5 coisas que vão marcar o dia

  • Juliana Nogueira Santos
  • 22 Maio 2018

O Banco de Portugal divulga vários dados estatísticos, a COTEC muda de liderança e a Sonae Capital apresenta os resultados do primeiro trimestre. 

Zuckerberg vai ao Parlamento Europeu na primeira paragem da “digressão de pedidos de desculpa”, enquanto Trump recebe o homónimo sul-coreano na Casa Branca. Por cá, o Banco de Portugal divulga vários dados estatísticos, a COTEC muda de liderança e a Sonae Capital apresenta os resultados do primeiro trimestre.

Banco de Portugal divulga dados económicos

O Banco de Portugal divulga esta terça-feira vários dados económicos, entre estes está a capacidade de financiamento da economia nacional, as receitas e despesas do Estado, tudo isto relativo a março. Já em relação a maio, são conhecidos os indicadores da atividade económica e os da população, emprego e salário, fechando assim as contas do primeiro trimestre do ano.

Zuckerberg defende-se no Parlamento Europeu

Mark Zuckerberg inicia em Bruxelas aquela que já é apelidada pelos meios de comunicação social de “digressão de pedidos de desculpa”. O líder do Facebook vai ao Parlamento Europeu, a “convite” de Antonio Tajani, para justificar o caso Cambridge Analytica, que resultou na divulgação de dados pessoais de milhões de pessoas, e responder às perguntas dos deputados. A audiência vai ser transmitida em direto no site do Parlamento Europeu.

Francisco Lacerda dará lugar a Isabel Furtado na COTEC

Em Évora, Francisco Lacerda dirá adeus à liderança da COTEC. No âmbito do 15.º Encontro Nacional de Inovação, com o tema “Prosperar na Tempestade Perfeita” vai estar em debate o futuro das empresas. Serão ainda entregues os prémios de inovação da instituição. Por fim, e na assembleia-geral à porta fechada, o nome da gestora Isabel Furtado será proposto para assumir o cargo de presidente da direção no próximo triénio.

Donald Trump reúne-se com uma das Coreias

O Presidente norte-americano, Donald Trump, recebe o seu homólogo da Coreia do Sul, Moon Jae-in, em Washington. Em cima da mesa estarão assuntos como a desnuclearização do vizinho de Jae-in, Kim Jong Un, os pontos de acordo e desacordo entre os dois países e a possibilidade de estabelecer novas parcerias económicas.

Sonae Capital apresenta resultados trimestrais

A Sonae Capital apresenta esta terça-feira os resultados relativos ao primeiro trimestre do ano, após ter fechado um ano de muitos investimentos e prejuízos avultados. A empresa de capital de risco liderada por Cláudia Azevedo, fechou o ano de 2017 com prejuízos de 6,5 milhões de euros no ano passado. Mesmo assim, os resultados não impediram a empresa de manter o dividendo pago aos acionistas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Estados Unidos impulsionam vendas da Olbo & Mehler

Empresa de têxteis técnicos de capitais alemães tem como objetivo duplicar o peso do mercado americano. Meta é atingir os 45 milhões de faturação em 2020.

A Olbo & Mehler, empresa de origem alemã, especialista na produção de têxteis técnicos para a indústria automóvel, farmacêutica e petrolífera, entre outras, quer crescer à custa do mercado dos Estados Unidos, para um total de 45 milhões de euros até 2020.

Alberto Tavares, presidente executivo da empresa adianta ao ECO que “o objetivo é duplicar o volume de negócios no mercado americano para os 14 milhões de euros no espaço de dois anos”. A Olbo & Mehler faturou em 2017, um total de 41 milhões de euros.

O mercado americano pela sua dimensão e pelo seu elevado poder de compra é determinante para a empresa de têxteis técnicos.

Muito vocacionada para a exportação, as terras do Tio Sam pesam já entre 15 a 20% do total das vendas da Olbo & Mehler. Mas o objetivo, reforça o líder da empresa, é “crescer num mercado onde os negócios dos têxteis técnicos já valem quase tanto como na Europa”.

Numa análise detalhada pelos mercados externos da têxtil, Alberto Tavares refere que a Alemanha, com um total de 25% das vendas, é o principal destino das exportações da Olbo & Mehler. A esta acrescenta “o resto da Europa, que pesa 45%”. “Depois há os mercados dos Estados Unidos”, frisa acrescentando “mercados marginais como a África do Sul, Austrália”, para onde vendem “um milhão de euros”, o Brasil e a Índia.

Bastante otimista quanto ao futuro, Alberto Tavares desvaloriza os últimos dados que dão conta de um abrandamento das exportações nacionais.

