrar um compromisso" sobre o alívio da dívida grega, defende o Governo helénico.

A Grécia pediu esta quinta-feira à Alemanha e ao Fundo Monetário Internacional para chegarem a um “compromisso” sobre o alívio da sua dívida pública, por ocasião da reunião anual do FMI em Washington.

Atenas espera desta reunião, na qual participam na sexta-feira e no sábado os ministros das Finanças da zona euro, um “acordo sobre um quadro geral” de alívio a médio prazo da dívida pública grega, declarou aos jornalistas o porta-voz governamental, Dimitris Tzanakopoulos.

“É a vez do FMI e da Alemanha fazerem concessões para se encontrar um compromisso”, acrescentou.

É a vez do FMI e da Alemanha fazerem concessões para se encontrar um compromisso.

Dimitris Tzanakopoulos

porta-voz governamental

O FMI e a Alemanha estão desde há meses em divergência sobre a questão do alívio da dívida, uma promessa feita em troca dos esforços de austeridade pedidos aos gregos.

O FMI pede um alívio substancial da dívida para participar financeiramente no programa de assistência financeira à Grécia, enquanto a Alemanha remete a questão para depois das legislativas alemãs previstas para o outono e defende que a instituição liderada por Christine Lagarde deve contribuir para o empréstimo concedido a Atenas.

Segundo Tzanakopoulos, um acordo sobre a dívida permitiria que os ministros das Finanças da zona euro pudessem dar o aval na reunião de 22 de maio à continuação do programa de assistência.

Isso tornaria possível que fosse disponibilizada uma nova ‘tranche’ do empréstimo, o que permitira a Atenas fazer pagamentos da ordem dos sete mil milhões de euros aos credores em julho e preparar o seu regresso aos mercados, previsto para depois de agosto de 2018.

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Energia arrasta bolsa de Lisboa. Pharol tomba quase 9%

O PSI-20 fechou em queda, seguindo em contra-mão face aos ganhos dos pares europeus. Em Lisboa, as ações da EDP e da Galp Energia tiraram fôlego ao índice bolsista luso.

A praça lisboeta terminou no vermelho, com os títulos do setor energético a serem os principais responsáveis por o PSI-20 ter contrariado os ganhos dos principais pares europeus. Ainda assim, coube à Pharol ser o destaque negativo da sessão, com as suas ações a tombarem quase 9%. Chegaram a perder quase 20%.

O PSI-20 recuou 0,55%, para os 4.906,62 pontos, na sessão desta quinta-feira, com mais de metade dos seus 19 títulos a conhecerem perdas. A EDP e a Galp Energia, foram as cotadas que mais pesaram no desempenho negativo do índice bolsista nacional, ao protagonizarem tombos de 1,23% e 0,63%, respetivamente, para os 3,05 e 14,23 euros. O deslize dos títulos da petrolífera seguiu em sintonia com o rumo das cotações do petróleo nos mercados internacionais.

A Jerónimo Martins foi outra das cotadas que mais pesaram no sentimento negativo que se assistiu na praça lisboeta na última sessão. As suas ações deslizaram 1,12%, para os 16,30 euros, no dia em que a retalhista divulga o balanço das suas contas relativo ao primeiro trimestre do ano após o fecho do mercado.

Pharol em queda

Fonte: Bloomberg

Contudo, cabe à Pharol o destaque mais negativo da sessão lisboeta. As suas ações tombaram 8,85%, para os 31 cêntimos, naquele que é o pior registo diário em cerca de dois meses. Durante a sessão, as ações da Pharol chegaram a derrapar 18,55%, penalizadas pela falência dos veículos financeiros da sua participada Oi na Holanda.

Destaque também para o deslize de 1,01%, para os 18,7 cêntimos, das ações do BCP, que ajudaram a alarga as perdas do PSI-20.

Em alta, referência para as ações da Altri que comandaram os ganhos em Lisboa, ao avançarem 2,42%, para os 4,23 euros. Contudo, foram sobretudo os títulos da Mota-Engil e da Navigator que mais ajudaram a travar a queda do índice luso. As ações da construtora avançaram 0,81%, para os 2,24 euros, enquanto as da papeleira somaram 0,49%, para os 3,72 euros.

