Grécia: Mecanismo Europeu de Estabilidade realça história de êxito nos resgates

  • Lusa
  • 19 Agosto 2018

O diretor do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), Klaus Regling, congratulou-se com a recuperação da autonomia da Grécia, na saída do último programa de resgate.

O diretor do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), Klaus Regling, congratulou-se hoje com a recuperação da autonomia da Grécia, na saída do último programa de resgate, apontando que o país será “uma história de êxito”.

“Há algum tempo atrás nada faria crer que Portugal, Espanha, Irlanda e Chipre seriam histórias de êxito. Refiro-me sempre a estes países como as nossas quatro histórias de sucesso. Agora poderei incluir a Grécia neste grupo”, seguindo sempre as reformas acordadas, disse hoje Klaus Regling ao diário grego News247.

O responsável do Mecanismo Europeu lamentou o sofrimento que o povo grego suportou durante os anos do resgate, mas realçou os “resultados positivos” conseguidos pelo programa, como o crescimento da economia ou a redução do desemprego, nos últimos três anos.

Klaus Regling apontou a importância de a Grécia continuar as reformas realizadas e concretizar os compromissos firmados com as instituições credoras.

“Os interesses da Grécia, dos gregos e do Governo estão alinhados com os interesses do MEE: é do interesse mútuo que as reformas continuem, que a Grécia beneficie de um bom crescimento e que se crie emprego”, realçou.

À pergunta acerca da possibilidade de revogar a reforma das pensões — uma intenção do Governo grego com o argumento de que as restantes reformas adotadas são suficientes para atingir os seus objetivos financeiros, com base nos resultados de 2016 e 2017 –, o responsável europeu respondeu apontando a obrigatoriedade de cumprimento de todos os acordos alcançados antes do final do programa de resgate.

Acrescentou que o primeiro-ministro, Alexis Tsipras, não precisa do seu conselho porque “sabe o que fazer” quando a Grécia recuperar a sua soberania financeira.

Klaus Regling explicou ainda que a Grécia esteve com programas de resgate mais tempo do que outros países, pelo menos, por três razões:

  • o seu ponto de partida era mais complicado devido ao défice orçamental e à significativa perda de competitividade,
  • a fragilidade da administração
  • e o tempo perdido com as decisões do ministro das Finanças Yanis Varoufakis, em 2015.

Na segunda-feira, a Grécia concretiza a saída do seu terceiro programa de assistência, numa data histórica para o país e para a zona euro, que vira a página sobre oito anos de resgates, deixando o euro de ter qualquer membro sob resgate.

Aquele foi o país europeu mais atingido pela crise económica e financeira, foi o primeiro e último a pedir assistência financeira – e o único “reincidente” –, e a conclusão do seu terceiro programa assinala o fim do ciclo de resgates a países do euro iniciado em 2010, e que abrangeu também Portugal (2011-2014), Irlanda, Espanha e Chipre.

O histórico da crise grega e da zona euro recua, pelo menos, a 2010, altura em que tem lugar a primeira cimeira extraordinária de líderes da UE para discutir o “problema grego”, à luz das revelações de que as autoridades gregas haviam ocultado os verdadeiros dados macroeconómicos do país e manipulado os números do défice público, que era afinal, na altura, de 12,5%, mais do dobro do valor anunciado.

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Semapa destaca “o estilo único de liderança” de PQP

  • Lusa e ECO
  • 19 Agosto 2018

O Conselho de Administração da Semapa expressou hoje o “mais profundo pesar” pela morte do empresário Pedro Queiroz Pereira.

O Conselho de Administração da Semapa expressou hoje o “mais profundo pesar” pela morte do empresário Pedro Queiroz Pereira, que classificou como uma “referência” no meio industrial, em informação remetida ao mercado.

“O Conselho de Administração da Semapa expressa, com muita tristeza, o seu mais profundo pesar pelo falecimento de Pedro Mendonça De Queiroz Pereira, principal acionista do grupo e presidente do Conselho de Administração”, lê-se no comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

De acordo com a Semapa, o empresário foi “uma referência” no meio industrial, com “raras qualidades humanas e profissionais e um notável espírito empresarial”.

A empresa destacou ainda “o estilo único de liderança” de Queiroz Pereira, que foi pautado por uma “gestão de rigor, que permitiu expandir e internacionalizar de forma sustentável” o grupo.

“Mais do que um património, Pedro Queiroz Pereira deixa […] força numa estrutura empresarial […], mas principalmente valores como coragem, independência, frontalidade e honestidade, com que sempre geriu as suas empresas e que deixa como legado a todos os mais de 6.000 colaboradores da Semapa e das suas participadas Navigator, Secil e ETSA”, concluiu.

O empresário Pedro Queiroz Pereira, um dos mais importantes de Portugal, dono da Navigator (antiga Portucel) e da cimenteira Secil morreu este sábado, aos 69 anos.

Segundo a revista Exame, era detentor de uma fortuna avaliada em 779 milhões de euros (em conjunto com a mãe), o que fazia dele o sétimo mais rico do país.

Acionista maioritário do grupo Semapa, proprietário da Navigator, mas também da cimenteira Secil e de negócios na área do ambiente e da energia.

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PR lamenta morte “prematura” do “grande industrial” Pedro Queiroz Pereira

  • Lusa
  • 19 Agosto 2018

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lamentou hoje a morte “prematura” de Pedro Queiroz Pereira, lembrando o “grande industrial” que foi.

Na nota de pesar publicada no portal da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa “apresenta suas sentidas condolências à família de Pedro Queiroz Pereira”.

O Presidente da República lamenta ainda “o prematuro desaparecimento desse grande industrial português”.

