Protecionismo é ameaça à economia, mas Bruxelas mantém previsões
A Comissão Europeia manteve a previsão de que a União Europeia e a Zona Euro vão crescer ambas 2,3% este ano e 2% no próximo. Mas alerta que a maior exposição a "fatores de risco externos".
A Comissão Europeia prevê que a economia europeia mantenha um ritmo forte de crescimento este ano, ainda que ligeiramente inferior ao máximo de dez anos registado em 2017, mas adverte para os riscos associados a um aumento do protecionismo.
Nas Previsões Económicas da Primavera, divulgadas esta quinta-feira em Bruxelas, o executivo comunitário lembra que a taxa de crescimento da União Europeia e da zona euro no ano passado “ultrapassou as expectativas”, ao atingir os 2,4% em ambos os casos, o nível mais elevado dos últimos dez anos, e este ano deverá conhecer uma desaceleração muito ligeira, fixando-se nos 2,3%, tanto no conjunto dos 28 Estados-membros como no espaço da moeda única, recuando para os 2% em 2019.
Bruxelas destaca que “o consumo privado permanece dinâmico, enquanto as exportações e os investimentos se intensificaram”, ao mesmo tempo que “o desemprego continua a cair e encontra-se agora próximos dos níveis anteriores à crise”, mas ressalva que a economia europeia está “mais exposta a fatores de risco externos, que se agudizaram e tornaram-se mais negativos” e alerta que, em concreto, as disputas comerciais na cena mundial e as políticas protecionistas podem travar a expansão em curso na Europa.
Admitindo que os riscos associados a estas “previsões da primavera” são agora de uma revisão em baixa, a Comissão Europeia considera que “as tensões em curso no comércio” apresentam “um risco inegavelmente negativo para a economia global” e para a zona euro em particular, sobretudo para os Estados-membros com uma dívida (pública ou privada) elevada, dadas as implicações que podem ter nos mercados.
Segundo Bruxelas, “por força da sua abertura, a Zona Euro estaria particularmente vulnerável” se os riscos negativos se materializarem, e, “ainda que o aumento das tarifas (sobre o aço e alumínio) decididas até agora pela administração norte-americana e as medidas de retaliação da China devam ter um impacto apenas marginal nas perspetivas económicas globais, uma contínua escalada seria mais prejudicial e poderia levar também a uma perda de confiança no sistema comercial multilateral global ou a mais nas cadeias de abastecimento mundiais”.
Numa primeira análise às previsões desta quinta-feira, o comissário europeu dos Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, comentou que “a Europa continua a beneficiar de um crescimento robusto” e, efetivamente, “o risco maior que pesa sobre as perspetivas otimistas é o protecionismo, que não pode tornar-se a ‘nova normalidade’”.
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