Líder da Altice sai em defesa da TDT e lembra que “há espaço para mais dois canais”
Alexandre Fonseca, presidente executivo da Altice Portugal, defendeu que a TDT está a funcionar bem, mas deixou um recado ao Governo: "Há espaço para mais dois canais" naquele serviço gerido pela Meo.
O presidente executivo da Altice Portugal defendeu que a Meo “tem cumprido inequivocamente” os níveis de serviço no que diz respeito à TDT e recordou que “há espaço para mais dois canais”, lembrando que cabe ao Governo escolher que empresas e em que condições os poderão explorar. Em declarações transmitidas pela RTP3, Alexandre Fonseca, que falava nas galerias do Parlamento, expressou “estranheza” por a Anacom, depois de ter apresentado um estudo a apontar para um “cumprimento de 100%” no serviço em 2017, emitir um comunicado “meses depois” a “dizer que a qualidade não é a expectável”.
Em causa está um estudo do regulador a 17 de janeiro deste ano: além de apontar para alegados conflitos de interesse da Meo, refere que o serviço de Televisão Digital Terrestre (TDT) tem ficado aquém do que eram as expectativas iniciais, como noticiou o ECO na altura. É a Meo, detida pela Altice Portugal, que gere o serviço de TDT no país. No entanto, a empresa veio logo mostrar incompreensão sobre as conclusões desse relatório e escuda-se num outro estudo da Anacom, mas mais antigo. A 9 de janeiro de 2017, a mesma Anacom referia que o sinal da TDT apresentou valores de disponibilidade de serviço próximos dos 100% no ano anterior.
“O serviço de TDT tem cumprido inequivocamente todos os níveis de serviço”, disse Alexandre Fonseca esta terça-feira. O gestor criticou o relatório da Anacom deste ano e chegou a levantar dúvidas sobre esse documento, referindo que o outro estudo do regulador, publicado “meses antes”, baseia-se em “sondas” da Anacom que os operadores “nem sequer sabem onde estão”.
O presidente da dona da Meo lembrou ainda que, não há muito tempo, o serviço de TDT passou a incluir dois novos canais, a RTP3 e a RTP Memória, havendo “espaço para mais dois canais”. Foi um recado ao Governo, que terá de definir que empresas privadas os poderão explorar e em que moldes. Alexandre Fonseca falou aos jornalistas após uma reunião com o vice-presidente da Assembleia da República (AR), Jorge Lacão.
“Estamos a ir muito mais além”
Além da TDT, a reparação das redes afetadas pelos incêndios e o sistema de comunicações de emergência do Estado (SIRESP) foram temas em cima da mesa. O presidente executivo da Altice Portugal disse que foi ao Parlamento “entregar factos” para, entre outras coisas, “evidenciar que nos últimos anos, na rede SIRESP, os seis indicadores que atestam a qualidade de serviço têm sido inequivocamente cumpridos” pela Meo, que gere essa rede.
A rede SIRESP foi criticada após os incêndios deste verão, com várias denúncias deque terão sido registadas falhas que terão dificultado o combate às chamas e o apoio às populações. Morreram mais de uma centena de pessoas nos fogos no ano passado, com as chamas a resultarem também em avultados prejuízos e numa destruição sem precedentes na região. Ora, da parte da Meo, a empresa esteve a trabalhar na reposição das redes.
Contudo, o presidenbte executivo da Altice Portugal garantiu que a companhia tem ido “muito mais além do que seria simplesmente a reposição das redes ardidas”. Lembrando uma promessa de que, até “meados de janeiro”, as redes da Meo teriam de estar totalmente repostas. E garante que cumpriu: “Em meados do mês de janeiro, a rede já estava 100% reposta”, disse.
A empresa está ainda a substituir, em alguns locais, os cabos de cobre ardidos por ligações de fibra ótica, mais rápidas do que a tecnologia usada anteriormente. “Mais de 99% das ligações a clientes finais estão repostas. Sabemos que estamos a falar de zonas com elevada desertificação [e de] um conjunto de casas que, apesar de vários contactos feitos, estão vazias e ninguém está lá [para a reposição das redes]”, assumiu o gestor.
Por fim, o líder da Altice Portugal disse que a Meo fez, por iniciativa própria, algum do trabalho que deveria ter sido a concorrente Nos a fazer, por lhe estar concessionado o serviço universal de rede fixa. “Existe um serviço universal de rede fica que está concessionado a outro operador que esse sim tem a obrigação de fazer essa reposição. Não temos a obrigação, no entanto fizémo-lo. Vamos muito mais além”, disse.
(Notícia atualizada às 13h10 com mais informação)
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