Fernando Pinto: “A empresa foi salva no dia da privatização”
O presidente executivo da TAP, que está de saída, diz que os dois anos posteriores à privatização "são um fenómeno". No curto prazo, a grande preocupação é a falta de espaço para crescer na Portela.
A TAP estava “no fio da navalha” quando foi privatizada, em 2015, durante o Governo de Pedro Passos Coelho. Em entrevista à TVI, depois de ter anunciado que vai deixar a presidência executiva da companhia aérea, Fernando Pinto garante que “a empresa foi salva no dia da privatização” e que a injeção de 250 milhões de euros feita pelos privados no capital da TAP foi o motivo pelo qual a empresa “disparou” nos últimos dois anos.
“No ano da privatização, não tínhamos acesso a capital junto dos bancos. Os sindicatos queriam garantir uma série de benefícios antes da privatização, mas o momento era o errado. Tivemos de mostrar a situação aos trabalhadores”, lembrou Fernando Pinto. “A sobrevivência da TAP estava em risco, a privatização chegou na hora exata. A empresa foi salva no dia da privatização, não tenho dúvida nenhuma disso”.
No ano da privatização, não tínhamos acesso a capital junto dos bancos. Os sindicatos queriam garantir uma série de benefícios antes da privatização, mas o momento era o errado. Tivemos de mostrar a situação aos trabalhadores.
A partir daí, Fernando Pinto considera que o processo tem sido um sucesso. “Os dois últimos anos são um fenómeno em termos de empresa, 2017 será o recorde absoluto de resultados do grupo TAP“.
Quanto ao futuro, o ainda presidente executivo da TAP vê na construção de um novo aeroporto o grande desafio para o crescimento da companhia aérea. “Estamos bem limitados no crescimento da operação no aeroporto. Podemos dar mais um salto no ano que vem. Será que o aeroporto aguenta? Já está no limite”, afirmou.
O engenheiro reconhece que a solução encontrada no Montijo é a única saída, mas mostra preocupação para com esta “saída de curto prazo”, que, para além disso, só estará operacional em 2021. “A saída que está prevista, tecnicamente, é viável. A preocupação é o tempo”.
“VEM, na época, fazia todo o sentido”
Fernando Pinto foi ainda questionado quanto à compra da VEM (Varig Engenharia e Manutenção), a divisão de engenharia e manutenção da companhia aérea brasileira Varig, já falida. A operação ficou fechada em fevereiro de 2006 e foi sempre criticada. Nessa altura, a TAP pagou 24 milhões de euros para ficar com a VEM, assumindo um passivo, na altura, em 100 milhões de euros.
Ainda hoje, a divisão de engenharia continua a dar prejuízo e a pesar nas contas do grupo TAP, que regista prejuízos desde 2008.
Mas Fernando Pinto continua a defender a operação. “A Manutenção e Engenharia Brasil, na época, fazia todo o sentido. Tivemos várias consultoras a avaliar e a dizer que era um excelente negócio, que valia a pena fazer. Analisámos com advogados todas as liabilities“.
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