O empresário Pedro Queiroz Pereira, um dos mais importantes de Portugal, dono da Navigator (antiga Portucel) e da cimenteira Secil morreu este sábado, aos 69 anos, noticiou hoje a edição online do Expresso, informação entretanto confirmada à Lusa por fonte da Navigator.

Segundo a revista Exame, era detentor de uma fortuna avaliada em 779 milhões de euros (em conjunto com a mãe), o que fazia dele o sétimo mais rico do país.

Pedro Queiroz Pereira era acionista maioritário do grupo Semapa, proprietário da Navigator, mas também da cimenteira Secil e de negócios na área do ambiente e da energia.

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Novo bolívar, uma cripto moeda e aumento de 35 vezes no salário mínimo. Venezuela está “triste”

  • Lusa e ECO
  • 19 Agosto 2018

A partir das 00:00 de segunda-feira entra em circulação uma nova moeda na Venezuela, o bolívar soberano. População está “triste” e preocupada pelo aumento do salário mínimo 35 vezes.

O presidente da Venezuela Nicolás Maduro .Carlos Pozo Albán / Cancillería Ecuador

A partir das 00:00 de segunda-feira entra em circulação uma nova moeda na Venezuela, o bolívar soberano (Bs.S), o resultado de uma polémica reconversão monetária que eliminou cinco zeros ao atual bolívar forte.

A reconversão faz parte de um pacote económico que o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, diz ter como objetivo estabilizar a economia de um país produtor de petróleo que desde 2016 está oficialmente em “estado de exceção e de emergência económica”.

O bolívar soberano visa ainda simplificar as transações e registos contabilísticos e compreende papel-moeda de valor diferente: dois, cinco, dez, 20, 50, 100, 200 e 500 Bs.S) e duas moedas metálicas (de 50 centavos e 1 Bs.S).

Por outro lado, o país passará a ter também a cripto moeda venezuelana o petro, que será a unidade monetária contabilística de uso obrigatório para todas as operações relacionadas com a atividade petrolífera e cujo valor estará indexado ao valor do preço internacional do barril de crude e estará assente nas reservas de vários recursos naturais, como o petróleo, ouro, diamantes e gás natural.

Maduro decretou que o dia 20 de agosto – entrada em circulação da nova moeda -, seja considerado feriado.

A reconversão vem acompanhada de um novo sistema salarial cujo valor terá por base 0,50 de petro e que vai fazer aumentar quase 35 vezes o salário mínimo mensal dos venezuelanos, que passou de 5.19 Bs.S para 1.800 Bs.S (de 1,14 euros para 39,50 euros).

A reconversão e o uso do petro, que os analistas associam à aplicação de um sistema dual como em Cuba – com o peso cubano válido apenas na ilha e o peso convertível, válido para trocar por moeda estrangeira -, faz parte de um pacote económico.

Este pacote inclui o aumento dos preços dos combustíveis para os equiparar aos valores internacionais, uma medida que está a ser contestada pela população e que levou o Governo a anunciar a atribuição de subsídios para a compra de gasolina a quem se registar previamente e tiver o designado “cartão da pátria”, promovido pelo Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), o partido no poder.

A partir de segunda-feira passa também a existir um novo sistema de controlo cambial, que deixará de ter por base o dólar norte-americano, para estar indexado ao petro, e que substitui a legislação que vigorava desde 2003.

A troca de divisas deixa de estar sujeita a penalizações mas continuam a haver restrições para a livre obtenção local, oficial, de moeda estrangeira.

Esta mudança determinará o preço local dos produtos, que deixam de estar vinculados ao bolívar para serem afixados pelo executivo com base na cripto moeda venezuelana.

O Governo promete austeridade e zero de défice fiscal e aumentou o IVA de 12% para 16% exonerando os bens de consumo em massa e de primeira necessidade para a população, tais como alimentos, medicamentos e materiais para a agroindústria e as grandes transações financeiras passarão a pagar entre 0 e 2% de imposto sobre o valor das mesmas.

Vários economistas venezuelanos já expressaram preocupação pelas medidas anunciadas as quais, consideram, contribuirão para o amento da inflação, num país que regista já hiperinflação e que deverá, segundo o Fundo Monetário Internacional terminar 2018 com uma subida anual acumulada de 1.000.000%.

Os economistas estão de acordo que a economia passe a estar indexada ao preço internacional do petróleo mas questionam a confiança do petro, que dizem, não é reconhecido fora do país.

Coincidem que a reconversão monetária e as medidas económicas vão ocasionar, nos próximos dias, confusão nos consumidores, principalmente no setor privado e comercial e advertem que há fatores que poderão levar a um “ambiente de agressiva desvalorização” e a uma etapa de “mais agressiva hiperinflação”.

População está “triste” e preocupada pelo aumento do salário mínimo 35 vezes

Os venezuelanos estão “tristes, preocupados e confundidos” com a decisão do Governo de eliminar cinco zeros ao bolívar forte para convertê-lo em bolívar soberano e aumentar o salário mínimo mensal de 5,9 milhões para 180 milhões de bolívares.

“Tristeza, preocupação e confusão, são as únicas palavras que existem para descrever o que sentimos. Este deve ser o único país do mundo onde ninguém fica contente com um aumento do salário”, explicou uma cidadã à agência Lusa.

Com 55 anos de idade e radicada em Las Delícias, Caracas, Verónica Sánchez, doméstica, casada com um vendedor de água potável, tem dificuldades em entender o que está a acontecer e desabafa: “tiram cinco zeros à moeda e aumentam o salário mínimo entre 35 e 60 vezes, entre 3.200% e 5.900%, dependendo do câmbio que se faça”.

Nervosa e com medo que o país “vá além da hiperinflação” usou, nos últimos dias, quase todo o dinheiro que dispunha para comprar vegetais, alimentos e outros produtos.

