Venezuela: FMI prevê queda do PIB de 18% e inflação de 1.000.000% até ao final do ano

  • Lusa
  • 24 Julho 2018

O FMI atualizou as projeções económicas para a América Latina até finais de 2018, prevendo que a Venezuela vai enfrentar uma queda de 18% do PIB e uma inflação de 1.000.000% até ao fim do ano.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) atualizou as projeções económicas para a América Latina até finais de 2018, prevendo que a Venezuela vai enfrentar uma queda de 18% do PIB e uma inflação de 1.000.000%.

A Venezuela continua mergulhada numa profunda crise económica e social. Segundo as projeções, o PIB real vai reduzir-se em aproximadamente 18% em 2018 – o terceiro ano consecutivo de quedas de dois dígitos – devido à redução significativa na produção de petróleo e distorções generalizadas a nível micro, às quais se somam grandes desequilíbrios económicos”, segundo o FMI.

Prevemos que a inflação dispare 1.000.000% até o final de 2018, o que indica que a situação na Venezuela é semelhante à da Alemanha em 1923 e à do Zimbabué” no final da primeira década deste século, pode ler-se no documento “Perspetivas para as Américas: uma recuperação mais difícil”.

O FMI sublinha ainda “que o Governo (venezuelano) continuará a registar grandes défices fiscais, financiados exclusivamente com a expansão da base monetária, alimentando a aceleração da inflação, à medida que a demanda de dinheiro continue caindo”.

O colapso da atividade económica, a hiperinflação e a deterioração cada vez maior no fornecimento de bens públicos (saúde, eletricidade, água, transporte e segurança), juntamente com a escassez de alimentos a preços subsidiados, têm gerado grandes fluxos migratórios, que intensificarão os efeitos de contágio nos países vizinhos“, refere-se no mesmo documento.

No entanto, o FMI prevê que “a atividade económica na América Latina continuará o seu processo de recuperação”, após a retoma da demanda interna de 2017, liderada principalmente pelo consumo, com o investimento finalmente a ganhar força.

“Projeta-se que a região como um todo cresça 1,6% em 2018 e 2,6% em 2019, acima dos 1,3% registados em 2017, mas abaixo das nossas projeções de abril (de 2018)”, detalha aquele organismo.

Segundo o FMI “embora o crescimento (da América Latina) esteja a acelerar em alguns países, a recuperação tornou-se mais difícil para algumas das economias maiores, devido à interação das pressões do mercado a nível global, com vulnerabilidades específicas dos países, que as amplificaram”.

No global, excluindo a Venezuela, a América Latina e as Caraíbas vão terminar 2018 com um crescimento de 2,3%.

A Argentina crescerá 0,4%, o Brasil 1,8%, o Chile 3,8%, a Colômbia 2,7%, o México 2,3% e o Peru 3,7% até finais de 2018.

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Revista de imprensa internacional

FMI estima que PIB venezuelano caia 18%, até ao final do ano. Irão promete resposta "na mesma moeda" aos EUA. Barragem colapsa em Laos e Japão enfrenta onda de calor mortal.

Donald Trump pediu aos aliados dos Estados Unidos que parem totalmente as compras de petróleo iraniano. Em resposta, o ministro dos Negócios Estrangeiros desse país já garantiu que estas tensões podem escalar para uma resposta “na mesma moeda”. Mais abaixo, no continente americano, a Venezuela pode vir a enfrentar 1.000.000% de inflação ainda este ano. Do outro lado do globo, em Laos, um barragem colapsou e, no Japão, as temperaturas estão a bater todos os recordes. Por cá, a União Europeia vai passar a pagar aos países que acolham refugiados.