Para Tavares é preciso ter em conta “as políticas protecionistas de alguns países, a começar pelos Estados Unidos, porque se avançarem é possível que as exportações arrefeçam de facto. E aí Portugal pode ressentir-se”. “Porém penso que as exportações vão continuar a crescer”, afiança.

De resto, o CEO da Olbo & Mehler, ex-quadro da Sonae Indústria, diz que, por agora, “as medidas de Trump não os afetaram nem beneficiaram, para já são apenas retórica política”.

Sem concorrência direta em Portugal, os maiores concorrentes vem da “República Checa, onde existe um concorrente que tem uma unidade industrial muito parecida com a que temos aqui em Portugal”. Alberto Tavares diz mesmo que a “nível internacional também não há quem faça” o que fazem na unidade de Famalicão. “Pode é haver determinados segmentos concorrentes”, admite.

Mas que produtos faz a Olbo?

Os produtos made in Olbo & Mehler são inúmeros. Tecidos para correias de distribuição, interiores de corrimões de escadas rolantes, sistemas de airbag, telas para transporte de minério, telas para asfalto nas estradas, borrachas de silicone para frascos de insulina e tecidos para o revestimento dos coletes à prova de bala, são alguns dos artigos que todos os dias são produzidos em Famalicão. A que se junta ainda um têxtil fabricado com basalto tratado, fortemente resistente ao calor e ao fogo e que valeu inclusive um prémio à empresa.

Mas para tudo isto, alerta, Alberto Tavares é necessário fazer uma grande aposta na inovação. A Olbo & Mehler tem atualmente uma equipa composta por sete engenheiros só a “trabalhar no desenvolvimento de novos produtos, havendo dois que estão a pensar nas tendências do futuro”. Alberto Tavares refere ainda a importância da ligação à Universidade, sobretudo ao Minho e ao departamento de polímeros.

A Olbo & Mehler nasceu na Alemanha em 1930. A empresa é detida pelo grupo Kap, e é a partir do país de origem que coordena toda a atividade comercial e de marketing. A estas equipas juntam-se duas unidades industriais, uma em Portugal e outra na República Checa.

Em Portugal o grupo emprega 300 pessoas e centra a sua atividade no setor automóvel e nas correias de distribuição, enquanto que a República Checa é uma unidade mais centrada no setor da construção.

Alberto Tavares lembra que o grupo alemão investiu em Portugal devido ao grande know how ligado ao têxtil que existia em Famalicão. O mesmo racional económico que levou o grupo Kap a investir quatro milhões de euros há cerca de um ano, no desenvolvimento da fábrica de Famalicão “através da incorporação de novas atividades de valor acrescentado”. Um investimento que já está a dar os primeiros frutos.

Maior rotatividade de quadros

A falta de mão-de-obra começa a ser apontada pelos empresários como um dos constrangimentos ao crescimento. Na Olbo & Mehler o problema ainda não se fez sentir. Porém, o responsável pela empresa admite que hoje “existe uma maior rotatividade dos quadros”. “E se dantes saiam para o estrangeiro hoje a mudança acontece dentro de Portugal”, diz.

No entender do CEO da empresa de origem alemã, isto deve-se “à maior procura da indústria por este tipo de engenheiros”. Um problema que a Olbo entende que se resolve com “salários adequados e sobretudo com a motivação dos trabalhadores”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Sonae vai colocar em bolsa retalho alimentar e negócio imobiliário

A Sonae já definiu o perímetro da empresa de retalho que poderá vir a colocar em bolsa. A escolha de Paulo Azevedo recai na Sonae MC e Sonae RP.

A Sonae já definiu o perímetro da empresa de retalho que poderá vir a colocar em bolsa, devendo este recair sobre a Sonae MC e a Sonae RP , avança a empresa em comunicado enviado na noite desta segunda-feira, à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Ou seja, as empresas de retalho alimentar e a unidade responsável pela gestão do portefólio de imobiliário de retalho da Sonae.

“O portefólio de retalho potencialmente sujeito à entrada em bolsa incluiria a Sonae MC, o negócio líder de mercado na área de retalho alimentar, e a Sonae RP, a entidade que gere a propriedade imobiliária de retalho da Sonae”, pode ler-se no comunicado.

Como era esperado a escolha recai sobre a Sonae MC, detentora da insígnia Continente, a que se junta a Sonae RP, detentora do parque de lojas próprias do grupo.

No mesmo documento, a Sonae adianta que “continua a analisar a possibilidade de listar parte do portefólio de retalho da empresa, no qual a Sonae manterá uma posição maioritária”.

A empresa co-liderada por Paulo Azevedo e Ângelo Paupério diz ainda que “esta potencial operação é consistente com o princípio estratégico da Sonae de criar valor para os acionistas e de garantir as melhores condições para que as suas empresas cresçam e reforcem as suas posições competitivas“.

