Prio: “Há concorrência desleal do Intermarché nos combustíveis”
O líder da Prio, Pedro Morais Leitão, diz considerar "inaceitável que haja uma empresa grande, visivelmente a apoiar essa atividade, e que não seja de alguma forma penalizada".
Pedro Morais Leitão, o presidente da Prio, acusa o Intermarché de “concorrência desleal” uma vez que este compra combustível a empresas que estão a ser investigadas por importação ilegal de gasóleo de Espanha, avançou em entrevista ao Jornal de Negócios (acesso pago). Contactado pela RTP, o Intermarché rejeitou as acusações e, em comunicado, discorda destas declarações que podem afetar “de forma grave e injustificada” a sua imagem.
“Que existam pequenas empresas a fazer contrabando não nos parece um problema, sempre houve e haverá. Agora que haja grandes empresas a apoiar os contrabandistas é uma coisa mais grave“, diz Pedro Morais Leitão, acusando o concorrente: “Foi identificado claramente que há lojas do Intermarché que vendem combustíveis importados nesse formato ilegal”.
"Achamos inaceitável que haja uma empresa grande, visivelmente a apoiar essa atividade, e que não seja de alguma forma penalizada”
“As importações em formato ilegal feitas a partir de Espanha têm-nos prejudicado na relação com os nossos principais revendedores”, revela ainda o líder da Prio. Acredita que a imagem do Intermarché estará em jogo e defende sanções. “Achamos inaceitável que haja uma empresa grande, visivelmente a apoiar essa atividade, e que não seja de alguma forma penalizada“, afirma, “há aqui concorrência desleal”.
Para Pedro Morais Leitão, a rede de supermercados deveria ter a iniciativa de parar com esta situação, dado que “formalmente o Intermarché não está a cometer uma ilegalidade, quem a está a praticar é o fornecedor do produto” mas, a partir do momento que está a par da situação, “não pode, simplesmente, ignorar o problema“, defende. E acrescenta: “Na verdade, depois, conseguem vender mais barato. E obviamente aqui a questão é: se furarmos as regras conseguimos vender todos mais barato, quem não fura as regras tem mais dificuldade”.
O Intermarché, numa nota enviada às redações, diz ter recebido com “total estupefação” as acusações do Pedro Morais Leitão, que poderão afetar “de forma grave e injustificada” a sua imagem. A rede de supermercados defende-se com a certificação da SGS, “empresa que atesta a conformidade e qualidade do combustível por nós comercializado” e afirma repudiar as práticas de que é acusado “de forma firme e veemente”. Aponta dois dos grandes fornecedores, a Galp e a Repsol, elos que justificaram a rejeição da Prio como parceiro comercial no passado recente, para além de não reconhecer “qualidade acrescida nos produtos da Prio”.
Segundo a Prio, existem cinco empresas que têm este mesmo comportamento, mas escolhe não identificar as outras primeiro por estes nomes não serem ainda do domínio público e, também, pela pequena dimensão que têm no mercado: “Não são conhecidas do grande público, só do setor”. O Intermarché critica ainda que a Prio não tenha identificado “os operadores que alegadamente serão os verdadeiros prevaricadores” mas “não tem qualquer denodo em acusar e denegrir a imagem e reputação do Intermarché, escudando-se em afirmações de terceiros”.
(Notícia atualizada às 10h54 com declarações do Intermarché)
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