Folha de São Paulo

FMI estima que inflação venezuelana chegue a 1.000.000%

O Fundo Monetário Internacional estima que, no final do ano, a inflação na Venezuela chegue a 1.000.000%. A entidade prevê também que o país liderado por Nicolás Maduro enfrentará uma queda de 18% do PIB. “Segundo as projeções, o PIB real vai reduzir-se em aproximadamente 18% em 2018, devido à diminuição significativa da produção de petróleo e distorções generalizadas a nível micro, às quais se somam grandes desequilíbrios económicos”, sublinha o FMI, nas projeções económicas para a América Latina até finais de 2018.

Leia a notícia completa na Folha de São Paulo (acesso livre / conteúdo em português).

Reuters

Irão vai responder “na mesma moeda” aos EUA

Os Estados Unidos pediram aos seus vários aliados que deixem de importar petróleo do Irão até 4 de novembro. Em resposta, o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano garante que o país irá responder “na mesma moeda”, se a pressão continuar. “Se os EUA querem tomar um passo sério nessa direção, receberão definitivamente uma resposta na mesma linha”. As relações entre Washington e Teerão têm-se deteriorado, particularmente depois de os EUA terem decidido abandonar o acordo nuclear assinado por Obama em 2015.

Leia a notícia completa na Reuters (acesso livre / conteúdo em inglês).

Financial Times

UE vai pagar seis mil euros por cada refugiado acolhido pelos Estados-membros

Bruxelas vai oferecer compensações financeiras aos Estados-membros que acolheram ou decidam acolher os refugiados que estejam em embarcações à deriva no Mediterrâneo. Por cada migrante, a União Europeia pagará seis mil euros. Esta proposta — que a Comissão Europeia vai publicar esta terça-feira — pretende lidar com a pressão anti-imigração sentida na Itália. Portugal — tendo recebido refugiados nestas condições, nas últimas semanas — deverá estar entre os beneficiários desta medida.

Leia a notícia completa no Financial Times (acesso pago / conteúdo em inglês).

BBC News

Japão enfrenta onda de calor mortal

O Japão está a registar temperaturas recorde, que já provocaram a morte de, pelo menos, 65 pessoas. O instituto meteorológico japonês já classificou esta onda de calor como “um desastre natural” e adiantou que não há previsões para a descida das temperaturas. Na segunda-feira, na cidade de Kumagaya, os termómetros tocaram nos 41,1ºC. Em Tóquio, as temperaturas andaram na mesma linha.

Leia a notícia completa na BBC News (acesso livre / conteúdo em inglês).

Sky News

Barragem em Laos colapsa. Centenas de pessoas estão desaparecidas

Uma barragem na província de Attapey, no sudoeste de Laos, colapsou esta madrugada e inundou várias regiões, deixando várias casas submersas e centenas de pessoas desaparecidas. De acordo com a agência de notícias local, a infraestrutura tinha mais de cinco mil milhões de metros cúbicos de água, isto é, o suficiente para encher duas piscinas olímpicas. As autoridades estimam que mais de seis mil pessoas tenham perdido as suas casas.

Leia a notícia completa na Sky News (acesso livre / conteúdo em inglês).

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Vítor Santos: Diploma dos CMEC teve “preocupação clara” de retirar poderes ao regulador

  • Lusa
  • 24 Julho 2018

O ex-presidente da ERSE afirma que o diploma dos CMEC é "muito detalhado e específico, com uma preocupação clara e inequívoca de retirar poderes" ao regulador.

O antigo presidente da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) afirmou esta terça-feira que o diploma do CMEC teve “uma preocupação clara de retirar poderes regulatórios e as competências de supervisão atribuídas estatutariamente ao regulador, nomeadamente em relação aos CAE”.

Na intervenção inicial na audição na comissão de inquérito das rendas excessivas na energia, Vítor Santos disse que o decreto-lei 240/2004, que criou os CMEC, é “muito detalhado e específico, com uma preocupação clara e inequívoca de retirar poderes regulatórios e as competências de supervisão atribuídas estatutariamente à ERSE nomeadamente em relação aos CAE”, sublinhando que o regulador ficou apenas com a “elaboração de poderes não vinculativos”.