A operação foi anunciada em março na apresentação de resultados do grupo, tendo Paulo Azevedo referido que havia “investidores interessados”.

Tal como o ECO já tinha avançado em primeira mão, a Sonae escolheu “o Barclays, o BNP Paribas e o Deutsche Bank para organizar reuniões exploratórias com potenciais investidores para uma possível entrada em bolsa”.

A Sonae reforça ainda a ideia de que “nesta fase não foi ainda tomada qualquer decisão formal, sendo que a Sonae manterá o mercado atualizado”.

Segundo os últimos números do grupo Sonae, referentes ao primeiro trimestre do ano, o retalho alimentar foi responsável por um volume de negócios de 940 milhões de euros. Já a Sonae RP fechou o trimestre com um portefólio de 20 lojas Continente, 60 lojas Continente Modelo e 30 lojas Continente Bom Dia, num valor contabilístico líquido de 908 milhões de euros, e com um volume de negócios da 23 milhões de euros.

(notícia atualizada às 22:52)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Suspensão da guerra comercial leva Wall Street para máximos de dois meses

A Casa Branca pôs um travão à guerra comercial lançada por Donald Trump contra a China, para alívio dos mercados.

As bolsas norte-americanas encerraram a primeira sessão da semana em máximos de dois meses, numa altura em que os investidores estão animados com a iminência de um acordo comercial entre os Estados Unidos e a China. O Dow Jones voltou mesmo a superar a fasquia dos 25 mil pontos.

O índice de referência S&P 500 fechou a subir 0,74%, para os 2.733,01 pontos, enquanto o industrial Dow Jones avançou 1,21%, para os 25.013,29 pontos, ficando ambos nos níveis mais elevados dos últimos dois meses. Já o tecnológico Nasdaq valorizou 0,54%, para os 7.394,04 pontos.

As subidas acontecem numa altura em que os investidores aguardam por um acordo entre Pequim e Washington. Ainda na semana passada, Donald Trump disse ter dúvidas de que tal entendimento fosse possível, mas, já este domingo, a Casa Branca comunicou que “a China aumentará significativa as suas compras de bens e serviços dos Estados Unidos”.

Pôs-se assim um travão, pelo menos para já, à guerra comercial lançada pelo Presidente norte-americano. Os dois países procuram agora “reduzir significativamente o défice americano no comércio de mercadorias com a China”, para alívio dos mercados.

A contribuir para o ânimo nos mercados esteve também a negociação do petróleo, que mantém as valorizações das últimas semanas. O West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, subiu mais de 1% e já está a negociar na casa dos 72 dólares por barril, enquanto o Brent, negociado em Londres, se aproxima dos 80 dólares. As petrolíferas saem a ganhar, com cotadas como a Chevron ou a Exxon a valorizarem mais de 1% nesta sessão.

Em sentido contrário esteve o dólar, que acabou por desvalorizar contra o euro, depois de ter tocado máximos de seis meses. O euro está agora a valer 1,17 dólares.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Escritor Germano Almeida é o vencedor do Prémio Camões 2018

  • Lusa
  • 21 Maio 2018

Nascido em 1945 na ilha da Boavista e a viver atualmente no Mindelo, Germano Almeida é autor de obras como "A ilha fantástica", "Os dois irmãos" e "O testamento do Sr. Napumoceno da Silva Araújo".

Germano Almeida, escritor cabo-verdiano.Francisco Fontes / Lusa

O escritor cabo-verdiano Germano Almeida é o vencedor do Prémio Camões 2018, foi anunciado esta segunda-feira, no Hotel Tivoli, em Lisboa, após reunião do júri.

Nascido em 1945 na ilha da Boavista e a viver atualmente no Mindelo, Germano Almeida é autor de obras como “A ilha fantástica”, “Os dois irmãos” e “O testamento do Sr. Napumoceno da Silva Araújo”, estes dois últimos já adaptados para cinema. “O fiel defunto” é o mais recente romance de Germano Almeida, cuja obra literária está traduzida em países como Itália, França, Alemanha, Suécia, Noruega e Dinamarca.

Formado em Direito em Lisboa, é advogado e foi procurador da República de Cabo Verde. Deu os primeiros passos na literatura na década de 1980, numa altura em que cofundou a revista Ponto & Vírgula. Germano Almeida, um dos escritores mais lidos e traduzidos de Cabo Verde, é o segundo autor cabo-verdiano a ser distinguido com o Prémio Camões, depois de o galardão ter sido atribuído em 2009 ao poeta Arménio Vieira.

