Autoeuropa volta a parar mais de uma semana por falta de peças
A fábrica de Palmela vai voltar a parar desde sábado, 24 de março, até ao dia 2 de abril. Uma mudança na procura dos clientes por motores a gasolina dificulta o fornecimento de peças.
A Autoeuropa vai voltar a parar este mês. Desde o dia 24 de março, sábado, até 2 de abril, a fábrica de Palmela vai estar parada por falta de peças, confirmou ao ECO fonte oficial da administração.
A mesma fonte afirmou que a falta de peças se deve a uma mudança na preferência dos consumidores. “Há uma maior procura de motores a gasolina do que dos motores a diesel”, explicou ao ECO. “É um problema que também afeta outras fábricas do grupo e da marca” Volkswagen, continuou, sem poder esclarecer se haverá paragens em fábricas da empresa alemã noutros países. Os fornecedores de peças, explicou, não se estão a conseguir adaptar a esta mudança nas preferências dos clientes.
A paragem vai desde o dia 24 de março, inclusive, até ao dia 2 de abril, com a retoma a começar a 3 de abril. De acordo com o sindicato Site-Sul, dirigido por Eduardo Florindo e associado à CGTP, “a Autoeuropa tem o parque automóvel cheio de carros por falta de peças”, uma falta que é preciso agora colmatar. “A semana de paragem é para recuperar os carros que estão no parque, com as peças que faltam, para o esvaziar”.
Para o sindicato, que já dissera o mesmo da última vez que a Autoeuropa foi obrigada a fazer uma paragem, na altura de um dia, por falta de peças, isto significa que o aumento de produção com o trabalho ao sábado e laboração à noite não foi bem preparado. “Ninguém estava preparado para estes volumes de produção, e a prova é que os fornecedores não conseguem fornecer peças para laboral continuamente”, afirmou Eduardo Florindo. A empresa, porém, defende que não é o volume de produção mas sim a mudança de prioridades no que toca aos motores que motiva esta dificuldade de adaptação das empresas fornecedoras de peças.
O coordenador da Comissão de Trabalhadores, Fernando Gonçalves, corroborou a administração, referindo que a paragem “tem a ver com uma peça do motor que está em falta”, tal como foi transmitido aos trabalhadores através de um folheto de circulação interna a que o ECO teve acesso. Fernando Gonçalves acrescentou: “Não é só na nossa fábrica, vai ser noutras fábricas também”.
A fábrica de Palmela impôs, a partir de fevereiro deste ano, um horário de 17 turnos aos seus trabalhadores, com turnos noturnos durante a semana e dois turnos ao sábado, embora os trabalhadores tenham rejeitado essa proposta quando lhes foi feita através da Comissão de Trabalhadores. De acordo com a administração, o novo horário é a única forma de atingir o objetivo de produzir 240 mil unidades do T-Roc, o novo automóvel da marca, só em 2018.
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