Trump quer dar uma ajuda a Itália com compra de dívida

Com o menor apetite dos investidores, Itália pode estar em maus lençóis quando for aos mercados em 2019 para colocar até 400 mil milhões de euros. Mas os EUA estarão dispostos a ajudar Giuseppe Conte.

Donald Trump estará disposto a ajudar financeiramente Itália. Durante uma reunião em Washington, que decorreu no final do mês passado, o Presidente norte-americano terá mostrado ao primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, disponibilidade para ajudar o país no financiamento da dívida pública já em 2019.

A notícia foi avançada esta sexta-feira pelo Il Corriere della Sera, que cita oficiais seniores italianos, num artigo em que começa por salientar que os investidores privados estão cada vez mais relutantes em apostar nas obrigações italianas. Sobretudo numa altura em que se aproxima o período de elaboração do Orçamento do Estado e em que há incerteza, por exemplo, em torno das metas do défice.

O recém-empossado líder do Governo italiano esteve na Casa Branca no final de julho e terá falado deste problema a Donald Trump. Da reunião terá saído a garantia de que os Estados Unidos têm abertura para ajudar Itália a financiar-se nos mercados a partir do ano que vem. Em 2019, o país deverá recorrer aos mercados para colocar cerca de 400 mil milhões de euros, mais de metade do valor em títulos de médio e longo prazo, de acordo com o mesmo jornal.

Vários foram os temas debatidos na reunião entre os dois líderes na Casa Branca, no passado dia 30 de julho. Assim, a dívida pública italiana terá sido um deles e o certo é que, como nota o Il Corriere della Sera, Giuseppe Conte publicou no Facebook, após a reunião, um vídeo em que Donald Trump aparece a convidar investidores a apostarem em Itália.

Apesar da oferta norte-americana, o jornal admite que não é claro como é que este cenário se poderá materializar. Isto porque o Governo norte-americano não tem um fundo soberano nem pode coordenar fundos ou influenciar os bancos privados.

Na mesma linha, vale a pena recordar que, há poucos dias, o ministro dos Assuntos Europeus italiano, Paolo Savona, chegou a admitir que, se o Banco Central Europeu não apoiar o processo de financiamento de Itália, o país poderia tentar obter uma “garantia” da Rússia sobre os títulos de dívida pública soberana. Também não é claro como é que isso poderia ser realidade.

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