Navigator elimina metade dos ganhos do ano numa sessão negra. PSI-20 fecha a perder 1,62%
A taxa 'antidumping' sobre o papel nos Estados Unidos derrubou hoje a Navigator, que perdeu 250 milhões em capitalização, cerca de metade dos ganhos que tivera desde 1 de janeiro.
A Navigator viu dissiparem-se metade dos seus ganhos desde o princípio deste ano, ao perder 250 milhões de euros de capitalização bolsista só na sessão desta segunda-feira. A papeleira portuguesa foi castigada pelo anúncio de que os EUA decidiram implementar uma taxa antidumping de 37,34%, que afetaria retroativamente os lucros deste ano de empresas como a Navigator.
Contudo, “a Navigator continua a defender que não existem fundamentos para a aplicação de medidas desta natureza às vendas dos seus produtos nos Estados Unidos e vai recorrer dessa decisão”, vinca a empresa portuguesa presente nos EUA há 18 anos, no comunicado enviado esta segunda-feira à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
A Navigator chegou mesmo a ver a negociação dos seus títulos suspensa durante o dia, tendo esta sido posteriormente reposta. A queda chegou a atingir os 18% e, no final da sessão, a empresa fechou com perdas menos acentuadas, de 7,74%. Os títulos da Navigator ficaram a valer 4,60 euros. Trata-se da sua maior queda numa só sessão desde 17 de abril de 2012. A papeleira arrastou consigo a Semapa, — que detém quase 70% da empresa, — que caiu 4,66%, para se fixar nos 18,82 euros por título.
O PSI-20, por sua vez, caiu 1,62%, para os 5.537,21 pontos, naquela que foi a sua pior sessão desde 15 de junho de 2018. Nesse dia, curiosamente, o índice de referência foi penalizado em 1,91% principalmente pela Galp e pelo BCP, mas também pela quebra de 7% da Navigator, no dia em que foram descontados os dividendos referentes aos resultados de 2017.
Navigator cai com taxas americanas
A única cotada a terminar a sessão no verde foi a EDP Renováveis, que ganhou 0,17% para chegar aos 8,78 euros por ação. Foi a única a escapar da maré vermelha que também levou as praças europeias, de Londres a Frankfurt passando por Madrid, a terminarem o dia com perdas. A pressão que arrastou as principais bolsas da Europa veio da Turquia, onde o presidente Recep Tayyip Erdogan está no centro de um torvelinho, desde as relações que se deterioram com os Estados Unidos à controvérsia internacional sobre a sua tentativa de reunir em si mais poderes.
Portugal também foi contaminado pela tensão vinda da Turquia: os juros da dívida soberana portuguesa a 10 anos atingiram o valor de 1,84%, o valor mais alto desde o final do mês de junho.
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