Na Europa, a tendência geral foi de ganhos, com as bolsas a verem com bons olhos a crescente popularidade de Macron na corrida às eleições presidenciais francesas que acontecem este fim de semana. O Stoxx Europe 600 valorizou 0,25%, para os 378,18 pontos.

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Agências vão ter “dificuldades” em justificar dívida no nível de “lixo”

Ricardo Mourinho Félix disse que as agências de rating vão ter cada vez mais dificuldades para justificar dívida portuguesa em "lixo". Governo prepara novos reembolsos ao FMI para reduzir a dívida.

Ricardo Mourinho Félix disse esta quinta-feira que as agências de rating que classificam a dívida nacional de lixo (Moody’s, S&P e Fitch) “vão ter cada vez mais dificuldade em explicar porquê e como é que mantêm esse rating há um longo período de tempo, quando Portugal de 2017 é tão diferente do Portugal de 2014”.

As declarações do secretário de Estado Adjunto e das Finanças surgem numa entrevista ao canal norte-americano CNBC, por ocasião da reunião de Primavera do Fundo Monetário Nacional (FMI) em Washington, nos Estados Unidos. “Ainda há três grandes agências que nos mantêm abaixo do nível de investimento. [Mas] penso que têm vindo a perceber que a nossa historia é credível e está a avançar”, acrescentou Mourinho Félix.

"Ainda há três grandes agências que nos mantêm abaixo do nível de investimento. [Mas] penso que têm vindo a perceber que a nossa historia é credível e está a avançar.”

Ricardo Mourinho Félix

Secretário de Estado Adjunto e das Finanças

Portugal prepara reembolso antecipado ao FMI

Mourinho Félix avançou também, na mesma entrevista, que o Governo está a preparar novos reembolsos antecipados ao FMI. “Acho que, ao longo do próximo ano, estamos numa situação em que podemos reduzir a dívida e estamos já a discutir com o MEE [Mecanismo Europeu de Estabilidade] uma autorização para antecipar pgamentos ao FMI, no sentido de reduzir o custo médio da nossa dívida”, indicou, sem entrar em mais detalhes.

“Estamos muito focados e comprometidos em pagar a dívida e que o rácio da dívida baixe o mais rapidamente possível. Mas, claro, isso tem de ser feito num cenário sustentável”, sublinhou ainda o secretário de Estado com a pasta das Finanças.

"Acho que, ao longo do próximo ano, estamos numa situação em que podemos reduzir a dívida e estamos já a discutir com o MEE [Mecanismo Europeu de Estabilidade] uma autorização para antecipar pagamentos ao FMI, no sentido de reduzir o custo médio da nossa dívida.”

Ricardo Mourinho Félix

Secretário de Estado Adjunto e das Finanças

“Injetámos quantidades substanciais de dinheiro para reparar as contas das instituições financeiras. No ano passado, aumentámos a dívida, mas foram fundos necessários para recapitalizar a CGD aos níveis do mercado. Isso foi crítico para a estabilidade do sistema financeiro em Portugal”, justificou Mourinho Félix à CNBC.

"No ano passado, aumentámos a dívida, mas foram fundos necessários para recapitalizar a CGD aos níveis do mercado”

Ricardo Mourinho Félix

Secretário de Estado Adjunto e das Finanças

À espera da reavaliação da DBRS

Esta sexta-feira espera-se que a DBRS, a única agência que põe a dívida portuguesa na categoria de investimento, faça a reavaliação a essa notação. A dívida portuguesa é, para esta pequena agência canadiana, de categoria BBB low, com “perspetiva estável”. É este único rating que ainda permite que o país aceda ao programa de quantitive easing do Banco Central Europeu (BCE).

O canal económico norte-americano cita analistas do Rabobank que afirmam que a DBRS deverá manter o rating da dívida portuguesa com perspetiva estável esta sexta-feira.

(Notícia atualizada às 17h11 com mais informação)

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Aethel Partners quer bloquear venda do Novo Banco

  • Rita Atalaia
  • 20 Abril 2017

A sociedade britânica de Ricardo Santos Silva pediu aos seus advogados para bloquear a venda do Novo Banco ao fundo norte-americano Lone Star. Empresa era uma das interessadas no banco de transição.

