Empresas e universidades aliam-se para levar Blockchain à economia portuguesa
Acaba de nascer a Aliança Portuguesa do Blockchain. CIONET juntou-se à Vodafone, IBM, REN e Fidelidade, bem como a algumas universidades para levar o Blockchain à economia nacional.
Empenhada no aproveitamento das oportunidades que a tecnologia pode trazer, a CIONET (a maior comunidade de executivos de TI na Europa) acaba de se juntar a múltiplas empresas e universidades nacionais para formar a Aliança Portuguesa de Blockchain. Entre os parceiros estão nomes tão sonantes como o da Vodafone, o do IBM, o da REN e o da Fidelidade.
“Não estamos a falar de modas, estamos a falar de tecnologias que se pretende que perdurem no tempo“, sublinhou, esta quarta-feira, o presidente do IAPMEI, no evento de apresentação desta nova associação. Jorge Marques dos Santos diz acreditar que o Blockchain pode constituir-se “um poderoso aliado das empresas para obterem ganhos competitivos relevantes” e, portanto, é importante promover a sua “ampla mobilização”.
Já de acordo com o managing partner da CIONET, em causa está uma novidade tecnológica que vai ter “o mesmo impacto que a Internet teve há uns anos”, estando a ser criada, neste momento, uma “Internet do valor”, na qual a confiança e a segurança são as linhas fundamentais. “A Aliança tem essencialmente o objetivo de ajudar a desenvolver conhecimentos na área do Blockchain e gerar soluções de natureza e raiz portuguesa”, realçou Rui Serapicos.
Para cumprir a sua missão de sensibilização para esta tecnologia, a Aliança Portuguesa de Blockchain delineou uma estratégia baseada em três pilares: ações de informação junto das empresas e das universidades; desafios lançados por grandes companhias a estudantes e empreendedores; e uma grande conferência a ser realizada no final do ano.
Três desafios, quantas soluções?
REN, Fidelidade e Abreu Advogados acabam de convidar estudantes e empreendedores a responderem a três desafios com soluções baseadas nesta tecnologia através do portal da Aliança Portuguesa do Blockchain.
“O dinamismo de mercado de energia teve um salto enorme devido às energias renováveis. Prevê-se que com a produção própria, haja uma explosão de entidades”, conta o CIO da REN. Segundo Tiago Azevedo, nesse quadro e para que todos esses pequenos produtores tenham a oportunidade de venderem a sua energia a um valor competitivo, é preciso que se crie uma rede segura. O Blockchain pode ser a chave desse processo, garante o representante, e é, por isso, que a empresa aderiu à associação e colocou esse desafio a todos os interessados.
Já a Fidelidade quer encontrar propostas no campo dos micro seguros. “Temos estado preocupados em como endereçar com o Blockchain a criação uma proposta diferente de negócio por via da eficiência, a criação de novos modelos de governance e a criação de novos modelos de negócio que nunca ninguém pensou porque não havia Blockchain“, realçou João Pedro Machado, representante da empresa.
Em terceiro lugar, a Abreu Advogados está interessada em acolher soluções na área de smart contracts, isto é, como usar Blockchain para criar contratos inteligentes e mais eficientes.
As soluções apresentadas no portal da Aliança serão depois avaliadas e as vencedoras acabarão por ser mesmo desenvolvidas pelas empresas que lançaram os desafios, ficando à escolha dessas entidades se assumem ou não como sua a propriedade intelectual dos projetos premiados. Além disto, Serapicos adianta que estão a ser negociadas linhas de crédito para constituição de empresas tecnológicas, que poderão ser entregues a estes empreendedores.
Conhecimento é a chave
Dotar o sistema económico português de conhecimentos sólidos sobre Blockchain é o principal objetivo desta aliança que acaba de ser anunciada. Para o concretizar, além dos desafios referidos, estão previstos roadshows universitários e empresariais em parceria com o IAPMEI.
Esses eventos, que acontecerão em diversos locais do país, debruçar-se-ão sobre as novas formas de utilizar e aproveitar esta tecnologia, aumentando a competitividade do tecido empresarial português.
Também a Microsoft quer ajudar nesta tarefa, tendo acordado recentemente que irá disponibilizar conteúdos para o portal em causa na área, é claro, do Blockchain.
“Temos a capacidade de acordar as pessoas para perceberem que isto não é uma moda, é um paradigma de mudança”, sublinhou o representante da Católica Lisbon School of Business & Economics, durante no evento.
Quanto à ligação à recém-formada Associação Portuguesa de Blockchain e Criptomoedas, a CIONET esclarece que “existem sinergias muito interessantes”, mas não há um elo formal. “O nosso objetivo é colaborar”, salienta Rui Serapicos.
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