“Eu acreditava que o país já tinha tocado no fundo, mas agora percebo que não. Na sexta-feira, depois de [o Presidente da República] Nicolás Maduro anunciar o aumento do salário mínimo (de 5,9 milhões, para 180 milhões de bolívares fortes) tive que tomar uma pastilha para a hipertensão e tive dificuldades para dormir”, frisou.

Carlos Hernández, 60 anos, carpinteiro, usou a tradicional “linha de crédito paralela” (na Venezuela os bancos oferecem créditos rápidos até ao dobro do valor dos cartões de crédito, sem afetar a disponibilidade dos mesmos) para comprar batatas, cebolas, massa, arroz e aveia, que diz que vão subir de preço e que não se estragam facilmente quando guardados.

“Foi a única coisa que pude fazer, porque com a reconversão monetária e a loucura deste aumento do salário mínimo, obriga a pensar como nos podemos proteger. Mas já gastei as poupanças que estavam a perder valor, enquanto tudo sobe de preço”, disse.

Por outro lado, explicou que dentro de semanas acabarão as suas reservas alimentares e terá que “fazer contas à vida” para sobreviver, prevendo que “tudo vai ficar ainda mais difícil do que já era”.

A professora de primária Naigualida Salazar, 30 anos, “não tem palavras” para explicar como será o futuro económico do país e diz que a situação a está “a empurrar a fazer o que muitos companheiros e companheiras já fizeram: emigrar para países vizinhos”.

“Todos os dias nos assombramos por algo. O aumento do salário é uma provocação. Há um mês e meio que os médicos e enfermeiros protestam e não haviam recursos para aumentar-lhes o salário e agora, de repente, aumentam o salário a toda a gente e o governo vai assumir o pagamento dos salários dos empregados das pequenas e médias empresas por 90 dias. Não há como entender isto”, frisou.

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Entrepreneur Houses: nesta casa em Portugal pode trabalhar, viver e dar um mergulho nas pausas

Viver numa casa cheia de empreendedores onde é estimulado o crescimento de novos projetos é o objetivo de um casal francês, que escolheu Belverde para o primeiro espaço da iniciativa.

Trabalhar a partir de casa pode ser difícil, principalmente com todas as distrações disponíveis. Para as pessoas que se concentram melhor se tiverem o burburinho de outros trabalhadores à volta, existe uma casa para empreendedores muito perto da capital portuguesa.

A Entrepreneur Houses foi criada pelos franceses Andrew Barr, de 29 anos, e Camille Ramière, de 24, que ficaram inspirados depois de uma visita a Portugal em outubro passado. O jovem casal vivia em Montreal, no Canadá, onde ela trabalhava numa empresa de alojamento universitário, e ele em programação e IT.

“Ficámos impressionados com o empreendedorismo em Lisboa”, recorda Camille. Viram que várias startups e empresas estrangeiras se estavam a instalar no país, e foram ainda encorajados pela Web Summit, que acreditam ser um evento que chamou mais negócios. Uma ideia formou-se então entre os jovens. Cowork em coliving, ou seja, trabalhar e viver em conjunto com outros empreendedores. O casal conta ao ECO que quer “tornar o trabalho mais relaxado, fomentar a cooperação entre empreendedores, e evitar a rotina casa-trabalho-casa”.

Os fundadores, Camille e Andrew, na casa em PortugalBram Van Oost

Ambos têm um historial de viajar e trabalhar pelo mundo, por isso rapidamente embarcaram no desafio. Já de volta a Portugal, Andrew e Camille alugaram uma casa pronta a ocupar em Belverde, perto da Costa da Caparica, que abriu portas a 1 de março. Demorou apenas umas semanas para terem os primeiros inquilinos, e agora recebem novas pessoas todos os meses.

A casa que já têm a funcionar localiza-se a 20 minutos de Lisboa, e a seis quilómetros da praia. Na casa são bem-vindos “moradores” de todo o mundo, que podem vir a solo ou com uma equipa. Os ocupantes da casa têm vindo de países como Inglaterra, Israel, Austrália, Alemanha e Brasil. E, até agora, ainda não houve reservas de portugueses.

A casa tem espaço para albergar entre sete a dez pessoas, e tem cinco quartos disponíveis, alguns deles de tipologia suíte. Pode-se ficar nos quartos privados a partir de 45 euros por noite, na suíte por 60 euros e na master suíte por 90 euros. Os inquilinos têm-se instalado em períodos que vão desde uma semana a três meses, mas o mais comum é uma estadia de cerca de um mês.

A casa escolhida pela Entrepreneur Houses.Entrepreneur Houses

Outra das modalidades sugeridas pelos fundadores é que as empresas enviem um funcionário para a casa durante um tempo: nesta situação, esse colaborador continuaria a trabalhar mas num “ambiente mais descontraído que motivasse a produtividade”, como descrevem os fundadores. Um dos objetivos do casal é começar a ir a empresas e fazer-lhes o pitch.

Uma casa com espaço para crescer

Internet, televisão, piscina, bicicleta e secretária. Está tudo incluído, só é preciso levar a mala. A casa tem ainda eventos como brunchs, encontros de mentores e refeições onde cada um leva algo diferente.

Os inquilinos têm idades compreendidas entre os 28 e 39 anos, e dividem-se entre trabalhadores remotos e freelancers, e empreendedores que têm a sua própria empresa. As áreas em que mais trabalham são o design e o marketing. Entre os inquilinos encontra-se também, por exemplo, um coach pessoal e um web developer.

Para os inquilinos trabalharem vão ter um espaço de 250 metros quadrados, pronto no fim de setembro. Por agora, essas atividades são realizadas na sala, ou noutros espaços da casa. O casal tenta dar dicas aos trabalhadores que vão para a casa, quer seja através de ajuda no projeto ou eventos que potenciam o sucesso.