Horas antes do anúncio do prémio, em declarações à agência Lusa, o ministro da Cultura e das Indústrias Criativas de Cabo Verde, Abraão Vicente, assumia estar a torcer pela escolha de Germano Almeida. “O nome cabo-verdiano mais próximo de se consagrar como Prémio Camões é Germano Almeida, pelo seu percurso e a sua obra”, disse Abraão Vicente.

O júri desta 30.ª edição do Prémio Camões, que distinguiu Germano Almeida por unanimidade, foi composto por Maria João Reynaud (Portugal), Manuel Frias Martins (Portugal), Leyla Perrone-Moisés (Brasil), José Luís Jobim (Brasil), Ana Paula Tavares(Angola) e José Luís Tavares (Cabo Verde).

Para Abraão Vicente, o Prémio Camões é “um contributo extraordinário de um país como Portugal” que “dá para incentivar a crítica, a produção”.

O Prémio Camões, considerado o maior prémio da Língua Portuguesa, foi instituído por Portugal e pelo Brasil em 1988 com o objetivo de distinguir um autor “cuja obra contribua para a projeção e reconhecimento do património literário e cultural da língua comum”. O Prémio Camões foi atribuído pela primeira vez em 1989 ao escritor Miguel Torga e em 2017 ao poeta Manuel Alegre.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Os 23 suspeitos de agressões aos jogadores do Sporting ficam em prisão preventiva

  • ECO
  • 21 Maio 2018

Os 23 suspeitos de terem agredido jogadores e equipa técnica do Sporting, na semana passada, na academia em Alcochete, poderão ficar em prisão preventiva por um prazo máximo de seis meses.

Os 23 suspeitos de terem agredido jogadores de futebol e equipa técnica do Sporting vão ficar em prisão preventiva, avança a SIC Notícias.

A estação televisiva refere que o juiz de instrução criminal, que ouviu os 23 arguidos, esta tarde, no Tribunal do Barreiro, decidiu aplicar a medida de coação mais gravosa depois de considerar todos os perigos elencados pelo Ministério Público, nomeadamente o perigo de fuga, a continuidade da atividade criminosa e a perturbação.

Sobretudo, o juiz considerou que “a natureza dos ilícitos em causa e a visibilidade social que a prática dos mesmos implica, considerando, principalmente, o aumento do número e a gravidade dos crimes e comportamentos associados ao fenómeno desportivo“, justifica a aplicação não só do termo de identidade e residência, mas também a prisão preventiva.

Os familiares ainda terão oportunidade de se despedirem dos arguidos, que seguirão depois para um estabelecimento prisional.

Os advogados de defesa argumentavam que nem todos os arguidos tinham tido o mesmo tipo de responsabilidade, mas o juiz discordou. A prisão preventiva poderá manter-se por seis meses. Findo esse prazo, o Ministério Público terá de deduzir acusação.

As agressões tiveram lugar na terça-feira passada, quando um grupo de cerca de 50 indivíduos que estarão ligados à Juve Leo invadiram a academia do Sporting, em Alcochete, e agrediram jogadores e equipa técnica, a dias da final da Taça de Portugal.

O Sporting decidiu, entretanto, suspender os benefícios que atribui à claque leonina, pedindo ainda uma “audiência urgente” ao primeiro-ministro, para “discutir todos os assuntos relacionados com o combate à violência no desporto”.

Notícia atualizada pela última vez às 20h42 com mais informação.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

OPA à EDP: Nove perguntas a que Siza Vieira ainda não deu a resposta

Enquanto advogado, Siza Vieira colaborou numa lei que facilita a OPA chinesa à EDP. Como ministro, esteve numa reunião com a China Three Gorges. Por fim, pediu escusa de intervir no setor elétrico.

Pedro Siza Vieira, ministro Adjunto de António Costa, pediu escusa de “interferir em matérias relacionadas com o setor elétrico” e garante que já cessou “qualquer intervenção nessas matérias”. O pedido foi feito no dia em que a China Three Gorges lançou uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre a EDP, mas há dois episódios, anteriores a esse momento, que levantam dúvidas sobre uma eventual intervenção que terá tido no processo.

Primeiro: antes do lançamento da OPA, em data que se desconhece, Siza Vieira encontrou-se com representantes da China Three Gorges. Dois aspetos que importam referir: Siza Vieira foi sócio da firma de advogados Linklaters antes de integrar o Governo; e a China Three Gorges é atualmente cliente da Linklaters, ainda que não se saiba desde quando.

E segundo: antes de ser ministro, Siza Vieira fez parte da equipa de especialistas que, em junho do ano passado, propôs uma alteração legislativa, que veio a ser aprovada, para favorecer a captação de investimento direto estrangeiro. Na prática, a alteração permite que acionistas diferentes, mas detidos pela mesma entidade pública, possam votar com a totalidade dos seus direitos individuais de voto, independentemente da existência de limites à respetiva votação. Esta é uma medida que facilitará a OPA da China Three Gorges sobre a EDP.