“Era bem visível que o regulador ficava de pés e mãos atadas, mas fomos até aos limites da ERSE. A ERSE foi atada de pés e mãos por um decreto-lei com autorização legislativa do parlamento“, afirmou ainda Vítor Santos, quando questionado pelo deputado do PCP Bruno Dias sobre “a descoberta tardia dos impactos” dos CMEC [custos para a manutenção do equilíbrio contratual], pagos à EDP.

Ainda assim, o antigo regulador (2007-2017) sublinhou que, “apesar desta condicionante, e na sequência do parecer negativo da ERSE ao projeto de diploma que lhe foi submetido em 2004 [ainda ao anterior presidente da ERSE Jorge Vasconcelos], o regulador foi tomando diversas medidas ao longo do tempo que reiteraram as críticas, as recomendações e as propostas de alterações legislativas que estavam explicitamente contidas no parecer inicial”.

"[O diploma do CMEC] é muito detalhado e específico, com uma preocupação clara e inequívoca de retirar poderes regulatórios e as competências de supervisão atribuídas estatutariamente à ERSE nomeadamente em relação aos CAE.”

Vítor Santos

Ex-presidente da ERSE

Vítor Santos, que presidiu à ERSE durante 10 anos, está a ser ouvido na comissão de inquérito às rendas excessivas da energia, no mesmo dia em que presta depoimento a atual presidente, Cristina Portugal.

Os CMEC são uma compensação relativa à cessação antecipada de contratos de aquisição de energia (CAE)”, o que aconteceu na sequência da transposição de legislação europeia no final de 2004, tendo depois sido revistos em 2007. Ainda assim, mantiveram-se dois CAE – Turbogás e Tejo Energia – que são geridos pela REN Trading.

Além da central de Sines, da EDP, cujo CMEC termina em 31 de dezembro deste ano, ainda permanecerão no regime dos CMEC 16 centrais hídricas da elétrica liderada por António Mexia, cujos contratos terminarão faseadamente até 2027 (Alto Lindoso, Touvedo, Venda Nova, Vilarinho das Furnas, Pocinho, Valeira, Vilar-Tabuaço, Régua, Carrapatelo, Torrão, Crestuma-Lever, Caldeirão, Aguieira, Raiva, Pracana, Fratel).

(Notícia atualizada às 12h17 com mais infomação)

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Procura por crédito vai continuar a aumentar, diz o BCE

Os bancos da Zona Euro projetam um aumento da procura por empréstimos por parte das famílias e empresas no terceiro trimestre do ano. Uma tendência que também se registou nos três meses anteriores.

Os frutos dos esforços do Banco Central Europeu (BCE) para promover os empréstimos às empresas e famílias estão à vista. De acordo com o relatório trimestral do banco liderado por Mario Draghi, as instituições financeiras na Zona Euro preveem um aumento da procura por crédito no terceiro trimestre. Isto ao mesmo tempo que assistem a um alívio das condições para a cedência dos empréstimos.

“As condições gerais dos bancos relativamente a novos empréstimos continuaram a aliviar em todas as categorias [crédito à habitação, às empresas e ao consumo] no segundo trimestre de 2018, graças, sobretudo, a uma redução das margens nos créditos”, explica o BCE no seu relatório trimestral. Uma tendência que, de acordo com a sondagem do banco central a 149 bancos, se prevê que continue no terceiro trimestre.

De acordo com a entidade liderada por Mario Draghi, a “procura continuou a aumentar em todas as categorias de empréstimo no segundo trimestre”. Este crescimento, no caso do crédito à habitação, “deve-se ao nível atual das taxas de juro, perspetivas favoráveis do mercado imobiliário e ao aumento da confiança dos consumidores”.