Andrew e Camille vivem na casa também, de forma a ajudar a integração dos empreendedores. Ao mesmo tempo que organizam a casa e desenvolvem o projeto, trabalham noutras coisas. Camille trabalha no mercado imobiliário, principalmente a ajudar franceses a encontrar casas ou prédios para investir. Já Andrew continua a trabalhar remotamente para o Canadá em programação.

Apesar das pessoas que recebem terem sempre algum vínculo laboral ou projeto em mãos, querem começar a receber mais pessoas viradas para a vertente de empreendedorismo e projetos inovadores.

Um dos espaços onde se pode trabalhar ou conviver.Entrepreneur Houses

Andrew e Camille ainda querem continuar o projeto, e construir mais casas deste estilo. “Esta é a primeira de muitas”, dizem no seu website. Em Portugal, apontam o Porto ou a Ericeira como próximos locais para uma “Entrepreneur House”. Ambicionam ainda expandir para outros países, como Canadá ou França, onde já viveram e têm maior facilidade na língua.

“Os empreendedores poderiam ficar nas casas consoante viajassem, porque já sabem que vão sempre ter os mesmos standards“, explica Camille. Apesar de o francês ser o mais confortável para o casal, a língua não é um problema, já que falam também português, inglês e espanhol.

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Iniciativa Liberal insinua que Santana Lopes copiou as suas ideias e programa

  • Lusa
  • 19 Agosto 2018

O partido Iniciativa Liberal (IL) acusou Pedro Santana Lopes de se estar a tentar colar aos novos movimentos europeus com quem este partido já está envolvido.

Num comunicado, o presidente do recém-formado IL, que aprovou o seu programa político em maio, questiona por que motivo Pedro Santana Lopes nunca fez nada para mudar a orientação do partido no sentido dos movimentos e partidos liberais europeus, nos quais diz que se inspira.

Miguel Ferreira da Silva vai mais longe e acusa o antigo Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa de querer “vir dar cabo do liberalismo sem pensar que está a condenar o país a mais umas décadas de estatismo”, tudo por causa de um “acerto de contas” com o presidente do PSD, Rui Rio, que quer derrotar.

Este líder partidário afirmou ainda que “Santana Lopes, por coincidência ou não, parece que foi copiar muitos temas do programa da Iniciativa Liberal, como a liberalização da segurança social ou da saúde — quando ainda há poucas semanas dizia que queria mais Estado na saúde”.

Sublinhando que o liberalismo económico e social já é defendido pela IL, Miguel Ferreira da Silva considera que se Pedro Santana Lopes quisesse mesmo renovação, deveria apoiar quem representa essa renovação, em vez de “criar outro partido” com a mesma orientação.

As declarações do presidente da IL surgem depois de, no sábado, ter sido noticiado que o novo partido do ex-primeiro-ministro Pedro Santana Lopes se vai chamar Aliança e que a recolha de assinaturas para se constituir formalmente arranca na próxima semana

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Morreu o empresário Pedro Queiroz Pereira

Pedro Queiroz Pereira era dono da Semapa e da Navigator, duas das maiores empresas portuguesas. Na última mensagem aos acionistas, PQP mostrou "algum desencanto" por causa do travão aos eucaliptos.

Pedro Queiroz Pereira era dono da Semapa e da Navigator, duas das maiores empresas portuguesas. A notícia da morte foi avançada em primeira mão pela edição online do jornal Expresso. Pedro Queiroz Pereira tinha 69 anos.

Pedro Queiroz Pereira era natural de Lisboa e tinha interesses no setor papeleiro e hoteleiro, contando com ativos como o grupo Semapa (Secil e Navigator) e Hotel Ritz.

Marcelo Rebelo de Sousa já veio lamentar a morte de Pedro Queiroz Pereira. “O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa apresenta suas sentidas condolências à família de Pedro Queiroz Pereira, lamentando o prematuro desaparecimento desse grande industrial português“, lê-se numa nota publicada no site da Presidência.

No ranking publicado em julho pela revista Forbes, PQP, como era conhecido, aparecia como o quinto na lista das maiores fortunas em Portugal, avaliada em 1.129 milhões de euros. Segundo a revista Exame, era detentor de uma fortuna avaliada em 779 milhões de euros (em conjunto com a mãe), o que fazia dele o sétimo mais rico do país.

PQP tinha uma postura discreta e nos últimos anos afastou-se da presidência executiva das empresas da qual era acionista, ficando a desempenhar o cargo de chairman. É o caso da Semana, da Navigator e ainda da cimenteira Secil onde era presidente do conselho da administração. A Navigator era uma das joias do seu património, representando 3 % do total de bens exportados por Portugal, tendo um volume de negócios que representa 1% do PIB. Mais de 50 % do total da energia produzida em Portugal a partir de biomassa é gerada pela The Navigator Company e 5% da produção total de energia elétrica em Portugal é gerada pela empresa.

A guerra com Ricardo Salgado

Uma das últimas guerras que travou foi com Ricardo Salgado, envolvendo a irmã Maude Queiroz Pereira, e que culminou com uma separação de ativos dentro da família e o fim das participações cruzadas entre as famílias Queiroz Pereira e Espírito Santo. PQP suspeitava que o grupo GES estaria indiretamente, através de uma participada, a tentar uma tomada hostil da Sodim, a holding da família Queiroz Pereira que controlava a Semapa e a Portucel.

Na guerra quem perdeu foi o banqueiro. Foi nessa altura que PQP garantiu, dentro da família, o controlo dos ativos mais valiosos. Além disso, PQP conhecia por dentro o grupo Espírito Santo e reuniu um dossier com informação sobre empresas do universo Espírito Santo que entregou ao Banco de Portugal, em setembro de 2013. Foi talvez o primeiro a expor, nos bastidores e publicamente, as ligações perigosas existentes no universo GES e alegadas irregularidades, e ajudou a desmascarar e a derrubar um império com quase 150 anos.