A Aethel Partners, sociedade britânica de Ricardo Santos Silva, pediu aos seus advogados para avançarem com uma ação no sentido de bloquear a venda do Novo Banco ao fundo norte-americano Lone Star. A empresa, que foi uma das interessadas no banco de transição que resultou da falência do Banco Espírito Santo (BES), já disse ao Banco de Portugal que o processo de venda deve começar do zero.

Foi esta semana que a sociedade britânica Aethel Partners enviou um documento ao banco liderado por Carlos Costa, avança a Reuters. A empresa de Ricardo Santos Silva refere que o Banco de Portugal não considerou adequadamente a oferta de 3,8 mil milhões da sociedade britânica pelo Novo Banco.

“A Aethel já pediu aos seus advogados em Portugal para encontrarem rapidamente uma forma de suspenderem o processo [de venda] e bloquearem a decisão de vender o Novo Banco ao Lone Star“, referiu a porta-voz da sociedade britânica à Reuters. A empresa refere também que a “execução destes procedimentos judiciais pode levar a uma injunção e, de seguida, a uma ação para contestar a decisão”. O mesmo foi pedido pelos grandes detentores de dívida do Novo Banco que acabou por ser transferida para o banco mau.

"A Aethel já pediu aos seus advogados em Portugal para encontrarem rapidamente uma forma de suspenderem o processo [de venda] e bloquearem a decisão de vender o Novo Banco ao Lone Star.”

Aethel Partners

Este grupo, liderado pela BlackRock e pela Pimco, representa dois terços do total de 2,2 mil milhões de euros investidos em dívida sénior. Ao todo, estes investidores terão perdido 1,5 mil milhões de euros quando o Banco de Portugal decidiu transferir estes títulos de dívida sénior do Novo Banco para a massa insolvente do BES. O objetivo destes investidores também é bloquear o processo de venda ao Lone Star.

Contactados pela Reuters, porta-vozes do Banco de Portugal e do fundo norte-americano Lone Star não quiseram comentar a possibilidade de a Aethel Partners avançar com este processo.

Recorde-se que a carta da Aethel Partners que chegou ao Governo e ao Banco de Portugal, e onde demonstrava interesse em comprar o Novo Banco, chegou já depois de ter sido anunciado que a negociação da venda do banco de transição seria feita em exclusiva com o Lone Star. Uma proposta que apenas seria analisada caso a venda do fundo norte-americano falhasse.

A sociedade britânica também concorreu à compra do Banco Efisa, através de uma outra sociedade, com outros acionistas, denominada Pivot SGPS. Esta sociedade — que também tem Miguel Relvas como acionista — ganhou o concurso lançado pelo Governo em outubro de 2015, mas a luz verde do Banco Central Europeu, condição essencial para a sua efetivação, nunca chegou. A Pivot ia pagar cerca de 38 milhões de euros à entidade pública pelo antigo banco de investimento do BPN.

(Notícia atualizada às 16h34 com mais informação)

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Pharol: Holanda “não tem impacto” na recuperação judicial da empresa

A acionista maioritária da Oi esclareceu que a decisão do tribunal holandês que determina a falência dos veículos da Oi no país "não tem impacto" na recuperação judicial da empresa.

A Pharol, que detém 27,18% da operadora brasileira Oi, esclareceu que a decisão da Corte de Apelações Holandesa “é aplicável apenas” às empresas PTIF (Portugal Telecom International Finance) e Oi Coop e na jurisdição Holandesa, depois de a Oi ter divulgado que o tribunal holandês aprovou os recursos interpostos por credores, determinando a falência daqueles veículos financeiros na Holanda.

“A decisão em questão não gera efeitos nas atividades das recuperadas no Brasil e nem no processo de recuperação que corre na 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, único juízo competente para processar e decidir sobre a Recuperação Judicial do Grupo Oi, nos termos da Lei de Recuperação Judicial brasileira”, refere fonte oficial da empresa. Ou seja, não implica com a recuperação judicial da empresa, na Pharol ou nos obrigacionistas da PT International Finance.

A decisão da Corte de Apelações Holandesa gerou alta tensão no mercado, levando as ações da empresa que detém 27,18% da operadora brasileira Oi a afundarem um máximo de 18,58% para 0,276 euros. Os títulos aliviaram, entretanto, da queda expressiva, mas o saldo continua a ser negativo. A Pharol está a perder 9,14% para 0,308 euros.

