Reclamações de investidores caem a pique. Totta é o que recebe mais queixas
A CMVM recebeu 228 reclamações de investidores na primeira metade do ano, uma quebra de 76% face ao período homólogo. O Santander Totta foi a instituição alvo do maior número de queixas: 38.
A queixas dos investidores caíram a pique na primeira metade do ano. O número de reclamações que chegaram ao regulador do mercado de capitais baixou para um terço face ao mesmo período do ano passado, que sofreu os efeitos das queixas em torno da PT/Oi. O Santander Totta foi a instituições alvo do maior número de reclamações num período em que as ações suplantaram as obrigações como o principal alvo.
O número de reclamações de investidores ascendeu a 228 nos primeiros seis meses do ano, dá conta a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) no relatório de informação estatística semestral divulgado nesta quinta-feira. Este número representa um aumento de 76% face às queixas acolhidas pelo regulador no mesmo período do ano passado (931).
A acentuada quebra deve-se, segundo explica entidade liderada por Gabriela Figueiredo Dias, ao facto de “o 1º semestre de 2017 ter sido um período atípico em termos de reclamações recebidas“. A CMVM dá conta que rececionou ” um número muito elevado de reclamações relativas a uma única entidade, objeto de uma medida de resolução” naquele período, acrescentando que entretanto se registou “uma diminuição significativa das reclamações direta ou indiretamente relacionadas com o evento de crédito que ocorreu sobre a Portugal Telecom International Finance BV”.
Do total de reclamações acolhidas pelo regulador, 19% tiveram origem no Livro de Reclamações, enquanto 41% foram apresentadas diretamente na CMVM.
A grande maioria das queixas apresentadas incidiram sobre ações (34%), substituindo as obrigações que no mesmo período do ano passado tinham representado 62% do número total. “Registou-se, igualmente, um aumento do peso relativo das reclamações relativas a fundos de Investimento e fundos de pensões e a seguros ligados a fundos de investimento”, dá ainda conta o regulador.
A qualidade da informação prestada foi a principal razão de queixa dos investidores. A principal causa de reclamação foi a qualidade da informação prestada ao investidor e a avaliação do caráter adequado da operação aos seus conhecimentos e experiência em matéria de investimento (30%)“, explica a CMVM. Uma proporção ainda assim bastante menor quando comparada com os 76% verificados no primeiro semestre de 2017.
Já no que respeita às instituições alvo de maior número de queixas destaca-se o Santander Totta, instituição que mereceu 38 reclamações. Seguiram-se o BCP e a Caixa Geral de Depósitos (CGD), tendo estas recebido 37 e 31 reclamações respetivamente.
Em relação ao número de queixas que a CMVM concluiu — 448 –, a maior proporção disse respeito ao Banco Best. A instituição financeira, viu concluído 48 processos, sendo que ao investidor foi apenas dada razão em 25% dos casos. Contudo, por montantes envolvidos, A CGD foi o mais representativo em termos de queixas concluídas: 34.
(Notícia atualizada às 16h05 com mais informação)
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