Entrepreneur Houses: nesta casa em Portugal pode trabalhar, viver e dar um mergulho nas pausas
Viver numa casa cheia de empreendedores onde é estimulado o crescimento de novos projetos é o objetivo de um casal francês, que escolheu Belverde para o primeiro espaço da iniciativa.
Trabalhar a partir de casa pode ser difícil, principalmente com todas as distrações disponíveis. Para as pessoas que se concentram melhor se tiverem o burburinho de outros trabalhadores à volta, existe uma casa para empreendedores muito perto da capital portuguesa.
A Entrepreneur Houses foi criada pelos franceses Andrew Barr, de 29 anos, e Camille Ramière, de 24, que ficaram inspirados depois de uma visita a Portugal em outubro passado. O jovem casal vivia em Montreal, no Canadá, onde ela trabalhava numa empresa de alojamento universitário, e ele em programação e IT.
“Ficámos impressionados com o empreendedorismo em Lisboa”, recorda Camille. Viram que várias startups e empresas estrangeiras se estavam a instalar no país, e foram ainda encorajados pela Web Summit, que acreditam ser um evento que chamou mais negócios. Uma ideia formou-se então entre os jovens. Cowork em coliving, ou seja, trabalhar e viver em conjunto com outros empreendedores. O casal conta ao ECO que quer “tornar o trabalho mais relaxado, fomentar a cooperação entre empreendedores, e evitar a rotina casa-trabalho-casa”.
Ambos têm um historial de viajar e trabalhar pelo mundo, por isso rapidamente embarcaram no desafio. Já de volta a Portugal, Andrew e Camille alugaram uma casa pronta a ocupar em Belverde, perto da Costa da Caparica, que abriu portas a 1 de março. Demorou apenas umas semanas para terem os primeiros inquilinos, e agora recebem novas pessoas todos os meses.
A casa que já têm a funcionar localiza-se a 20 minutos de Lisboa, e a seis quilómetros da praia. Na casa são bem-vindos “moradores” de todo o mundo, que podem vir a solo ou com uma equipa. Os ocupantes da casa têm vindo de países como Inglaterra, Israel, Austrália, Alemanha e Brasil. E, até agora, ainda não houve reservas de portugueses.
A casa tem espaço para albergar entre sete a dez pessoas, e tem cinco quartos disponíveis, alguns deles de tipologia suíte. Pode-se ficar nos quartos privados a partir de 45 euros por noite, na suíte por 60 euros e na master suíte por 90 euros. Os inquilinos têm-se instalado em períodos que vão desde uma semana a três meses, mas o mais comum é uma estadia de cerca de um mês.
Outra das modalidades sugeridas pelos fundadores é que as empresas enviem um funcionário para a casa durante um tempo: nesta situação, esse colaborador continuaria a trabalhar mas num “ambiente mais descontraído que motivasse a produtividade”, como descrevem os fundadores. Um dos objetivos do casal é começar a ir a empresas e fazer-lhes o pitch.
Uma casa com espaço para crescer
Internet, televisão, piscina, bicicleta e secretária. Está tudo incluído, só é preciso levar a mala. A casa tem ainda eventos como brunchs, encontros de mentores e refeições onde cada um leva algo diferente.
Os inquilinos têm idades compreendidas entre os 28 e 39 anos, e dividem-se entre trabalhadores remotos e freelancers, e empreendedores que têm a sua própria empresa. As áreas em que mais trabalham são o design e o marketing. Entre os inquilinos encontra-se também, por exemplo, um coach pessoal e um web developer.
Para os inquilinos trabalharem vão ter um espaço de 250 metros quadrados, pronto no fim de setembro. Por agora, essas atividades são realizadas na sala, ou noutros espaços da casa. O casal tenta dar dicas aos trabalhadores que vão para a casa, quer seja através de ajuda no projeto ou eventos que potenciam o sucesso.
Andrew e Camille vivem na casa também, de forma a ajudar a integração dos empreendedores. Ao mesmo tempo que organizam a casa e desenvolvem o projeto, trabalham noutras coisas. Camille trabalha no mercado imobiliário, principalmente a ajudar franceses a encontrar casas ou prédios para investir. Já Andrew continua a trabalhar remotamente para o Canadá em programação.
Apesar das pessoas que recebem terem sempre algum vínculo laboral ou projeto em mãos, querem começar a receber mais pessoas viradas para a vertente de empreendedorismo e projetos inovadores.
Andrew e Camille ainda querem continuar o projeto, e construir mais casas deste estilo. “Esta é a primeira de muitas”, dizem no seu website. Em Portugal, apontam o Porto ou a Ericeira como próximos locais para uma “Entrepreneur House”. Ambicionam ainda expandir para outros países, como Canadá ou França, onde já viveram e têm maior facilidade na língua.
“Os empreendedores poderiam ficar nas casas consoante viajassem, porque já sabem que vão sempre ter os mesmos standards“, explica Camille. Apesar de o francês ser o mais confortável para o casal, a língua não é um problema, já que falam também português, inglês e espanhol.
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