Rui Rio diz que visita Angola para ajudar “a cimentar” relações bilaterais
"Enquanto português e líder da oposição em Portugal, tenho todo o gosto em contribuir, justamente para continuar a cimentar essa relação" com Angola, diz Rui Rio.
O presidente do PSD afirmou quarta-feira, em Luanda, que visita Angola para, enquanto líder da oposição em Portugal, contribuir para “cimentar” a relação entre os dois países, nas reuniões de alto nível previstas para esta quinta-feira.
Em declarações aos jornalistas ao final do dia de quarta-feira, à chegada ao aeroporto internacional de Luanda, o líder do PSD explicou que a visita a Angola envolve “dois contactos extraordinariamente relevantes”, referindo-se à reunião como o chefe de Estado, João Lourenço, e com o líder do MPLA, José Eduardo dos Santos, ambos esta quinta-feira, no contexto das relações que o partido mantém.
“Relações que o PSD sempre manteve e quer continuar a manter com o MPLA, relações positivas. E por outro lado aquilo que eu, enquanto português e líder da oposição em Portugal, tenho todo o gosto em contribuir, justamente para continuar a cimentar essa relação de há algum tempo e cada vez melhor”, afirmou.
Sobre João Lourenço, Presidente angolano desde setembro, e que o recebe no Palácio Presidencial, na Cidade Alta, em Luanda, às 09h00, Rui Rio destacou como “altamente positiva” a política implementada por João Lourenço, de combate à corrupção.
“Qualquer país que vise o desenvolvimento tem, naturalmente, de procurar eliminar esse fenómeno, que é um fenómeno que infelizmente nós conhecemos por todo o lado. Em Portugal, como sabe, também conhecemos esse fenómeno, procuramos sempre ultrapassar, erradicar”, disse.
"Aquilo que eu, enquanto português e líder da oposição em Portugal, tenho todo o gosto em contribuir, justamente para continuar a cimentar essa relação de há algum tempo e cada vez melhor.”
Questionado sobre a transferência do processo que julgava, desde janeiro, no tribunal de Lisboa, o ex-vice-Presidente da República Manuel Vicente, Rui Rio admitiu que houve morosidade na resolução do diferendo, com o envio do mesmo para julgamento em Luanda, já este mês, sendo por isso um exemplo da reforma do sistema judicial português que afirma preconizar.
“A morosidade é um dos aspetos e a morosidade que houve aqui, enfim, é a morosidade que há sempre [nos tribunais portugueses]”, observou.
Elogiou ainda o plano do Governo para implementar as autarquias locais em Angola, a partir de 2020, destacando o balanço “muito mais positivo” com as quatro décadas da administração local em Portugal, tendo em conta a qualidade de vida das pessoas.
A viagem do líder do PSD acontece depois de a Procuradoria-Geral da República ter transferido para Angola o processo judicial que envolve o ex-vice-Presidente do país Manuel Vicente.
O primeiro-ministro, António Costa, também deverá deslocar-se a Angola em breve, mas não foram ainda adiantadas datas.
Em 04 de junho, o chefe de diplomacia angolano, Manuel Domingos Augusto, disse, em Bruxelas, que estava a trabalhar diretamente com o seu homólogo português, Augusto Santos Silva, para que o programa da deslocação de António Costa a Angola “esteja à altura dessa visita”.
Na altura, Manuel Domingos Augusto comentou que a visita do primeiro-ministro português a Luanda “já poderia ter tido lugar antes”, se não fosse o processo do ex-vice-Presidente angolano, mas sublinhou que, resolvida que está essa questão, com a transferência do processo para a Justiça angolana, “agora o mais importante” é trabalhar em conjunto para repor a normalidade nas relações luso-angolanas.
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