Um outro fator que está a ajudar à melhoria das condições dos empréstimos é o facto de os bancos estarem a conseguir reduzir o “fardo” de crédito malparado nos seus balanços. “Os bancos da Zona Euro afirmaram que os NPL [malparado] contribuíram para a restrição das condições do crédito ao longo dos últimos seis meses. Contudo, isto está a aliviar de forma generalizada”, refere o BCE, acrescentando que este alívio deve prolongar-se até ao final do ano. De acordo com o Fundo Monetário Internacional, os empréstimos em incumprimento recuaram 13 mil milhões de euros em dois anos.

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CaixaBank prepara novo plano estratégico

  • ECO
  • 24 Julho 2018

Gonzalo Gortázar, presidente executivo do CaixaBank, deverá apresentar os novos objetivos para a instituição no final do ano. Crescimento e rentabilidade dão o mote, quer em Espanha, quer em Portugal.

O CaixaBank, detentor em Portugal do BPI, está a trabalhar na elaboração de um novo plano estratégico, superado que está o objetivo de alcançar os 10% do retorno do capital delineado para o período atual. O novo plano, ao que tudo indica, deverá centra-se no crescimento e na rentabilidade.

Gonzalo Gortázar, presidente executivo do CaixaBank, deverá acelerar os novos objetivos para a instituição depois do verão, para os próximos três exercícios, estando a sua apresentação agendada para o final do ano, escreve o Expansión (acesso livre/conteúdo em espanhol) esta terça-feira.

Segundo o diário espanhol, o banco liderado pela dupla Gonzalo Gortázar e Jordi Gual (presidente do conselho de administração) deverá fixar objetivos mais ambiciosos ao nível da rentabilidade e de ganhos de quota de mercado.

Já em termos de mercados estratégicos, as atenções da instituição espanhola continuam concentradas em Espanha e agora em Portugal, depois de ter adquirido o BPI, e continuar com o plano de integração da instituição nacional, bem como das atividades paralelas que o banco leva a cabo e que podem servir de desenvolvimento do negócio em Portugal.

O crescimento por aquisições está para já fora do radar do CaixaBank, com Gortázar a considerar que não estão reunidas as condições para levar a cabo aproximações a outras instituições. O banco, de resto, perdeu o primeiro lugar no ranking espanhol por volume ativos, depois de o Santander ter adquirido o Popular, mas isso parece não ser um problema para Gortázar, que prefere destacar que é o banco espanhol com a maior rede de balcões. Um plano que está a ser revisto, mas que passará sempre por manter uma presença forte no mundo rural.

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Gabinete Antifraude quer voltar a investigar Barclays

O Gabinete Antifraude britânico (SFO) quer retomar as acusações contra o Barclays pelo aumento de capital realizado pelo banco, em 2008, em plena crise financeira, junto de investidores do Qatar.

O Gabinete Antifraude britânico (SFO) quer retomar as acusações contra o Barclays pelo aumento de capital realizado pelo banco em 2008, avança a Bloomberg. Em causa, estão os acordos celebrados com investidores do Qatar durante a crise financeira, num total de 322 milhões de libras (pouco mais de 360,7 milhões de euros). O banco pretendia assim evitar pedir ajuda ao Estado.

Em maio, o Tribunal de Londres tinha desistido destas acusações, mas o SFO quer agora retomá-las, tendo solicitado isso mesmo ao Supremo Tribunal. A decisão desta entidade britânica já era esperada pelo Barclays que, em comunicado, adiantou que já previa esta opção.

Recorde-se que, no fim de junho, o SFO tinha acusado quatro antigos executivos do Barclays de fraude e aconselhamento financeiro ilegal. Esse processo estava relacionado com esquemas de aumento de capital do banco britânico, levados cabo em 2008, com a Qatar Holding LLC e a Challenger Universal Ltd, que permitiram ao Barclays evitar pedir ajuda pública durante a crise financeira.

O banco terá assim pago 322 milhões de libras em honorários aos investidores do Qatar por um empréstimo que fazia parte de um vasto pacote de financiamento (cerca de 12 mil milhões de libras, isto é, 13,4 mil milhões de euros) concedido durante a crise financeira.