Pedro Queiroz Pereira na Comissão Parlamentar de Inquérito à gestão do BES e do Grupo Espírito Santo, em dezembro de 2014.MÁRIO CRUZ/LUSA

E a batalha pelo controlo da Cimpor

Mas as fissuras entre as famílias Espírito Santo e Queiroz Pereira vêm de trás. Nesse ano, Pedro Queiroz Pereira junta-se à Holderbank para lançar uma OPA sobre a Cimpor, numa operação de 4,5 mil milhões de euros e que envolveu o Santander (o BES seria co-líder nos planos iniciais de PQP). Conta o jornalista Filipe Fernandes, no livro ‘As Vítimas do Furacão Espírito Santo‘, que “havia sinais de movimentações que partiam do ministro das Finanças Joaquim Pina Moura, para que Ricardo Salgado encabeçasse a resistência à OPA de Pedro Queiroz Pereira sobre a Cimpor. O BES surgiu, pouco depois, a apoiar a francesa Lafarge na compra de 17% da cimenteira nacional, o que contribuiu para a OPA ser travada, sinal de que estava ao lado de Pina Moura e contra Pedro Queiroz Pereira”.

Pedro Queiroz Pereira considerou que o GES se colocara “contra um sócio com quem tem uma ligação com 70 anos”, tendo na altura acusado Ricardo Salgado de traição. Sem papas na língua, em junho de 2001, PQP deu uma entrevista ao Expresso e anunciou que sairia da administração do BES e chamava “mentiroso” da Pina Moura, na altura ministro de António Guterres. A Cimpor acabaria por ser entregue ao bloco Teixeira Duarte, BCP e Lafarge.

Semapa, Portucel e os 500 milhões em Setúbal

A Cimpor seria para juntar ao portfólio dos cimentos do grupo, que na década de 90 comprou a Secil. Perdida a Cimpor, o grupo ganharia músculo e dimensão, em 2004, ao comprar 30% da Portucel, uma gigante do setor do papel.

A compra de um bloco de 30% de capital da Portucel, em junho de 2004, anteriormente detido pelo Estado Português, e a subsequente OPA realizada em setembro, permitiram ao Grupo Semapa assegurar uma participação maioritária, correspondente a 67,1 % do capital social. A Semapa teve de alienar alguns ativos, como a Enersis e 49% da Secil para financiar a compra.

Na privatização, prometeu e cumpriu. Quatro anos mais tarde, o grupo Portucel Soporcel lançou a primeira pedra da sua nova fábrica de papel em Setúbal, na qual investiu mais de 500 milhões de euros, para acelerar o ritmo de crescimento da empresa. Em 2009, na inauguração da nova fábrica, Pedro Queiroz Pereira disse que “o grupo passará a representar cerca de 4% do total das exportações nacionais”, quando a nova fábrica atingisse a plena capacidade, em 2011. “Este investimento possibilitará ao Grupo reforçar a sua presença na Europa e EUA, aumentando igualmente a sua penetração noutros mercados internacionais”, referiu. Assim aconteceu.

 

A última mensagem aos acionistas

O empresário, em 2016, numa entrevista ao jornal Expresso, chegou a ameaçar cancelar os investimentos que a Portucel (antiga denominação da Navigator) tinha previsto para Portugal, na sequência da decisão do Governo de travar a expansão da área de eucalipto no país, no âmbito do acordo alcançado com o Partido Ecologista os Verdes. Um tema polémico que regressou à agenda política depois dos incêndios de Pedrógrão Grande e de outubro de 2017.

No último relatório e contas da empresa, relativo a 2017, PQP mantinha uma visão muita crítica sobre a política para o eucalipto, a matéria-prima para a produção do papel. Este é um excerto da última mensagem de Queiroz Pereira aos acionistas da Navigator, em que o empresário mostrava “algum desencanto”.

“Esta colaboração [com fornecedores], realizada de forma direta e em cooperação com outras entidades, tem permitido que a fileira florestal do eucalipto tenha em Portugal uma vitalidade que outros setores ganhariam em replicar, introduzindo uma dinâmica concorrencial que fomentaria a modernização de todo o setor florestal.

É o que eu esperaria que se verificasse, e o que seria vantajoso que acontecesse. Em vez de medidas positivas, porém, anunciam­-se barreiras e obstáculos à plantação e replantação de eucalipto, que é discriminado em relação a outras fileiras florestais, sem qualquer justificação económica ou ambiental e com a consequência, imediata e a prazo, de um ainda maior abandono de propriedades rurais em Portugal.

Haverá, como é óbvio, o agravamento do já muito oneroso peso das importações de matéria­-prima para a indústria de pasta de eucalipto. Perdem as empresas deste setor, que veem agravada a sua competitividade externa, e perde o País, sob a forma de escoamento de divisas e de destruição de postos de trabalho.

Devo reconhecer que esta perspetiva me provoca algum desencanto, por me obrigar a concluir que, em vez de se melhorar os nossos fatores endógenos de competitividade, se torna cada vez mais difícil a vida das empresas produtivas e mais arriscados os investimentos. Quando, um pouco por todo o lado, renascem, sob formas mais ou menos encapotadas, barreiras protecionistas, bem se dispensava este levantar artificial de obstáculos internos. Decididamente, não parece ser este o caminho para evitar a desindustrialização.”

PQP, o piloto de automóveis

Pedro Queiroz Pereira viveu no Brasil entre 1975 e 1987, país para onde se mudou a família depois das nacionalizações.

