Ramalho responde a críticas de Bruxelas com auditoria interna a créditos
Bruxelas teceu fortes críticas sobre créditos cedidos pela instituição no relatório que validou a venda do Novo Banco. Ramalho pediu uma auditoria interna e garante que não há irregularidades.
O Novo Banco pediu uma auditoria interna a créditos concedidos por si. Esta foi a medida adotada por António Ramalho, presidente da instituição financeira, para responder às críticas feitas pela Comissão Europeia no relatório que validou a venda da instituição financeira aos norte-americanos do Lone Star. Ramalho garante que não foram detetadas irregularidades.
“O acordo com a DGComp estabelece compromissos e anuncia opiniões. [Em relação] aos compromissos seremos religiosamente cumpridores. Em relação às opiniões, ficam com quem as presta”, afirmou o presidente do Novo Banco na apresentação das contas do banco para 2017, quando registou o pior resultado de sempre: prejuízos de 1.395 milhões de euros.
"O acordo com a DGComp estabelece compromissos e anuncia opiniões. [Em relação] aos compromissos seremos religiosamente cumpridores. Em relação às opiniões, ficam com quem as presta.”
A Comissão Europeia considerou que “mesmo depois da fundação do banco de transição e sob o controlo direto do Banco de Portugal, o Novo Banco parece ter feito muito pouco para remediar práticas de crédito problemáticas” e deu como exemplo processos de crédito onde estão ausentes “análises de cash flow ou qualquer indicação da capacidade de reembolsar o crédito por parte do cliente”, falando mesmo na concessão de créditos “por favor”.
Em causa, revelou Ramalho, estão 20 créditos concedidos pelo Novo Banco. “Cinco dos quais já estão pagos e quatro posteriores à criação do Novo Banco”, explicou. Foram estes quatro o alvo das críticas das autoridades europeias. Para responder aos reparos, foi então pedida uma auditoria interna que será entregue ao Ministério das Finanças e Banco de Portugal. Mas o presidente do banco garante que “não foi detetado rigorosamente nada”.
O Novo Banco fechou 2017 com os maiores prejuízos da sua breve história, contabilizando perdas de 1.395 milhões de euros. São já 13 trimestres — dos 14 que tem de vida — de resultados negativos para a instituição liderada por António Ramalho. Um desempenho que se justifica pelas elevadas imparidades que têm sido registadas num processo de limpeza de balanço. Essas imparidades atingiram o valor de 2.057 milhões de euros.
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