No caso, também estava incluído um empréstimo de três mil milhões de libras ao Estado do Qatar através do Ministério da Economia e Finanças, no mesmo ano.

Os acordos celebrados entre este banco britânico e os investidores desse país durante a crise financeira têm estado sob o olhar atento do SFO, nos últimos cinco anos.

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Bancos dizem que vão apertar no crédito para a casa com novas regras do Banco de Portugal

O Banco de Portugal quis pôr um travão no crédito. E vai conseguir. Os bancos antecipam que as novas regras do supervisor os vai tornar mais restritivos na concessão de financiamento aos particulares.

A procura por crédito está a aumentar. E os bancos estão a conceder mais dinheiro às famílias portuguesas, nomeadamente para a compra de habitação própria. Mas os critérios de concessão de financiamento vão apertar. Perante as novas regras do Banco de Portugal, no sentido de evitar facilitismos, as instituições financeiras admitem, no Inquérito aos Bancos sobre o Mercado de Crédito, aplicar, daqui para a frente, critérios mais restritivos, ou “mesmo consideravelmente mais restritivos”.

“Os cinco bancos participantes preveem que as novas medidas de regulamentação ou de supervisão não terão praticamente qualquer impacto nos critérios aplicados nos empréstimos ou linhas de crédito a empresas. Em contrapartida, no segmento dos particulares, nos empréstimos para aquisição de habitação, um banco antevê critérios consideravelmente mais restritivos, dois bancos consideram que os critérios serão ligeiramente mais restritivos e os restantes bancos não antecipam alterações nos critérios”, referem os bancos.

O Banco de Portugal criou restrições à concessão de novos créditos à habitação, mas também ao consumo. As novas regras, que passam por limites à taxa de esforço, ao valor do crédito face ao imóvel dado em garantia e à maturidade dos empréstimos, foram anunciadas em 1 de fevereiro e entraram em vigor a 1 de julho, tendo Carlos Costa justificado que o objetivo é os bancos não assumirem riscos excessivos nos novos créditos e que as famílias se endividem em excesso.

"No segmento dos particulares, nos empréstimos para aquisição de habitação, um banco antevê critérios consideravelmente mais restritivos, dois bancos consideram que os critérios serão ligeiramente mais restritivos e os restantes bancos não antecipam alterações nos critérios.”

Inquérito aos Bancos sobre o Mercado de Crédito

Banco de Portugal

Estas regras surgem numa altura em que o crédito para a casa está a acelerar. “No crédito a particulares, dois bancos assinalaram um ligeiro aumento da procura de crédito para aquisição de habitação, tendo um dos bancos reportado uma evolução idêntica no segmento do crédito ao consumo e outros fins”, referem os bancos. Nos primeiros cinco meses do ano, o valor disponibilizado pelos bancos para a compra de casa ultrapassou a fasquia dos 3,5 mil milhões de euros (um aumento de 23%), tendo ascendido a 3,04 mil milhões no crédito ao consumo até maio (mais 18%).

As regras do supervisor da banca são tanto para o crédito da casa como ao consumo, mas o impacto será menos expressivo neste último caso, a julgar pelas respostas dadas pelos bancos. “No segmento do crédito ao consumo e outros fins, duas instituições anteveem critérios de concessão de crédito ligeiramente mais restritivos, enquanto as restantes instituições consideram que se vão manter estáveis”, lê-se no Inquérito aos Bancos sobre o Mercado de Crédito.

Regras não mexem nos spreads. Concorrência, sim

O Banco de Portugal quis também saber qual o impacto que as novas regras para a concessão de crédito vão, ou não, ter nas taxas que os bancos cobram nesses mesmos financiamentos. E a resposta é, quase uníssona, de que não haverá alterações de spreads em resultado destes novos limites. Antes, apontam o dedo à concorrência para baixarem ainda mais as margens exigidas tanto nos empréstimos para a compra de casa como no caso do crédito ao consumo.

