Com esquerda em desacordo com o défice, Marcelo desvaloriza sinais de tensão política
O Presidente nota que "aquilo que parece muito importante e muito grave num dia, numa semana, num mês, daí a uma semana, um mês, seis meses já ninguém fala nisso".
Marcelo Rebelo de Sousa diz que tem o princípio de não comentar no estrangeiro o que se passa em Portugal, mas deixou uma nota quando questionado sobre sinais de tensão política. “Aquilo que parece muito importante e grave”, numa altura, deixa de ser falado pouco depois. O Presidente da República está em visita ao Egito.
“Tenho o princípio de não comentar no estrangeiro o que se passa em Portugal mas aqui, sentindo o que sentimos, percebemos que é tudo relativo, muito relativo. E aquilo que parece muito importante e muito grave num dia, numa semana, num mês, daí a uma semana, um mês, seis meses já ninguém fala nisso.” Foi assim que o Presidente da República, no Egito, respondeu quando os jornalistas quiseram saber se Marcelo Rebelo de Sousa conseguia acompanhar os sinais de tensão política em Portugal e se está preocupado.
"Tenho o princípio de não comentar no estrangeiro o que se passa em Portugal mas aqui, sentindo o que sentimos, percebemos que é tudo relativo, muito relativo, e que aquilo que parece muito importante e muito grave num dia, numa semana, num mês, daí a uma semana, um mês, seis meses já ninguém fala nisso.”
Em causa está o desagrado do Bloco de Esquerda e do PCP com o Executivo por ter assumido uma meta de défice de 0,7% para 2018, no Programa de Estabilidade, um valor inferior aos 1,1% inscritos no Orçamento do Estado para 2018. Os partidos mais à esquerda pedem que sejam feitos mais investimentos nos serviços públicos e o Bloco chegou a adotar um tom quase de ultimato ao dar até sexta-feira — hoje, dia de entregada do Programa de Estabilidade no Parlamento — para o ministro das Finanças, Mário Centeno, recuar nas metas definidas.
Em declarações transmitidas pela RTP3, o Presidente também disse que “a Historia dirá o que tiver a dizer”, quando questionado sobre como gostaria de ser lembrado. “Aqui até parece mal” falar de “uma realidade tão pequenina”, já que estão em causa milhares de anos e a questão incide sobre um “mandato de cinco anos”.
Recorde-se que na quarta-feira, o Presidente da República apelou a que não haja tentações de fazer política envolvendo o Orçamento do Estado para 2019. Para Marcelo Rebelo de Sousa “uma crise política é indesejável, e uma crise política envolvendo o Orçamento do Estado é duplamente indesejável”.
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