Emprego no turismo cresce ao triplo do ritmo do resto da economia
Do total da população empregada em Portugal, mais de 9% está no setor do turismo. Na área da hotelaria, o peso do emprego por conta própria é cada vez maior, o que se explica com o alojamento local.
O turismo continua a ganhar peso sobre a economia nacional. Não só o valor gerado pela atividade turística representa uma fatia cada vez maior do valor acrescentado bruto (VAB) gerado pelo conjunto da economia, como este é também dos setores que cria mais emprego. Quase um em cada dez trabalhadores portugueses estão em atividades ligadas ao turismo e há cada vez mais trabalhadores por conta própria na área da hotelaria, sobretudo graças ao alojamento local. As contas são do Instituto Nacional de Estatística (INE), que publica, esta segunda-feira, a Conta Satélite do Turismo, com dados finais relativos a 2016 e algumas estimativas relativas a 2017.
No ano de 2016, um total de 488.003 pessoas estavam empregadas nas atividades características do turismo, o equivalente a 9,3% do total de postos de trabalho em toda a economia nacional nesse ano. Este número representa também um aumento de 7% em relação aos empregos existentes no setor do turismo em 2015; no resto da economia, o número de postos de trabalho aumentou em 2,28% de 2015 para 2016. Considerando apenas os trabalhadores a tempo completo, o turismo empregava 416.817 pessoas em 2016, o equivalente a 9,4% da população empregada em Portugal.
Ao mesmo tempo, o peso do emprego por conta própria tem vindo a aumentar na área de hotelaria, contrariando a tendência que é verificada na restauração e no conjunto da economia. O trabalho não remunerado (designação que o INE dá neste estudo ao trabalho por conta própria) no setor da hotelaria aumentou de 11% do total de trabalhadores na hotelaria, em 2014, para 14% em 2015 e para 17,7% em 2016. No conjunto do setor turístico, a proporção de trabalhadores por conta própria manteve-se praticamente inalterada neste período, estando agora nos 19,8%. O mesmo acontece no conjunto da economia nacional, onde o trabalho por conta própria representa cerca de 21% do total.
Esta evolução na hotelaria “poderá ser parcialmente explicada pelo crescimento do alojamento local”, justifica o INE.
A remuneração média também está a aumentar e o setor do turismo oferece até uma remuneração média, por trabalhador, superior em 3,6% à média do conjunto da economia. Contudo, esta não é uma tendência transversal a todas as áreas do turismo. “Face à economia nacional, a remuneração média por trabalhador foi mais elevada nos serviços auxiliares aos transportes e nos transportes de passageiros; em oposição, as atividades onde a remuneração média foi mais baixa foram os restaurantes e similares, os hotéis e similares e os serviços culturais“, detalha o INE. A restauração e a hotelaria são, precisamente, as duas áreas do setor do turismo que mais empregam, respondendo por quase 65% do total de postos de trabalho do turismo.
Gastos de turistas valem 13,7% do PIB
No relatório divulgado esta segunda-feira, o INE estima que, no ano passado, os gastos de turistas em território nacional tenham ultrapassado os 26,7 mil milhões de euros, o que representa 13,7% do produto interno bruto (PIB) desse ano.
O peso dos gastos dos turistas sobre o PIB nacional tem vindo a aumentar consecutivamente desde 2014, quando a proporção era de 11,9% da economia, como pode ver-se no gráfico em baixo.
Já o valor acrescentado bruto (VAB) gerado pelo turismo no ano passado terá alcançado os 12,6 mil milhões de euros, um aumento de 13,6% em relação a 2016 que faz com que o turismo represente 7,5% do VAB gerado pelo conjunto da economia nacional nesse ano.
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