1. A alteração legislativa foi desenhada para quem?

A alteração legislativa ao código de valores mobiliários (CVM) foi proposta pela Estrutura de Missão para a Capitalização das Empresas, que funcionava na dependência do primeiro-ministro e que era composta por Pedro Siza Vieira, Esmeralda Dourado, João Nuno Mendes e José António Barros.

Esta medida em concreto visava favorecer “a captação de investimento direto estrangeiro, designadamente, entidades infraestaduais estrangeiras com as suas próprias estratégias de internacionalização e de investimento”.

Ora, a China Three Gorges, que detém 23,27% da EDP, é detida, por sua vez, pelo Estado chinês. Já a CNIC, também detida pelo Estado chinês, controla outros 4,98% da EDP. Juntas, estas duas empresas chinesas controlam 28,25% do capital da elétrica portuguesa, a mesma percentagem de votos que poderão exercer com esta alteração desenhada pela Estrutura de Missão para a Capitalização das Empresas. Caso contrário, só poderiam votar com 25%. Esse é um detalhe que poderá facilitar a OPA lançada pelos chineses sobre a EDP, já que uma das condições impostas para o sucesso da oferta é a desblindagem de estatutos, ou seja, o fim da existência de um limite à contagem dos direitos de voto.

Resta saber exatamente para que “entidades infraestaduais estrangeiras” se destinava esta alteração. Os maiores investidores estatais em grandes empresas portuguesas são Angola e a China. A alteração legislativa foi feita numa altura em que o investimento angolano já estava refreado, ao contrário do investimento chinês.

2. Quando é que a China Three Gorges começou a ser cliente da Linklaters?

Na altura em que aquela alteração legislativa foi desenhada, em junho do ano passado, Pedro Siza Vieira ainda era sócio da Linklaters, mas não se sabe se a China Three Gorges já era cliente dessa firma de advogados.

Este fim de semana, num esclarecimento enviado ao Expresso, Pedro Siza Vieira diz que a China Three Gorges nunca foi sua cliente. “Na verdade, antes de ir para o Governo não tinha tido qualquer contacto com a referida empresa ou seus representantes. É por isso falso que a CTG seja minha ex-cliente”, referiu ao semanário.

O ministro não especifica, contudo, o que é que significa nunca ter tido a China Three Gorges como cliente. Significa que, enquanto foi sócio da Linklaters, o grupo chinês não era cliente dessa firma? Ou significa que, ainda que se tenham cruzado na Linklaters, enquanto sócio e enquanto cliente, Siza Vieira nunca tratou diretamente da conta da China Three Gorges?

Contactada pelo ECO, a Linklaters não quis revelar quando é que passou a ter a China Three Gorges como cliente. Siza Vieira vendeu a quota na firma de advogados antes de tomar posse como ministro, em outubro de 2017.

3. Que informações tinha quando participou na alteração legislativa que facilita a OPA chinesa à EDP?

A pergunta decorre da anterior. Se os percursos de Siza Vieira e da China Three Gorges na Linklaters chegaram a cruzar-se, que informações tinha o atual ministro sobre os planos de investimento do grupo chinês quando colaborou, na Estrutura de Missão para a Capitalização das Empresas, na alteração legislativa que agora vem facilitar a OPA?

4. Porque é que pediu escusa de intervir em matérias relacionadas com o setor elétrico?

No esclarecimento enviado ao Expresso, Siza Vieira justifica que pediu escusa por saber “por experiência que as OPA são sempre momento de grande visibilidade mediática, em que os envolvidos fazem sempre grandes esforços de relações públicas”. “Antecipei, por isso, que a circunstância de o oferente ser assessorado pela minha antiga sociedade pudesse levar à tentativa de criar dúvidas sobre a imparcialidade do Governo neste processo”.

Este não é, contudo, o único setor em que a Linklaters tem atividade. A firma assessorou o consórcio Gateway, o acionista privado da TAP, durante o processo inicial de privatização da TAP e durante a reversão feita pelo atual Governo. A Linklaters também presta assessoria aos concessionários de parcerias público-privadas do Hospital de Loures (cujos acionistas são os chineses da Fosun). Representa também, segundo o Expresso, a Fertagus e a Via Porto, que ganhou a subconcessão da operação e manutenção do Metro do Porto. O que faz com que o setor elétrico seja o único em que Siza Vieira pede escusa?