Antes de ser um empresário reconhecido, Pedro Queiroz Pereira era famoso pelo nome de guerra nas corridas de automóveis, PQP, como recorda o Dinheiro Vivo neste perfil sobre o empresário: “Como muitos herdeiros dos grandes industriais cujas empresas foram nacionalizadas, Queiroz Pereira ruma ao Brasil depois da revolução. Vive uma vida descontraída, entre a gestão de alguns negócios da família e a paixão pela competição automóvel, tornando-se amigo do piloto brasileiro Ayrton Senna”.

(Notícia atualizada às 10h30)

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Quantas filiais de empresas estrangeiras têm operações em Portugal?

As filiais estrangeiras exibiram melhor desempenho em quase todos os principais rácios económicos quando comparadas com as restantes empresas, revela o INE.

Atrair investimento direto estrangeiro é uma das maiores ambições de todas as economias. Ajuda a criar empregos, produzir riqueza, dar saltos tecnológicos, criar novas competências… As vantagens são múltiplas. Portugal não é exceção e não são poucas as vezes que Portugal disputa, taco a taco com outras geografias, a localização de uma determinada fábrica ou empresa.

Muito recentemente, o país perdeu a corrida para a fábrica da Tesla, mas em compensação ganhou outras: como a Google, que decidiu implementar em Portugal uma unidade de formação e desenvolvimento do Android, Daimler e Uber já aceleraram até Lisboa e segue-se a Zalando, a plataforma de moda online líder na Europa, que vai abrir em Lisboa o terceiro centro tecnológico internacional. Euronext, Vestas e Fujitsu também escolheram o norte do país.

Mas quem já está no país quer continuar a estar e até tem vindo a reforçar os investimentos já realizados. É o caso da Bosch, da Volkswagen, da Mercedes-Benz ou da Microsoft. Mas a lista poderia ser muito maior: Siemens, Continental Mabor, Embraer, Coindu, Enercon, Gabor, Grohe e Preh.

No fim de contas estamos a falar de quantas empresas? Números atualizados não existem. Os mais recentes remontam a 2016. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), em Portugal existiam nesse ano 6.360 filiais de empresas estrangeiras a operar em Portugal. Na sua maioria sedeadas no continente europeu (80%), representaram 25,6% do volume de negócios gerado pelas empresas do setor não financeiro e empregaram 420 mil pessoas, o que representou um crescimento de 2,9% face ano anterior.

O INE, nas suas estatísticas da globalização, publicadas a 23 de outubro de 2017, sublinha que “as filiais estrangeiras exibiram melhor desempenho em quase todos os principais rácios económicos quando comparadas com as restantes sociedades no ano de 2016“. Por outro lado, entre as filiais estrangeiras, “as detidas por países da União Europeia tiveram melhores indicadores económicos que as extra-UE”. Só a título de exemplo, as filiais de empresa estrangeiras registarem uma produtividade 1,8 vezes superior à das empresas nacionais. Este é o indicador onde a disparidade é maior. Já ao nível da autonomia financeira e de liquidez, as filiais estrangeiras apresentam um crescimento mais elevado que nas sociedades nacionais, mas ainda inferiores em valor absoluto. As empresas nacionais apresentam o melhor desempenho ao nível da rendibilidade das vendas, quer em valores absolutos, quer em termos de taxa de crescimento.

Em 2016, as filiais estrangeiras registaram crescimentos na ordem dos 3% no volume de negócios, que comparam com 1,8% nas sociedades nacionais, e de 5,5% no VAB (5,3% nas nacionais). As estatísticas permitem também perceber que as empresas estrangeiras pagaram mais aos seus funcionários (+3,3% face a 2015), o que corresponde a 7,8 mil milhões de euros. Ou seja, em média, os funcionários destas empresas receberam 1.326 euros por mês (durante 14 meses), enquanto nas sociedades nacionais esse valor desce para 879 euros por mês.

O país que tem o maior número de filiais em Portugal é Espanha com 24% do total, seguindo de França, Estados Unidos e Alemanha. Mas ao nível do Valor Acrescentado Bruto (VAB) o topo do pódio é ocupado por França, seguido de Espanha, Alemanha, Estados Unidos e Reino Unido. Apenas três países (França, Espanha e Alemanha) concentraram 54,5% do total do VAB gerado por filiais de empresas estrangeiras. “Acentuou-se a importância destes países, que em 2010 já detinham 49,6% do VAB gerado”, sublinha o INE.

Ao contrário do que se possa pensar, a maior parte das empresas de capital estrangeiro presentes em Portugal não têm um perfil exportador. Das 6.360, só 1.598 eram exportadoras. Por outro lado, a larga maioria são pequenas e médias empresas: 5.984.

“Os setores da Agricultura e Pescas, Indústria e Energias e dos Transportes e Armazenagem registaram uma evolução positiva de 2015 para 2016. Apesar do ligeiro decréscimo, o setor da Informação e Comunicação continuou a registar o maior VAB gerado por filiais estrangeiras, sendo também o setor onde quer as filiais intra-UE quer as filiais extra-UE apresentaram um maior peso no VAB (44,0% e 8,1%, respetivamente)”, acrescenta ainda o INE.

É preciso recuar a 2011 para ter um ano com mais filiais de empresas estrangeiras em Portugal e, tendo em conta os novos investimentos já anunciados em Portugal, as estatísticas podem revelar um novo crescimento em 2017 e 2018, nem que seja à boleia das empresas imobiliárias.

Só em 2011 havia mais filiais estrangeiras em Portugal

Fonte: INE

De acordo com o último Inquérito de Atratividade da EY, em 2017 Portugal atraiu 68 novos projetos de investimento estrangeiro. Os investidores que mais capital colocaram no país foram os norte-americanos, que mostraram interesse em 17 projetos, seguindo-se os franceses (13), os britânicos (10) e os espanhóis (10). No total, e constituindo um novo recorde, foram 95 os projetos que receberam a confiança — e o dinheiro — dos investidores estrangeiros, um crescimento de 61% face à análise anterior. Estes investimentos criaram um valor recorde de postos de trabalho — quase oito mil.

