Ghosn continua preso. Justiça japonesa recusa pedido de saída sob caução
Tribunal de Tóquio justifica manutenção do antigo executivo da Nissan preso com o perigo fuga do país e de destruição de provas. Ghosn deverá ir a julgamento nos próximos seis meses.
O antigo presidente da Nissan, Carlos Ghosn, vai continuar preso no Japão. O Tribunal de Tóquio rejeitou o pedido de liberdade mesmo que mediante o pagamento de uma caução.
Ainda durante a semana anterior, a Procuradoria nipónica apresentou novas acusações contra o antigo executivo. Nomeadamente, a violação da confiança da empresa e de não declarar parte dos rendimentos entre março de 2015 e março de 2018. Ghosn tinha sido já acusado do mesmo crime, mas em relação a 2010 e 2015.
No entanto, também durante a semana passada, uma auditoria interna lançada pela Renault sobre os elementos de remuneração de Carlos Ghosn concluiu pela inexistência de fraude nos anos de 2017 e 2018.
O grupo automóvel revelou, em comunicado, que a auditoria aos anos de 2017 e 2018 determinou “a conformidade e a ausência de fraude”, mas explicou que o trabalho vai prosseguir para serem analisados os anos anteriores.
Carlos Ghosn falou à justiça pela primeira vez no dia 8 de janeiro desde que foi detido a 19 de novembro. “Fui injustamente acusado e injustamente detido com base em alegações sem mérito e sem fundamento”, garantiu o antigo executivo na audiência pedido pelos seus advogados.
“Eu só tenho amor e gratidão, do fundo do meu coração, à Nissan. Eu dediquei todos os meus esforços à Nissan e levei a cabo os meus deveres de forma justa, correta e legal”, insistiu.
O juiz justificou a detenção do antigo líder da aliança automóvel Renault-Nissan-Mitsubishi Motors para evitar que este fuja do país e destrua provas.
Carlos Ghosn está acusado de ter falsificado relatórios financeiros e de esconder rendimentos das autoridades desde 2010. A previsão é que continue preso até ao julgamento, que deverá acontecer nos próximos seis meses.
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