Itália dita nova razia em Lisboa. BCP tomba 15% em 7 dias
Ações do BCP deslizaram 4%, nesta sessão, alargando para 15% a perda acumulada em 7 sessões. São 600 milhões de euros em valor de mercado que "desapareceram". PSI-20 renova mínimos de um ano.
O BCP continua a ser fustigado pela tensão política e orçamental, e pela guerra de palavras entre responsáveis do Governo de Itália e da União Europeia. As ações do banco liderado por Miguel Maya voltaram a registar fortes perdas nesta sessão, que elevam para mais de 600 milhões de euros a quebra do seu valor de mercado, no espaço de apenas sete sessões.
O BCP foi o título que mais pesou numa sessão que voltou a ser negativa na bolsa nacional. O PSI-20 recuou 1,56%, para os 5.122,99 pontos, com apenas três títulos a escaparem ao vermelho. A quebra desta sessão foi a terceira consecutiva para o índice de referência nacional que fixou novos mínimos de mais de um ano (11 de setembro).
As ações do BCP desvalorizaram 4,11%, para os 22,4 cêntimos, registando assim um novo mínimo de mais de um ano (15 setembro 2017). Trata-se da sexta sessão no conjunto das últimas sete em que o título apenas conhece perdas. No balanço desse conjunto de dias de negociação (desde 28 de setembro), o recuo é já de 15%. Daí resulta que, em termos de capitalização bolsista, o BCP encolheu 606 milhões de euros, nesse período.
O banco liderado por Miguel Maya não consegue assim resistir aos ventos nefastos que têm soprado a partir de Itália, já há vários dias. A instabilidade política e orçamental determinada pelo Governo de Giuseppe Conte, a par das permanentes trocas de recados entre os líderes do Governo italiano e da Europa, têm assustado os investidores, penalizado a bolsa e têm feito agravar os juros da dívida soberana de Itália.
Esta segunda-feira volta a ser assim. A taxa de juro da dívida italiana a dez anos a atingir novos máximos de quatro anos e meio e a bolsa de Milão a deslizar mais de 2%, penalizada pelo setor financeiro. Inevitavelmente, o BCP acaba por ser contagiado por toda essa turbulência, razão que justifica o novo tombo sofrido pelas suas ações nesta sessão.
Os principais pares europeus também registam perdas acentuadas. Os títulos da banca europeia caem em torno de 1,5%, com o italiano UBI Banca e o alemão Commerzbank entre os mais penalizados: resvalam mais de 5% nesta sessão.
BCP cai 15% em sete sessões
Novos recados com origem em Itália voltam a marcar a agenda dos investidores nesta segunda-feira. O vice-primeiro-ministro italiano, Matteo Salvini, numa conferência conjunta com a líder da extrema-direita francesa Marine Le Pen, denunciou o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e o comissário europeu da Economia, Pierre Moscovici, como inimigos da Europa. Disse ainda que o seu governo não iria ceder à pressão do mercado e voltar atrás nos seus planos de aumentar o défice orçamental no próximo ano.
“A guerra de palavras está a reforçar a crença de que vamos ter um choque entre Itália e a União Europeia relativamente ao défice”, defendeu Martin van Vliet, estratega de dívida do ING, citado pela agência Reuters.
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