 

Quanto custa produzir uma bola de Berlim? Os portugueses bebem muita cerveja? Quanto ganha um motorista da Uber? E um presidente de junta? A quem é que Portugal deve mais dinheiro? 31 dias e 31 perguntas. Durante o verão, o ECO preparou a “Sabia que…”, uma rubrica diária para dar 31 respostas.

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Nicolás Maduro aumenta em 35 vezes o salário mínimo na Venezuela

  • Lusa
  • 18 Agosto 2018

O Presidente da Venezuela anunciou o aumento do salário mínimo de 5.196.000 para 180.000.000 bolívares, ou seja, 35 vezes superior ao que os venezuelanos recebem atualmente.

O Presidente da Venezuela anunciou o aumento do salário mínimo de 5.196.000 para 180.000.000 bolívares (de 1,14 euros para 39,50 euros), ou seja, 35 vezes superior ao que os venezuelanos recebem atualmente.

O novo salário mínimo dos venezuelanos, anunciado na sexta-feira à noite, equivale a 1.800,00 bolívares soberanos, a moeda que entrará em vigor a partir da segunda-feira 20 de agosto, data em que a reconversão eliminará cinco zeros do atual bolívar.

“O salário mínimo ficará [fixado] em meio petro (cripto moeda venezuelana), 18.00 bolívares soberanos”, disse Nicolás Maduro durante uma intervenção televisiva a partir do palácio presidencial de Miraflores.

Na prática o salário aumenta 3.214%, ou seja, 35 vezes. Os preços dos produtos deixarão também de estar ancorados ao dólar, porque essa moeda deixará de ser uma referência no país e será substituída pelo virtual Petro.

“Esgotou-se o jogo do dólar paralelo e o mecanismo para fixar os preços com esse jogo. Nós vamos fixar os preços ancorados ao Petro”, disse, vincando que a cripto moeda venezuelana se converterá numa unidade de intercâmbio económico nacional e internacional.

O aumento do salário faz parte do novo “Programa de Recuperação Económica, de Crescimento e Prosperidade” que, segundo o chefe de Estado, estará adaptado à realidade venezuelana e poderá reverter os efeitos da guerra económica nacional e internacional.

“O Governo dos Estados Unidos vem fazendo a guerra em distintas modalidades para evitar que a República possa fazer as suas compras internacionais, para conseguir a asfixia internacional”, disse Nicolás Maduro, admitindo que os EUA têm conseguido “causar danos”.

Como parte das novas medidas, o IVA passará de 12% para 16% e as grandes transações financeiras passarão a pagar entre 0 e 2% de imposto sobre o valor das mesmas.

Por outro lado o Governo venezuelano assumirá, durante 90 dias, o pagamento da diferença do novo salário das indústrias médias e pequenas do país.

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Agências Moody’s e Standard & Poor’s baixam ‘rating’ da dívida da Turquia

  • Lusa
  • 18 Agosto 2018

As agências Moody’s e Standard & Poor’s baixaram hoje o ‘rating’ da dívida soberana da Turquia perante a queda da lira e a política económica do país, noticiou o diário turco Hürriyet.

“Decidimos baixar a qualificação da divida soberana [da Turquia] a longo prazo em moeda estrangeira de BB- para B+ e de longo prazo em moeda local de BB- para BB”, disse, em comunicado, a Standard & Poor’s, citada pelo Hürriyet.

Com o novo ‘rating’ a agência indicou que a compra de dívida soberana da Turquia é um negócio inseguro e especulativo, com uma avaliação dos riscos com perspetiva (‘outlook’) “estável”, não prevendo mudar a nota nos próximos 12 meses.

Por sua vez, a Moody’s reduziu a avaliação da dívida turca de Ba2 para Ba3, e alterou a perspetiva de “estável” para “negativa”, não descartando a possibilidade de uma nova descida.

Já a agência de notação financeira Fitch, que mantém o ‘rating’ da Turquia desde meados de julho, quando baixou de BB+ para BB com perspetiva “negativa”, emitiu um comunicado onde lamenta a “resposta política incompleta” do Governo turco à desvalorização da lira.

Na sexta-feira, a lira turca cedeu mais de 5% em relação ao dólar e ao euro, invertendo a subida registada nos últimos dias após a queda verificada devido à tensão política e comercial com Washington. Contudo, na manhã de sexta-feira, a lira turca seguia a recuperação sentida nos últimos quatro dias.

Esta recuperação iniciou-se depois de o banco central turco ter realizado um leilão para captar depósitos em dólares a troco de liras a uma taxa de juro de 19,25%, isto é, 1,5 pontos percentuais acima da taxa base.

O banco central também aumentou os juros de alguns depósitos e limitou as transações dos bancos turcos com investidores estrangeiros.

O Governo turco negou na quinta-feira que o país necessite de um resgate do Fundo Monetário Internacional (FMI) e prometeu fazer reformas para reduzir a taxa de inflação elevada e aumentar o défice orçamental primário (sem juros da dívida).

A lira turca, em dificuldades há vários meses, registou uma queda muito acentuada face ao dólar em 10 de agosto, após o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter anunciado na rede social Twitter a duplicação das tarifas impostas às importações de aço e de alumínio provenientes da Turquia.

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Finanças fazem contas à descentralização antes de saberem quantas câmaras aderem

As câmaras ainda não disseram que novas competências querem assumir em 2019, mas a DGO vai começar a fazer contas à transferência das verbas que vão financiar a descentralização.

As equipas que estão a preparar o Orçamento do Estado (OE) para 2019 não vão esperar pela informação final sobre a adesão das autarquias à descentralização no próximo ano para fazer previsões sobre as verbas a transferir para as câmaras. O prazo para os municípios decidirem só será conhecido através do OE, em outubro, e dos diplomas setoriais, mas a Direção-Geral do Orçamento (DGO) impôs já o prazo de 27 de agosto aos serviços públicos para identificar as verbas a passar para as autarquias.