5. E porque é que só pediu essa escusa depois de ter sido lançada a OPA?

Quando entrou para o Governo, Siza Vieira já conhecia a relação entre a Linklaters e a China Three Gorges. Sabia também que, enquanto ministro, iria tratar de matérias relacionadas com o setor elétrico. Por que razão só pediu escusa depois de a OPA ter sido lançada, e já depois de se ter reunido com a China Three Gorges, na qualidade de ministro?

6. Que intervenção teve na reunião com a China Three Gorges?

À Lusa, fonte oficial da China Three Gorges detalhou que foi recebida pelo ministro Adjunto no primeiro trimestre deste ano e garantiu que a OPA lançada sobre a EDP “não foi nem poderia ter sido” o tema da reunião. O encontro serviu “apenas para tratar um tema de regulação”, disse a mesma fonte à agência noticiosa.

O encontro com o ministro foi realizado pela China Three Gorges “na sua qualidade de acionista membro do Conselho Geral de Supervisão (CGS) da EDP e na sequência de um pedido expresso do Conselho de Administração Executivo e do CGS para que tal diligência pudesse ser desenvolvida pela China Three Gorges. Como é óbvio não foi nem poderia ter sido objeto de qualquer conversa com o Governo ou outras entidades o tema da oferta sobre a EDP”, garantiu.

Não é esclarecido exatamente que “tema de regulação” foi discutido, nem qual foi o papel de Pedro Siza Vieira nesta reunião.

7. Quando é que deixou de intervir em matérias relacionadas com o setor elétrico?

O pedido de escusa é feito a 11 de maio, dia em que a China Three Gorges lança a OPA sobre a EDP. Nesse pedido, Siza Vieira diz já ter cessado intervenções em matérias relacionadas com o setor elétrico. Mas não diz quando é que cessou essas intervenções. As afirmações da China Three Gorges esclarecem que no primeiro trimestre deste ano ainda assumiu essa pasta. Mas há um intervalo, entre o final do primeiro trimestre e o lançamento da OPA, em que não se sabe que tipo de intervenções teve Pedro Siza Vieira em questões relacionadas com o setor elétrico.

8. Que matérias relacionadas com o setor elétrico é que já acompanhou desde que é ministro?

Antes de pedir escusa destas matérias, Siza Vieira acompanhou o setor elétrico desde outubro de 2017. Que outros assuntos já foram tratados por si? A mudança de posição do Governo em relação à taxa sobre as renováveis, proposta pelo Bloco de Esquerda e inicialmente aceite pelo Governo, foi um dos momentos chave para o setor no ano passado. Há também algumas iniciativas no âmbito dos Custos para a Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC) levadas a cabo por este Governo, que já levaram à redução das rendas pagas pelo Estado à EDP.

9. Porque é que é o ministro Siza Vieira a assumir o setor elétrico?

O setor elétrico é tutelado pelo Ministério da Economia, liderado por Manuel Caldeira Cabral. Existe até uma Secretaria de Estado da Energia, liderada por Jorge Seguro Sanches. Por que razão é Pedro Siza Vieira, ministro Adjunto, a tratar de matérias relacionadas com o setor elétrico? E por que razão a China Three Gorges pede uma reunião consigo, e não com os governantes da tutela?

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Movimento 5 Estrelas e Liga propõem Giuseppe Conte para primeiro-ministro

Os dois partidos populistas propuseram ao Presidente italiano o nome de Giuseppe Conte para ocupar o cargo de primeiro-ministro. Será este a ter a palavra final.

A coligação formada pela Liga Norte e o Movimento 5 Estrelas propôs esta segunda-feira o nome de Giuseppe Conte para o cargo de primeiro-ministro do novo Governo do país, adianta a Reuters (conteúdo em inglês). Os líderes dos partidos apresentaram esta proposta ao Presidente italiano, Sergio Mattarella, a quem pertence agora a palavra final.

Estou muito orgulhoso desta escolha, Giuseppe Conte será o chefe de um Governo político indicado por duas forças políticas“, disse Luigi Di Maio, líder do Movimento 5 Estrelas, aos jornalistas. Di Maio e Matteo Salvini, da Liga, encontraram-se esta segunda-feira com o Presidente de Itália, numa audiência, onde apresentaram o contrato de Governo estabelecido entre ambos, mas também o nome de Giuseppe Conte para o cargo.

Recorde-se que o professor universitário de Direito, de 54 anos, já era apontado como um dos possíveis nomes para ser eleito primeiro-ministro pelos dois partidos populistas, escreve a Reuters, uma vez que os líderes Di Maio e Salvini tinham posto de parte a hipótese de serem eles a liderar o Governo. A decisão final cabe a Sergio Mattarella.

