Programa de estímulos do BCE suavizou condições financeiras de empresas da zona euro
O programa de compra de obrigações de empresas do BCE, em marcha desde 2016, suavizou significativamente as condições financeiras das empresas da zona euro.
O programa de compras de obrigações de empresas do Banco Central Europeu (BCE) suavizou significativamente as condições financeiras das empresas da zona euro, indica um artigo do boletim económico do BCE divulgado esta quinta-feira.
Os autores do referido artigo consideram que, com o referido programa, se registou uma redução dos diferenciais das obrigações de empresas, uma melhoria das condições da oferta no mercado primário de rendimento fixo privado e um aumento dos empréstimos bancários concedidos às empresas que não têm acesso ao financiamento através da emissão de obrigações. O artigo analisa o impacto das compras de obrigações emitidas por empresas nos mercados de rendimento fixo privados e no financiamento das empresas da zona euro.
A flexibilidade e adaptabilidade das compras minimiza os eventuais efeitos negativos sobre o funcionamento do mercado de rendimento fixo privado, adiantam os autores, Roberto A. De Santis, André Geis, Aiste Juskaite e Lia Vaz Cruz. O Eurosistema, formado pelo BCE e pelos bancos centrais de cada país da zona euro, compra desde junho de 2016 obrigações em euros com grau de investimento emitidos por empresas não pertencentes aos setores bancário e de seguros, estabelecidas na zona euro.
Atualmente, o valor contabilístico das compras de obrigações de empresas é de 150.000 milhões de euros, o que constitui cerca de 6% do total de compras de dívida pública e privada. As obrigações compradas pelo BCE e pelos bancos centrais nacionais da zona euro devem ter uma vida residual mínima de seis meses e máxima de 31 anos no momento da operação. Desde que as compras do BCE foram anunciadas em março de 2016, as condições de financiamento das empresas da zona euro melhoraram significativamente. “Os diferenciais das obrigações e empresas estreitaram-se e as emissões destes valores aumentaram”, asseguram os autores no artigo.
O estudo adianta que as condições de financiamento fora dos mercados de rendimento fixo privado melhoraram e foi “libertada capacidade no balanço das instituições de crédito para que concedam empréstimos às empresas que não são admitidas no programa“. As compras de obrigações de empresas do BCE parecem ter contribuído para que as empresas recorram ao financiamento através da emissão de obrigações em lugar do financiamento bancário, mas “isto não se traduziu numa diminuição do crédito bancário concedido ao conjunto do setor”, concluem.
O BCE vai continuar a comprar dívida pública e privada no valor de 30.000 milhões de euros mensais até setembro e comunicará em junho ou julho se prolonga as compras de obrigações até ao final do ano, segundo das estimativas do mercado e dos analistas.
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