Ministros de Theresa May dão aval a acordo para o Brexit
A primeira-ministra do Reino Unido diz que os seus ministros aceitaram as condições acordadas com Bruxelas para a saída da UE. Bruxelas fala em acordo que "marca um momento decisivo" nas negociações.
Após cinco horas de reunião, já há fumo branco. O governo britânico reunido em conselho de ministros deu o seu aval às condições acordadas com Bruxelas para o Brexit, deu conta Theresa May em declarações aos jornalistas às portas de Downing Street. Já Bruxelas fala em acordo que “marca um momento decisivo” nas negociações.
“O acordo preliminar de saída foi o melhor que poderia ser negociado“, começou por dizer Theresa May, para logo de seguida acrescentar que “a decisão coletiva do gabinete foi de que o governo deveria apoiar o acordo de retirada”.
A primeira-ministra britânica tem assim assegurado o apoio do elementos do seu governo, mas terá ainda de passar mais um teste na Câmara dos Comuns, numa altura em que se fala na possibilidade de o seu partido avançar com uma moção de não confiança.
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Relativamente ao acordo para o Brexit, Theresa May diz que este “é firmemente no interesse nacional”, que “cumpre a promessa do referendo” e é “uma decisão que protege empregos e a união”.
Após o turbilhão de avanços e recuos nas negociações e as divergências dentro do próprio Reino Unido, a primeira-ministra alerta que “esta é uma decisão que estará sob escrutínio intenso, mas a decisão foi construir um futuro para o nosso país ou voltar à estaca zero e falhar na promessa do referendo.”
Antes de encerrar a sua declaração pública Theresa May deu ainda conta que irá fazer esta quinta-feira uma declaração no Parlamento. “Eu acredito firmemente com a minha cabeça e meu coração que esta é uma decisão que é do melhor interesse de todo o Reino Unido”, conclui.
Foi na noite da passada segunda-feira que Londres e Bruxelas terão fechado as condições do acordo preliminar para o Brexit, enquanto a divulgação pública aconteceu no dia seguinte [terça-feira].
As equipas negociais da UE e do Reino Unido conseguiram fechar um esboço de um acordo sobre o Brexit que evita uma fronteira física entre a República da Irlanda e a Irlanda do Norte, condição fundamental para a manutenção dos Acordos de Paz.
A questão da fronteira entre as duas Irlandas constituiu o principal ponto de bloqueio nos últimos meses. No entanto, ainda não são conhecidos os pormenores nem os contornos exatos do mecanismo que permite manter uma fronteira “invisível”.
Um “momento decisivo” segundo Bruxelas
Bruxelas também já reagiu ao acordo alcançado com entre a União Europeia e o Reino Unido. “Os negociadores da Comissão Europeia e do Reino Unido chegaram a acordo sobre os termos do acordo de retirada do artigo 50.º”, começa por dizer a Comissão Europeia em comunicado, acrescentando que “todos os aspetos do acordo de retirada já foram finalizados e acordados ao nível negocial”.
O organismo europeu liderado por Jean-Claude Juncker diz ainda que o “acordo marca um momento decisivo nas negociações“, recomendando ao Conselho Europeu “que sejam alcançados progressos decisivos nas negociações sobre a retirada do Reino Unido da União Europeia, permitindo a conclusão das negociações sobre o acordo de retirada e seja iniciado o próximo passo do processo”.
A Comissão Europeia dá ainda conta que os negociadores dos dois lados acordaram também um esboço da declaração política sobre as futuras relações UE-Reino Unido”.
“O acordo de saída abrange todos os elementos da retirada do Reino Unido da UE: direitos dos cidadãos, a liquidação financeira, um período de transição, governance, protocolos relativos à Irlanda, Gibraltar e Chipre, bem como uma gama de outras questões da separação”, remata a Comissão Europeia.
(Notícia atualizada pela última vez às 20h50 com a posição da Comissão Europeia)
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