“Além do recurso para a Suprema Corte Holandesa, deve-se esclarecer que os administradores holandeses, a serem indicados pela justiça de lá, terão acesso potencial a ativos de dimensão pouco relevante das recuperandas — menos de 10 milhões de euros — justamente porque a disposição dos ativos está inserida na competência do juízo brasileiro, que, juntamente com o Administrador Judicial nomeado no Brasil e o Ministério Público, zelam pelo bom andamento do processo; proteção dos interesses dos credores; e pela manutenção da saúde financeira e empresarial das recuperadas”.

No mesmo comunicado, a Pharol acrescenta que o “Grupo Oi continua focado em negociar com os seus credores e todos stakeholders, buscando apresentar a melhor proposta a ser deliberada na Assembleia Geral de Credores a ser convocada pelo juízo da 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro e esta decisão não afeta nem os calendários nem as linhas de negociação até agora seguidas”.

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FMI critica Portugal por cortar investimento público para baixar défice

O vice-diretor do Departamento do FMI liderado por Vítor Gaspar elogiou Portugal pelo corte no défice, mas criticou a forma de lá chegar através da diminuição do investimento público.

À esquerda, o vice-diretor do Departamento de Assuntos Orçamentais do FMI, Abdelhak Senhadji, e à direita o ex-ministro das Finanças português, Vítor Gaspar, agora líder do mesmo departamento.FMI / Ryan Rayburn

Esta quarta-feira, ao apresentar o Fiscal Monitor, Vítor Gaspar e o seu colega do FMI, Abdelhak Senhadji, deram uma conferência de imprensa. Questionado sobre Portugal, o ex-ministro das Finanças recusou-se a comentar o país em concreto. Mas o vice-diretor do Departamento de Assuntos Orçamentais do Fundo Monetário Internacional foi mais longe: Senhadji disse que em Portugal são necessárias medidas melhores para que a consolidação orçamental seja sustentável. Um exemplo de uma medida com pouca qualidade? O corte no investimento público.

Por exemplo, o ajustamento ou a redução ligeira do défice nos últimos anos foi feita com base em cortes no investimento público.

Abdelhak Senhadji

Vice-diretor do Departamento de Assuntos Orçamentais do FMI

A questão era diretamente sobre Portugal: “Parece que o país atingiu notavelmente um défice orçamental baixo enquanto aumentou a despesa em pensões e em salários”, começa por dizer o jornalista, questionando os dois técnicos sobre se a experiência portuguesa deu lições sobre como a austeridade funcionou na Europa ou se deveria existir uma forma diferente para reduzir o défice. Em resposta, Vítor Gaspar foi direto: “[O FMI] não comenta desenvolvimentos políticos específicos”.

Contudo, o seu colega foi menos cumpridor dessa regra e comentou o caso português, tendo elogiado o Governo português pelo “progresso significativo” que teve no défice. Mas para o vice-diretor do Departamento de Assuntos Orçamentais do FMI, a consolidação tem de contar com medidas de melhor qualidade para que seja sustentável. “Por exemplo, o ajustamento ou a redução ligeira do défice nos últimos anos foi feita com base em cortes no investimento público”, criticou Senhadji. Para o Fundo essa não é uma política “correta”, dado que “prejudica o crescimento potencial” de um país.

E “o crescimento [económico] é crítico para levar o rácio da dívida para níveis sustentáveis”, acrescentou. Abdelhak Senhadji referiu que “as dinâmicas da dívida [pública] ainda não são realmente favoráveis a Portugal”. Ou seja, “existe um progresso significativo que tem de ser feito daqui em diante”, dado que em 2016 o rácio da dívida portuguesa colocou-a como a quarta maior a nível mundial.

Esta quarta-feira, no Fiscal Monitor, o Fundo Monetário Internacional aproximou as suas previsões de défice às do Governo: a previsão de outubro do ano passado de 2,2% passou a 1,9% este mês, ainda que fique longe dos 1,5% estimados pelo Ministério das Finanças. Já no que toca ao crescimento económico, o Fundo mostrou-se mais otimista. O FMI reviu a subida do PIB em alta de 1,1% para 1,7%, perto dos 1,8% que o Governo definiu no Programa de Estabilidade.

