Galp Energia puxa por Lisboa. Petróleo anima Europa

O petróleo continua a subir nos mercados internacionais. O barril da matéria-prima está a cotar em máximos de quatro anos, negociando já bem acima da fasquia do 80 dólares em Londres, puxando assim pelas empresas do setor. Na Europa, o índice das petrolíferas acelera, já em Lisboa, a Galp Energia dá força ao PSI-20.

O Brent, que serve de referência para as importações nacionais, segue em alta pela terceira sessão consecutiva, batendo máximos de novembro de 2014. Está a valorizar 1,11% para cotar nos 82,10 dólares, de acordo com a Reuters. Em Nova Iorque, o West Texas Intermediate ganha 0,67% para 72,56 dólares.

Esta valorização traduz a expetativa dos investidores em torno de uma quebra na oferta da matéria-prima a nível global, num contexto de crescimento da procura fruto do crescimento económico. A comprovar essa quebra na oferta estão três sinais:

• Os inventários norte-americanos estão em queda, tendo registado na última semana uma redução bem mais excessiva do que a prevista pelos analistas;
• Os Estados Unidos preparam-se para impor sanções ao Irão, reduzindo de forma expressiva a quantidade de barris de petróleo que o país coloca nos mercados internacionais. Podem desaparecer entre um e um milhão e meio de barris do mercado, por dia;
• A OPEP — Organização dos Países Exportadores de Petróleo –, juntamente com a Rússia, recusa-se a aumentar a produção de matéria-prima, isto apesar das ameaças que têm vindo a ser feitas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Perante esta valorização, o Stoxx Europe 600 Oil & Gas sobe 1,72% para 361,27 pontos, batendo máximos de maio. A BP, cujos títulos avançam 2,32% para 583,3 pences de libra e a Shell, que valoriza 2,19% para 29,58 euros, destacam-se, mas todo o setor valoriza, puxando pelos índices do Velho Continente. O Stoxx 600 avança 0,5% para 384,04 pontos.

Em Lisboa, a Galp Energia avança 1,40% para 17,015 euros, subindo pela quarta sessão consecutiva. Uma valorização acentuada que permite à bolsa nacional ganhar 0,32% para 5.378 pontos, num dia em que as outras empresas do setor energético, a EDP e a EDP renováveis, travam os ganhos.

Em destaque está também o BCP que soma 2,13% para 25,87 cêntimos. Os investidores estão a reagir às declarações de Miguel Maya, CEO do banco, que diz ao ECO que espera encerrar o ano com “lucros belíssimos”, acrescentando que está a “fazer tudo” para voltar a remunerar os seus acionistas.