Esta é a conclusão que resulta do cruzamento dos prazos previstos na circular com as instruções de preparação do OE 2019, que a DGO publicou no início de agosto, e a alteração de prazo que o Governo assumiu esta sexta-feira à lei-quadro da transferência de competências para as autarquias e para as entidades intermunicipais publicada esta quinta-feira em Diário da República.

A circular contém um quadro onde estão fixados os prazos de envio dos elementos à DGO para elaboração do OE. Até 27 de agosto, os serviços da administração central — onde estão também incluídas as entidades públicas reclassificadas — têm de fazer a “identificação da despesa e receita potencial a transferir no âmbito da descentralização de novas competências para os municípios”.

Mas nesta altura, os organismos públicos ainda não terão informação fechada sobre que autarquias vão assumir já novas competências em 2019 e, entre as que querem dar já este passo, que competências estão dispostas a assumir entre o leque de novas responsabilidades possível.

O prazo final de reporte das câmaras à Direção-Geral das Autarquias Locais (DGAL) não é ainda conhecido. A lei-quadro estabelecia que, “até 15 de setembro de 2018, as autarquias locais e entidades intermunicipais que não pretendam a transferência das competências no ano de 2019 comunicam esse facto à DGAL, após prévia deliberação dos seus órgãos deliberativos nesse sentido”. No entanto, no dia em que a lei entrou em vigor (sexta-feira), o Governo deixou cair este calendário, “prorrogando o prazo”, como afirmou o Ministério da Administração Interna, liderado por Eduardo Cabrita, e que tem a tutela das autarquias.

O Executivo não revela qual será o novo prazo, remetendo essa definição para o OE 2019 que será conhecido a 15 de outubro e para os diplomas setoriais, que ainda têm e ser consensualizados com os autarcas. Apesar disso, nas declarações que fez à Lusa onde antecipou a prorrogação do prazo, o presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), Manuel Machado, indicou que o novo prazo será o final do ano. O novo prazo limite será sempre posterior ao que foi estabelecido para os serviços públicos fazerem contas à primeira fase de descentralização.

A informação sobre as verbas a transferir para as autarquias terá de fazer parte do Orçamento do Estado para 2019, que o Governo tem de entregar no Parlamento até 15 de outubro.

O ECO questionou o Ministério das Finanças sobre o calendário fixado pela DGO, mas não obteve resposta até à publicação deste texto.

O pacote legislativo da descentralização foi aprovado em julho, no Parlamento, e promulgado pelo Presidente da República em agosto. O processo foi muito criticado pelos parceiros do Governo que temem insuficiência de verbas — esta legislação foi aprovada pelo PS e pelo PSD — e até por um deputado socialista. De Belém chegaram também recados ao Executivo e ao Parlamento, a que os autarcas também se juntaram.

Na Assembleia, quando este diploma e a lei das finanças locais foram discutidos, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, que tem a tutela das autarquias, apresentou números sobre a descentralização. Ao todo, o processo corresponde à transferência de quase 890 milhões de euros da Administração Central para as autarquias, 797 milhões dos quais para financiar as despesas de educação. No entanto, estes números estão suborçamentados.

Na educação, o montante foi calculado com base em dados que não correspondem aos gastos que o Ministério da Educação tem atualmente com os salários do pessoal não docente, que são mais de 43.200. A base de cálculo usada foi a execução orçamental de 2016 e, neste ano, os funcionários públicos ainda estavam a recuperar salário, depois dos cortes aplicados a partir de 2011. O Governo disponibilizou-se para atualizar estes cálculos. Mas ainda não são conhecidos números novos.

A transferência de competências abrange as áreas da educação, ação social, saúde, proteção civil, cultura, património, habitação, áreas portuário-marítimas, praias, informação cadastral, gestão florestal e áreas protegidas, transportes e vias de comunicação, atendimento ao cidadão, policiamento, proteção e saúde animal, segurança dos alimentos, segurança contra incêndios, estacionamento, jogos de fortuna e azar e freguesias.

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Professores apelam ao PCP e BE para chumbarem o Orçamento do Estado

  • ECO
  • 18 Agosto 2018

Mário Nogueira, líder da FENPROF, avisa o Governo que “corre o risco de não conseguir aprovar o próximo” Orçamento por causa da contabilização do tempo da carreira dos professores.

“Se o primeiro-ministro não cumprir aquilo a que se comprometeu, terá de explicar por que razão enganou aqueles que lhe aprovaram o Orçamento de 2018. E corre o risco de não conseguir aprovar o próximo”, avisa Mário Nogueira, líder da FENPROF, em declarações ao Expresso [acesso pago].

Também João Dias da Silva, da FNE, considera que “os três partidos” que apoiam o Governo na Assembleia da República “não poderão aprovar um Orçamento” que não reflita os efeitos da contabilização integral do tempo de carreira dos professores que esteve congelados.

Os sindicados não abdicam assim dos nove anos, quatro meses e dois dias, uma posição que também é defendida pelo PCP e Bloco de Esquerda. O Governo, — que propôs, em alternativa, a contabilização de dois anos, nove meses e 18 dias, — diz que os parceiros do Governo “estão errados” na interpretação da norma do Orçamento aprovado no ano passado sobre o descongelamento de carreiras.

Em entrevista ao Expresso, e confrontado com a posição dos parceiros de esquerda que acham que se deve contar os nove anos, António Costa responde assim: “Acham, mas estão errados. Basta ler a norma para ver que ela não diz isso. E a melhor demonstração de que não o diz é que entenderam depois aprovar uma recomendação que dissesse o que a norma não diz”.

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