Centeno: “Não somos todos Centeno, somos todos Adalberto”
"A saúde foi o setor que teve o maior aumento orçamental" com este Governo, garante o ministro das Finanças.
“Não somos todos Centeno, somos todos Adalberto”, afirmou o ministro das Finanças no Parlamento, respondendo a questões sobre os pagamentos em atraso nos hospitais. No final de março, também na Assembleia da República, o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, tinha dito que “no Governo somos todos Centeno”. Mas para Mário Centeno, na realidade, “somos todos Adalberto”, argumentando que o orçamento da saúde foi o mais reforçado, um aumento “que não tem paralelo noutros setores da administração pública”.
“A verdade é que este Governo, nas suas prioridades que são claríssimas, dedicou mais recursos à saúde”, garantiu Mário Centeno, afirmando mesmo que “a saúde foi o setor que teve o maior aumento orçamental” dos últimos três anos. Numa audição conjunta da comissão de orçamento e de saúde, o ministro das Finanças deixou a garantia aos deputados de que “a redução do défice não foi feita à custa da saúde”.
"A redução do défice não foi feita à custa da saúde.”
“Não há uma única verba da saúde que tenha sido cortada nominalmente face ao exercício orçamental anterior“, insistiu Mário Centeno perante as críticas do PSD e do CDS de que os hospitais não têm recursos suficientes para servir os portugueses. O ministro das Finanças atirou vários números para a mesa: mais 13% de despesa efetiva face a 2015, mais 8480 funcionários, mais 640 milhões de euros no orçamento da Saúde e um pacote de 140 milhões de euros para investimentos em hospitais. “Se isto não é cuidar da saúde dos portugueses, então não sei o que poderá ser”, desabafou.
No início de uma longa audição, Mário Centeno disse estar preocupado com o acumular de dívida no setor, referindo que 490 milhões de euros de pagamentos em atraso já estão resolvidos. Contudo, perante as críticas da direita, o ministro das Finanças argumentou que “não se pode dizer ao mesmo tempo que há dívida, mas não há despesa”, assinalando que “a dívida é despesa”. E assegurou que “não existe um único euro” de cativações na saúde em Portugal.
Mário Centeno anunciou ainda que o Governo vai introduzir um maior grau de autonomia para as administrações hospitalares “de forma transitória”. Esta é uma “restrição” que será “libertada” ao longo da redução do endividamento atual. O ministro das Finanças garantiu que, no entanto, “nada” do que será feito colocará em causa a execução orçamental dos objetivos a que o Governo se propõe.
“O número de processos que está na minha secretária é infinitamente menor do que o que estava quando nós assumimos como Governo“, afirmou Mário Centeno, respondendo às críticas do PSD e do CDS de que o Ministério das Finanças não liberta verbas para o Ministério da Saúde. “Dos 106 milhões de euros de 2016 e 2017 em investimento na saúde, mais de 80 milhões de euros não teve nenhuma intervenção do ministro das Finanças”, garantiu, referindo que existe “autonomia de execução do SNS” e que “a função das Finanças é coordenar o esforço financeiro que a todos é pedido”, sendo que “qualquer desvio a esse trajeto penaliza todos os portugueses”.
(Notícia atualizada pela última vez às 14h56)
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