CGD lucra 68 milhões. Comissões em Portugal disparam 13,8%
Pela primeira vez em muitos anos, a atividade em Portugal deu um contributo positivo aos resultados da CGD. Um impulso que levou o banco estatal a lucrar 68 milhões no arranque do ano.
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) passou de prejuízos a lucros nos primeiros três meses do ano. Registou um resultado positivo de 68 milhões de euros, em comparação com o prejuízo de 39 milhões no mesmo período do ano passado. Esta recuperação deve-se ao contributo positivo da atividade em Portugal, o que não acontecia há vários anos.
“O resultado líquido consolidado atingiu os 68 milhões de euros, superando os 38,6 milhões negativos registados no trimestre homólogo do ano anterior, bem como o resultado obtido em todo o ano de 2017 (51,9 milhões de euros)”, refere o banco liderado por Paulo Macedo em comunicado enviado à CMVM.
A atividade em Portugal voltou a dar lucro. Gerou um resultados líquido positivo de 29,6 milhões contra os 88,3 milhões de prejuízos no período homólogo, ainda assim menos que os 38,4 milhões obtidos na atividade internacional.
“A margem financeira alcançada na CGD Portugal (182,9 milhões de euros) registou um crescimento de 6,1% face ao valor do primeiro trimestre de 2017, apesar da queda verificada na margem financeira consolidada (-1,1%), impactada por efeitos cambiais”, refere o banco.
As comissões registaram “um crescimento consolidado de 9,4% (+9,9 milhões de euros) face ao trimestre homólogo do ano anterior. Na CGD Portugal, o crescimento foi de 13,8%, refletindo as medidas do Plano Estratégico implementadas em 2017”, salienta a CGD. Apesar deste aumento nas comissões, o menor ganho com operações financeiras levou o produto bancário a encolher em 22,7 milhões para 433,8 milhões de euros.
Menos malparado. Fardo encolheu em um terço
A CGD encerrou o primeiro trimestre com recursos de clientes num montante total na atividade doméstica de 68.868 milhões de euros (62.242 milhões em termos consolidados). O crédito a clientes encolheu de 58.199 para 53.762 milhões de euros, sendo que a “qualidade de ativos da CGD registou uma evolução favorável”.
"Nos últimos cinco trimestres a CGD reduziu os seus NPL em 3,3 mil milhões de euros, o equivalente a -30,9% se comparado com dezembro de 2016.”
“O montante de NPL (Non Performing Loans segundo definição EBA) reduziu-se em 592 milhões de euros (-7,5% face a dezembro de 2017), dada a evolução positiva nas componentes de vendas, curas e recuperações”, refere o banco, acrescentando que “nos últimos cinco trimestres a CGD reduziu os seus NPL em 3,3 mil milhões de euros, o equivalente a -30,9% se comparado com dezembro de 2016″.
“O rácio de NPL atingiu os 11,4% no final do trimestre, e a sua cobertura por imparidades e colateral era nessa data de 60,1% e 44,4% respetivamente (cobertura total de 104,5%)”, salienta a CGD.
Rácios encolhem, mas cumprem
Apesar destes resultados, os rácios de capital da CGD encolheram por força de novas normas. Tanto o core equity Tier 1 (CET1) phased-in e fully implemented em março eram de 13,6%”, diz a CGD, salientando que os “rácios phased-in Tier 1 e Total situaram-se em 14,7% e 15,3%, respetivamente, cumprindo confortavelmente os requisitos de capital em vigor para a CGD.
O banco liderado por Paulo Macedo esclarece que “os rácios de capital incluem nesta data os impactos relativos aos efeitos da implementação da norma IFRS 9 (-0,25%), do phased-in de 2018 (-0,06%) e da dedução dos compromissos irrevogáveis associados às contribuições obrigatórias (-0,35%). A redução de ativos ponderados pelo risco, no trimestre, proporcionou uma subida de 0,25%”.
(Notícia atualizada às 18h32 com mais informação)
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