Presidente da República avisa que Portugal precisa de “acordos alargados” para ser sustentável
A sustentabilidade dos sistemas sociais, económicos e políticos estáveis depende de "consensos" difíceis de alcançar numa democracia jovem, indica o Presidente da República.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse no domingo que Portugal precisa de “acordos alargados” para que os sistemas sociais, económicos e políticos possam ser sustentáveis.
“Precisamos de ter sistemas sociais, económicos e políticos e estáveis, e isso é um problema. Precisamos de acordo e acordos alargados, acordos políticos nessas matérias ou não teremos essa sustentabilidade. E precisamos dela agora, precisamos para o futuro”, defendeu.
No discurso de encerramento do jantar comemorativo do 30.º aniversário da Porto Business School, o chefe de Estado sublinhou que esta sustentabilidade depende de “consensos” difíceis de alcançar numa democracia jovem.
“Ou os temos ou não temos. Se não os temos, temos que os construir. É difícil porque não nos podemos esquecer que somos uma democracia muito jovem. Menos de 44 anos de democracia, é muito curto, ainda não é uma tradição, uma cultura cívica, estamos a construí-la todos os dias, todas as semanas, todos os meses e num mundo difícil. À nossa volta há também crises em outros sistemas económicos, sociais e políticos”, afirmou.
Para Marcelo Rebelo de Sousa é esse o caso do Reino Unido que vai sair da União Europeia e é também o caso da União Europeia que, explicou, “tem como desafio tomar grande decisões sobre o futuro comum, de preferência antes das próximas eleições para o Parlamento Europeu”.
Para além disso, acrescentou, há democracias clássicas em crise por conta da revolução digital e movimentos inorgânicos à margem dos partidos clássicos, o que “está a tornar-se um problema”. “Isto gera imprevisibilidade, maior do que nunca, e nós temos que ter previsibilidade e construí-la também em Portugal”, sustentou.
Segundo o Presidente da República, Portugal precisa de uma economia forte para ser forte no mundo, e para isso, acredita, é necessário investir na qualificação.
“Nós precisamos de ser mais e para ser melhores precisamos de pessoas mais qualificadas. Precisamos de melhor educação, mais coesão social, uma sociedade civil forte, melhores condições para o investimento privado, menos custos de contexto, de outra forma não teremos investimento privado no setor exportador. Nós precisamos desse setor, é um setor vital para a economia e nós precisamos de uma economia forte para sermos fortes no mundo”, sublinhou.
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