Após ser decidido criar uma coligação e um plano de Governo, ambos os partidos definiram como medidas uma descida dos impostos, a redução da idade da reforma e um aumento dos gastos públicos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

A tarde num minuto

Não teve tempo de ler as notícias esta tarde? Fizemos um best of das mais relevantes para que fique a par de tudo o que se passou, num minuto.

António Arnaut, “pai” do Serviço Nacional de Saúde e um dos fundadores do PS, faleceu esta segunda-feira. O advogado estava internado nos hospitais da Universidade de Coimbra. Investidores esperam que o preço da OPA à EDP seja revisto ou que surja uma oferta concorrente. Ganhos da Galp e do BCP também impulsionaram a bolsa, enquanto os juros da dívida ultrapassaram os 2%.

António Arnaut, considerado o “pai” do Serviço Nacional de Saúde e um dos fundadores do PS, morreu esta segunda-feira aos 82 anos. O advogado estava internado nos hospitais da Universidade de Coimbra.

A bolsa portuguesa regressou a terreno positivo na primeira sessão desta semana. Com a EDP a tocar máximos de 2014, com os investidores a aguardarem por uma revisão em alta da contrapartida da OPA, ou o surgimento de uma oferta concorrente, Lisboa valorizou. Galp Energia e BCP também puxaram pelo índice nacional.

O PSD vai levar ao Parlamento, na quinta-feira, as políticas fiscais e de preços para os combustíveis, criticando o Governo pela escolha de “agravar os preços” com o aumento do Imposto Sobre os Produtos Petrolíferos (ISP).

O Governo e a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários reuniram-se no final da semana passada com a associação que representa os lesados do Banif, a ALBOA, numa tentativa de encontrar uma solução para mitigar as perdas com os produtos financeiros comercializados pela instituição financeira que foi vendida ao Santander Totta.

O projeto de calendário escolar para o próximo ano letivo determina o início das aulas a partir de 12 de setembro e volta a acentuar a diferença de duração dos períodos, com apenas mês e meio no 3.º período.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Sócia da CCA Ontier na Missão Empresarial México – Portugal

Carla Matos, sócia da CCA Ontier, vai ser oradora no evento Missão Empresarial México - Portugal, organizado pela Câmara do Comércio e Indústria Luso-Mexicana, a decorrer dias 23, 24 e 25 de maio.

Carla Matos, sócia e coordenadora da área de clientes privados da CCA Ontier, vai ser oradora na Missão Empresarial México – Portugal, promovida pela Câmara do Comércio e Indústria Luso-Mexicana, a ter lugar na Associação Industrial Portuguesa (AIP) nos próximos dias 23, 24 e 25 de maio.

A advogada vai ser oradora no painel dedicado ao tema “Investir e Residir em Portugal – tudo o que precisa de saber” no dia 24 de maio, onde irá abordar, além do tema dos Golden Visa e residentes não habituais e das melhores práticas no que concerne ao investimento em Portugal, questões relacionadas com a aquisição da nacionalidade portuguesa e de gestão de expatriados.

Esta missão empresarial inversa, a maior realizada até agora, pretende promover a presença em Portugal de empresários mexicanos que pretendem desenvolver parcerias com empresas portuguesas. Em destaque estarão áreas como a robótica, saúde, software, vinhos, agroalimentar, telecomunicações, têxtil, cortiça, reciclagem, finanças, moldes, plásticos e matérias-primas, equipamentos, calçado, entre outras.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

RFF & Associados relator FIDE 2018

A RFF & Associados, integra, como patrocinadora, o Congresso bienal da Federação Internacional de Direito Europeu (FIDE).

A RFF & Associados, integra, como patrocinadora, o Congresso bienal da Federação Internacional de Direito Europeu (FIDE), onde Rogério Fernandes Ferreira, sócio-fundador da RFF & Associados, será um dos National Rapporteurs, em relatório subordinado ao tema de “Fiscalidade, Auxílios de Estado e Distorções da Concorrência”.

O XXVIII Congresso FIDE terá lugar no Estoril (Centro de Congressos) entre os dias 23 e 26 de Maio e versará sobre três tópicos: I – O Mercado interno e a economia digital; II.- Fiscalidade, Auxílios de Estado e Distorções da Concorrência; e III – A dimensão externa das políticas da EU: questões horizontais; comércio e investimento; imigração e asilo.

A FIDE organiza os referidos Congressos desde 1962, em diferentes Estados-Membros da UE, reunindo centenas de juristas e profissionais de outras áreas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Seguros PPR pagam cinco vezes mais juros do que os depósitos

Os PPR sob a forma de seguros estão cada vez mais rentáveis. Os juros oferecidos superaram cinco vezes os dos depósitos a prazo, atraindo uma "fatia" maior da poupança dos portugueses.

