Reguladores fazem ultimato. Montepio antecipa mudanças para diferenciar marcas
Os reguladores exigiram ao banco a entrega de um plano de diferenciação das marcas até ao final do mês. Ao ECO, o conselho de administração garante que os trabalhos estão quase concluídos.
O Montepio tem até ao final do mês para apresentar um plano de diferenciação das marcas do banco e da Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG). A exigência feita numa carta enviada pelos reguladores à instituição liderada por Carlos Tavares tem como objetivo evitar que os clientes que vão ao balcão confundam os produtos vendidos pelas duas entidades. Este plano está a ser preparado por uma equipa interna, cujos trabalhos estão quase concluídos, garantiu o conselho de administração do Montepio ao ECO.
“Como o conselho de administração referiu desde o primeiro dia, a Caixa Económica Montepio Geral (CEMG), em articulação com a Associação Mutualista, está a definir – claramente – quer o tipo de produtos mutualistas a distribuir na rede da CEMG, quer as condições da sua distribuição”, afirma o conselho de administração liderado por Carlos Tavares ao ECO.
Estas condições incluem “a necessidade de formação adequada dos colaboradores autorizados a vender esses produtos, e informação completa, clara e rigorosa aos clientes, de modo a evitar qualquer possibilidade de confusão entre os produtos bancários e não bancários distribuídos pela CEMG”, refere o banco.
A CMVM e o Banco de Portugal enviaram uma carta à CEMG exigindo que o banco liderado por Carlos Tavares apresente um plano de separação de marcas entre a instituição e a Associação Mutualista, avançou a RTP1. Neste plano deve estar explicado como vai separar os produtos, diferenciar os riscos e ainda como vai fiscalizar as medidas. Em causa estão os produtos que escaparam à supervisão dos reguladores.
"Tem vindo a funcionar um grupo de trabalho conjunto, encarregado de estabelecer estas condições e que está em vias de concluir os respetivos trabalhos. Refira-se que existe completa sintonia entre os pontos de vista dos supervisores e do Conselho de Administração da CEMG.”
Este plano está a ser desenvolvido por uma equipa interna do Montepio, que ficará também encarregue de perceber se será necessário adotar mais medidas. Caberá ao responsável de compliance e auditoria interna da instituição financeira acompanhar esta avaliação e determinar se o banco terá de dar mais passos para separar as marcas. E o conselho de administração garante que os trabalhos estão quase concluídos.
“Tem vindo a funcionar um grupo de trabalho conjunto, encarregado de estabelecer estas condições e que está em vias de concluir os respetivos trabalhos. Refira-se que existe completa sintonia entre os pontos de vista dos supervisores e do Conselho de Administração da CEMG”, refere o Montepio.
Montepio pode mudar de nome, mas marca fica
Num encontro com jornalistas esta terça-feira, Carlos Tavares admitiu a possibilidade de a instituição que lidera poder mudar de nome, mas que a marca Montepio em si não é para cair. “Pode mudar de nome, mas mantém a marca Montepio”, afirmou o gestor, realçando que as pessoas perdem-se no meio das siglas CEMG e AMMG e que preferem um nome mais compacto.
A mudança de nome do Montepio tem estado em cima da mesa nos últimos anos, com os reguladores a apelarem para uma maior diferenciação entre o banco e o seu único acionista, a Associação Mutualista. Após a entrada de Carlos Tavares para a administração do banco Montepio já foram dados passos no sentido de uma maior distinção entre os produtos das duas instituições, nomeadamente a mudança de nome do Capital Certo — um dos produtos financeiros mais populares da Mutualista — para Poupança Mutualista.
A comercialização do Capital Certo foi suspensa pelo Montepio desde fevereiro, ainda durante a gestão de José Félix Morgado. A nova administração liderada por Carlos Tavares, que entrou em funções em meados de março, decidiu manter essa suspensão. Mas o presidente do Montepio já antecipou que a comercialização deve ser retomada no início do próximo ano.
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