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Comissão da CGD insiste. Deputados querem ver os documentos

  • Lusa
  • 20 Abril 2017

O presidente da segunda comissão da CGD diz que vai "fazer uma insistência junto das entidades requeridas" para obterem a documentação que não chegou até agora.

A comissão parlamentar de inquérito à atuação do Governo na nomeação e demissão da anterior administração da Caixa Geral de Depósitos vai insistir junto do banco e do Ministério das Finanças para obter documentação que até agora não chegou.

Os deputados estiveram hoje reunidos e, durante o encontro, o presidente da comissão, o social-democrata José Pedro Aguiar-Branco, sublinhou que irá “fazer uma insistência junto das entidades requeridas, fazendo um entendimento mais perfeito do quadro legal que rege esta situação”, procurando “sensibilizar” a Caixa Geral de Depósitos (CGD) e as Finanças para uma “boa cooperação”.

Numa reunião tida na quarta-feira à porta fechada, apenas com os coordenadores da comissão, foi analisada a recusa de algumas entidades, nomeadamente da CGD, de enviar ao parlamento documentação solicitada, e hoje os deputados decidiram insistir no pedido de envio de documentação ao invés de um eventual avanço imediato para instâncias judiciais.

Por ora, está definido que o ex-presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD) António Domingues vai ser ouvido a 28 de abril na comissão, ficando mais audições à espera de serem marcadas depois da eventual chegada de novos documentos.

Um dos pontos centrais desta segunda comissão de inquérito sobre o banco público é o apurar se “é verdade ou não que o ministro [das Finanças] negociou a dispensa da apresentação da declaração de rendimentos [de António Domingues]“, o que tem sido negado por Mário Centeno.

Atualmente, decorre – com trabalhos suspensos – um outro inquérito parlamentar sobre o banco público, a Comissão Parlamentar de Inquérito à Recapitalização da CGD e Gestão do Banco para apurar factos desde 2000 e sobre os motivos que estão na origem da necessidade de recapitalização.

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Depois da recuperação do petróleo, é a vez de Wall Street

Wall Street está a recuperar depois de o petróleo e a instabilidade internacional ter baralhado as contas dos investidores. Os pedidos de subsídios de desemprego ficaram acima do esperado.

Depois da tempestade vem a bonança: o petróleo está a recuperar depois de uma queda graças ao sinal de que a OPEP vai prolongar os cortes. Além disso, a primeira época de resultados das empresas de 2017 está a dar um impulso nos mercados norte-americanos. Mesmo com as preocupações com a geopolítica, têm sido superiores as surpresas positivas nas cotadas do que as negativas.

Esta quinta-feira as bolsas estão mais otimistas com uma subida ligeira, recuperando as perdas da semana, depois de esta quarta-feira Wall Street ter fechado misto, com dois índices a descer e um a subir. Esta tarde os índices estão a valorizar ligeiramente: o Nasdaq sobe 0,43% para os 5888,3 pontos, o S&P 500 valoriza 0,23% para os 2342,63 pontos e o Dow Jones sobe 0,28% para os 20.463,15 pontos.

A Verizon foi uma das empresas que divulgou os seus resultados do primeiro trimestre e Wall Street não gostou, tendo ficado abaixo das expectativas. A empresa que vai adquirir a Yahoo está a desvalorizar 1,92% esta quinta-feira. As ações da EBay também estão a desvalorizar apesar de a empresa ter apresentado resultados em linha com as expectativas.

Antes dos mercados abrirem, o departamento do Trabalho norte-americano divulgou que os novos pedidos de subsídios de desemprego subiram acima do previsto: mais dez mil na semana passada, subindo para 244 mil, face à semana anterior. Nas últimas quatro semanas, a média foi de 243 mil pedidos de subsídios de desemprego.

No mundo do petróleo, os três primeiros meses de corte de produção não foram suficientes para baixar os inventários de petróleo e, por isso, a OPEP deverá prolongar os cortes. “Há um acordo inicial, ainda não comunicado a todos os países, que implica que poderemos ser obrigados a prolongar o corte para atingir o nosso objetivo“, disse o ministro saudita Khalid Al-Falih, em conferência de imprensa, citado pela Bloomberg, esta quarta-feira.

Segundo a Reuters, cerca de 75% das 57 empresas do S&P 500 que já divulgaram os seus resultados trimestrais excederam as expectativas. Esta taxa de sucesso fica acima da de 71% registada nos quatro trimestres passados. Ao todo, estima-se que as receitas das empresas do índice subiram, em média, 10,8% no primeiro trimestre deste ano, o melhor registo desde 2011.