“PPR”. A sigla remete para poupar para reforma, mas também pode ser uma alternativa atrativa para rentabilizar poupanças com outros objetivos. Em 2017, os PPR sob a forma de seguro pagaram mais do que no ano anterior, distribuindo um retorno cinco vezes superior face à aplicação financeira mais popular junto dos portugueses: os depósitos a prazo.

Dados da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) mostram que os Planos Poupança Reforma (PPR) sob a forma de seguro apresentaram uma rentabilidade média de 1,59%, em 2017. Este retorno representa uma aceleração face à taxa de juro de 1,53% paga, em média, por estes produtos no ano anterior.

Apesar de se tratar de uma subida muito ligeira, os seguros PPR distanciam-se ainda mais em termos de remuneração face aos depósitos a prazo, cujas taxas de juro se encontram em mínimos históricos. A remuneração dos seguros PPR compara com juros médios de 0,28% oferecidos nos novos depósitos a prazo disponibilizados no ano passado. Ou seja, os seguros PPR pagaram cinco vezes mais do que as aplicações a prazo dos bancos.

"Se os depósitos apresentam taxas muito baixas, os seguros PPR poderão obter algum rendimento superior nos títulos sob a forma de obrigação.”

António ribeiro

DECO

Mas como é possível que os seguros PPR paguem mais do que os depósitos? O “segredo” estará no investimento em obrigações. António Ribeiro, economista da Proteste investe, explica que uma das características dos seguros PPR é a “estabilidade do rendimento” que é assegurada pelo tipo de ativos em que investem: depósitos e obrigações.

Se os depósitos apresentam taxas muito baixas, os seguros PPR poderão obter algum rendimento superior nos títulos sob a forma de obrigação“, explica António Ribeiro. “Se se analisar vários anos, por exemplo nos últimos cinco anos, o rendimento dos seguros PPR tem vindo a descer, mas nos últimos dois anos está estável. Isto acontece porque as taxas de juro já desceram para valores negativos e têm-se mantido mais ou menos estáveis, pelo que o que gera algum rendimento é o mercado de obrigações”, acrescenta o economista.

Depósitos cada vez menos atrativos

Fonte: Banco de Portugal

A quebra da remuneração oferecida nos depósitos a prazo e a “falta de alternativas rentáveis” é, aliás, segundo António Ribeiro um dos fatores que ajuda a justificar a tendência crescente que se observa nas aplicações em seguros PPR. No ano passado, o investimento em PPR sob a forma de seguro aumentou 30,1%, com as novas contribuições a ascenderem a mais de 2.234 milhões de euros. Em 2016, tinham totalizado 1.718 milhões de euros. O valor captado por esta categoria de produtos no ano passado foi, aliás, o mais elevado desde 2014. Naquele ano, os portugueses colocaram 2.452 milhões de euros em PPR sob a forma de seguros.

A mesma tendência observa-se ainda nos PPR sob a forma de fundos de investimento. Em 2017, captaram 707 milhões de euros, em termos líquidos, multiplicando por cinco o montante arrecadado no ano anterior. As subscrições líquidas de fundos PPR registadas no ano passado foi ainda o mais elevado pelo menos numa década. O histórico disponibilizado no site da APFIPP tem início em 2007.

Juros dos seguros PPR em alta

Fonte: APS

Com os juros dos depósitos a prazo em valores muito próximos de zero, os aforradores encontram nos PPR sob a forma de seguro e fundos formas alternativas de rentabilizar as suas poupanças. No caso dos seguros PPR, estes oferecem a vantagem de a grande maioria ter garantia de capital, a par de rendibilidades mínimas garantidas, que muitas vezes batem as dos depósitos. No caso dos fundos PPR, esse tipo de garantias não existe, mas o potencial de retornos também poderá ser maior consoante o rumo dos ativos em que investe.

Desse modo, enquanto os valores aplicados em depósitos se mantêm com a grande fatia das poupanças dos portugueses, mas estabilizados em torno de máximos históricos, o valor aplicado em PPR não para de aumentar. No final de 2017, os portugueses tinham 142,7 mil milhões de euros aplicados em depósitos. Já as quantias alocadas a PPR ascendia a mais de 16,5 mil milhões, um recorde que já representa o equivalente a quase 12% do total dos depósitos.

PPR ganham cada vez mais aplicações

Fonte: APS e APFIPP

Para além de representarem uma forma de rentabilizar poupanças, os próprios bancos estarão a empurrar os seus clientes rumo aos PPR, procurando ganhar as comissões que estão associadas a este tipo de investimento. “Não existem alternativas rentáveis, pelo que provavelmente a escolha de um PPR acabará por ser uma sugestão do banco”, admite António Ribeiro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.