“Relativamente ao impacto das novas medidas regulamentares nos spreads praticados nos empréstimos concedidos a empresas e a particulares, no primeiro semestre de 2018, as instituições não indicaram alterações significativas”, diz o Inquérito aos Bancos sobre o Mercado de Crédito. “Apenas uma instituição assinalou que os novos requisitos contribuíram para um ligeiro agravamento dos spreads nos empréstimos para aquisição de habitação”, mas para o segundo semestre do ano, “as cinco instituições participantes não preveem alterações nos spreads, decorrentes das novas medidas”.

"Dois bancos consideraram o nível de concorrência como um fator muito relevante para a definição dos respetivos spreads em todos os segmentos de crédito.”

Inquérito aos Bancos sobre o Mercado de Crédito

Banco de Portugal

A concorrência, sim, tem peso nos spreads. “Nos primeiros seis meses do ano, a generalidade das instituições indicou que a perceção dos riscos, o nível de concorrência e o objetivo em termos de rendibilidade foram fatores ligeiramente relevantes para a definição dos spreads nos empréstimos concedidos ao setor privado não financeiro. Não obstante, dois bancos consideraram o nível de concorrência como um fator muito relevante para a definição dos respetivos spreads em todos os segmentos de crédito“, diz o Banco de Portugal. Na habitação, há já vários bancos com taxas perto de 1%.

(Notícia atualizada às 10h47 com mais informação)

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Lucros do grupo autómovel PSA sobem 18%. Ações disparam 10%

  • Lusa
  • 24 Julho 2018

Depois da integração da Opel/Vauxhall, o grupo automóvel PSA registou lucros de quase 1,5 milhões de euros, no primeiro trimestre do ano, o que representa um aumento homólogo de 18%.

O grupo automóvel francês PSA obteve 1.481 milhões de euros de lucro no primeiro semestre, após a integração da Opel/Vauxhall, um aumento de 18% em relação a igual período em 2017.

Estes resultados estão a animar os investidores, estando as ações do grupo a disparar quase 10%: valorizam 9,79% para 22,44 euros, esta manhã. A PSA está a negociar pouco mais de três milhões títulos, que correspondem a 75 milhões euros.

O comunicado divulgado, esta terça-feira, pela empresa refere que o resultado operativo aumentou 17,8% (2.267 milhões de euros), enquanto que em termos correntes o aumento foi de 48,1% (3.017 milhões de euros).

Tendo em conta as três marcas que constituíam a PSA até agosto de 2017 (Pegugeot, Citroen e DS), o resultado operativo corrente indica, segundo o comunicado, um progresso de 29,9% (1.873 milhões de euros).

O documento da empresa acrescenta que estes dados representam um nível de rentabilidade “recorde”, cerca de 8,5%, apesar do aumento dos custos com matérias primas e do efeito negativo das variações das taxas de câmbio.

Segundo o comunicado, a faturação subiu até aos 40,1% em termos absolutos (38.595 milhões de euros) se for incluído o negócio da antiga filial europeia da General Motors (Opel/Vauxhall).

Em termos equivalentes, descontando o impacto dessa variação de perímetro e os movimentos relacionados com as taxas de câmbio, o aumento foi de 22,9%.

Na primeira metade do ano a PSA vendeu 2.181.823 veículos em todo o mundo: mais 38,1% do que no mesmo período de 2017, o que se explica com a integração das contas da Opel/Vauxhall.

Se forem excluídos os 517.832 veículos dessas marcas o aumento das três que constituíam a empresa até agosto de 2017 (Pegueot, Citroen e DS) ficaria situado em 1,9%.

A 30 de junho, a posição financeira (valores líquidos) do fabricante francês era de 8.257 milhões de euros o que significa 2.063 mais do que no final do ano de 2017.

A PSA prevê que em 2018 o mercado automobilístico vai permanecer estável na Europa e que vai crescer 04% na América Latina, 10% da Rússia e 2% na República Popular da China.