As tensões entre os Estados Unidos e uma série de países — incluindo a Rússia, a Coreia da Norte e a China — têm influenciado os mercados de forma negativo. Além disso, a imprevisibilidade das eleições francesas, cuja primeira volta acontece este domingo, tem deixado os investidores nervosos. Contudo, este efeito tem sido amenizado pelos bons resultados das cotadas europeias.

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Casas com rendas acessíveis só daqui a três anos

O valor das rendas nunca será superior a 35% do rendimento disponível da família, nem inferior a 10%. Nenhuma família será excluída. Decisão final será feita por sorteio.

O Programa Renda Acessível já foi aprovado pela Câmara Municipal de Lisboa — com a abstenção de PSD, CDS e PCP. O passo seguinte é a aprovação em assembleia municipal, um processo que pode levar várias semanas. Só depois pode arrancar a plataforma onde os interessados se podem inscrever manifestando o seu interesse em aceder a este programa. O registo deverá começar cerca de um mês depois do processo ter sido aprovado pela assembleia municipal. Contudo, as primeiras casas só deverão ficar disponíveis dentro de três anos na rua de São Lázaro.

Neste pré-registo as famílias devem indicar a sua composição, os níveis de rendimento, a tipologia de apartamento que desejam e a zona de Lisboa onde gostariam de arrendar casa. Este exercício vai permitir à Câmara adaptar a oferta às necessidades das famílias. “É a primeira vez que as manifestação de procura efetiva influenciam o desenho do programa “, sublinhou Ricardo Veludo, o gestor do Programa Renda Acessível que começou a ser desenhado há mais de ano e meio e que tem vindo a receber vários contributos dos partidos que integram o executivo camarário, explicou aos jornalistas a vereadora Paula Marques, que tem o pelouro da Habitação e Desenvolvimento Local.

Quando o empreendimento na rua de São Lázaro estiver quase a terminar (126 fogos de renda acessível) — “dentro de três devem estar concluídos os primeiros edifícios”, disse Ricardo Veludo acrescentando que tudo “depende do programa dos concessionários” — todas as pessoas que se pré-registaram vão receber um email a anunciar o concurso para as candidaturas vai abrir. Os interessados devem submeter uma cópia da declaração de IRS e são depois sorteados os contratos de promessa de arrendamento.

Os pré-registos não são obrigatórios para aceder aos concursos, mas ajudam a Câmara de Lisboa a orientar a oferta. Os pré-registos estão abertos em contínuo.

E como é definida a renda?

Existe um intervalo de preços definido pela Câmara para cada tipologia de apartamento. Os concessionários privados — que vão fazer a reabilitação ou construção dos imóveis — que mais se aproximarem desse valor indicativo recebem uma maior bonificação na pontuação no concurso desenhado para escolher os concessionários privados.

Valores de referência para rendas acessíveis

Fonte: Câmara Municipal de Lisboa

Do lado das famílias, existe a garantia por parte da CML de que o valor das rendas nunca é superior a 35% do rendimento disponível da família, nem inferior a 10%. De acordo com a OCDE, a taxa de esforço deve ser no máximo de 40%, mas a Câmara reserva 5% do rendimento para as famílias fazerem face às despesas com água, luz e gás, explicou Paula Marques.

Os contratos de arrendamento são celebrados com os concessionários privados com uma duração de cinco anos e sujeitos a uma renovação anual automática.

À partida nenhuma família é excluída. De acordo com as regras é possível, por exemplo, que num T2, no mesmo empreendimento, sejam cobradas rendas diferentes. No entanto, tendo em conta a regra da taxa de esforço máxima de 35% uma família com um rendimento de 1.500 euros só vai poder aceder a uma renda de 250 euros. A escolha final das famílias é feita por sorteio.

Ao contrário de modelos passados de rendas acessíveis, “o cálculo do custo da renda é feito com base na capacidade das famílias de pagarem e não com base no custos da construção”, explicou o vereador Manuel Salgado. “Existe por isso um diferencial entre o custo efetivo e renda que as famílias podem pagar. Para cobrir a diferença é necessário estabelecer uma parceria com os privados”, acrescentou, rejeitando que esta seja uma Parceria Público-Privada. O modelo é “uma concessão de obras públicas”.

