Paulo Macedo: “Perspetivas de rentabilidade continuam extremamente nocivas”

  • Margarida Peixoto
  • 30 Janeiro 2018

O presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos reconheceu que as perspetivas do setor bancário no que toca à rentabilidade continuam a ser "extremamente nocivas".

“Continua a haver um conjunto de perspetivas em termos de rentabilidade que continua a ser extremamente nocivo”, disse Paulo Macedo, presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos. O responsável falava na 2ª Conferência na Caixa – A crise financeira e a economia portuguesa: aprendemos as lições?

Paulo Macedo, que falava na abertura da conferência, sublinhou que as atuais taxas de juro “não ajudam”, e lembrou que conduzem a “juros negativos” nos créditos à habitação e às pequenas e médias empresas. Este é um dos fatores que ajuda a explicar que neste momento “a banca não gere rentabilidade para pagar o custo do capital”, argumentou Paulo Macedo.

A somar, na sequência da crise as exigências de capital tornaram-se maiores. E se é certo que, por um lado, a forte subida dos capitais dos bancos ao longo de 2017 — para a qual contribuíram a recapitalização da CGD, o BCP e o Novo Banco, lembrou o responsável — ajuda a fortalecer o sistema, também é verdade que torna mais exigente a tarefa de gerar rentabilidade suficiente para remunerar aquele capital.

 

“Os capitais são muitíssimo mais altos, mas isto contribui para este problema [de rentabilidade]”, notou Paulo Macedo. “Se tenho capitais é ótimo, mas a minha rentabilidade para remunerar estes capitais continua a ser baixa“, concretizou.

A Caixa vai revelar os resultados de 2017 a 2 de fevereiro, depois do fecho dos mercados. Nos primeiros nove meses do ano passado o banco reduziu os prejuízos para 47 milhões de euros, um resultado que levou Paulo Macedo a apontar para lucros em 2018.

O presidente da Caixa recuperou as várias razões identificadas nos dois livros de análise da crise financeira que estão em debate na conferência — “A crise bancária em Portugal”, de Tiago Cardão-Pito e Diogo Baptista, e “As 10 questões do colapso – Portugal: a provável derrocada financeira de 2016-2017”, de João César das Neves — mas fez questão de sublinhar uma área que é comum aos dois livros: os problemas relacionados com a governance dos bancos.

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