Norte “não deve ter vergonha” de seguir exemplo do Alto Minho
"O Norte tem de perceber que cinco quadros comunitários depois é preciso mudar alguma coisa para deixar de ser, depois de todo este dinheiro, a região mais pobre do país", diz Miguel Alves.
O presidente do Conselho Regional do Norte, Miguel Alves, disse esta segunda-feira que o Norte “não deve ter vergonha de olhar para o Alto Minho como um farol de atuação” na execução dos fundos comunitários na última década.
“O Norte não deve ter vergonha de olhar para o trabalho que o Alto Minho fez nestes últimos dez anos, porque o Alto Minho sinaliza alguns caminhos importantes”, afirmou o socialista Miguel Alves, também presidente da Câmara de Caminha, no distrito de Viana do Castelo.
Miguel Alves que falava em Vila nova de Cerveira, no encerramento do seminário “Alto Minho 2030: Balanço 2014-2020 & Novos Desafios”, para assinalar os dez anos da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho, referiu que após cinco quadros comunitários de apoio executados o “Norte continua a ser a região mais pobre do país “.
“Há um fosso a superar e um caminho estrutural que é preciso fazer e que tem demorado a ser feito“, defendeu o presidente do Conselho Regional do Norte, órgão consultivo da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), acrescentando que, “nessa matéria, o Alto Minho é um farol de referência”.
“O Norte tem de perceber que cinco quadros comunitários depois, o sexto a avançar dentro de dois ou três anos, é preciso mudar alguma coisa para deixar de ser, depois de todo este dinheiro, a região mais pobre do país e uma das mais pobres da Europa”, salientou o presidente do Conselho Regional do Norte, no final de um dia inteiro de debate sobre a estratégia que o Alto Minho pretende implementar até 2030.
Miguel Alves disse que no próximo quadro comunitário de apoio a região Norte “não pode fazer o mesmo com mais força, não pode fazer o mesmo com mais barulho ou mesmo com mais luzes”, considerando que “não se pode limitar a ficar numa postura de reclamar relativamente às injustiças que acontecem”.
“Há dois desafios para corporizar essa mudança, o Plano Nacional de Investimentos, que está a ser fechado e no qual o Norte tem uma palavra a dizer, e o próximo quadro comunitário, que terá menos dinheiro e obrigará mais exigência“, sustentou.
Como “exemplos” da atuação do Alto Minho, Miguel Alves apontou “o modo como tem trabalhado a execução orçamental dos fundos comunitários, cerca de 512 milhões de euros até final de junho de 2018, e a capacidade de congregar municípios e encontrar consensos”.
Apontou ainda “a capacidade de intervenção em temas essenciais, não se deixando ficar nas covas relativamente a nenhum tema, nem no quadro comunitário anterior, nem atual, na reprogramação dos fundos ou no próximo”.
Também presente na sessão de encerramento, o presidente da CIM do Alto Minho, estrutura que agrega os dez concelhos do distrito de Viana do Castelo, defendeu que no próximo quadro comunitário de apoio os municípios da região terão de aprofundar a cooperação.
José Maria Costa, que é também presidente da Câmara de Viana do Castelo, adiantou que no próximo quadro comunitário de apoio terá de ser feito “um trabalho mais profundo em áreas como a mobilidade e uma nova abordagem, mais integrada e participada na qualidade de vida das pessoas, ao nível da saúde e dos equipamentos sociais”.
“São os novos desafios que temos pela frente, associados à inovação”, sustentou José Maria Costa, defendendo a necessidade de a região “atrair cada vez mais talentos”.
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