Tipologia evolutiva

Uma das novidades deste programa é garantir que as casas crescem com as famílias. Ou seja, se a família crescer é possível trocar para uma casa maior ou então transformar a casa, aumentando o número de quartos, algo que é possível tendo em conta as dimensões de cada apartamento.

A troca de apartamento poderá inclusivamente ser feita dentro do mesmo empreendimento, garante Paula Marques. A vereadora garante ainda que nenhuma família será convidada a sair do apartamento em que se encontra por ter reduzido o número do agregado familiar.

Uma outra inovação passa também pelas candidaturas solidárias. Ou seja um par de agregados familiares com relações cuidadoras entre si (avós, pais e netos) pode concorrer em conjunto. E desde que um seja selecionado podem ser cooptados”, explicou Ricardo Veludo. O responsável do PRA avançou ainda que se a relação com um cuidador for informal também é válida, mas para tal é necessária uma certificação da segurança Social.

Creches para todos

Pela primeira vez, cada empreendimento de renda acessível tem equipamentos para a infância com cobertura a 100%. Ou seja, todas as famílias vão ter acesso a uma creche para as crianças dos três meses aos três anos.

As creches serão financiadas pela CML, mas a gestão é atribuída a uma IPSS a preços sociais. As creches não servem apenas os rendimentos de cada empreendimento, mas toda a comunidade em torno do mesmo pode usufruir da creche, cuja construção será assegurada pelo concessionário privado.

São Lázaro não vai ter creche porque as dimensões do projeto de reabilitação não o permitem, mas haverá em Gomes Freire. Por outro lado em Vale de Santo António dada a dimensão do empreendimento haverá várias creches.

Veja as várias de intervenção

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CGD vai deixar de pagar subsídios de refeições aos trabalhadores em férias

  • Lusa
  • 20 Abril 2017

A administração justifica a decisão com o “cumprimento rigoroso do Acordo de Empresa”, segundo avançou o coordenador da Comissão de Trabalhadores do banco público.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) vai deixar de pagar aos trabalhadores o subsídio de refeição durante os dias de férias, de acordo com uma nota interna, disse hoje à Lusa o coordenador da Comissão de Trabalhadores.

Segundo Jorge Canadelo, a administração justificou esta decisão com o “cumprimento rigoroso do Acordo de Empresa”, que refere que o subsídio de refeição é pago nos dias de serviço efetivo.

O pagamento do subsídio de alimentação não é obrigatório por lei, mas resulta da aplicação dos acordos coletivos ou de acordos de empresa. Em geral, na maioria das empresas, só é pago por dias de trabalho efetivamente prestados.

Contudo, disse Jorge Canadelo, há mais de 40 anos que a CGD acordou com as estruturas representativas dos funcionários pagar subsídio de refeição mesmo em férias, considerando que esta mudança significa desrespeitar “unilateralmente um compromisso ético na área laboral”.

Jorge Canadelo afirmou mesmo que esta medida não parece consonante com o facto de a administração da CGD necessitar do apoio dos trabalhadores para executar o plano de reestruturação do banco público: “Não está um clima social favorável”, acrescentou.

O representante dos trabalhadores explicou que esse acordo foi feito, há mais de 40 anos, para “agilizar o processamento dos subsídios de refeição”, tendo sido acordado que a CGD paga 21 dias de subsídio por mês (uma média acordada entre as partes) e em contrapartida paga o subsídio mesmo nos dias de férias.

“Para nós, estão a tirar um direito adquirido e de uso. Vamos falar com os sindicatos no sentido, se CGD não retroceder, de podermos levar para efeitos jurídico esta questão para que um juiz se pronuncie”, afirmou.

Jorge Canadelo disse ainda que esta medida pode criar uma “desigualdade” face a trabalhadores que no ano passado não gozaram as férias todas, muitas vezes a pedido da empresa, e que ainda não gozaram este ano e que agora serão prejudicados.

A Lusa contactou fonte oficial do Grupo Caixa sobre o tema, mas para já ainda não obteve resposta. De acordo com a revista Sábado, que avançou hoje com a notícia, a valor do subsídio de refeição da CGD é de cerca de 11 euros diários.

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