Moody’s sobe rating da banca. Deixa CGD à beira de sair de “lixo”
Depois de ter retirado Portugal de "lixo", a Moody's melhorou o rating dos principais bancos portugueses. A CGD ficou à beira de sair de "lixo". BCP vê notação de risco melhorada num nível.
Depois de ter retirado Portugal de “lixo” na passada sexta-feira, a Moody’s melhorou o rating dos principais bancos portugueses. A agência subiu a notação da Caixa Geral de Depósitos (CGD) em dois níveis, mas o banco do Estado continuará a ser “investimento especulativo”, ficando a um degrau de ser investimento de qualidade. Em relação ao BCP, há uma melhoria em um nível com instituição a ficar três degraus abaixo de “lixo”.
“Estas ações de rating segue-se à melhoria do rating das obrigações portuguesa para Baa3″, começa por justificar a Moody’s.
A agência norte-americana apenas manteve o rating da Caixa Económica Montepio Geral em B3, melhorando o outlook para positivo. Em relação a CGD, BCP, Santander Totta e BPI, há subidas da notação do risco perante “a melhoria do ambiente operacional” do mercado. Já o rating de Caa2 do Novo Banco (o pior do sistema) está sob revisão para possível subida.
Banco público mira estatuto de qualidade
A Moody’s subiu em dois níveis a notação da dívida da CGD para “Ba1”, um nível abaixo de “lixo”, após o Governo português ter concluído a recapitalização do banco em 2017, “que ajudou a acelerar a limpeza do balanço”. “Como resultado, o rácio de capital CET 1 subiu para 13,6% em junho de 2018, enquanto o nível do crédito malparado (NPL) caiu para 12% face ao ano passado, um valor que compara com a média de 16,1% do setor”, diz a agência.
O outlook (perspetivas de evolução) do banco do Estado é “estável”, incorporando a expectativa de que a “execução do plano estratégico 2017-2020 vai ocorrer com o foco na redução do risco do balanço do banco e na recuperação da rentabilidade”.
BCP com perspetiva positiva
Sobre o BCP, com o aumento do rating para Ba3, veio também uma subida do outlook para “positivo”, o que abre a porta mais melhorias da notação nos próximos meses. A Moody’s diz que melhorará novamente o rating se o banco liderado por Miguel Maya “continuar a reduzir o stock de ativos problemáticos e melhorar a sua capacidade de absorção de risco durante o período do outlook“.
A agência assinala o reforço dos fundamentais do banco, nomeadamente a queda do rácio de ativos não produtivos (NPA), que baixou para 16% no final de junho, menos 4 pontos percentuais face ao ano anterior.
Santander acima da República
Já o Santander Totta continua com um rating (Baa2) um nível acima do que a Moody’s atribui ao país, refletindo a elevada probabilidade de a casa-mãe de apoiar financeiramente a unidade portuguesa. A agência detetou um enfraquecimento de algumas métricas chave com a incorporação do Banco Popular Portugal, como o aumento do rácio de NPL de 8,3% para 9,5%.
BPI sobe dois níveis e fica com melhor rating
Também a suportar a melhoria do rating do BPI está a “elevada probabilidade de apoio da casa mãe CaixaBank”. A Moody’s subiu a notação de risco do banco em dois níveis, para Baa1, sendo o melhor rating no sistema nacional.
Mas há mais pontos a favor do banco liderado por Pablo Forero. “Em particular, a Moody’s considerou: os elevados níveis de capital do banco, que estão, contudo, restringidos pelos riscos decorrentes da exposição do BPI a Angola; o baixo nível de NPA, com um rácio de 4,8%, bem abaixo do sistema nacional; a melhoria das suas métricas de rentabilidade.
Montepio enfrenta desafios de solvência
O Montepio manteve o rating de B3, altamente especulativo. A Moody’s considera que o banco continua a enfrentar “desafios de solvência apesar de progressos graduais em termos de redução do risco do balaço”. O outlook positivo reflete o otimismo da agência relativamente “à execução do plano de transformação do banco”.
Novo Banco espreita melhoria
O banco liderado por António Ramalho tem o pior rating, “Caa1”, estando em revisão para eventual melhoria. A Moody’s diz que o plano de reestruturação poderá ajudar a concretizar essa subida, se o Novo Banco começar a apresentar resultados nas principais métricas, nomeadamente “na melhoria do seu perfil de risco, na transformação das suas operações e na recuperação da sua fraca capacidade de gerar receitas”.
A agência espera concluir a avaliação no terceiro trimestre deste ano.
(Notícia atualizada às 16h36)
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