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Autoeuropa: Trabalhadores entregam hoje caderno reivindicativo

  • Lusa
  • 24 Julho 2018

A Comissão de Trabalhadores pretende entregar hoje à administração o caderno reivindicativo aprovado na semana passada, em que exige aumentos salariais de 4% e remuneração a 100% dos domingos.

A Comissão de Trabalhadores (CT) da Autoeuropa pretende entregar esta terça-feira à administração da empresa o caderno reivindicativo aprovado na semana passada, em que exige aumentos salariais de 4% e a remuneração a 100% do trabalho ao domingo.

Na ronda negocial que está prevista para hoje, a Comissão de Trabalhadores da fábrica de automóveis da Volkswagen em Palmela deverá reclamar também a atribuição de um prémio de 1.000 euros no início de 2019, uma forma de compensação pelo pagamento do trabalho ao domingo como um dia normal de trabalho até final deste ano.

Os trabalhadores da Autoeuropa começam a trabalhar aos domingos a partir do final do próximo mês de agosto, com a entrada em vigor do novo horário de laboração contínua na fábrica de Palmela.

Não obstante cumprirem apenas cinco turnos de trabalho por semana, têm já assegurado o pagamento do trabalho ao sábado a 100%, acrescido de mais 25% do prémio trimestral de produtividade, e exigem que a Autoeuropa também lhes pague a 100% o trabalho realizado aos domingos.

De acordo com a CT, a administração da Autoeuropa alega não ter disponibilidade para satisfazer esta reivindicação, pelo menos até final do ano em curso, pelo que os trabalhadores decidiram reclamar um prémio de 1.000 euros, que seria pago no início de 2019.

A Autoeuropa pretende aumentar o volume de produção do novo veículo ‘T-Roc‘ a partir de agosto, de forma a corresponder ao elevado volume de encomendas do novo automóvel produzido na fábrica de Palmela.

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Mais de metade das reformas da Segurança Social ficam abaixo do salário mínimo

  • ECO
  • 24 Julho 2018

Em Portugal, há 1,6 milhões de pensionistas a receber reformas abaixo do salário mínimo. No Estado, contribuições para a Caixa Geral de Aposentações pagam menos de metade dos encargos com reformas.

Mais de metade dos pensionistas e aposentados da Segurança Social recebem, todos os meses, reformas abaixo do salário mínimo nacional. Os dados divulgados pelo Pordata — e citados pelo Correio da Manhã (acesso pago) — revelam que, no total, 1,6 milhões de portugueses estão nessa situação.

No último ano, no setor privado, mais de 1,4 milhões de pensões de velhice e 145 mil de invalidez ficavam abaixo dos 580 euros. Já entre os reformados da Caixa Geral de Aposentações (isto é, antigos funcionários públicos), contam-se pouco mais de 100 mil casos em que o ganho mensal fica mesmo abaixo dos 500 euros. Em sentido contrário, a CGA contabilizava, em 2017, 6564 pessoas com reformas acima dos 4 mil euros mensais.

Ainda segundo os dados da Pordata, os encargos com o sistema público de pensões continuam a pesar nas contas do Estado. Só em 2017, as receitas da CGA com quotizações ultrapassaram os 3,8 milhões de euros, menos 86 milhões do que em 2016. O Estado entrou com 4,7 mil milhões, um agravamento de 65 milhões de euros face ao ano anterior. No total, as despesas da CGA ascendem a 8,8 mil milhões de euros, o que significa que os descontos dos trabalhadores para a CGA — o sistema foi fechado a novos subscritores no final de 2005 — pagam menos de metade dos encargos com pensões.

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Lisboa no vermelho. Energéticas pesam sobre a bolsa

Lisboa abriu em terreno positivo, mas rapidamente foi puxada pelas energéticas para o vermelho. Os títulos da EDP, EDP Renováveis, REN e, sobretudo, da Galp estão a ter uma manhã pouco sorridente.

