Cristina Casalinho diz que “há espaço para melhoria do rating”
Presidente do IGCP diz que Portugal pode continuar a observar melhorias no rating da dívida, isto depois de as principais agências (menos a Moody's) terem retirado o país do "lixo" no ano passado.
A presidente do IGCP, Cristina Casalinho, acredita que Portugal pode continuar a ter melhorias no rating da sua dívida de longo prazo, mesmo depois de as principais agências como a Fitch e a Standard & Poor’s terem retirado o país do nível “lixo” no ano passado.
“Não estamos numa situação de steady state. (…) Acreditamos que há espaço para melhoria do rating“, disse a gestora da dívida pública portuguesa esta quarta-feira durante a audição na Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa.
Casalinho dá o exemplo Itália, que goza do mesmo prémio de risco de Portugal nos mercados secundários. “A leitura da perceção do mercado é que Portugal terá um risco percecionado pelo menos tão bom como o de Itália e isso não está totalmente manifestado nas agências”, justificou perante os deputados daquela comissão.
"Não estamos numa situação de steady state. (…) Acreditamos que há espaço para melhoria do rating.”
Para o IGCP, essa margem de melhoria da notação de risco da parte das agências confere algum conforto em relação àquilo que poderá ser o comportamento do mercado assim que o Banco Central Europeu (BCE) terminar o programa de compras em setembro ou dezembro, segundo o cenário com o qual a agência está a trabalhar.
“Esse espaço [de subida potencial do rating] poderá isolar Portugal da saída das políticas monetárias não convencionais”, frisou Casalinho.
Ou seja, a gestora não vislumbra que o risco português seja afetado com a saída do BCE do mercado, até porque a passagem de Portugal a um grau de investimento de qualidade junto das principais agências — à exceção da Moody’s, que voltou a não se pronunciar há de duas semanas — colocou a dívida portuguesa no radar dos grandes índices obrigacionistas europeus e mundiais, lembrou ainda Casalinho.
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