Não é só na luz que a EDP perde quota no mercado livre. Cai também no gás
O número de clientes do mercado livre de gás atingiu novo máximo próximo de 1,2 milhões, em novembro. A EDP continua a ter o maior número de clientes, mas à semelhança da luz, perdeu quota de mercado.
O mercado liberalizado de gás é opção para cada vez mais portugueses. Em novembro, esse mercado voltou a crescer para atingir um novo máximo do universo de clientes, próximo de 1,2 milhões. A EDP manteve-se como o comercializador líder do mercado mas, à semelhança do que aconteceu no mercado livre da eletricidade, perdeu quota para a concorrência, mostra o boletim mensal sobre o gás da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) divulgado nesta quinta-feira.
De acordo com o regulador, em novembro, o número de clientes em atividade no mercado liberalizado de gás ascendeu a cerca de 1,192 milhões. Este número corresponde a um acréscimo de 4,6% em termos homólogos e de 0,4% face ao mês anterior.
Em termos mensais, essa taxa de crescimento está em linha com a que é observada há um ano, e “após um período de aceleração das migrações para o regime de mercado”, dá nota a ERSE. Variação que, em novembro, resultou do saldo entre a entrada de 15.513 clientes para o mercado livre de gás e a saída de 11.076 clientes. Ou seja, um crescimento líquido de cerca de 4,4 mil clientes face a outubro de 2018.
No jogo de forças dos operadores, a EDP Comercial manteve-se como o comercializador deste tipo de energia com mais clientes, mas perdeu peso no mercado para a concorrência. “No que respeita às quotas globais do mercado liberalizado, a repartição do número de clientes pelas carteiras dos comercializadores em novembro mantém a EDP como o principal operador de mercado em número de clientes (cerca de 55% em novembro), com a sua quota a diminuir 2,1 pontos percentuais, relativamente a novembro de 2017”, dá conta a ERSE relativamente à empresa do grupo energético liderado por António Mexia.
Pelo menos há um ano que de mês para mês a EDP comercial vem a perder quota no mercado livre de gás, algo que também é observado na eletricidade. Na passada segunda-feira (7 de janeiro), a ERSE deu conta que desde janeiro do ano passado a EDP tem vindo a perder peso no mercado liberalizado da luz, apesar de manter-se na liderança neste segmento a larga distância da concorrência, com 81% dos clientes.
Iberdrola foi a que mais terreno ganhou
A perda de quota de clientes não é, contudo, exclusiva à EDP. Apesar de se manter como o terceiro maior comercializador de gás, também a GoldEnergy perdeu terreno para a concorrência. A sua quota de mercado recuou 0,1 pontos percentuais, de outubro para novembro, para se fixar em 12%. Por sua vez, a Galp Energia manteve-se como o segundo maior operador com uma quota de mercado de 24%.
No jogo de forças do mercado de gás, a Endesa e a Iberdrola destacam-se pela positiva, conquistando maior preponderância no mercado no que respeita ao número de clientes, apesar de ainda bastante distantes da concorrência. Entre outubro e novembro registaram aumentos de quota de 0,1 e 0,2 pontos percentuais, respetivamente, para 6% e 3%.
Mas a Iberdrola acaba por ser a principal beneficiária. “Em novembro, a Iberdrola foi o comercializador que realizou uma maior captação de clientes, tendo ganho neste mês cerca de 39% do número de clientes que mudou de comercializador”, frisa a ERSE.
Já a Galp e a Endesa conseguiram, ambas, um ganho líquido de 21% desses clientes, enquanto a EDP registou um ganho líquido de 19%. Ou seja, inferior à concorrência.
Já no que respeita ao consumo de gás, a Galp Energia manteve-se como a maior operadora, em novembro, mês em que foi registado um aumento de consumo no mercado livre de 107 GWh face a outubro, atingindo 41.468 GWh. Ou seja, um acréscimo de 0,3% face ao mês anterior e 1,7%, face ao mês homólogo.
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