Em linha com as restantes praças europeias, Lisboa abriu, esta terça-feira, em terreno positivo, mas inverteu rapidamente a tendência e está agora a registar algumas perdas. O setor energético está a pesar sobre a bolsa, estando os títulos da EDP, EDP Renováveis, REN e Galp Energia pintados de vermelho. A evitar maiores perdas, estão as ações da Nos e do BCP.

Esta terça-feira, o índice de referência nacional, o PSI-20, abriu a valorizar 0,13% para 5.645,20, mas, entretanto, já está a perder 0,11% para 5.632 pontos. Nas demais praças do Velho Continente, a tendência registada é mais positiva: o Stoxx 600 abriu a subir 0,3%, o alemão DAX a ganhar 0,3%, o francês CAC-40 a avançar 0,3% e o espanhol IBEX a valorizar 0,5%.

Por cá, a Nos continua a brilhar, depois de ter divulgados os bons resultados que registou no segundo trimestre do ano. Os lucros da gigante das telecomunicações cresceram 9,2% para quase 80 milhões. Por isso, esta terça-feira, as suas ações estão a subir 0,93% para 4,99 euros.

Do lado dos ganhos, destaque ainda para os títulos do BCP, que estão a valorizar 0,74% para 0,27 euros, depois de Miguel Maya ter recebido luz verde do BCE para assumir a liderança do banco, e das papeleiras: os da Altri já sobem 0,57% para 8,86 euros e os da Semapa estão a avançar 0,95% para 21,35 euros.

A pesar sobre Lisboa estão, por outro lado, as energéticas. As ações da Galp estão a liderar as perdas, recuando 0,97% para 16,80 euros. Os títulos da EDP estão, por sua vez, a desvalorizar 0,38% para 3,446 euros e os da EDP Renováveis estão a cair 0,73% para 8,815 euros. As ações da REN seguem a batuta, perdendo 0,4% para 2,47 euros.

Os títulos da Jerónimo Martins e da Mota-Engil estão, igualmente, a ter uma manhã pouco sorridente, desvalorizando respetivamente 0,49% para 13,16 euros e 0,17% para 2,91 euros.

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Licenças de CO2 garantem expansão dos metros de Lisboa e Porto

  • ECO
  • 24 Julho 2018

Fundo Ambiental espera libertar 350 milhões de euros, até 2023. 280 milhões serão alocados à expansão dos metros de Lisboa e Porto. Fundo beneficia da subida do preço nos leilões de licenças de CO2.

A subida do preço dos leilões de licenças de emissão de CO2 estão a ajudar a engordar os cofres do Estado. Até 2023, o Fundo Ambiental vai libertar 350 milhões de euros, dos quais 280 milhões vão ser alocados às obras de expansão dos metros de Lisboa e Porto, tudo isto sem penalizar o Orçamento do Estado.

Segundo escreve o Jornal de Negócios (acesso pago), na edição desta terça-feira, para além dos 190 milhões de euros garantidos pela reprogramação do POSEUR – Programa Operacional de Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos, os projetos de expansão das duas redes têm garantida uma verba mais do que suficientes do Fundo Ambiental, cuja receita até 20 de julho cresceu 160%, quando comparado com igual período do ano anterior.

Este crescimento do Fundo Ambiental fica a dever-se ao aumento do preço médio da tonelada de dióxido de carbono (CO2), que quase duplicou, ao passar dos 5,76 euros registados, em 2017, para os 11,98 euros, até 20 de julho.

Em declarações ao Negócios, o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, frisou que o Governo tinha orçamentado uma receita do fundo de 155 milhões de euros para 2018, com base no preço da tonelada, valor que deverá agora atingir os 270 milhões de euros.

Uma tendência que deverá ser para manter nos próximos anos, diz o ministro.

A juntar à verba do Fundo Ambiental e do fundos do POSEUR, há ainda mais 30 a 40 milhões de euros, que o ministério do Ambiente espera arrecadar com a venda de um terreno que o metro de Lisboa detém em Sete Rios.

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